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segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Foi Golos que Pedimos?
Que jogo! Bessa bem composto, emoção, bom futebol, resultado incerto e três pontos garantidos numa exibição cheia de garra, confiança e... golos! Marcados pelos nossos e para todos os gostos.
Petit aborda o jogo de forma idêntica (desta feita 4231 declarado) ao que havia feito contra a Académica (diferença no onze, só Bobô no lugar do lesionado Pouga), mantendo Beckeles como médio direito e Zé Manuel no apoio ao avançado. Como já o disse, acho uma boa solução encontrada pelo nosso treinador, tendo em vista o equilíbrio entre consistência defensiva/argumentos no jogo ofensivo.
Entramos praticamente a perder (a relembrar a primeira jornada...), soubemos reagir, não perdemos o discernimento e partimos para uma primeira parte de muito bom nível, talvez das mais conseguidas neste campeonato. Bem na pressão, rápidos e acutilantes no ataque, jogadas de bom entendimento num e noutro flanco, excelentes na marcação de bolas paradas, encostamos o adversário às cordas praticamente até ao intervalo (mesmo permitindo um ou outro lance perigoso dos gilistas, de bola parada principalmente). Criamos todas as condições para dar uma machadada no jogo nesse período e, não fosse a falta de eficácia e pouca lucidez na hora de alvejar a baliza, teríamos chegado ao intervalo em vantagem.
Arriscamos mais na segunda parte, com a saída de Beckeles (jogo menos conseguido do hondurenho) para a entrada de Yoro, claramente um jogador de caraterísticas mais ofensivas no flanco direito (perdendo a utilidade do ala direito na ajuda ao meio campo e ao lateral). Praticamente entregamos o meio campo à dupla Tengarrinha/Anderson e em boa hora o fizemos. Foi, em parte, devido a eles que raramente nos desequilibramos e continuamos pressionantes, consistentes, ganhando algumas bolas perto da área adversária, fechando caminhos nas imediações da nossa. Ainda assim, e risco assumido por Petit, julgo eu, dividimos grande parte do desafio e das iniciativas de ataque nesta segunda parte, em busca da vitória e dos golos. Grande mérito nas reações aos momentos negativos, não só ao golo do adversário, como nas alturas de menor fulgor e de algum desacerto na construção das jogadas. De novo, mais que merecemos a ponta de sorte que tivemos perto do final do jogo, tal a vontade e lucidez com que enfrentamos as dificuldades. E fomos, sem dúvida, a equipa que mais procurou (e arriscou) a vitória.
Mika, em definitivo, agarrou a titularidade. Transmite confiança à equipa, dentro dos postes e fora deles, algo muito positivo para um guarda redes. Ontem foi decisivo num par de intervenções, ainda na primeira parte.
Sampaio 'cheirava' o golo há algumas jornadas, tornando-se no nosso primeiro marcador do campeonato. Exibição na linha das anteriores: segurança na sua zona, bem na antecipação e a limpar tudo que chegava perto. Já Lucas está nos dois golos e não por acaso. Voltou a demonstrar dificuldades no espaço curto, ou seja, quando o adversário consegue segurar, controlar e virar em pouco espaço, e ele... nada. Lento. Duro de rins. Também com dificuldades em saír a jogar, esteve razoável em tudo o resto.
Outra vez, Correia?! A não emendar, vai correr mal um dia... é proibido fazer aquela finta naqueles momentos, ponto final. Ele e Dias estiveram bem a defender, ajudaram à consistência defensiva (e importante, dado o jogo dos gilistas pelos extremos), subindo a propósito pelos seus flancos. O brasileiro destacou-se ainda nas bolas paradas, principalmente na primeira parte. É dele o canto que dá origem ao primeiro golo, criou perigo e revelou (de novo) bom entendimento com Brito. Ele e Zé Manuel, muito bem nas bolas paradas. Tivemos nove cantos a favor (contra zero do adversário...), mais algumas faltas perto da área, quase tudo muitíssimo bem marcado. Vínhamos a melhorar neste aspeto há algumas semanas (nota-se trabalhinho e do bom), ontem cada lance, cada calafrio para o adversário.
Tengarrinha e Anderson... que jogão. O português como nos vem habituando, sempre bom posicionamento, eficaz no desarme, ontem foi sempre em crescendo durante o jogo. Acabou-o em grande. Já o brasileiro esteve excelente, não só pelos golos. Manteve a intensidade (que vem aumentando, ontem não foi exceção), revela grande lucidez no passe. Além de muitos e bons momentos nas saídas para o ataque, ainda teve tempo (e disponibilidade física) para ir lá à frente fazer a diferença. O seu segundo golo é fantástico.
Na frente, Zé Manuel continua a dar bons sinais de evolução e vai justificando a aposta no onze. Raçudo, bem a pressionar, é útil a deambular pela frente de ataque e encaixa bem na posição atrás do avançado, tirando partido das imensas bolas ganhas por Bobô. Quanto ao brasileiro, algumas más decisões quase manchavam uma exibição à sua imagem: nunca vira a cara à luta, ganha imensas bolas para os companheiros, arranca muitas faltas úteis. E dá sequência quando exageramos um pouco no jogo direto. Aquele toque para o golo do empate é soberbo.
Brito parece estar a caminho da melhor forma e ainda bem. É de remate fácil, decide quase sempre bem, desequilibra no um para um, muitas vezes só parado em falta.
Léo e o grande Fary, apostas de Petit para os últimos minutos, estão no golo da vitória...
Desta feita não temos razão de queixas no que toca à arbitragem. O golo gilista é legal (seria o 2-3), apesar de ser difícil de descortinar (Gladstone, que não toca na bola apesar de estar perto do marcador, está adiantado). Já na disciplina, não se entende muito bem como o adversário acaba o jogo só com um amarelo (e mostrado a cinco minutos do final...).
Em suma, voltamos a demonstrar sinais de evolução, desta feita mais evidentes no ataque. Raça e atitude em boa dose, reação às adversidades, público a ajudar nas bancadas. Sete pontos à sexta jornada, olhando ao nosso calendário e relembrando as melhores expetativas no início da época, não é nada mau. Se juntarmos a isso a evolução da equipa (e mesmo individualmente), temos tudo para continuar a acreditar e apoiar.
E get ready, vem aí o Clássico...
Força Boavista!
Mais uma boa crónica! Obrigado!
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