domingo, 14 de agosto de 2016

Tiro de Partida




Pré-época um pouco atípica no que toca ao acompanhamento dos desafios de preparação, por isso algum desconhecimento - e especial curiosidade - sobre o que pode saír da estreia nesta Liga. Bons sinais no torneio de Paços, apresentação agradável (não esquecer o tenro adversário que tivemos pela frente, pouco deu para aferir da Equipa), alguns jogos à porta fechada e a repetitiva tentativa de saber algo mais sobre a Equipa e seus desafios, no nosso site/facebook e no dos nossos adversários também que os tempos a isso obrigam.

Rápida análise do momento, a poucas horas da nossa estreia:


Plantel

Diferente, mais à imagem de Sanchez, quer nas contratações quer em algumas das perdas ou dispensas. À partida, não poderemos dizer que é um plantel mais forte que o que acabou 15/16. Não o é. Perdemos alguns jogadores 'base' da época passada (Vinicius, Ribeiro e Afonso à cabeça), conseguimos colmatar algumas dessas posições, tivemos maiores dificuldades para o fazer noutros casos. Corremos - de novo - maior risco, pois alguns desses jogadores fazem estreia na Primeira Liga, no futebol português ou em ligas profissionais. Como tem sido habitual, é preciso tempo, o que aumenta as dificuldades.


Equipa

Tentando antecipar um pouco o jogo de logo, especial curiosidade para perceber quem está à frente de quem na linha defensiva. Reforçamos os 4 lugares da defesa, à partida em equilíbrio de valor com os que já faziam parte do plantel. Na baliza, veremos se Mika continua a tradição de não iniciar a temporada (desconhecemos a sua aptidão, já que esteve lesionado). Agradaram as prestações de Mickael Meira (22 anos, estreia na Primeira), Ba foi titular em alguns dos jogos de preparação. Minha aposta recaíria no jovem reforço português.
No quarteto à frente, a única certeza é que Henrique é o novo Vinicius. Deu para ver que começou em forma e super motivado para ser o novo líder da defesa, e qualidade e experiência para isso tem ele. Sobre o companheiro de setor, dúvidas que se limitam a dois jogadores, Sampaio e Tagliapietra (numa das posições mais 'em risco'). Nas laterais, o tal equilíbrio de valor, Talocha/Correia e Machado/Mesquita; a maior experiência do brasileiro poderá valer-lhe a titularidade, para já; na direita, dois jogadores de caraterísticas idênticas, para confirmar se vai ser aposta na continuidade ou se vamos ter novidade.

Meio campo talvez o setor que mais agrada, em teoria. Apesar das perdas importantes - Tahar e Rúben - há dados que nos permitem ser um pouco mais otimistas. Espinho é uma certeza, difícil imaginar um substituto melhor para o agora jogador caxineiro (como ele curte a praia!). É diferente, menos tecnicista, menor poder de drible, mas talvez até um médio mais completo. Tem tudo para ser o herdeiro da batuta, mais à frente perto do avançado ou recuado para a posição de médio centro. Uma das curiosidades maiores acerca da Equipa. A acompanha-lo, uma quase-certeza, Idris (que todos lhe conhecemos as caraterísticas...) e uma enorme dúvida, o terceiro médio (influenciado também pela posição que Fábio poderá ocupar, se como médio/segundo avançado ou médio/+ dois avançados). Carraça surpreendeu pela positiva nesta pré-época (e parece aposta forte do Erwin; já agora, não esquecer Henrique, ex junior em muito bom plano), temos o Capitão Tengarrinha que dispensa apresentações (reapareceu e jogou como se não tivesse tido lesão de meio ano) e a incógnita russa, o Emin.
Incluindo os alas na equação do meio campo (até porque são claramente mais médios que extremos, com e sem bola, reforçando a ideia do 442), temos Carvalho e Renato como prováveis titulares. O português apareceu em boa forma, ambos tem condições para continuar a crescer no jogo da equipa. Não acredito que Digas ameace o lugar de médio direito, não direi o mesmo em relação a Bukia. Acredito que Sanchez aposte inicialmente no brasileiro, mantendo a consistência e tendo em conta que o adversário é um 'europeu' e não podemos entrar com a corda toda, como aconteceu algumass vezes no início da 'era' Sanchez.
Samú poderá espreitar um lugar, se bem que dificilmente como titular.

No ataque, houve reforços, perdas e dispensas, algumas delas com um 'finalmente' bem grande outras nem por isso. Schembri, pelo que já mostrou, é muito provável que seja titular, um jogador à imagem do que o nosso treinador pretende para o ataque, mobilidade, sentido prático e, claro, qualidade e experiência. Para confirmar, mas admito bastante expetativa no maltês. A fazer parte da dupla, incógnita. Pelo que já referi atrás (Espinho poderá ser o mais perto da referência ofensiva, funcionando um pouco como segundo avançado quando não temos a bola), ou se vamos ter algo mais... arriscado e ofensivo. Também difícil imaginar quem: Idé poderá precisar de tempo (e poderá ser um jogador com caraterísticas para algo mais específico no ataque), Erivelton duvida-se que já esteja 'apto', Medic que seja já aposta inicial. Outra hipótese será encaixar Bukia no centro do ataque/meio campo ofensivo, foi testado aí na pré-época (em que também demonstrou estar em boa forma - tal como no ano passado) e poderá ser uma boa forma de poder contar com ele no onze sem mexer muito com a pretendida consistência do meio campo.
Surpreendente a dispensa do Luisinho, é impossível passar ao lado. Tecnicamente é um dos jogadores mais evoluídos que temos, dos que mais desequilibra no último terço. O problema (que já se tinha visto na época passada, em que foi aposta irregular), são as características quase 'exclusivas' de extremo, que não encaixam no sistema pretendido. Renato, como médio, é mais completo, falando de Carvalho (que podemos dizer, ocupa a sua posição) percebemos que Luisinho é o oposto daquilo que Sanchez pretende. O que é diferente de assumirmos que acrescenta qualidade e soluções ao plantel. É uma perda pelo lado desportivo, por outro lado talvez alguma desmotivação precipitada do jogador esteja na origem deste desfecho inesperado.


Atitude

Agradou a liderança, seriedade e intensidade que demostramos no torneio de Paços. Os capitães à cabeça, os já repetentes a acompanha-los e a indicarem o caminho aos mais novos. E tem que ser, obrigatoriamente, esse o ponto de partida, aquilo que nos fez ressuscitar em tempos recentes, aquele que tem que continuar a ser o ingrediente principal: ir à guerra com todas as nossas armas, lutar batalha a batalha. E sempre, mas sempre, conncosco a acompanhar fora das quatro linhas. Fora, mas imensamente perto. Com eles e por eles, todos juntos.

Parece cliché, mas o Inferno do Bessa tem que regressar. Sim, regressar. Não podemos falhar, e desengane-se quem pense que isto vai ser mais fácil, que vamos crescer muito de um momento para o outro. Não vamos. Vamos sofrer e teremos que ser unidos para, de novo, levar a nossa avante.

Todos ao Bessa, todos seja onde for. Isto vai começar, e vamos fazê-lo em força.



Força Boavista!