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domingo, 27 de agosto de 2017

Venham Eles: Aves


Não é a primeira vez desde o regresso que entramos na Liga com três derrotas, mas é a entrada no campeonato que maior desilusão provoca, tendo em conta as expetativas iniciais: os sinais de estabilidade na preparação da época (ao que a manutenção atempada contribuiu) foram evidentes, alguns reforços contratados que, em teoria, prometem (se bem que, ao contrário do pretendido no final da época anterior, a maioria estrangeiros e com pouca experiência de Primeira Liga), o Vágner ficou, o treinador é o mesmo e as infraestruturas/condições vão finalmente ficando um pouco menos más.
À exceção do ataque (e das importantes saídas de Schembri e Iuri, das incógnitas como Yusu ou Clarke, e das certezas como Mateus...), confiança a transbordar na Equipa e Plantel, na defesa e no meio campo. Mesmo, sublinho, com as saídas dos dois centrais e médio titulares. Afinal, não se podia só melhorar com a saída do Carvalho.



E no que toca a visões otimistas ficamos por aqui. Agora, o pequeno choque com a realidade.

Dada a confusão, vai por notas:

- O que mais desiludiu: o não termos uma identidade de jogo, ou seja, aquilo que é pretendido para a Equipa não se conseguiu ainda pôr em prática. Circulação de bola, consistência defensiva, confiança dos jogadores, defender e atacar realmente como uma equipa, reagir depressa e bem à perda de bola. Por exemplo. Nada disto se tem visto. Aqui reside o principal ponto negativo. Pior, vai continuar a não se ver enquanto não estabilizarmos o onze, enquanto não inserimos reforços com qualidade na Equipa, seja por questões físicas seja por questões de adaptação. E é aqui que é preciso tempo, é aqui que é preciso confiar.


- Fomos inferiores aos adversários nos três jogos, ponto. Não há volta a dar. Mesmo em Portimão, na meia hora que tivemos na frente do marcador, ou na Madeira em busca do empate, raro foram os momentos de superioridade da nossa parte. Pensar fazer mais frente a este Rio Ave do que falhar o empate nos descontos é desconhecer a realidade, ainda mais olhando ao momento de forma das duas equipas. Mau jogo na Madeira, mesmo contra uma equipa imbatível em casa há 17 jogos, é um pouco mais revoltante saber que a rodagem no adversário não rodou a nosso favor. Tudo isto é culpa nossa, da nossa incapacidade, do tempo que precisamos para podermos ser consistentes. As [ligeiras] melhorias foram patentes nos dois últimos jogos, mas não chegam e revelaram-se realmente curtas.

- As opções, defesa, meio campo, etc. Fácil de ver se analisarmos a frio: as opções utilizadas são um misto de titulares da época passada com suplentes dos titulares da época passada que saíram. Henrique estava no banco ou enfermaria, Carraça era suplente do Carvalho, Rochinha do Iuri. Ruiz seria do Schembri, ou o Clarke do Renato. A isto some-se novas dupla de centrais, duas em três jogos. Ora, assim a probabilidade de apresentarmos melhorias torna-se um pouco mais reduzida. Pelo menos para já.

- E sublinho este "para já". É uma das duas coisas que nós, Adeptos, deveremos ter em mente, nos próximos tempos e principalmente no jogo desta tarde: tempo, que é necessário, e apoio, que será fundamental. Confio no primeiro, não acredito no segundo, olhando às inexistentes paciência e compreensão do primeiro jogo da época na antiga Fortaleza. Mas ainda estamos a tempo de corrigir e sermos realmente importantes no pretendido rumo. Não assobiemos a Equipa aos primeiros falhanços, não sejamos mais um adversário quando a Equipa precisa de reagir às contrariedades, não sejamos nós próprios uma das principais adversidades da nossa Equipa, mesmo em nossa Casa. Conseguiremos?

- Os ajustes e últimos reforços (por enquanto, reforço, no singular) ajudam a perceber o principal problema: é preciso mais. Kuca é peça para o onze, Mak entre bancada e rua prefiro a segunda (tecnicamente bom, dificilmente com intensidade para o que precisamos no meio campo), Samú, como se esperava depois da pré-época, precisa de crescer para poder ser útil neste patamar. O mesmo para Bukia, como já falado aqui algumas vezes: pézinhos tem ele, falta o resto. Não ter já idade para juvenil complica a sua utilização. Faltará acrescentar algo sério até à próxima quinta feira.

- Tudo o mais, como questionar o treinador (partindo do princípio que a culpa do mau início não e exclusiva do treinador, nem é ele o foco do problema) é perder tempo. Claro, opinião pessoal, continuo a achar Miguel Leal como o homem certo para quem quer uma Equipa competitiva. Mas não chega. Como em nenhum clube do mundo, ter um bom treinador não chega. Verdade, difícil perceber para alguns, mas é a realidade. Sublinho, sem branquear erros que se cometeram até aqui neste início de época, também pela equipa técnica.


Para hoje, duas coisas:

Apoio. Teremos que ser a Fortaleza. Seremos capazes?

Equipa. Mostrar mais, simples. Não vai ser fácil, mas é daqueles jogos que nos habituamos a ser extra competitivos nas três últimas épocas: as ditas finais, jogos com concorrentes diretos. Para os mais sonhadores ou desatentos, esqueçam: continuam a ser estas as nossas finais. E já perdemos uma.

Poucas alterações nos dois últimos onzes, veremos no jogo de hoje. Dúvidas nos centrais, nas laterais, meio campo e ataque. Ou seja, esperemos por logo. Kuca de início, Rochinha no meio campo e regresso de Bulos não serão surpresas. Mas admito, não sei bem o que esperar do onze.



Siga. Vestir a Camisola e empunhar o cachecol. O Clube precisa. Seremos capazes? Seremos nós próprios nas bancadas?


Força Boavista!

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