sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Mercado



- último dia de mercado. Prioridades: não perder ninguém e não estragar o quede bom já foi conseguido. Além do rumor Rochinha (347° clube interessado no jogador), esperemos que não haja surpresas de última hora ou um qualquer súbito interesse, por exemplo, no David Simão. Fechando tudo como está, julgo que nos poderemos dar por felizes.

- já aqui falamos num artigo recente: um extremo (homem para a frente, digamos) e um lateral (esquerdo, de preferência), serão as lacunas mais evidentes do plantel.
Com a permanência de Tahar ficamos com 5 médios, em princípio para dois lugares (retirando o médio ofensivo da equação). A recuperação ou não de Yusupha terá influência direta no que toca aos avançados: Falcone parece curto, Rafa ainda não se percebeu muito bem o que pode emprestar à Equipa, Paciência é uma incógnita, terá mesmo que se ter a certeza que Yusu poderá voltar com um risco reduzido de ser um jogador demasiadamente propício a ausências prolongadas.
Na defesa, insisto que, mesmo podendo ser suficiente este leque de opções, é arriscado. Arriscado devido ao numero de centrais (contando com Sparagna serão quatro, sendo que só este tem experiência de Primeira Liga), e aos laterais. Na esquerda, fé na aptidão de Samú para a posição, na evolução do Carraça, na recuperação total do Edu e na regularidade de Talocha. Tudo pode correr pelo melhor, mas parece-me demasiado arriscado.

- Koneh. Alguma confusão para algo que será até simples de perceber.
A posição oficial do Clube a respeito do contrato do jogador é bastante clara: "rescisão com mútuo acordo", não sendo adiantados os motivos para tal. Soube-se mais tarde que poderia haver complicações de saúde, o Clube terá sido informado da incapacidade do jogador, avançando para a rescisão, exclusivamente por esse motivo ou não. Pouco interessa. O "mútuo acordo " elucida qualquer situação menos clara.
Se exames posteriores provam o contrário, ainda bem para o jogador. Se a possível doença fosse a única razão para a rescisão, poderia não ter existido "mútuo acordo" ou, clarificando a situação, o Clube poderia voltar a contar com Koneh, retomando o contrato anterior. Se isso não acontece, é porque simplesmente não há interesse do Clube.

- o homem para a frente já está: Ronald, extremo de 1,60m e 21 anos. Chega do Brasil e não adianta babarmo-nos com os videos dos melhores momentos. É esperar e ver o que vale. Rochinha, Claro, o próprio Yusu, Mateus e agora Ronald, são os homens para as alas que temos. Falta ver o Índio, que julgo poder ser opção para o meio campp ofensivo e não na ala, mas veremos mais à frente.


Força Boavista!







segunda-feira, 27 de agosto de 2018

O Assalto


Jogão. Dois exércitos bem alinhados, armas em punho para esgrimir argumentos à medida de cada um, prontos para a 'batalha', leal e ordeira pela conquista e defesa do castelo. Bonito, pah! O Futebol fora estarolada, como eles não sabem nem querem saber, tem uma enorme beleza. Mas depois há o cunho, o cheiro a grandismo, a perseguição, a relembrar que o velho sistema ainda aí está: os verdadeiros ladrões mais oportunos e armados que uma equipa swat que, neste caso, decidiram roubar os 'assaltantes' do Castelo. À descarada, como habitual.

Numa só imagem, as figuras do jogo: a Equipa, os Adeptos, Edinho e Ruim Costa.


Apenas uma alteração no onze: André Claro no lugar de Mateus e dúvidas desfeitas: mesma dupla de centrais, Carraça e Falcone a manterem os lugares.
Entrou melhor a equipa da casa, tendo nós imensas dificuldades para suster a boa circulação do adversário e conseguirmos saír em ataque organizado. Após os quinze minutos, e através da profundidade de Claro e principalmente de Rochinha (quase sempre bem lançados por D.Simão), conseguimos esticar e dividir o jogo e a posse de bola, também as oportunidades. Ameaçamos por duas vezes, fomos eficazes à terceira.
Segunda metade com a mesma toada, ainda assim a segunda grande situação de golo foi nossa, através de um remate de David Simão. A partir daí, tivemos ainda mais dificuldades, não só por força do adversário, mas sobretudo pela expulsão de um dos médios centro. O que até aí estava controlado (obrigávamos e bem o Feirense a abrir o jogo pelas laterais, facilitando o trabalho da defesa), passou a ser um problema, pese embora a boa entrada de Rafael Costa. De uma situação de equilíbrio na posse de bola (53/47) passamos para uma situação bem mais difícil (70/30). Passou então a ser pela zona central (e também nas bolas paradas) que o Feirense nos criou maiores problemas. Valeu-nos Hélton em algumas situações e o acerto dos centrais noutras.

