terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Outro Caminho, Por Favor


"Jogo com o Braga será para nós uma possibilidade de avaliarmos o momento (não vamos falar de futuro), e encontrar as formas, observação e análise, depois o que podemos continuar a fazer - e já fizemos algumas coisas - e quais as inflexões que temos de ter".
Foram as palavras mais marcantes de Jesualdo na antevisão ao desafio de ontem. E julgo ser pertinente basear a reflexão aí mesmo.

Uma abordagem ao jogo de algum risco tendo em conta os momentos das equipas, a permanência da identidade-base que se pretende (pretendia?), o mesmo sistema usado no último desafio em Paços. Responsabilização maior por parte dos jogadores, antes de tudo o resto, numa clara demonstração de avaliação ao próprio contexto. Afinal, de que somos capazes? Qual o caminho - em várias vertentes, digo eu - que as nossas caraterísticas nos obrigam a tomar?

Terá sido esta a mensagem para todos que a quisessem entender. Dentro, fora, à volta, ontem e hoje.

Curioso como, no Futebol, numa Equipa, independentemente do patamar, sendo os alicerces fracos, tudo ruí ao mínimo abalo. A enorme aleatoriedade do jogo, por vezes, faz crer o contrário, mas, regra geral, isto é como tem de ser e, sobretudo, é o resultado das nossas ações. "Nossas", de todos no Clube que tem alguma influência no rendimento da Equipa. 
Aos 25' o jogo estava resolvido com um 0-3 e, muito embora se consiga encontrar pontos positivos na reação em algums momentos e no fluxo ofensivo mostrado na segunda parte, pouco haverá a dizer sobre a justiça do resultado e, mais importante, sobre a consistência de ambos os conjuntos. Algo incomparável, parece-me claro.

Vamos então ao mais importante, afinal o principal objetivo depois do jogo: perceber qual o caminho e o porquê de este ter de ser diferente.
O que falta acima de tudo (e sim, mais que a propalada "atitude"): equilíbrio. Somos tremendamente instáveis (do ponto de vista anímico mas não só), falta-nos firmeza e consistência como Equipa, não temos harmonia nem capacidade de compensação dos pontos mais débeis. 
A confiança, como tantas vezes falamos, é negativa. O medo da consequência (que muitas vezes nos faz ser mais eficazes nas ações) praticamente nao existe. Terá algo relacionado com a... exigência? 

É óbvio que quando refiro "equilíbrio" não falo só da Equipa em campo, mas também do plantel em si. Mesmo tendo noção que este é, e bem, o ano zero, houve demasiado risco na preparação da época, e a enorme e errada presunção que tudo iria correr bem depois de mudarmos 90% do plantel, recheado de jovens, de promessas vindas de outros contextos, de jogadores que pouco ou nada conhecem da Liga e muito menos do Boavista. Que iriam, por obra e graça, se adaptar, se unir, se tornar numa verdadeira Equipa.

Perceber como temos de ser nesta hora difícil é fácil: de União e de trabalho. 
É necessário seguir o tal caminho, depois, claro, de o encontrar e o bem definir. Não chegará corrigir o que fôr preciso dentro do campo - e é-o muita coisa, no jogo e no treino - será também fulcral retificar os erros que se cometeram na formação do plantel. Que foram muitos, e nada fácil vai ser mexer no mercado de janeiro. Veremos a nossa pujança e como o faremos.
Nada fácil a União, também. Somos fortíssimos nesse aspeto, basta relembrar a portentosa recuperação nos tempos de Sánchez, por exemplo. União mais forte é difícil de encontrar. 
Mas o contexto atual nao ajuda: incentivamos mas não nos ouvem, queremos estar perto mas estamos longe, ambicionamos o calor do Bessa mas temos uma fria Fortaleza. 

Portanto, teremos que ser ainda mais fortes. Facto. Somos Boavista e temos a palavra.

Força Boavista!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

(Des)Informação

(Des)informação? 

Acho até triste tão má informação ou não-notícias sobre o nosso Clube ou sobre o universo não-estarola.
Mas vá, um pretexto para falarmos do central e relembrar aquilo que o Clube fez aquando da sua contratação. 

