segunda-feira, 9 de março de 2015

Olé!



Sete anos depois, os merecidos estaladões nas trombas do conquistador. Foram três, podiam ter sido quatro ou cinco, deviam ter sido quinze. A zero. Nem de perto aquilo que os invejosos merecem. Para o ego dos Boavisteiros, não duvido, um dos momentos mais esperados dos últimos anos. Que saudades de espetar nos 'espanhóis' relembrando-lhes, cara a cara, que estamos bem vivos.

Três pontos importantíssimos: sacudimos um pouco a pressão, voltamos a aumentar a vantagem para a linha de água, agora de seis pontos, estando a cinco do meio da tabela. Nos últimos cinco jogos, sendo verdade que só ganhamos este último, averbamos somente uma derrota, jogando em casa de dois adversários diretos pelo meio. A evolução continua e o caminho a ser percorrido. Com toda esta alma no campo, na bancada, no banco...


Estratégia de Petit: Ervões nem ao banco (lesionado novamente?!), adaptação de Tenga a fazer par com o estreante Appisiboivgb, Idriss e Reuben para batalhar no meio campo, Cech lançado, Beck aposta na ala com papel importante também no meio campo. Brito e Uchebo setas apontadas à baliza vimaranense.


Boa pressão inicial, tentando resolver cedo as investidas do opositor e fazendo da boa posse de bola no meio campo adversário a forma para circundar a área vitoriana. Foi nesta fase da partida que mais dividimos o jogo, mesmo nunca ficando demasiado por baixo, e impedidos de chegar perto da baliza de Douglas, na maior parte das vezes, de forma faltosa. Raramente aproveitando (de novo, apesar de diferente estratégia) os lances de bola parada, acabamos por sofrer na pele num lance de futebol direto e perante a lentidão de Tengarrinha e Aaron a resolver o problema. Acusamos um pouco mas tentamos reagir, apesar da falta de eficácia, fazendo o mesmo tipo de jogo que havíamos feito até aí, impedidos de igual maneira.
Partimos para uma segunda parte de grande nível, implacáveis em todos os aspetos. Fizemos o adversário pagar caro o jogo faltoso evidenciado desde cedo para ficarmos a jogar em superioridade numérica. Esse facto aliado à substituição de Aaron por Zé Manuel (Dias para central, Beck a lateral/ala), fez-nos ser irresistíveis na incessante procura dos golos e da reviravolta. Encostamos o adversário às cordas, não permitimos sequer um lance de mínimo perigo junto da nossa área. Subimos a linha recuada, não nos precipitamos nos passes longos, fomos rápidos na circulação de bola, variamos bem os focos de ataque, fizemos por desorientar o último reduto do adversário e criamos oportunidades suficientes para desperdiçar algumas e sermos eficazes noutras. Justíssimo o resultado.


Algumas notas:

Negativa apenas para Aaron, mesmo tendo em conta que seria um jogo complicado para fazer a sua estreia, ainda para mais com um central adaptado do seu lado. Foi o último a falhar no lance do golo (o Tenga também é ultrapassado em velocidade...), pagando a inexperiência a este nível, perante um jogador rato como Tomané. No restante, mostrou alguns bons pormenores, ficando para mais tarde a prova do seu valor. Tenga, como nos habituou, de uma eficácia nas acções notável, no desarme, nos lançamentos longos, seja em que posição for.

Idriss e Reuben em bom plano novamente e a formarem uma dupla tremenda no nosso meio campo. Intensos nas bolas divididas, foram importantes a ganhar consecutivamente as segundas bolas, ajudando a sufocar o adversário e a estagnar os seus contra ataques. Idriss com calma e aptidão com a bola nos pés que poucas vezes tinha mostrado, continuando a sua evolução também nesse aspeto.

Não resultou como pretendido Beckeles a ala, em parte devido ao rumo que o jogo tomou. Percebeu-se a intenção e a razão da opção (olhando para a produção recente dos nossos alas e ao que se conseguiu no jogo da semana passada), mas melhoramos imenso com a entrada do Zé Manuel. Era mesmo preciso recuperar aquela intensidade que ele tantas vezes já mostrou e, mesmo começando no banco, entrou motivado, objetivo e...eficaz. Bravo, Zé.

Brito continua não só em forma, como a subi-la. Semeia o pânico quando encara o um para um, desequilibra, saca faltas e cartões, melhorou nas decisões que toma, tornando-se mais consequente e eficaz.

Apresentamos melhorias no último terço, na capacidade de saída para o ataque, a relembrar o jogo caseiro com o Braga. Ponto comum? Cech. Cechque-mate. Carvalho em bom plano mas no banco, o nosso médio mais produtivo fora do miolo, mudança quase radical relativamente ao bom meio campo da semana passada e o que sentimos? Nada de mau, competentes à mesma, fruto do trabalho que vem sendo desenvolvido, fruto do coletivo.

U-u-Uchebo. Que tolada, moço. No resto, mais do mesmo: problemas acrescidos para quem tem de o marcar.

Só elogios, mas não é por ter a boca doce de tão agradável e importante vitória. É mesmo por mostrarmos uma melhoria assinalável, um espírito de grupo muito bom e uma evolução que continua bem evidente, apesar das enormes dificuldades. Como tantas vezes nos foi dito pelo nosso líder.


A propósito do árbitro e das queixas do nosso rival: acho evidente que os lances com mais relevância foram bem assinalados, sobretudo a expulsão de Bernard. Zé Manuel dá mão no terceiro golo, depois de sofrer empurrão e ter continuado com a jogada, o que poderia até valer o vermelho a André. Quanto ao critério demasiado curto no assinalar das faltas, fomos tão vítimas quanto o opositor. No resto, muita cabeça perdida após o vencedor encontrado e com os olés da bancada, algo que nós, no jogo da primeira volta, conseguimos controlar (mesmo jogando com menos um período idêntico de tempo)
Mais um treinador e presidente adversários que se atiram ao ar na nossa sala de imprensa. Não os vi com comportamento idêntico quando foram - segundo eles - fortemente prejudicados com estarolas. Só para que fique registado. 


Última palavra mas não menos importante para nós, nas bancadas. Motivados pela dedicação partilhada, é certo, mas conseguimos também dar aquele empurrão muitas vezes decisivo na busca do objetivo.
Nada está confirmado, ainda falta percorrer um bom pedaço do difícil trajeto. Para a semana, mais uma deslocação difícil, a casa de um dos clubes que mais regozijou com a nossa descida.




Força Boavista!

2 comentários:

  1. Força Boavista! E Parabéns bloger pela sua objectividade e verdade. Foi uma bela noite sem dúvida, para qualquer boavisteiro. Já todsa a imprensa se rendeu e apelida o Boavista "de primeira". Olé ;)

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  2. Gostei do seu comentário. Aliás, são excelentes como de costume. Acho que o jogo de ontem foi uma coisa verdadeiramente empolgante! Então a 2ª parte, faz favor... Gostei de toda a equipa, em particular do Afonso, do Idriss (grande evolução), de todos. Também do Tengarrinha a Central: que classe! Uma nota para o Afonso: acho que confirma todo o valor que toda a gente lhe via desde o CNS. Ou muito me engano ou vai significar um bom encaixe financeiro para o Boavista. Cumprimentos!

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