Em suma, num desafio de grau de dificuldade elevado, dadas as duas equipas adversárias, conseguimos ser eficazes o suficiente para arrancarmos um difícil ponto. Não fomos brilhantes - longe disso - mas tivemos uma imensa alma, uma enormíssima atitude e soubemos ser uma equipa aguerrida e sempre concentrada nos vários momentos do jogo.

Individualmente.

Helton - como já foi dito anteriormente, seria a posição mais difícil de colmatar dada a saída de Vagner. O nosso guarda redes foi eficaz a saír dos postes, brilhante entre eles. A defesa ao remate de Vitor Bruno (o único lance em que fomos beneficiados - foi assinalado pontapé de baliza) é do outro mundo.

Centrais - eficazes a limpar os lances aéreos, com mais dificuldades na bola rasteira, foram resolvendo bem os problemas. Neris poderia ter feito maior oposição no lance do golo do Feirense, ainda assim uma exibição positiva da dupla, a dar sinais de alguma evolução. Na saída de bola, simplificaram.

Carraça - condicionado desde muito cedo, manteve a calma que lhe era exigida para não colocar ainda mais em perigo a Equipa. Sofreu, deixou escapar o adversário uma ou outra vez, mas acabou por ter uma prestação positiva. Ainda assim, alguma curiosidade para o próximo desafio: continuará no fio da navalha para segurar o seu lugar. Acabou, e bem, a Capitão.

Dupla de médios - Simão o habitual, pareceu-me ainda mais intenso na disputa de bola, tendo um papel fundamental do ponto de vista defensivo quando o companheiro de setor foi expulso. Correu, tapou buracos, e ainda foi tendo tempo para organizar o que pôde. Idris eficaz na função principal, enorme intensidade na zona central e a conseguir alguns desarmes importantes, dando a possibilidade à Equipa de poder contra atacar. A expulsão pareceu pré-concebida, falaremos disso mais à frente.

Rochinha - a par de Helton o nosso melhor jogador. Meio golo é dele (o outro é do autor do passe, a meias com Falcone), teve algumas investidas perto da área adversária: umas vezes criando perigo, outras travado em falta. Melhorou imenso no aspeto defensivo, mais concentrado e disponível para tapar o espaço central, quando a bola no lado oposto, assim como a ajudar o lateral com a bola no seu lado. Muito positivo.

Falcone - de novo: muito esforço, alguma utilidade dada a sua apetência nos duelos aéreos, mas pouco mais. Ajudou a acabar com a malapata dos penaltys.


Relativamente ao árbitro, surreal a sua atuação e, sobretudo, a sua notória intenção em nos prejudicar. Começou cedo a dar sinais, mais precisamente aos 6 minutos: o amarelo ao Carraça é despropositado, não só pela falta mas também pela fase inicial do desafio. O descontrolo (de todos os intervenientes, arrisco a dizer) começou aí. Não seria grave se mantivesse o critério, algo que não aconteceu. Foram mais vinte faltas na primeira parte, nenhuma mereceu outra admoestação. Estaria concerteza à espera do mais pequeno deslize do nosso lateral. A outra falta que, segundo Ruím Costa, mereceu ação disciplinar foi a do nosso Capitão. Segundo a sua sinalética, pela sequência de faltas: foi a sua terceira, tantas quantas a de Vitor Bruno, por exemplo, que conseguiu passar impune ao rasteirar um adversário a um metro da pequena área. Isso mesmo, leram bem.