Acerca do rendimento do Chi, mantenho a opinião: tem estado, de facto, em bom plano, e a sua utilização (totalista, só não jogou vs Porto) é a prova da sua utilidade e importância na Equipa. No entanto, julgo que pode (e precisa!) evoluir em alguns aspetos do seu jogo, nomeadamente no defensivo. Muito apto na saída de jogo e forte no posicionamento, está a pagar um pouco a fatura de não ter um 'líder' da defesa ao seu lado, sendo quase que obrigado ele próprio a desempenhar essa função ou ter essa postura. A instabilidade e inexperiência de todo o setor defensivo não tem ajudado, é certo, e tem potenciado os seus erros, quanto a mim a precisarem de ser corrigidos e, como disse, colmatados pela tal evolução que necessita.

Relativamente à notícia e contrato: Chidozie, como foi dito pelo Clube e noticiado pela CS na altura, faz parte dos jogadores contratados por empréstimo, alguns com compra obrigatória, outros não, outros com cláusulas (estratégia do Clube, talvez relacionado com fair-play financeiro, por exemplo).
O nigeriano foi contratado por empréstimo com compra obrigatória por parte do Boavista, visto que o seu contrato com os da parte fraca da Cidade terminaria no final da época, podendo assinar livre por qualquer clube. Assim, renovou por um ano e o seu clube, no final da época,   será obrigatoriamente do Boavista mediante, claro, o pagamento da sua transferência (valor já estipulado, acordo feito). 

Em suma, a ser verdade o interesse de alguns clubes europeus, será com o Boavista a negociação e, óbvio, serão do Boavista os proveitos.

A única situação que poderia precipitar a sua compra já (e não no final da época), seria a intenção do Clube em vende-lo no mercado de janeiro, o que é altamente improvável e, olhando ao momento da Equipa, muito pouco aconselhável. 

Força Boavista!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Novo Caminho


Não alcançamos o objetivo principal nem fomos perfeitos, mas os sinais de melhorias, como seria de esperar, estiveram lá. Mais evidentes onde era mais preciso e expectável, no aspeto mental, mas não se ficou por aí. Mais mudanças no plano estratégico e essas sim, que tiveram tanto de surpreendentes como de eficazes.
Houve o mais importante: atitude e concentração, mais perto de sermos a Equipa que todos queremos.
Faltou segurar melhor a vantagem e fazer durar a Equipa mais que uma hora de jogo, algo comum com mais uns quantos jogos esta época. Algumas semanas depois, um ponto e uma exibição razoável.

Defensivamente sofremos um golo, algo que já não acontecia há quatro jornadas, mas a prestação defensiva foi diferente para melhor. Sofremos um mas não concedemos tantas oportunidades nem tanto espaço, estivemos mais e melhor resguardados cá atrás. Mais concentrados e assertivos. Houve confiança para, quando possível, manter a identidade, quer a cortar ou a tentar saír limpo.

Pelo rigor e concentração dos defesas (menos risco talvez, aqui ou ali, dos laterais) e pela maior exigência(!) defensiva (principalmente Elis e Yusu, a fecharem bem mais). 
Foi algo que acabou também por ajudar a 'nova' linha média. Muitas vezes defendemos com 5, aproximando os alas dos interiores e, com isso, aumentar a eficiência de Paulinho e Sauer no aspeto em que se poderiam sentir menos confortáveis. A juntar a isso, a natural melhor saída (mesmo que mais vertical)/capacidade de combinar destes dois e a sua boa capacidade de reação à perda, fez com que a Equipa tenha se mostrado mais 'solta' com esta mudança. 

Outra alteração mais profunda mudança de posição de Angel para o corredor central, eixo do ataque no momento sem bola (só condicionando saídas pelos centrais) e para organizador e movimentação mais livre nos momentos de ataque, quase como fazendo triângulo com Paulinho e Sauer. Ora a combinar, ora a transportar ou a tentar passes de desbloqueio, está lá para todos esses momentos. E convenhamos, encontrando a dinâmica certa é uma enormíssima mais valia. Promete e julgo que, se não fôr ali (até pela parte estratégica específica de cada jogo), vai andar perto. Elis e Yusu  com maiores dificuldades, claro, dadas as funções diferentes, mais para virem buscar jogo, mas com tremendo perigo quando conseguimos proporcionar-lhes profundidade. A capacidade de combinar com os laterais não foi a melhor, mas promete a 'ideia' quando conseguirmos explorar de forma mais coletiva e olhando às caraterísticas dos nossos homens de corredor.

