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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A Primeira Derrota

 foto Boavista3


Pela primeira vez esta época (ainda que à terceira derrota) o sentimento é de desilusão, não só pelos números pesados mas também pela prestação da equipa em grande parte do desafio. Regredimos em alguns aspectos, o que ainda não tinha acontecido. É verdade que os primeiros vinte cinco minutos foram muito positivos, que o resultado até poderia ter sido outro, mas não deixa de ser verdade que o tombo anímico da equipa foi enorme (quase pareceu consciente da falta de soluções para impôr qualquer tipo de jogo) e os erros sucederam-se.

Pela primeira vez, vimos descrença no campo e paciência a esgotar nas bancadas, de onde se ouviram os primeiros assobios da época, dando ideia que o estado de graça resultante da esperada subida está a acabar e que a paciência, afinal, está a esgotar-se mais cedo que o aconselhável, ainda que a tempo do primeiro grande teste da temporada (e primeiro jogo do nosso campeonato, para pontuar e mais nada). Nada mais normal após os oito golos sofridos e nenhum marcado, se bem que, tal como já se havia falado, estes primeiros jogos seriam sempre para se tentar ganhar, evoluíndo, corrigindo erros e adquirindo consistência e automatismos.

Pela primeira vez falhamos na concretização, apesar de chegarmos a este jogo com zero golos marcados. Entramos bem no jogo, arrisco a dizer os melhores vinte cinco minutos dos últimos tempos. Ao contrário dos outros desafios, a postura foi mais arriscada, tentando surpreender e arrancar para o golo que nos desse a primeira situação de vantagem da temporada. Pressionamos bem, ganhamos duelos e segundas bolas, fizemos algumas boas jogadas de ataque, conseguindo criar lances de perigo, de bola corrida e mesmo de bola parada (ambas as situações coisa rara esta época).

Pela primeira vez, que me lembre, discordei tanto das das opções do Petit. Pelo que já se tinha visto, Ervões e Lucas seria a dupla que mais garantias ia dando, até a que mais poderia evoluir, jogando juntos. Muito embora a boa prestação de Sampaio no último jogo, surpreendeu-me a ausência do português do onze, porque é mais experiente, porque é mais líder, porque é melhor.
Estranhei também a ausência de Beckeless, ficando a dupla de meio campo entregue a Idriss e Tengarrinha, que até estiveram em bom plano na semana passada (mas com maiores responsabilidades neste desafio, mais longe da defesa, não tão posicionais na zona central - onde estiveram agora muito mal - e sem tanta cobertura defensiva dos médios ala, um deles o próprio Beck). A minha dúvida para este jogo prendia-se com a utilização de Lima ou do próprio Idris - dependendo da forma como se abordaria o jogo - nunca numa dupla em que o senegalês fizesse parte, com Lima e sem o Hondurenho.
Yoro e Zé Manuel de fora, Leo, com três dias de Clube, a entrar como opção também me surpreendeu. Bastante até. Não sei se foi em jeito de teste ou de ver o jogador já em ação ou se até os dois primeiros estão ou não aptos fisicamente. 


A respeito do jogo não haverá muito mais a dizer. Não marcamos quando tivemos chances (mesmo depois do primeiro golo), sofremos quando o adversário as teve e não desperdiçou. Tombamos no segundo golo, fomos demasiado curtos depois da expulsão. Pelo meio, erros individuais, muito passe falhado, muito poucas soluções para contrariar a motivada equipa adversária.
De positivo, tivemos Brito, a confirmar que foi realmente uma das melhores aquisições. E mais uma boa presença dos adeptos.


A derrota custa a digerir, mas não é caso para colocar tudo em causa, jogadores e treinadores. Temos quinze dias em jeito de segunda pré-época, já com o plantel fechado, e é agora que realmente teremos que saber esperar. Contra a Académica começa o campeonato dos pontos, a exibição e a vitória têm que ser nossos, com o Bessa a voltar a ser o que já foi.


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