Não sabemos o que Idris disse ao árbitro, claro, sendo provável que lhe tenha dirigido algum insulto, apesar de ser difícil de acreditar que tenha sido o primeiro a fazê-lo. A forma como o fez, convenhamos, foi extremamente cuidada: não esbracejou, como vimos alguns jogadores do Feirense a fazer; não o fez a centímetros do árbitro, como tantas vezes vemos; não atirou com a raiva na bola, como vimos Vitor Bruno fazer junto à lateral; nem sequer vimos nenhum jogador do Boavista a pedir cartão (algo punível) como fez Crivellaro, esse sim, a menos de um metro do aparelho auditivo do árbitro.

A reação de Idris ao abandonar o relvado pode e deve ser criticada. Mas vamos pedir calma e tranquilidade (mais ainda que a que ele teve) perante tamanha injustiça? Vamos pedir gelo num ambiente tão fervoroso? Já sei que falarei contra a vontade de alguns de nós, mas num momento em que toda a comunicação social e a própria Liga (assim se espera) vai caír em cima do nosso Capitão, rebaixando-o para níveis inaceitáveis quando comparado com outros casos idênticos, não deveremos ser nós a saír em defesa de quem tão bem nos representa e defende? Julgo que sim. Aliás, penso que quando esfriarem um pouco mais as cabeças, a união em prol do grupo, em particular do Idris, deverá ser uma realidade. A reprovável reação a quente foi, afinal, resultado de uma surreal sequência de acontecimentos. E todos sabemos: com a Pantera não se brinca, muito menos se goza.

Mais duas situações que provam o pré-concebido roubo descarado. A falta sobre Rochinha, mantendo o critério que o árbitro teve nas 40 faltas assinaladas (!), tem que ser marcada. Nem será preciso falarmos em VAR, nada disso. Até aí, foram 32 faltas marcadas e façam este exercício curioso: comparem a falta que resulta no amarelo ao Idris com a falta do defesa do Feirense sobre o Rochinha que acaba por resultar no golo do empate. Pois... inacreditável.
A outra situação verdadeiramente surreal, é o amarelo guardado no bolso dos calções, depois de o ter tirado do bolso da camisola (onde eles estão!) para mostrar pela segunda vez a Crivellaro. Não há palavras, não há vergonha na cara.
Também nos bancos o critério foi ridículo. Duas expulsões do nosso lado, quando do outro foram várias as vezes em que os assentos ficaram vazios por vários minutos. Houve até, do banco, quem reagisse contra os nossos adeptos, algo que eu não perdoou a um profissional. Tudo nas barbas do árbitro assistente e do quarto árbitro. Uma expulsão do lado do Feirense sim, do responsável pelos equipamentos, ao ajoelhar-se no relvado depois do golo. Cheiro intenso a uma pretensa compensação...



Não nos vão derrotar. Juntos, somos e seremos mais fortes que aquilo que pensam. Como eles se lembrarão, se assim o quiserem.


Força Boavista!

sábado, 25 de agosto de 2018

Vamos a Eles: Feirense




- do jogo com o estarola vermelho, uma série de fatores a convergirem para uma derrota que custou a digerir. Insosso, frio, um jogo e um jogar que souberam a pouco.  Já sabemos como tendem a ser estes desafios contra equipas com orçamentos tão díspares do nosso, mas custa em particular quando parecemos um pouco desligados do jogo, quando oferecemos a vantagem ao adversário, quando não temos argumentos para esboçar uma reação (ou quando o estávamos a conseguir, sofremos o segundo). Não resultou a estratégia, os erros individuais precipitaram o desfecho.

- sábado deu para confirmar alguns receios a respeito da defesa, principalmente dos centrais. Menos bola aérea e a maior circulação do adversário complicaram as ações, mas foi novamente na saída de jogo que revelaram maiores dificuldades. Foram dois golos e mais alguns erros que, a este nível, geralmente significam derrota. Veremos como vão evoluir, mas é bom que o façam o quanto antes.

- amanhã jogaremos com um dos líderes, o único sem golos sofridos. Mesmo sendo numa fase inicial, acho que devemos desde já catalogar estes jogos como 'finais', a relembrar a época do Regresso. Três próximos desafios com concorrentes diretos, seria um passo de gigante fazermos 7/9 pontos. Um primeiro passo para aquele que julgo ser o objetivo mais cobiçado por todos nós: um upgrade ao objetivo 'manutenção' o quanto antes.