Foi pena não aguentarmos mais uns minutos, numa altura em que até estávamos a controlar a investida do adversário. Tentamos diminuir o [esperado] decréscimo físico, em parte conseguimos (mantivemos segurança e intensidade), por outra nem de perto: tivemos bem mais dificuldades em esticar e segurar jogo e, pior, mais erráticos no centro do terreno (já sem Paulinho nem Sauer). Daí compreensível a estratégia final de tentar segurar os pontos, quer a recuar linhas quer a baixar Javi, mais protegendo também a nova dupla de centrais. 

Resumindo, bem positivo. Não fomos inferiores, tivemos mais perto de ganhar e, sobretudo, fizemos mais por isso, contra um adversário "em forma" e motivado. Os próximos tempos vão ser tudo menos fáceis, mas as sinais são tão positivos... e confiáveis. 
E, melhor, é sentir que estamos unidos e com a Equipa. 

Força Boavista!

domingo, 20 de dezembro de 2020

Vamos a Eles: Paços


VAMOS A ELES: PAÇOS

Essa expectativa? Nos píncaros, imagino. Primeira semana de Jesualdo, dias para limpar a cabeça e irmos percebendo melhor qual o tal o caminho traçado para o novo projeto. Semana de acalmia, alguns esclarecimentos, de uma comunicação de um só e forte sentido, e uma conferência 'à professor' a finalizar.

Renovada mentalidade e jogo 1 na caminhada. E acredito que a grande prioridade - ou aquilo que mais esperamos ver de diferente - resida mesmo aí: na mudança de mentalidade, a postura da equipa, a intensidade e atitude, a confiança. 

Já há onzes e, confesso, algo surpreendente. Por isto: ausências de Show, Seba e Santos, o que equivale por dizer que será um meio campo... diferente. Provável Javi a '6', Paulinho e Sauer ou Paulinho e Angel, veremos os ajustes que Jesualdo impõe à Equipa. Defesa idêntica, Leo, Christian e Hamache mantém lugares.

Vamos Boavista! Juntos e todos a acreditar. Tudo [re-]começa aqui (e como tenho fé que será marcante...).

Força Boavista!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Notícias "Lille" e Nós


Tentando perceber um pouco as possíveis implicações da venda do Lille no projeto Boavista.

Dois dias depois da notícia, a imprensa portuguesa e internacional são unânimes em afirmar que em nada afetará o Boavista.
Se para nós por cá foi um sinal de alerta, na Bélgica (dada a maior proximidade Mouscron-Lille e maior interesse da Imprensa) a situação poderia ser bem mais preocupante. 
O primeiro ponto é que quem nos detém é o grupo Gerard (através de fundos) e não o Lille, daí que todos os projetos são autónomos e separados financeiramente, sendo que do ponto de vista contabilístico nada dependentes de outros clubes ou projetos.
Em segundo, os empréstimos do clube francês e o possível trabalho em conjunto. Os jogadores têm contrato e, em princípio, estarão até final da época a não ser, claro, que haja compensação (algo comum com empréstimos não só do Lille). Pós final da época aí sim, a proximidade com o clube francês poderá diminuir no que toca a troca de jogadores, é natural que assim seja. 
Em relação às implicações com a realização de mais valias conjuntas (como a percentagem no passe de Gomes) aí só a direção poderá esclarecer mas à primeira vista e estando no contrato...

Em suma, situação normal (ou sendo algo atípica, desconhecemos o contexto "Lille" e futebol francês) no mundo do Futebol-negócio e nada relacionado com o Boavista. 
Agora importante é perceber o comprometimento do grupo (ou do Gérard) com o nosso projeto e se a sua estrutura disponibilizada ao nosso Clube poderá ou não ser alterada. Tudo indica que não. 

Desde logo uma vantagem: os jornalistas já não se referirão a nós como Lille 'b' nem que o "Lille comprou o Boavista", como algumas vezes os ouvimos e erradamente num passado recente.


Força Boavista! Três dias para Paços 🤜🏻🤛🏻

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Vamos a Isso!


