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domingo, 7 de fevereiro de 2021

Negro


O cenário está negro. Final da primeira volta e a linha de água é uma realidade. 

O sentimento é difícil de explicar, julgo que comum a todos nós: injustiça pelo resultado, de grande revolta perante como tudo aconteceu. Desilusão brutal depois de uma verdadeira Final: não foram só os pontos perdidos, foram também os que o adversário direto ganhou, esse que vinha de 4 derrotas seguidas e menos dois dias de descanso.

Alguns bitaites sobre o jogo:

◾ alguma surpresa na abordagem, mas fez todo o sentido: regresso de Yusu e opção por Sauer no lugar de Paulinho, posição já ocupada pelo brasileiro em Paços, por exemplo. Não sou grande fã de Sauer nessa função, mas admito que a Equipa ganhou com isso. Não há suplente de raíz para '8', é o que dá...
Não fizemos um mau jogo se nos basearmos no que tem sido o rendimento da Equipa (e mesmo as baixas, de peso extra olhando ao curto plantel). Apresentamos melhorias: mais confiantes, com maior ritmo e intensidade, melhor reação à perda. Continuamos com as dificuldades em criar e desequilibrar na frente e, de novo, voltamos a sofrer num momento em que estávamos por cima no desafio. Cansa mas é a verdade: consecutivos erros defensivos individuais que nos custam demasiado caro. 

◾ Apesar do domínio, foi quando pareceu necessário refrescar (para manter esse controlo e tentar ferir mais o adversário) que denotamos mais dificuldades. Fruto, claro, do que já sabemos: as opções são muitíssimo curtas e a fatura está aí.
As substituições, pela polémica que causaram (e bem), merecem reflexão extra. A opção Sauer é discutível, mas duas partes aqui: era necessário mexer no meio campo, num momento em que o Gil ameaçava crescer e pôr em causa o nosso domínio. E os espaços e erros de cobertura estavam a surgir por ali, pelo Sauer. Se não há dúvidas que o médio centro teria que ser outro (ou a composição do meio campo), mais discutível será a saída daqueles que estava a ser um dos melhores. Mesmo cansado e sem fulgor para a exigente tarefa, faltará saber se não teria melhor rendimento que Yusupha, em zonas mais adiantadas. Aceito a decisão, apesar de também perceber as críticas. Tentativa de chegar com mais gente ao último terço explica o resto: Nathan (hipótese de maior profundidade no corredor, com Show a ajudar a compensar) e Hamache, com o mesmo propósito, o de chegar mais longe e mais rápido. 

Facto: não resultaram, apesar de conseguirmos manter o controlo do jogo. De novo, a sofrermos numa fase em que pouco o fazia prever. Lance que, por acaso, 'resume' muito do que tem sido a época: erros, nossos e dos outros.

◾ Impossível passar ao lado do 'empurrão' que fomos alvo. Não foi só o penalty ou o lance do golo, foram muito mais situações, foi toda uma postura do árbitro que claramente indica, com poucas dúvidas, premeditação. 
A falta inexistente e consequente amarelo ao Rami é difícil de explicar. Impossível, e a própria postura e hesitação do árbitro nesse lance ajuda a perceber.
Lição bem estudada, cabrãozola: primeira chance (que nem o é!) para nos tirar o Angel da próxima final... pumba.
Como disse: foi demasiado evidente.

◾ Foco nos sinais positivos: fomos unidos como Equipa, Rami fez mais um bom jogo, Yusupha parece querer dar a volta à sua situação. Temos ainda muitos espinhos, mas...
Haja ainda mais revolta por toda a situação, e tenho convicção que isso mesmo vai atingir e influenciar positivamente o grupo.

Finalizando, o mais importante: nem que tenhamos que fazer da 31 de Janeiro o nosso Estádio, se entretanto não houver condições para estar perto dos rapazes. Distanciamento? Faremos da Avenida a Fortaleza, arranjaremos maneira de sentirem o nosso Apoio. 

Revolta é o sentimento. Não se aproveitarão das nossas dificuldades para nos enterrar e derrotar.

Venceremos. Juntos.


Força Boavista!

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