- Dos quatro desafios que realizamos esta temporada, será o que maiores dúvidas surgirão a respeito do onze.
Na defesa, Helton e Talocha deverão manter os lugares, Carraça e um dos centrais poderão não ter a mesma sorte. Curiosidade para perceber se Edu tem condições para ganhar a lateral, assim como Sparagna se será alternativa para o eixo da defesa.
No meio campo, julgo que a dupla Idris/Simão será para manter, assim como Espinho a médio mais ofensivo (julgo pouco provável a entrada de Rafael Costa para o seu lugar).
Na frente, as maiores dúvidas. Falcone (fo**-se, um 'matador' tinha dado aquela machadada logo nos primeiros minutos...), apesar do esforço e utilidade, é provável que ceda o lugar a Rafa Lopes, desde que fisicamente já apto para a titularidade. Nas alas, Rochinha, Mateus, Claro e mesmo Rafael Costa para dois lugares. Rochinha e Claro na frente? Falcone e Mateus como suplentes?

Importante é manter e melhorar a ideia de jogo que Jorge Simão pretende para a Equipa. Veremos se conseguimos evoluir um pouco mais, como até aqui. Devagar, mas pacientemente e de forma consistente, estou confiante que vamos conseguir.


Uma certeza: apoio não faltará. Todos juntos, nos melhores mas principalmente nos momentos mais difíceis, lá estaremos em peso, desta vez a ajudar no #assaltoaoCastelo.


Bitaites para o onze: Falcone ou Rafa? Rochinha em que posição? Opinem de vossa justiça.
Até amanhã.

Força Boavista!

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Efeméride


Faz hoje 39 anos que a Supertaça teve a sua primeira edição, corria a época 1978/79.

Deixo-vos uma imagem, que vale mais que mil palavras; e umas palavras, que valem concerteza mais que mil imagens.

Onze inicial do Boavista, final da Supertaça 78/79

Depoimento de Albertino Pereira, ex-jogador do Boavista, à época nos andrades:

«O Boavista venceu-nos nas Antas, mas a taça foi entregue pelo “correio”… O capitão deles teria de ir lá acima à tribuna receber o troféu, mas os sócios do FC Porto zangados com o resultado acabaram por bloquear a passagem e aquilo só se resolveu entregando-o mais tarde. Não foi bonito, mas eram tempos em que a rivalidade fervia mais…». Esses telhados... faz lembrar a história da centralização, a Nacional vs Regional.


Parabéns a nós. Força Boavista!

Pantera Escondida #3 - Roland Linz




Eu avisei que era fácil: Roland Linz, o avançado austríaco que passou pelo nosso Clube de 2006 a 2008, oriundo do Sturm Graz, marcando 11 golos em 33 jogos. Transferiu-se para o Braga ainda decorria a época 07/08, passando depois por Suiça, Turquia, Áustria e Tailândia, antes de acabar a carreira em Portugal ao serviço do Belenenses em 2014.

A foto é a do jogo contra o estarola vermelho, curiosamente também à 2ª jornada do Campeonato 06/07, no Bessa. Vencemos por 3-0, dois golos do austríaco e um do polaco Kazmierczak (aquela chapelada ao Quim...). Foi um início de época bastante atribulado graças ao episódio 'Judas', com origem no nosso vizinho do lado, como se lembrarão. O treinador de então (por pouco tempo o seria, substituído por Pacheco) era Petrovic, e do nosso plantel faziam parte dois Campeões, William e Mário Silva (ainda hoje tenho dúvidas se podemos chamar Campeão a Khadim...). Zé Manel, Tiago, Grzelak e Lucas também integravam o plantel. E, claro, Fary.
Do outro lado, jogavam Nélson (o defesa direito que passou por cá), Nuno Gomes e o nosso Petit. Os dois últimos acabaram expulsos (acabaram o desafio com 8 jogadores...).
Acabamos em 10º, num campeonato com 16 equipas.

Fiquem com o resumo do jogo, vale a pena rever:



Parabéns ao Francisco Magalhães, o primeiro a acertar no nome do austríaco.

Força Boavista!

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Pantera Escondida #3




Fácil, fácil, só mesmo um pretexto para se recordar bons tempos.