Oficial, a trabalhar (com "esforço e intensidade") e a quatro dias do importante jogo em Paços (e mostrar a Pepa que há males que vem por bem), importante agora é aquilo em que somos especialistas: a União. Porque o momento e a paixão pelo Clube assim o exige. 

Algumas notas sobre o momento.
◾ Bom constatar que grande parte do Universo Axadrezado está com esta opção e este rumo para o nosso Clube. Disposto a compreender e a dar tempo. Seria ótimo que estivessemos todos, mas há que respeitar o não-apoio (desde que não se prejudique o desempenho, claro). Os resultados e o fruto do trabalho ditarão o futuro. 

◾ Ainda relativamente ao último jogo: valente merda, claro. Basicamente, mais do mesmo: sem chama e com os problemas que temos mostrado. Em Vizela fomos controlados e tremendamente inferiores, o adversário teve imensas chances para nos aniquilar, passamos.
No Estoril, voltamos a ser inferiores a uma equipa de segunda liga, o azar alheio é que foi outro e consequentemente o desfecho também.
Marcante mesmo foram não só as palavras do Bracalli como o discurso de Daniel Rosendo, no mesmo sentido. Uma confirmação, mas de quem está mais perto ainda do grupo. "Só há um caminho e terá que ser um caminho diferente. Obrigatório aumentar a exigência". Que mais ou que dizer depois disto? 
Já agora um olho na Equipa sub23 (e na postura e evolução) e o que têm vindo a fazer de há três semanas a esta parte. 

◾ Discurso direto, realista e esclarecedor acerca do momento, perspetivas e projeto,  abordou-se o passado sem tabus, como tinha de ser. 
Se começarmos tão bem no campo são 3 pontos em Paços, mas mais unidos estaremos de certeza. "O projeto é aliciante e o desafio é de todos nós." E é mesmo, ninguém duvide. Agora é mudar as coisas no campo. 
É esperar e discutir o 433 de Jesualdo, mandar bitaites sobre a posição do Angel ou a titularidade do Show e Apoiar. Mas apoiar a sério, a humildade e a Paixão pelo Clube está, mesmo, acima de tudo. 

Preocupantes as notícias acerca do Lille e de López, se bem que, numa primeira análise e segundo notícias por cá e Bélgica, problemas que nada interferem com o processo Boavista. Quanto muito em causa a credibilidade de Gérard López, ainda assim sob contornos e contexto que desconhecemos. Veremos se se justificarão esclarecimentos da direção ou se o caso se resolve por si. 


Força Boavista!

sábado, 12 de dezembro de 2020

Vamos a Eles: Estoril


VAMOS A ELES: ESTORIL

Que osso que temos pela frente. Equipa de qualidade, grandes candidatos à subida a ainda para mais atravessam um bom momento de forma.

Relativamente à nossa Equipa, simples: passar à próxima eliminatória e mostrar atitude. Pode parecer repetitivo isto de tanto apelar à atitude, intensidade, concentração, mas é muito daquilo que tem faltado em alguns momentos importantes e, acrescento, será uma das grandes curiosidades para hoje.
Estou convicto que vai haver um grande upgrade na parte motivacional do grupo. Mentalmente espero uma equipa forte, a dar tudo, a querer 'mostrar serviço' (frase batida mas até julgo fazer algum sentido neste momento).

Semana atípica na preparação (demoramos na apresentação do novo treinador, pelos motivos conhecidos), Couto e Rosendo serão os homens do leme (e esperemos que se continue a melhorar o aspeto da comunicação - hoje mais um bom sinal) e talvez não seja de esperar muitas alterações no onze. 
Leo (Taça... será Bracalli? fazia algum sentido)
Hamache Cannon Chi Christian
Javi Show (Seba? no lugar de um destes dois? Já a... 6? 🙂) Angel (dúvida do costume, '10' ou ala, apostaria a médio)
Paulinho Elis Sauer

Grande ponto de interrogação para hoje, essa é que é essa. Dependemos (mais ainda) dos jogadores, mesmo com total confiança na equipa técnica que os liderará.

