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domingo, 20 de setembro de 2020

Estreia



Amargo mesmo foi o golo sofrido nos descontos impedindo a conquista dos três pontos. Quer na busca pelos mesmos, quer nas reações às dificuldades (e adversidades!), quer até na frustração patente nos nossos rapazes e responsáveis, demonstramos que estamos diferentes. Para melhor: no fundo, fazendo jus àquilo que se vinha prometendo. Pelo meio contribuimos para um jogão, três golos e, apesar de longe das primeiras páginas ou noticiários, nos olhos e na boca de quem aprecia Futebol. Também é isso.

Não era segredo: pelos motivos conhecidos, qualquer equipa neste contexto precisa de tempo para trabalhar processos ofensivos e defensivos e, mais no nosso caso, tempo para os novos, no Clube e no país. 
E foi um dos motivos pelo qual não conseguimos ir mais além: pela consistência, pelo solidificar dos processos que resulta desse tempo, e também pela busca rápida e forte de uma identidade, isto é: poderíamos adotar uma postura mais recatada dadas as atuais limitações e necessidades, mas, pelo contrário, optamos desde logo por assumir e trabalhar sob o nosso adn, a nossa ideia e os riscos que, mais neste momento, dela resultam. Colheremos, estou convicto, os frutos mais à frente. 

Outro motivo foi o facto de não jogarmos sozinhos. O adversário também trabalha (e fê-lo bem, neste caso), se esforça, treina e reforça bem (e sublinho, à semelhança de outras equipas do nível), e criou-nos imensos problemas, aos quais alguns resolvemos bem outros nem tanto. Daí a justiça no resultado.
Com impacto no nosso jogo - comparando também vs Tondela - demonstramos dificuldades na saída de bola (pior após o 1-1): com os caminhos mais tapados para o espaço central e muitas vezes a tardarmos na melhor decisão, foram raras as vezes que conseguimos chegar ao último terço em boas condições (das poucas vezes que o conseguimos fizemos golo apesar da superioridade numérica nessa jogada). Pelo contrário, após o roubo de bola em zonas de meio campo, fomos fortes e muitas vezes a aproveitar rápido e bem os desequilíbrios no adversário, quer pelas movimentações quer pela eficácia nas ações (destacando Angel e Sauer, claro).
Sem bola, mais problemas em controlar o jogo, agravados pela pouca proteção que, coletivamente, a equipa deu nos setores onde aparentemente estaria mais exposta (uma boa reação à perda e algumas vezes a conseguirmos condicionar a saída do adversário permitiu-nos minimizar esses danos na retaguarda).
A rápida variação de flanco do Nacional criou-nos imensos problemas desde muito cedo no desafio (dado o posicionamento dos alas e das ações da dupla de médios), e não fomos capazes de resistir ao forcing final. Aqui faltaram duas coisas: a equipa adaptar-se às pontuais circunstâncias do desafio e mais opções para mexer de maneira diferente com o jogo (não esqueçamos a contrariedade Yusupha logo no início).

Em suma, duas confirmações: estamos no bom caminho e os reforços que estão para chegar (ou para jogar) vão ajudar a equilibrar ainda mais a Equipa. 
Como desde o início: devagar, devagarinho. Chegaremos lá. 

Força Boavista!

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