Quem é o jogador? Aceitam-se apostas, o primeiro a adivinhar vence. Batota não vale.






terça-feira, 14 de agosto de 2018

Plantel






Vamos aos bitaites sobre o desafio de Portimão, aproveitando para fazer um panorama geral do plantel para esta nova época.

Baliza - nota prévia: de todos que saíram, é na baliza que se adivinhavam maiores dificuldades para colmatar a perda de Vagner. O motivo é simples: o brasileiro tem qualidade para outro patamar que não o nosso atual, sendo quase impossível conseguirmos alguém do seu nível.

Sinceramente, esperava ver Bracalli a titular depois dos jogos na Madeira e o de apresentação. Hélton não esteve mal nesses jogos, é certo, mas demonstrou pouca confiança, dificuldade a jogar com os pés, um estilo pouco ortodoxo. Talvez aspetos naturais para quem se estreia em ligas europeias aos 27 anos.
Em Portimão, justificou a aposta de Jorge Simão nele. Interagiu com os defesas, foi prático a jogar com os pés, seguro nas poucas vezes que foi solicitado, no jogo aéreo esteve muito bem. Veremos os próximos jogos mas, para já, e contando que temos um jogador tão experiente como Bracalli no banco, não há motivos para alarme. Assis será o terceiro guarda redes.

Defesa - talvez o setor com menor número de opções e onde poderemos ter mais dificuldades para acertarmos as agulhas. Perdemos os dois centrais com mais minutos, dispensamos outro, assim como dois laterais não-titulares. Reforçamo-nos com duas incógnitas (a fazerem a estreia na Europa) e acrescentamos Samú às opções. Conclusão: arriscado.

Ponto forte da dupla que apresentamos em Portimão: jogo aéreo, quer dentro de área quer a limpar lançamentos longos. Denotaram alguma insegurança (sobretudo na fase inicial, natural sendo uma estreia absoluta) e problemas no posicionamento, principalmente no contra ataque do adversário.
Ao contrário da maioria (e das estatísticas) gostei muito mais do Neris do que Raphael Silva. Contando com a obrigatória evolução, poderemos ter aqui um bom central. Problemas de ambos na saída de bola e, sabendo que tal é importante na ideia de jogo de Jorge Simão, será um aspeto em que ambos terão que crescer bastante.
Talocha ao nível que nos habitou: certinho a defender, ainda a dar uma perninha no corredor central, uma ou outra boa incursão pela lateral esquerda. Muitas dúvidas, muitas mesmo, sobre a aptidão de Samú como lateral esquerdo. Do lado oposto, apesar de ter cumprido bem a sua missão, voltei a não gostar muito da prestação do Carraça. 'Voltei', porque já não tinha ficado agradado com a exibição na Madeira. Acho que pode fazer melhor, desde que consiga dar continuidade à sua evolução nesta sua nova posição. Veremos se Edu tem condição física para concorrer pelo lugar.
Esperemos que nada corra mal, mas uma ida ao mercado para fortalecer uma das laterais (sobretudo a esquerda)  não me parece de todo descabida.

Meio Campo - os três titulares da época passada continuam por cá, substituímos as opções.

Má entrada do Capitão no desafio de ontem, corrigiu na segunda parte, acabando em bom plano e fundamental nos três pontos. Foi o Idris que conhecemos: eficaz no desarme, a reagir forte e rápido à perda, conseguindo impedir, por si só, uma mão cheia de contra ataques do adversário. Com bola é dono e senhor de todos os problemas deste mundo, mas também aí tem simplificado o seu jogo, o que só ajuda. Do pouco que vimos de Obiora (em princípio, o jogador que foi contratado para concorrer com Idris), descansem os haters mais ansiosos: ou melhora, ou mostra muito mais que nos poucos minutos ante o Getafe, ou então esqueçam. Teremos Idris e, não esqueçamos, Sparagna, que também poderá fazer a posição.
Do outro elemento do meio campo, eu vejo-o como um reforço, sobretudo porque quase que o tinha dado como perdido. David Simão é classe pura. Organiza, acalma, distribui, inventa espaços e ainda coloca toda aquela intensidade na luta pela bola. Foi assim ontem. Pensa e executa o que outros não vêem.
Espinho com maior disponibilidade, também com uma atuação positiva, como habitual. Pela amostra, ganhamos uma boa opção para o meio campo com o Rafael Costa. Parece-me ser no miolo, mormente na posição do Fábio, que poderemos tirar o máximo dele, mais até que numa ala. O passe para o segundo golo é soberbo.
Tenho dúvidas relativamente a Gabriel. Jovem com valor, sem dúvida, capacidade de passe longo muito boa, forte e tecnicamente bom, mas passar de uma equipa b para a Primeira Liga poderá não ser fácil. Esperemos pelas próximas aparições, mas comparando com Gorrins e Maks, ainda ficamos a ganhar, isso é certo.

