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terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Corrigir em Janeiro


É evidente, não só pelos resultados e prestação da Equipa como também pelo próprio discurso de Jesualdo (bem patente nas conferências de imprensa completas, quando disponibilizadas), que é necessário efetuar os tais "ajustes", reequilibrar o plantel, dotar a Equipa de mais argumentos, ou seja, corrigir onde erramos na construção deste plantel. 

19° dia de mercado e poucas novidades. O que não quer dizer que não se trabalhe, claro, nem que seja tarde para o fazermos. Problemas de tesouraria, caraterísticas específicas deste mercado, exigências dos clubes vendedores para, por exemplo, poderem contar com os jogadores para os jogos que restam de janeiro, não faltarão motivos válidos para este 'atraso' no obrigatório reforço do plantel. Olhamos para o lado, para os concorrentes, e temos motivos para nos preocuparmos ainda mais. Mas sim, faltam 12 dias e, como é hábito dizer por aqui, mais vale tarde e bem do que de forma precipitada, tipo operação de cosmética, só para evitar contestação ou pinturas rupestres.

Discutamos que reforços nos serão úteis. 

A começar pelo tipo de reforço. Será que faz sentido mantermos a estratégia que adotamos no início da época, na formação do plantel? Julgo que, agora, mais que jovens promissores, e olhando à nossa situação na tabela, precisamos de reforços um pouco diferentes. Acima de tudo, que tragam aquilo que precisamos. De qualidade mais evidente, maior experiência, com capacidade de lutar por um lugar no onze no imediato, em teoria menor tempo de adaptação ao futebol europeu/português. É o que faz a urgência, sim. E os erros.

◾ Começando pelo mais essencial: posição de central. Christian, Porozzo, Goméz e Jorge Silva são jovens promissores mas o contexto atual não os beneficia. Precisam de crescer e nós não temos tempo nem espaço para o proporcionar na Equipa principal. Rami, até agora pelo menos, foi um fiasco. Não joga, quando o faz parece limitado. Precisamos de experiência, qualidade, segurança, Liderança. Ganharíamos não só com a mera troca direta (Christian<novo jogador), mas também com os que estão à sua volta. Ajudaria a complementar Chidozie (que, repito, tem estado razoável mas poderia crescer ainda mais), contribuiria para um melhor desempenho de Cannon (sendo que será um central do lado direito) e, claro, resultaria numa maior consistência coletiva, com impacto direto também - apesar de defesa - no rendimento ofensivo da Equipa.

◾ Houve uma dispensa neste período na equipa principal: Juwara. Tiro ao lado, portanto o primeiro passo será colmatar essa baixa. Extremo, ou avançado de três posições à imagem de Jesualdo, será um dos alvos. Fala-se de Juninho, do Chaves, um jogador com essas caraterísticas. A dúvida é se será suficiente, olhando ao baixo rendimento de Yusupha e, também, à necessidade de adaptar Ellis à posição de ponta de lança, olhando ao necessário tempo de adaptação de Benguché. Fica a dúvida: um extremo (av) e um ponta ou dois extremos? Ou ficaremos por um só reforço para o ataque?
Um homem-golo, a sê-lo realmente, dava um jeitaço...

Mesmo constatando o que foi feito por Jesualdo no jogo vs Santa Clara, torna-se claro que é estritamente necessário reforçar a sério a linha da frente. Jesualdo aposta em Mangas - um lateral - para um maior poderio ofensivo, relembro.

◾ Ainda atentando nesse desafio, Jesualdo faz entrar Javi para '6' para ter um '8' diferente: Show. Pérez, muito embora a qualidade que todos queremos que ele tenha, não carbura e não deve ser por acaso. Será um Rami com menor propensão para as redes sociais, facto para já. A juntar a essa necessidade, Santos e Paulinho, donos dos lugares, têm assim via aberta para o onze. Ora, a concorrência é, como sabemos, fundamental para aumentar o rendimento dos jogadores, mesmo que o seja no plano teórico. Só teríamos a ganhar com uma boa solução para o meio campo. De novo, experiência, capacidade não só ofensiva como também defensiva, já com ritmo e adaptado aos 'meios-campos' portugueses. 

◾ Positiva a prestação e evolução dos sub23 nos últimos tempos. Kalani, Morais, De Santis e outros, alguns com minutos na 'A', poderão ser encarados como opções válidas mas, olhando ao nível de urgência, será demasiado arriscado dependermos em demasia destes jovens. E creio que precipitadas e constantes chamadas à principal, neste momento em que é imperativo acrescentar algo e resolver problemas, não lhes seria benéfico. Muito positivo será, concerteza, continuarem a crescer e evoluir como têm feito.

Ajustes ou reforços para todas as zonas, três, quatro ou mais. Que acrescentem qualidade e concorrência no imediato.

Concordam ou será preciso algo mais? Ou o problema não está sequer na Equipa ou no onze-base? Debitem. Discutam.


Força Boavista!

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