quinta-feira, 29 de maio de 2014

Renovações


Nove nomes conhecidos, para já, que vão permanecer ligados ao clube. Sete dos mais jovens, dos que mais evoluíram esta época e dos que mais mereceram a confiança do treinador, jogando mais.
Faltará saber se mais algum se juntará, aguardemos pelos próximos dias.

Fary é o Fary, por tudo que fez deve continuar connosco. Pelo que significa para os que nunca abandonaram o clube - como ele próprio -, pelo que pode significar para os jogadores que vão chegar, e pelo golo que vai marcar por nós na primeira liga. Épico.


Cid foi dos que mais evoluiu. No início não apostaria que poderia fazer esta época. Intensidade e capacidade de desarme, bateria sempre carregada, mesmo com dificuldades quando tem a bola no pé mas lá vai ele seguindo o caminho, sempre a melhorar.
Esperava mais do Carraça, tendo em conta que já na época passada, quando Petit assumiu a equipa, começou a mostrar potencial. Teve dificuldades em se assumir numa dupla de meio campo, desapareceu um pouco e ainda veio a tempo de jogar e bem.
Afonso foi dos que mais mostrou capacidades, bom tecnicamente, sabe jogar prático e ser eficaz nas ações ofensivas. Defensivamente também está a evoluir, parecendo-me a mim que é nessa tarefa que mais precisa melhorar.
O Li tem vinte anos, está no torneio de Toulon e é chinês...

Todos eles com 22 ou menos, ainda com muita margem de progressão e todos bem identificados com aquilo que o treinador pretende para os próximos tempos. Veremos - até porque a maioria assinou por duas épocas - se ficam no plantel ou se irão rodar numa segunda liga. Como disse há uns tempos, é provável que também dependa de como se conseguir formar o plantel.

Julián e Zé Manuel foram os nossos extremos e dos que mais mostraram até ao eclipse depois da derrota em Freamunde. O primeiro foi dos mais utilizados, também útil quando foi preciso colocar mais gente no ataque, recuando ele para a lateral. Zé Manuel, quanto a mim, será o que mais pode surpreender, queira ele e consigam os treinadores fazê-lo evoluir. É rápido, forte no um para um, possante, bom no remate, faltar-lhe-à decidir e optar melhor nas suas ações.


Alguma surpresa quanto a Bobô e Carlos Santos. O primeiro, é daqueles que nunca dá um lance por perdido e não pára, sempre a pressionar os defesas ou a desmarcar-se quando a equipa tem a bola. Muito útil quando joga com outro avançado perto dele, quer na desmarcação quer a ganhar bolas pelo ar vindas da retaguarda. Na área, e é também aqui que pode continuar a ser útil numa primeira liga, é um bom cabeceador.
Carlos Santos fez uma boa temporada, tendo em conta as suas limitações; aprendeu a jogar com elas, melhor timing no desarme, a expôr-se o mínimo possível à velocidade dos avançados e ainda a mostrar qualidade nos passes longos nas costas da defesa contrária. Ainda assim, e para uma primeira liga... veremos.


Como foi dito pelo Francisco na caixa de comentários, afirmação que acho interessante para o caso: "os jogadores evoluem em contextos favoráveis e competitivos"; veremos quais se tornarão mais úteis e melhores jogadores, mesmo dois patamares acima de onde competiram nas últimas duas temporadas.

Para já, dois pontos:
é nestes que o treinador mais confia para continuarem com a mentalidade que ele próprio quer incutir no grupo.
será preciso - e isso não é surpresa - um plantel novo. Partir do princípio que precisamos de onze titulares e sete suplentes.


Força Boavista!

terça-feira, 27 de maio de 2014

Final da Época


Num campeonato com 14 jornadas e com metade das equipas candidatas à subida, a margem de erro é curtíssima quando o objetivo é o primeiro lugar. Falhamos a mais e em demasiados jogos, apesar de termos cumprido na sua maioria.


