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domingo, 27 de setembro de 2020

Atropelo


Ou a medicação fez milagres ou a noite de sono foi um mar de insonias, certo? E houve razões para isso: perder um Dérbi, na Fortaleza e por cinco de diferença, não pode nem deve ser algo encarado de ânimo leve, independentemente das condicionantes e limitações, que esperemos temporárias.

E é bom que deixe marcas, e fortes. O período de reflexão é obrigatório, sendo fundamental que tenha origem em várias vertentes. Desde logo, perceber as limitações, algumas temporárias, como entrosamento e adaptações -  que também resultam (e muito) do parco tempo e das condições em que formamos plantel - e outras mais profundas e evidentes, como as poucas opções em vários setores da Equipa e o dado evidente que daí resulta: apesar do acréscimo de qualidade, estamos ainda curtos e temos uma semana para... corrigir e retocar. 

Importante refletir naquilo que também esteve na base deste terramoto: o risco. Extraordinariamente discutível, claro, mas parece-me óbvio que a forma como abordamos o adversário (imensamente mais rotinado que nós) e o próprio jogo foi um convite a este atropelo. E há que respeitar e tentar perceber essa opção: trabalhar a ideia sob estas condições, aproveitando este complicado início de época para desde logo evoluir a mesma, crescendo não só com o modelo mas também com os erros. 
Seria preferível uma postura mais recatada ou de maior expetativa, mesmo que tal significasse uma mudança de identidade? Talvez. Acredito que sim. Mas mantenho: colheremos os frutos mais à frente, estou plenamente convicto disso. Custoso, claro.

Relativamente ao jogo propriamente dito, discordo da ideia de duas partes distintas: estivemos idênticos em ambas (se bem que, claro, um pouco melhores na 1a...) Erráticos, com a intenção de saír limpo, umas com sucesso outras nem tanto. Desde o início.  O que fez diferença foi o aproveitamento por parte do adversário e, óbvio, a nossa descrença, desorientação e falta de forças para reagir de acordo. Ainda esboçamos algo ao primeiro, mas de pouca duração. 

Deixo o mais importante para o final:
Estamos no caminho certo, acreditem. Custa, temos muitas pedras para eliminar, mas conseguiremos. Temos vontade, ideias e talento, não nos façam já o funeral ou vão-se arrepender.
Arrepiaram as imagens da chegada dos nossos rapazes ao Bessa. E é agora o momento, quiçá dos mais importantes da época: de nos Unirmos. Sim, aquilo que falamos e sentimos há algum tempo, e é isto, também, que fará a diferença, não tenham dúvidas. Fazer ver os novos que estar no Boavista está longe de somente fazer parte de um qualquer projeto, por muito interessante e promissor que possa ser.

Sexta feira daremos prova da nossa União, na saída da Equipa para uma das mais importantes batalhas do ano. 
Somos Boavista.

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