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segunda-feira, 24 de março de 2014
Derrota no Bessa
Comprometemos o primeiro lugar, não dependemos só de nós para chegar em primeiro e atravessamos o pior momento da época. Não há que o esconder, nem há que o justificar dizendo apenas que os adversários são superiores aos da primeira fase e afinal de contas não valemos um caralho. Podemos e devemos fazer melhor. Exibição cinzenta, desinspiração coletiva e erros proibidos, perante um adversário organizado, que esteve quase sempre melhor no jogo do que nós e com uma eficácia tremenda na cara do golo, a mesma que nos deu um jeitaço na semana passada.
Antevia-se difícil, como tem sido os jogos desta segunda fase e, como todos que nos visitam, um opositor extra motivado pelo confronto. Onze idêntico ao da semana passada, com Carraça e Cid no meio campo, Fary na companhia a Bobô e Zé Manuel na ala. Neves no banco, assim como Marcos.
Conseguimos entrar fortes, tivemos cinco bons minutos de boa pressão alta e circulação de bola. Plena intenção em manter a nossa identidade, tentando encostar o adversário à sua área com as linhas juntas e subidas, recuperar cedo a bola e circulando-a à procura das melhores soluções.
Durou cinco minutos esse ascendente, até o adversário acertar marcações, equilibrar no meio campo e conseguir saír a jogar. A partir daí, estivemos sempre por baixo e nunca controlamos, até entrarmos no período negro do jogo e encaixarmos três golos. Primeiro, outra vez enormes facilidades pelo nosso lado direito; no segundo, puta que pariu a sorte; por último, Ricardo Silva isolado na grande área cabeceia para uma grande defesa do guarda redes contrário, na jogada seguinte quinze jogadores na nossa área, um deles cabeceia para a baliza deserta e faz golo.
Segunda parte tentamos reagir, continuamos a insistir no jogo direto pouco apoiado para Bobô e perdidos no posicionamento do meio campo a dificultar a nossa circulação de bola. Reação só depois do golo de penalty e dez minutos em que estivemos por cima, já com Luís Neves a acompanhar Cid e Carraça. Notou-se a melhoria na posse de bola, mesmo sendo dele o erro que origina o quarto golo.
Algmas notas:
Luís Neves. Ele e Cid, os que equilibraram a equipa jogos a fio, em que eram suficientes para garantir circulação de bola e bom posicionamento para ganhar nas segundas bolas, e está à vista que é no meio campo e na forma como este não controla a partida que começam os nossos problemas.
Por vezes ultrapassamos as dificuldades, porque somos melhores em outras vertentes do jogo, noutras temos mais dificuldades ainda, porque o adversário o provoca e não conseguimos reagir. Foi o caso de ontem. À semelhança de Freamunde, para além dos médios contrários, tivemos os laterais opostos a fazer numero no meio campo imediatamente após ganharem a bola. E, como em Freamunde, não tivemos hipóteses. Deixamos jogar e não conseguimos ter espaços para circular, sem linhas de passe próximo ao portador da bola na maioria dos casos, deixando demasiadas vezes aos centrais a iniciativa de lançar ataques no jogo direto.
Com Carraça e sem Luís Neves ganha-se na intensidade, perde-se na capacidade de dar melhor sequência à bola, ponto assente. Hoje conseguimos estabilizar com a entrada do ex-Gondomar, apesar de ser dele a perda de bola que resulta no quarto golo. A questão será segundo homem no ataque ou terceiro no meio campo. Como tambem se viu ontem - e mesmo perdendo apoio mais perto de Bobô - com os três no meio campo ganha-se consistência, pelo menos a necessária para podermos comandar o jogo.
Tiago outra vez. Intranquilidade nos últimos desafios, o que num guarda redes é meio caminho andado para meter a quantidade de água que meteu ontem. Já foi a revelação e com todo o mérito, graças aos pontos que nos valeu. Mas assim... é difícil.
Mais um golo de bola parada, o que a juntar ao que não produzimos nos cantos e livres...
Repetitivo, mas que se há-de fazer? Foi pelo lado direito que começamos a perder.
Terminámos com dez, o lance de Luís Neves é feio e a forma como se queixou do joelho faz antever o pior. Teremos que esperar para tentar saber novidades, o que também é feio.
Custou fazer a crónica, ontem nem consegui e mesmo hoje foi aos soluços. Quatro batatas em casa deixaram-me estarrrecido, à espera do próximo jogo para ver se a malta vai conseguir dar a volta por cima. Eu acredito que sim, mudando algumas coisas e com a garra e o querer que nos caraterizam.
Força Boavista!
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