Fomos evoluindo segundo as ideias do treinador e a identidade que queria para a equipa. Pressão e defesa alta, rapidez e desequilíbrios no ataque, posse de bola e com ela controlar o jogo, expondo o mínimo possível o setor recuado, pelo facto de não primarmos por consistência defensiva nem de rapidez quando perdemos a bola. Dois médios centro, sempre melhores na recuperação que na construção, à frente do quarteto defensivo. Um avançado, avassalador na primeira fase e sempre abnegado na entrega, ao qual não conseguimos dar o apoio suficiente na segunda metade da época, quer pelos dois alas, quer pelo terceiro homem do meio campo ou segundo do ataque como na maioria dos jogos (que também se revelaram insuficientes em alguns momentos em que seria preciso mais consistência no meio campo). Explica-se muito das nossas dificuldades pela incapacidade de desequilibrar no último terço e ultrapassar a organização do adversário. Quando a eficácia não resolveu, tivemos problemas.

Na baliza, um bom exemplo do trabalho misto que se tentou fazer, jogando com os melhores e ao mesmo tempo lançar jovens formados no clube. Marcos começou e acabou a titular, simplesmente porque é melhor, dá mais confiança à equipa e segurança à defesa. Tiago foi o que mais jogos realizou, em grande forma desde que agarrou a titularidade em Coimbrões e até ao jogo de Gondomar, a primeira de uma série de más exibições, incluindo em Freamunde e no Bessa com o Vizela, dois dos jogos mais decisivos da segunda fase. Não foi o único, mas foi um dos que mais contribuiu quando mais falhamos e quando não podiamos errar.

Esse jogo de Freamunde - e a forma como fomos dominados - marca o campeonato, depois de uma primeira metade da época em crescendo, incluindo os dois primeiros jogos da segunda fase. Seguido da primeira derrota no Bessa, com o Vizela, abalaram em definitivo a equipa. Quer o entendimento e capacidade de desequilibrar no ataque, assim como a estabilidade e a consistência na defesa, mais exposta e sobretudo mais vulnerável àquilo que menos poderia ser, a velocidade do adversário quando perdemos a bola.
Esteve aí uma das maiores dificuldades. No lado direito, um dos setores menos fortes da equipa, com Pedro Costa a não encontrar a boa forma e Claudio ainda a evoluir. No lado oposto, muito embora a boa evolução de Afonso, passamos mais de meia temporada somente com uma opção e que ainda assim demorou algum tempo a ultrapassar em definitivo as lesões. No eixo da defesa, não primamos pela velocidade, apesar do excelente jogo posicional de Ricardo e a boa - surpreendente - evolução de Carlos Santos.
 

Como disse acima, tivemos um meio campo sempre melhor na recuperação da bola e na pressão ao adversário, do que a dar a melhor sequência à posse de bola, em parte graças às caraterísticas de Carraça e Cid, os que mais minutos fizeram. De todos os médios, Luís Neves - que começou e acabou a época lesionado - pareceu-me o mais esclarecido com bola e o único com capacidade para desequilibrar no passe. Tentou-se de tudo para compensar, Samú, Théo ou Fary, uns mais outros menos eficazes.


Concluíndo, uma época em tudo diferente das cinco anteriores de pesadelo. Tivemos liderança e seriedade no banco, estabilidade fora dele e um grupo de jogadores que dignificou a camisola em todos os jogos. Tivemos evolução individual em alguns dos nossos jovens, tido como um objetivo no início da temporada. Começamos a formar uma mentalidade que queremos ter para o futuro.


Daí a aposta em Petit - já oficial - fazer todo o sentido. Agora é contruir o plantel. Tarefa difícílima, para não variar. 


Afonso, Cid, Carraça, Zé Manel, Carlos Santos, Fary e Li, confirmados para a próxima temporada. Falaremos deles amanhã.


Força Boavista!