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segunda-feira, 27 de abril de 2015

A zeros





Jogo de merda. Frio e insípido. Poucos lances de perigo, muita luta, receio - mesmo de quem já tem pouco a perder - a tolher os movimentos.
Atingimos a barreira dos trinta, se bem que na prática barreiras foram as que ultrapassamos ao longo da época e que nos faz saír frustrados desta jornada por não encurtar distâncias para o 12º. Sete pontos de vantagem para a linha de água e a certeza que o lanterna vermelha não nos alcançará. Preocupações continuam a ser poucas, menos ainda se a lógica estarola imperar nas próximas jornadas.


Segundo jogo em casa sem molhar a sopa e não é por acaso. À semelhança do jogo com o Marítimo (mesmo falando de equipas com diferentes argumentos e objetivos), encaramos talvez o adversário mais defensivo desta época no Bessa, expectante e mais pragmático na procura do ponto. Resultado: dificuldades quando nos obrigam a pegar no jogo com as equipas já encaixadas, a atacar sim mas sem surpreender, a ter que encarar nos olhos a cautelosa defesa contrária sem expormos em demasia a nossa. Ou em ficar claramente por cima do meio campo contrário, sem o nosso oferecer segurança à sua defesa.
Preparamo-nos melhor, dada a inclusão de Lima (surpresa ou nem tanto, olhando ao que fez na primeira parte em Alvalade) e Tengarrinha (com Reuben no banco), numa tentativa de um meio campo menos físico e mais vocacionado que o habitual para o momento da posse de bola. Mas não chegou, como não chegaram as alterações durante o desafio.


Entramos bem, a nossa melhor fase: dominantes no meio campo, conseguimos ter iniciativa, variamos rápido e bem o foco de ataque, ganhando segundas bolas bem à frente e, mesmo sem criar grandes situações de golo, fizemos com que o perigo rondasse a área contrária. Quinze/vinte minutos, foi o tempo que durou até o adversário acertar marcações, encostar nos avançados e nós deixarmos de ser ativos e acutilantes no ataque.
Segunda parte, mesmo conseguindo ter mais bola e não nos deixando surpreender em qualquer contra ataque, faltou-nos rapidez nas movimentações, no transporte e na circulação de bola, e sobretudo soluções no último terço. Não conseguimos desestabilizar a defesa contrária, nem com mais pernas (e cabeça) no meio campo depois da entrada de Cech, nem com uma maior referência para o jogo direto como tentou ser Bobô.

Jogo cinzento, uma oportunidade flagrante para cada lado e de bola parada diz bem o que isto foi.
Dada a envolvência e expectativa em carimbar o objetivo podendo subir na tabela - mesmo ficando em vantagem no confronto direto com este Vitória - o ponto sabe a pouco. Fraquinho.


Algumas notas:
  
Lima. O principal problema voltou a ser o mesmo: desaparece demasiado cedo do jogo, não se adapta aos momentos menos bons e acaba a não chegar perto da bola. Esteve bem quando estivemos melhores, teve iniciativa e foi prático tentando arranjar soluções no ataque, fazendo até por aumentar a intensidade quando sem bola (foi o primeiro e único a ver amarelo por falta cometida), mas contribuiu pouco e durante tempo a menos. O jogo demasiado interior de Brito não ajudou, resultando num emaranhado de pernas à sua volta.
Melhoramos, claro, com Cech.  

Mais um jogaço de Afonso. A mesma fibra e força nos duelos individuais, seja pelo chão (excelente no timing do carrinho, acabando quase sempre em bola ganha) ou pelo ar (impressionante como raramente perde um lance aéreo). Tentou subir pelo corredor, fê-lo bem na maioria das vezes.

De novo nota positiva para Aaron. Sempre concentrado e com o descomplicador ligado, limpou tudo que lhe chegou perto e ainda teve tempo para fazer dobras a Beckeles e Carlos Santos.
Beckeles (se bem que com dificuldades na segunda parte), Idris e Tengarrinha também com exibições positivas ajudaram à consistência e ao ponto conquistado.
No oposto, Brito, Zé e Uchebo desinspirados e pouco consequentes no ataque.



Quatro jogos sem vencer, a um da nossa pior série. Para a semana não pode falhar. Exibição, resultado e apoio. E manutenção. 


Força Boavista!

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