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domingo, 7 de março de 2021

Mais que Três Pontos


Ganhamos, sim, e, em oposto à semana passada, um bocadinho mais que três pontos. Simples a razão: sentimos Boavista.
Certo que foi a 'um pouco mais que final' ganha, mas foi a forma como sentimos aquilo que mais se têm pedido: União. Equipa. No punho cerrado após um corte para canto ou lançamento, no sprint de setenta metros do banco depois do golo da confirmação, no 'xorrijo' de um dos nossos na flash, sentimo-nos nós lá dentro, com os nossos rapazes. Unidos. 
Nos momentos difíceis e menos bons ou no sofrimento, mas também na vitória. Lá estaremos, juntos, como ontem. 

E julgo mesmo ser uma das coisas mais importantes a retirar do desafio, ainda comparando com o passado recente: crescemos com o erro. Uma das prioridades e, até, necessidades maiores da Equipa: o crescimento, a evolução. Mesmo a... reação. 

Acima de tudo, houve sequência à convicção do nosso líder: intensidade e resultado no campo da semana de treinos "muito positiva", sim, deu para notar. A par disso, a confiança, essa matreira, parece ter chegado para ficar. E tem motivos para isso.  
Nem tudo foi fácil, e o próprio resultado pode dar ideia de uma superioridade tal que não houve dentro do campo, mas estivemos, adaptamo-nos e crescemos para o jogo conforme o mesmo pedia. Pedia campo curto e reação à perda? Bora lá reagir. Pedia eficácia e pragmatismo nas ações? Vamos a isso. Pedia 'gelo' e explorar as costas? Siga. Estivemos sempre ligados ao jogo, ao momento, quer na postura, quer, sobretudo, na componente tática, aspeto - decisivo, diria - em que, aí sim, apresentamo-nos sempre num patamar bem superior ao do nosso adversário.

E sim, sem esquecer que aquela eficácia no momento certo ajuda bastante, mas também aí conseguimos o nosso crescimento. Foi preciso segurança, concentração e consistência defensiva após o sucesso ofensivo? Si, nos quedamos por esso (assim nem sentimos saudades do Rami, caro Dev). De novo, relembro, permitimos poucas chances de golo flagrantes ao opositor e não foi por acaso: a consistência - ou o adquirir desta - trabalha-se, faz-se 'crescer' com o tempo, tanto de forma individual como coletiva. Esteve à vista o resultado. 
Houve outro ponto positivo que julgo digno de realce: o tal jogo coletivo também no momento com bola: apesar do segundo golo ser fruto de jogada individual (amor, Paulinho, amor! é o sentimento), notou-se outro discernimento na decisão (mormente no passe), nas opções que se multiplicam fruto das movimentações, na postura que permite explorar os espaços que mesmo antes já haviam sido ganhos mas sem esta capacidade para deles tirar partido. 

Entramos como o expectável e como, parece-me, a Equipa se sente mais confortável: 'seis' à frente do quarteto defensivo, dupla de médios interiores e trio ofensivo, apto e disponível a ser decisivo também no momento sem bola: ora Angel a fechar o corredor, ora este a receber para o contra ataque em posição central, ora a calhar a Elis descaír para a lateral. 
Repetindo, foi a forma como nos adaptamos aos momentos do jogo que foi mesmo decisiva: mesmo quando mudamos para um sistema um pouco diferente.
Do ponto de vista estratégico, mais que impedir a largura pretendida pelo adversário, foi a forma como reagimos a essa 'largura ganha' que acabou por ser mais decisiva. Neste aspeto, além do enorme acerto dos laterais, foi o comportamento dos médios interiores que teve um papel decisivo. Sempre em jogo, sempre a equilibrarem a Equipa (não só eles, mas sobretudo), como esta precisava. 

Individualmente, o destaque acaba por ser... coletivo. Sim, foi mesmo por aí, sem esquecer este amor de infância pelo nosso Paulin... Paulão. Dou um exemplo: Elis pareceu apagado? Pareceu e, aceito, até o esteve. Mas está ligado a dois dos golos: é ele que ganha o lançamento no 2°golo após pressão depois da perda, é resultado de uma ação dele o canto que origina o terceiro. Pode ter estado desinspirado, mas nunca alheio do jogo. Como todos a Equipa, como todos os outros, cada um a contribuir na sua parte.

Foi 'só' um jogo, certo, e 'só' mais três pontos na nossa dura e longa caminhada, mas - e como o sabíamos antes do desafio - foi uma importante batalha ganha num momento fundamental. 
Venham os próximos sejam eles quem forem e, já sabemos, aconteça o que acontecer, estaremos juntos e seremos só UM com os nossos rapazes.

Mais importante: esperemos que nada de muito grave com um dos nossos. Doeu-nos a todos, Nuno. Que seja uma rápida e boa recuperação, como bem merece. 

Força Boavista!

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