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segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Vamos Indo


Lucas agradece ao verdadeiro obreiro deste empate.

Factos: pouco futebol, sem meio lateral de cada lado, sem meio meio-campo, sem derrotas. Com quatro pontos, alguma sorte à mistura, enorme eficácia, com raça e atitude e com muito trabalho pela frente.

Parece-me evidente que o nível exibicional não é sequer satisfatório: falta ideia de jogo, o que sobra na vontade falta na consistência, na organização. Já sabemos, demora o seu tempo, dada a forma de trabalhar de Lito e a nossa [escassa] possibilidade de formar plantel demorará um pouco mais. Os reforços vão chegando a conta-gotas, o onze ideal e as reais opções vão ganhando forma, a paciência - mais que nunca - terá que existir e com o nosso adn bem patente, resistente.

Antes de fazermos uma nova análise ao plantel e àquilo com que podemos realmente contar, uma breve olhadela ao desafio de Guimarães.

Entramos mal. Entramos? Ideia inicial: dar a iniciativa ao adversário, juntar linhas e tentar explorar a profundidade com jogadores rápidos, como Heri e Yusupha. Começou aí o problema: as costas da defesa adversária estavam a 40 metros - de tão baixo estar a Equipa -, o médio de ligação não existiu, e tudo se agravou com a desorganização defensiva a partir do terceiro minuto (!). Pouco mais se conseguiu que evitar a construção pelo médio defensivo adversário mas, obviamente, outras soluções foram apresentadas e mais problemas nos colocaram, aos quais fomos incapazes de reagir. A nossa sorte do jogo esteve aí: não ficarmos afastados da discussão do resultado à passagem da meia hora. Atente-se no lance do golo, um bom exemplo de desorganização: bola na direita do ataque, juntamos na zona da bola (incluíndo médios interiores), um dos centrais faz cobertura na zona, o outro acompanha a referência atacante (Guedes) ao meio campo, e surge uma autoestrada entre central e lateral, que marca por fora o marcador do golo. Horrível. Mais exemplos houveram. Primeira parte preocupante, sem ligação entre setores (temos disso?!), sem conseguir efetuar três passes seguidos, sem chegar perto da área com perigo. Pior: pareceu uma Equipa apática, sem atitude e totalmente descrente no plano de jogo. Uma primeira parte que foi um resumo (vá, um pouco pior) daquilo que temos sido nestes 270 minutos de época. 
Só poderíamos melhorar na segunda parte, ainda que pouco. O valor do adversário explica alguma coisa (sejamos conscientes), mas não tudo. Tivemos o mérito de acreditar e a sorte de não sofrer antes dos abençoados descontos. O que fica: à sexta tentativa conseguimos não saír derrotados da terra dos invejosos. Sem palavras aquele golo nos descontos.

Pegando no que pudemos ver nos desafios do campeonato e nos reforços que, entretanto, chegaram. Ideias que, algumas delas, acabam mesmo por ser confirmações.

Na baliza: deixa estar. Só rezar para que Bracalli não se lesione, pelo menos antes de Helton estar apto.

Eixo central: confirma-se que há boas opções. Neris de pedra e cal, surpreendeu um pouco a ida de Ricardo para o banco, mas há um motivo: Lucas. Simples. Como temos dito e está à vista de todos: estivessemos nós servidos em todas as posições como estamos no centro da defesa.

Laterais. na direita, carimbou-se o evidente: temos problemas. Veremos se há confirmação do reforço brasileiro, mas terá mesmo que se fazer alguma coisa. Carraça é, na maior parte das vezes, curto, e não somos só nós que o sabemos, os adversários também o sabem. Na esquerda, o alarme continua ativo, falta saber por quanto tempo. Marlon tem qualidade, veremos com o tempo como evolui. Algum tempo sem jogar, sem jogar na Europa nunca, são fatores que teremos que levar em conta. Honestamente, já estive mais pessimista.

Meio campo, nada de novo também. Falta-nos 'o' médio, ponto.Obiora tem dificuldades em manter o ritmo alto, Costa tem dificuldades em fazer aquilo que lhe é exigido: demais para o que pode. Repito: é um médio útil, que ajuda a Equipa, mas está aquém do que precisamos neste momento (pelo menos enquando dupla com Obiora/Idris/Ackah). E influencia também o terceiro médio, como já aqui falamos. É óbvio que todos gostaríamos de ver a qualidade Bueno a jogar - sempre - mas não é fácil o espanhol ter o protagonismo que merece e que tem que ter para ser útil. Não com esta dupla atrás, não com esta ausência de ideia de jogo, não com esta (in)consistência. Espinho disfarça um pouco mais nuns aspetos, obviamente fica a perder noutros. De Paulinho, pouco ou nada se sabe. Ainda. Positiva a entrada de Ackah, mas não mais que isso. Dificilmente seria pior que Obiora.

No ataque, a certeza que estamos bem servidos, apesar de não carburar como todos gostaríamos. Além da qualidade individual terá que haver a tal ideia, que não mais é que desmarcações, combinações, aproveitamento dos espaços, criação dos mesmos, por aí fora, sem descurar a exigência defensiva (importante numa Equipa como a nossa) dos avançados. Pouco se tem visto, verdade, mas, falando de qualidade individual, aqui conseguimos claramente subir uns patamares. Heri, Mateus, Yusu, Sauer e a nova contratação Stoijlikovic. Veremos como está o Sérvio, mas se não existirem problemas de maior, é um reforço a sério para o ataque. Golos, inteligência, qualidade. Curioso para perceber se Yusupha é para ficar e, ficando, com que vontade. 


Resumindo: muito trabalho pela frente, mas ainda bem longe do estado caótico ou do pânico generalizado que, por vezes, parece afetar-nos. Os pontos ajudam, verdade, mas a preocupação e intenção do Clube em fazer melhorar as coisas também. Como foi falado no último post, é importante percebermos que o treinador terá melhores condições para fazer o seu trabalho, como parece ser essa a preocupação da direção. Assim esperamos, que todos rememos para o mesmo lado. Incluíndo nós, Adeptos. Será fundamental.


Força Boavista!

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