#sonhodaSexta  (sim, sim, por muito que custe, CINCO já cá cantam)

Força Boavista!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Pelo Boavista, Nosso Grande Amor

Curioso perceber que, mesmo ainda sem confirmação oficial da chegada de Jesualdo, a esmagadora maioria dos Adeptos concorda com a decisão. Surpresa para alguns, nem tanto para outros. A maioria está com o Clube, quer o melhor para o Boavista, é capaz de esperar (e perceber, acrescente-se) pela postura, dedicação e até compensação pelas ações passadas. Mesmo ninguém esquecendo e tendo todos nós o máximo orgulho em se afirmar Boavisteiro. Máximo. 

Porquê? Simples: porque o bem do Boavista está, não duvidem, acima de tudo e todos. A nossa guerra é e será contra os nossos inimigos.

Somos bons, somos Boavista e somos muitos. Todos, sem exceção, apoiamos o nosso Grande Amor.

Força Boavista! Vamos ao trabalho, Mister! Pelo BOAVISTA!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Jesualdo


Tudo indica que será Jesualdo Ferreira o novo treinador do Boavista.

Desportivamente, seria difícil escolha mais acertada neste momento. É sempre complicado, a meio da época e com a maior parte dos treinadores com 'trabalho', escolher alguém que, no nosso caso, teria que ter caraterísticas muito específicas. Jesualdo cumpre a maioria delas. Experiente, conhecedor do nosso futebol, discurso lúcido, forte liderança, aptidão para trabalhar com jovens, imenso conhecimento do jogo. Filosofia, modelo e ideias condizentes com aquilo que se pretende: futebol positivo (mas 'consciente', atenção!) e propício a valorizar os atletas.

Jesualdo é, mera opinião pessoal, um dos melhores treinadores portugueses.

Claro, há o outro lado. Boavisteiro não esquece, todos sabemos. Mas será que perdoa?

Julgo que Jesualdo tinha uma dívida para connosco. Mesmo para aqueles (poucos) que, há 15 anos atrás, acharam compreensível a decisão. Jamais perdoaremos o clube que provocou tal, mas relativamente ao treinador... só o futuro o dirá e será importante percebermos o que dirá o próprio, mas julgo que devemos dar hipótese de se redimir. Opinião polémica, consciência disso...

Confirmando-se a notícia, espero que todos nós estejamos à altura, para bem do Clube. Esse sim, acima de tudo e todos.


Força Boavista!

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Adeus, Vasco


É claro que o tempo de VS no Boavista chegou ao fim. Fazendo fé nas informações e sinais que vão chegando a todos nós, a vontade dos responsáveis continuarem a contar com o treinador parece nula, e já há algum tempo. Entrave à saída será a obrigatória 'marcha-atrás', provavelmente tão complicada quanto a dimensão da aposta que nele foi feita. "Vasco fará grande o Boavista", longe de se imaginar que se tornaria num problema grande para a direção. 

Nunca por aqui se escondeu a admiração pelo seu trabalho e como se acreditava nas suas capacidades, mesmo antes daquela expetativa extra provocada pela grande exibição na primeira aparição da época, vs Tondela. Continuo com a convicção que será um treinador que irá vingar e chegará, naturalmente, a um patamar alto. Mas não agora nem por cá.

Começando pelo início. 

◾ Acrescentaria os primeiros desafios da época àquele jogo de apresentação. Falhamos defensivamente, não ganhamos, mas os sinais foram ótimos. Repito: ótimos, partindo do princípio que os problemas que evidenciamos eram corrigíveis e naturais dado o nosso contexto tão específico. O entrosamento e adaptação dos novos, a consistência coletiva iriam melhorar com o tempo. Em alguns casos, perdemos pontos preciosos por erros individuais, alguns até alheios à Equipa, e com alguma injustiça pelo meio. Como seria se... fosse diferente essa linha por vezes tão tênue entre sucesso ou insucesso? Pedia-se, e bem, tempo. 

◾ Facto: não se evoluiu o esperado. À exceção da única vitória (e exibição), nos jogos seguintes regredimos. E bastante. Claro que as melhorias defensivas traduzidas em números foram evidentes e tiveram relação direta com essa... regressão. Não sofremos golos há quatro desafios e não é por acaso. Vasco tentou, e bem, mudar o paradigma, a abordagem. Mas o custo foi duro e o tempo - tão necessário - não parou, ao contrário da fluidez ofensiva. Pior, em alguns casos: a motivação, a intensidade, a criatividade, até o rendimento invididual pareceram estar... feridas. Junte-se a inexplicável aparente má condição física da Equipa.

