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quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Sobre a Troca de Treinadores


Tentando analisar os acontecimentos o mais friamente possível, privilegiando os factos: 


- Oficialmente, foi o Miguel Leal que colocou o lugar à disposição, três dias depois do último desafio, três dias antes de um jogo com um estarola, um quarto de hora depois do final do treino. Pressão, falta de confiança, o lanche que caíu mal, alguma coisa se terá passado.

- Por falar em coisas que se passaram, aos olhos de todos e até coisas raras: a entrevista ao site do Clube do presidente, a segunda em onze meses. Além de se frisar que queixas de arbitragens não tem existido deste lado (ok, jogo com estarola à porta), deu-se a conhecer a preocupação dada a situação da Equipa e que todos iriam estar atentos à mesma no jogo de sábado. Como se um jogo contra uma equipa com um orçamento 70 vezes superior fosse decisiva de qualquer forma para uma tomada de decisão deste calibre.

- A celeridade com que Jorge Simão foi contratado. Nem o próprio Leal, quando tomou o lugar de Sanchez e já meio mundo sabia que iria ser ele o sucessor, foi tão rápido.

- Quatro reforços chegaram à doze dias, para fortalecer a Equipa e acrescentar qualidade, que era bem preciso. Os restantes quinze, como sabemos, foram chegando, oriundos dos mais variados pontos do globo.
Não se entende como é que com um simples estalar de dedos a Equipa não começa a jogar melhor.

- Leal salvou-nos de uma situação caót... nem vou falar do que se conseguiu com o Miguel Leal, do nível de consistência que atingimos, do melhor futebol que praticamos desde o regresso, da luta que demos a equipas, em teoria, muito mais fortes. A bancada na Vila da Feira em êxtase e a cantar o nome do treinador foi há sete meses, cinco de competição, há 16 jogos, há 8 derrotas atrás. Oito! Parece que lutamos pelo título com argumentos de Champions.

- Enquanto não nos capacitarmos que não é a sala de troféus que entra em campo vamos continuar a ser incompreensivelmente exigentes. Enquanto não percebermos que estamos em 2017 saídos do inferno e não em 1995 ou 2002 saídos do paraíso, vamos continuar a dar tiros nos pés. Como este.



Afinal, não se deu tempo nem confiança, como eu defendia. São opções, merecem respeito mas não obrigam à concordância. Pena ter sido assim.


A partir de agora Jorge Simão é o nosso treinador. Apoio não irá faltar, desde que, e como acredito, o bom trabalho, a dedicação e a seriedade existam. Espero que venhas com paciência, caro Jorge, estar aqui como treinador é tudo menos fácil. Pergunta aos outros três.




Força Boavista!

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