Ataque - a vantagem de ter Rui Pedro e Ruiz uma época inteira é que dificilmente ficaríamos pior. Preocupante a saída daquele que para mim era o elemento mais regular do ataque, Renato, assim como a possivel lesão grave de Yusupha. Ganhamos outras opções válidas, aguardemos uns dias para percebermos se há ou não intenção (e possibilidade...) de fortalecer o ataque. Quanto a mim, seria o ideal mais uma opção para uma das alas.

Falcone é um Bryan Ruiz com mais dez anos de experiência em cima. Melhor, ok, bem melhor, mas igualmente curto. Parece-me muito pouco provável que alguns de nós possam emborcar um gole que seja à pala do argentino. Sabe jogar de costas para a baliza, usar o físico, ontem foi particularmente útil em segurar a bola e permitir que a equipa suba no terreno, mas dificilmente será o homem golo que precisamos. Julgo que como opção vinda do banco poderá ser bem mais útil, sendo provável que, mais tarde ou mais cedo, possa perder o lugar para Rafa Lopes, jogador tecnicamente mais evoluído e mais de encontro ao que Jorge Simão pretende para o eixo do ataque. Talvez. Veremos isso mais tarde. E ainda há o Yusu.
Mateus é, e foi ontem de novo, o Mateus que conhecemos: pode nem estar inspirado, mas mantém aquela intensidade e responsabilidade na hora de defender. Tenho opinião idêntica à de Falcone neste aspeto: poderá ser muito mais útil vindo do banco e conseguindo mexer com o jogo.
Rochinha também com uma boa exibição em Portimão. No último terço consegue desequilibrar graças ao poder de drible, no contra ataque é peixe na água, nem tanto nos momentos de ataque organizado (denota dificuldades na capacidade de decisão), e nos momentos sem bola, responsável por fechar a sua lateral (algo que o Renato fazia de forma exemplar) daí não ser fácil adaptar-se a 100% a uma posição específica. Já foi médio, ala, extremo e até ponta de lança; será por ali no ataque o seu lugar, caso consiga manter a titularidade, algo que não será fácil.
André Claro surpreendeu-me pela negativa nos dois primeiros desafios, confesso. Entrou bem ontem, mostrou bons pormenores, velocidade e selou a vitória com um excelente golo. Admito que estou curioso para perceber o real valor do André.
Relativamente e Matheus Índio e Yusupha, é esperar para ver. Como disse acima, acho que seria importante mais uma opção para o ataque.


Fundamental, e aí estou 200% confiante, mantermos aquelas garras que mostramos ontem nas bancadas. Apoiar a Equipa sempre, sermos um só como temos sido, perdermos, ganharmos e sofrermos todos juntos, a lutar por um objetivo: crescermos.


Força Boavista!

Nova Época

 
Pistoleiro a abrir, Rogério e bis de Duda, lembram-se? Isso mesmo, corria o Ano Sagrado de Todos Nós, altura da última vitória fora na abertura da Primeira Liga. Há 18 anos. Bom presságio.

Atualmente, nem seria preciso relembrar: foi a primeira vitória como visitante em 2018, sendo que a última foi em Paços de Ferreira, corria a jornada 15 da época passada. 35 semanas, quase uma gravidez inteirinha.




Antes de algumas notas sobre o desafio, uma breve análise ao plantel.

Naturalmente, alguma desconfiança no que toca à sua formação e aos reforços (em parte pela dificuldade que ainda temos em ter argumentos financeiros), sendo fácil perceber porquê, bastará olharmos para as últimas três temporadas: entradas tremidas, equipas inconsistentes, treinadores pela borda fora ao fim de algumas jornadas, soar do alarme e consequente ida em pânico ao mercado. Temos tudo para ser diferente este ano.