◾ A frieza dos números: nove jogos, uma vitória e três derrotas, perto da linha de água. Terceira pior defesa e, como dito, um ataque que só prometeu. Junte-se derrotas com rivais, com custo elevado. Curiosamente, com estes mesmos adversários (trocando Nacional e Farense pelos despromovidos) tínhamos os mesmos pontos na época passada. Se calhar, será mesmo pouco relevante. Talvez.

◾ Discordo da ideia que o plantel não estaria com o treinador. Falhamos na atitude exigida em alguns jogos, sim, mas isso não significa por si só revolta do grupo. Ontem vimos uma Equipa comprometida. Facto. Caso houvesse intenção de 'cama', seria diferente. E não é um jogador saír contrariado que dá ideia do contrário. Oh se fosse...

◾ Culpado mais fácil mas não o único. O plantel é desequilibrado, algumas contratações falharam, outras demoram na adaptação, o risco de mudar 90% do plantel foi enorme. E disso o treinador não tem culpa, apesar de ter que lidar com essas condicionantes. Aconteça o que acontecer, mexer em janeiro será obrigatório, parece-me. A agravar a situação, a falta de controle da direção no que diz respeito à gestão das expetativas. O cenário não era favorável, mas podia-se e devia-se ter feito (ou dito) algo diferente. Quem paga? O do costume...

◾ Pelo contrário, o discurso. Vasco Seabra exagerou a prolongar o discurso que, numa fase inicial da época, fez todo o sentido. Devia, também, ter adaptado aquilo que queria transmitir. Foi, e bem, um dos principais pontos de crítica. Mesmo na leitura dos desafios e ao não assumir os defeitos e eventuais culpas. Mais realismo, talvez, mesmo que não fosse colher os frutos no imediato. E mensagens para o plantel, zero, quando até parecia necessário 'abanar' as hostes. Ficamos pelas atitudes (como no caso Juwara e a substituição aos 92'), mas foi curto.

◾ Dou enorme valor à exigência que nós, Adeptos, fazemos a quem nos representa. É e será, para mim, umas das nossas imagens de marca. Daí que a atitude, a 'mística', o sentimento Boavista em campo, e neste caso a falta desses atributos, seja um aspeto gravíssimo e que, obrigatoriamente, terá que pesar em qualquer análise. Faltamos nós no estádio e não sabemos como seriam as coisas, mas certamente seriam diferentes. Talvez já nem estivessemos a discutir uma chicotada.
Quem não conseguir lidar com esta pressão extra estará sempre com um pé mais perto da porta de saída. E o Vasco, talvez pela inexperiência, deu mostras disso mesmo. (sendo verdade que muitas vezes muitos de nós se precipitam, principalmente no tratamento aos treinadores. Quem não se lembra dos episódios com Pacheco e mesmo... Jorge Simão?)

Resumindo, demasiadas condicionantes, muitos problemas para serem resolvidos de forma célere e eficaz, algo que não foi conseguido. A piorar, dá ideia que o apoio da direção cedo se fez desaparer. Ou enfraqueceu, pelo menos, e isso para o grupo (e é natural que o tenha sentido), ainda para mais com pouco tempo de Boavista, não deve ter trazido nada de positivo.

Boa sorte para o futuro, menos contra nós. E venha o próximo, que tenha mais sorte e que saibamos dele tratar melhor.


Força Boavista!

domingo, 6 de dezembro de 2020

Salvou-se o Ponto e... Pouco Mais


Ansiotina, animaFort MULTI ou Naturmil Valeriana. Recomendo este último: por pouco mais de €4, duas pastilhas são o suficiente para, durante duas horitas, debelarmos eficazmente qualquer estado de ansiedade ou frustração. Extra: "efeito em 15 minutos" que nos permite ver o onze e até o aquecimento num estado de semi-consciência. Depois apagamos. 

Ou apaguem antes a tv, mais simples (mas não a liguem antes da Flash, cuidado com isso!).

Houve aspetos positivos, verdade. Comecemos por aí.
- Dizia antes do desafio que seria importante sentirmos atitude e compromisso, a tal intensidade que nos tem faltado. Houve e foi evidente, diria que o que nos agarrou ao jogo. Fomos guerreiros, desinspirados, é certo, mas quando foi preciso mostrar os dentes e as garras fizemo-lo. Corremos, nem sempre bem; lutamos, com as armas [descarregadas] que temos; tentamos ser audazes, longe de o conseguirmos. 
- Não foram três, mas um ponto num momento de grande instabilidade e num campo difícil para todos... soa a positivo. 
- Quarto jogo sem sofrer golos, depois de todos percebermos que residia aí o grande problema da Equipa. 
Chidozie, Show, Javi e Devenish em bom plano contribuíram bastante para esse facto. Cometemos menos erros, tanto individual como coletivamente.

E peguemos neste último facto positivo para abordar o que esteve mal. E um ponto prévio: é notório que não é esta a mentalidade, postura ou modelo que queremos para a Equipa ou sequer o treinador o deseja, julgo. Mas também me parece óbvio que o momento obrigou a mudar as agulhas, como muitos de nós pretendiam: primazia ao pragmatismo. Acrescento, ainda que temporário, espero. 
O custo disso está a revelar-se demasiado alto. Se por um lado ganhamos consistência defensiva, por outro perdemos imensa qualidade no momento com bola. Falta de criatividade e soluções, desmarcações, de meras combinações. Arriscamos menos e, na dúvida, optamos pelo passe mais seguro: o que não adianta a Equipa no terreno, o que não produz desequilíbrios. Constantemente. Com isso, claro, perdemos fulgor e preponderância ofensiva: são demasiados jogos sem construir uma jogada com princípio-meio-fim, mesmo que esse 'fim' não seja o desejado. Limitamo-nos às transições rápidas, na esmagadora maioria das vezes com decisões e timings erráticos por parte dos jogadores. De todos eles, mesmo do... Angel, exímio nesse aspeto nos primeiros desafios.

Em suma, acho que vivemos um breve momento de....bipolaridade. 
Por um lado, resultado positivo acompanhado, de novo, por uma má exibição no plano ofensivo, com uma postura contrária àquilo que todos queremos para a Equipa.
Por outro lado, a noção que estamos no bom camimho para resolver com sucesso o problema número um, o da falta de consistência defensiva.

Será agora a hora de voltarmos a 'afinar' a posse, a saída,  as aproximações com perigo à área adversária? De regressar às ideias-base do treinador? 

E será com... quem? Dá ideia que a equipa técnica, enquanto não somar vitórias, está por um fio e dependente de uma... derrota. Temo isso, ainda que compreenda que as coisas estão tremendamente difíceis.

Duas semanas para prepararmos Paços. E bem, porque a exigência nunca esteve tão alta: é ganhar, jogar bem e manter a atitude. Pelo meio, cumprir na Taça e no #sonhodaSexta.


Força Boavista!

Vamos a Eles: Rio Ave


À semelhança da semana passada, mas talvez ainda mais decisivo tendo em vista o futuro a curto prazo da Equipa. 
Nono jogo do campeonato à procura da segunda vitória, com o objetivo de deixarmos a linha de água e de, finalmente e a par do resultado, mostrarmos sinais de evolução. 

Sempre difícil jogo em Vila do Conde, onde não pontuamos desde 2016. O Rio Ave é das melhores equipas da Liga, com mais e melhores soluções que nós neste momento, mas também atravessam dificuldades nesta fase da época. E há que o tentar aproveitar: será fundamental mostrarmos aquilo que não temos mostrado, acima de tudo: intensidade e união.

Nota importante: temos mais opções no ataque, Yusu e Elis estão a postos, Paulinho esperemos que sim. A par disso, é esperar (torcer!) para que o regressado Rami continue a mostrar melhorias como no jogo frente ao Belenenses. Será importante solidificar a dupla de centrais e, mais ainda, dar sequência a estes três jogos sem sofrer golos e esperemos que permitido menos oportunidades ao adversário.

Dúvida maior no meio campo, basicamente 4 opções para 2 lugares, partindo do princípio que Angel ocupará a posição "10". Javi e Show? O espanhol só não foi titular quando não pôde (na única vitória...), portanto é provável que continue no onze. Gostei do Show no último desafio, acho que teríamos a ganhar se o angolano continuasse a mostrar subida de forma. Seba à espreita, talvez como opção mais válida e veremos Santos: como 3° homem do meio campo (derivando Angel para ala, como 2° - a par do trinco - acredito menos).
Na frente, dúvida acerca da disponibilidade de Paulinho. Caso não haja brasileiro, Elis e Sauer nas alas, Yusupha no eixo do ataque será a tripla mais provável. 