Começamos bem, com algo que não estávamos habituados e como que a denotar esse pretendido crescimento sustentado: renovações com alguns jogadores importantes da Equipa: Talocha, Edu Machado, Carraça, Idris, Fábio Espinho e Mateus. A par disso, as dispensas: além das 'obrigatórias' (Clarkes, Gorrins e afins), tivemos Mesquita, Aidi, Henrique, Robson, Mak, Tahar, Kuca, Bulos e os inúteis emprestados. Ou seja, ficaram os mais utilizados, saíram os chamados melões estragados e mais alguns que, por um motivo ou outro, ou não contavam para Jorge Simão ou a relação custo/rendimento não seria o pretendido. Junte-se a saída de Vagner e as vendas de Rossi e Renato.

Bracalli e Helton / Neris e Raphael / Rafael Costa e Obiora / Claro, Índio, Rafa Lopes e Falcone. Acrescentemos os três jovens que já nos pertenciam e fazem parte do plantel: Gonçalo, Samú e Gabriel.

Salta à vista o decréscimo no número de melões, ou seja, jogadores de outros campeonatos/realidades, e que nunca se percebeu muito bem o que se viu neles, muito menos quem o conseguiu fazer. Também se sente algo bem diferente: houve vontade em garantir ao treinador jogadores que encaixem minimamente no perfil pretendido. O fortalecimento da Equipa não foi perfeito, mas, parece-me, houve essa preocupação. Convém não esquecer das dificuldades acrescidas que nos assolam (equipa com menor orçamento da Liga)

Resultado: o 'onze' base manteve alguma consistência e regularidade, pode (e deve!) crescer daqui em diante. Uma olhada para o banco de suplentes já não é motivo para depressão: não estamos uma maravilha, mas é um facto que estamos um pouco melhores, com mais e melhores opções para serem lançadas durante os desafios.

Em suma, numa temporada que se prevê de grande dificuldade (a luta pela manutenção é mais complicada, pois descem três; clubes com os nossos objetivos bem orientados e com bons reforços), conseguimos manter algumas coisas boas que tínhamos e tentamos colmatar as saídas de uma forma mais ou menos segura. Ainda assim, uma ida ao mercado não é de todo descabida: ajustes na defesa (nas laterais, por exemplo, como veremos mais à frente) e um ou outro trunfo para o ataque/alas. Veremos o que nos aguarda, sendo que fundamental será, claro, manter estes até ao final do mercado.


Relativamente ao desafio em Portimão: dificilmente teríamos uma melhor entrada no campeonato. É certo que tivemos um pouco de sorte em alguns momentos do jogo, mas fizemos muito por a merecer. Desde logo, é notória a organização da Equipa, em particular no momento com bola. Capacidade para a circular, com paciência se fôr o caso, saída de jogo desde trás, Espinho e Simão a pautarem bem o jogo ofensivo, algumas combinações interessantes no último terço e, na maioria das vezes, a saírmos bem para o contra ataque. Sem bola, no momento de defender, tivemos mais dificuldades, mais ainda nas transições defensivas. Demasiados erros posicionais, equipa com problemas no momento da perda de bola, na maioria dos casos graças a um mau posicionamento do setor defensivo. Estruturalmente, Jorge Simão mantém a sua ideia de jogo: 442 sem bola, 433 (ou 4123) em posse.
Resumindo, viram-se coisas boas, outras muito boas e algumas que precisam de ser melhoradas rapidamente. Outras ainda que, com o tempo e o bom trabalho da equipa técnica, vão concerteza melhorar.
Nota muito positiva para a intensidade que a Equipa conseguiu colocar no seu jogo. Intensidade, concentração, comprometimento com aquilo que é exigido pelos Adeptos. Veremos nos próximos tempos, mas podemos estar descansados nesse aspeto. 

Destaque obrigatório para o habitual: enorme presença dos Adeptos em Portimão. Segunda feira à noite, a 600 km de casa, ter aquela moldura humana... não é mesmo para todos. Orgulho Axadrezado.

 

Análise individual no próximo artigo já que este vai um pouco longo.


Força Boavista!