Veremos se vamos, realmente, ser mais pragmáticos apostando numa postura de jogo mais direto e contra ataque, onde o Rio Ave até poderá ter mais dificuldades, ou se, por outro lado, iremos tentar manter a identidade que se procura para a Equipa.

Importantíssimos os três pontos, a atitude e a união. 

Nós acreditamos e... "tenham noção do que é vestir essa camisola"

Força Boavista!

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

A Zeros e... Abaixo de Zero


A ZEROS E... ABAIXO DE ZERO. 

Pior que o resultado, novamente, a prestação da Equipa. Em raros momentos fomos muito superiores no jogo (excetuando talvez uns minutos na 1a parte e os primeiros quinze da 2a) e, nos momentos de aparente domínio, tal se deveu, em grande parte, à postura da equipa de Petit. Mesmo aí, voltamos a demonstrar dificuldades, particularmente em dois aspetos e algo recorrente nos últimos desafios: insegurança defensiva e incapacidade de desequilibrar a defesa contrária no seu último terço. Nada de novo, portanto, no que toca à tão esperada evolução. 

O terceiro jogo sem sofrer golos será, à partida, um aspecto positivo e sim, ajudará a estabilizar. Mas não esqueçamos: jogamos contra o pior ataque da Liga (média de menos de meio golo por jogo) e permitimos oportunidades a mais. Não sofremos, verdade, mas a ineficácia alheia em muito contribuiu para isso. Voltaram-se a ver mudanças com a intenção de dar maior confiança à equipa: diferentes na saída (exclusiv. a cargo dos centrais), mais acertivos nas bolas paradas defensivas, de novo menor risco nas subidas dos laterais, dupla de meio campo mais musculada e posicional (nota positiva para Show, em comparação aos últimos jogos, ao contrário de... Javi!).

Mas de tudo, aquilo que mais preocupa (e até vai um pouco de encontro ao que Quevedo alerta) é a falta de intensidade. Não sei bem se será esse o termo certo, intensidade. Falta de confiança. De risco, de tudo ou nada, quando nada nós já temos de sobra. E julgo estar aqui um ponto interessante de discussão: porquê esta falta de... fervor? De pujança, energia? Já repararam o decréscimo de criatividade do nosso maior criativo, por exemplo? É disso que falo. Falta de alento.

Discutindo e lançando bitaites.

Repetidamente - e domingo não foi exceção - sentimos uma quebra física da Equipa por volta da hora de jogo. Acho evidente. A reação à perda piora, a recuperação (ou proteção à profundidade) torna-se mais lenta, as saídas para o ataque em velocidade resumem-se a uma ou outra arrancada do Cannon, os espaços no nosso meio campo aumentam. O discernimento para tomar a melhor decisão diminui de forma acentuada. O adversário, claro, cresce.
A piorar a situação, a frescura física que poderia vir do banco não vem porque... não existe. A amostra de Seba foi curta e, pegando neste último exemplo de domingo, as opções limitavam-se a... três centrais, três jovens recém chegados à maior idade e Nathan. Relembro, dois dos últimos três jogos não preenchemos a totalidade dos suplentes porque não os tínhamos.

Além da questão física, outro dado influencia a tal intensidade: a motivação. E aqui, tão ou mais preocupante: não a mostramos como devíamos, como se justifica, tão importante e decisiva que é. Por vezes, estão aí as gramas extra que faz pender a balança para a vitória ou para a... derrota. Não tenho a certeza que será assim, mas fico com a sensação que a Equipa parece triste, com imensa falta de confiança no seu valor. Na sua liderança?

CONDIÇÃO FÍSICA E MOTIVAÇÃO, ambas da responsabilidade da Equipa técnica e, claro, da direção técnica, hoje em dia muito mais envolvente e responsável que um mero levantar de placa.

48 horas já passaram e aquilo que muitos esperavam e desejavam não aconteceu.

Mas será que bem? Haverá mesmo condições para... darmos a volta? 

Força Boavista!