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terça-feira, 10 de agosto de 2021

Jornada Zero

 


Não correu bem, como era expectável, apesar de todo o esforço. Lutamos com as armas que tínhamos, preparamo-nos dentro do possível, fomos inferiores em quase todos os aspetos do jogo. O resultado é pesado, muito embora tenhamos feito os possíveis para, pelo menos, minimizar os danos de uma goleada. 

Acredito que para alguns tenha sido uma desilusão, fruto da alta expetativa. Para a maioria, terá sido o normal desenrolar de um jogo que começou mal (e como era fundamental aguentarmos o 0-0), que acusamos em demasia a responsabilidade (com reflexo no rendimento individual e coletivo), e que acabou com digna atitude de vencidos, mas nunca derrotados. Faltou experiência, andamento, qualidade (quando comparado com adversário); sobrou fibra, vontade, reação, união. Quando nos faltaram as forças no campo, houve todo o apoio fora dele.

 

O golo aos 3 minutos complicou, pois a estratégia passaria por aí: aguentar a forte entrada do adversário, ir tentando ferir numa ou noutra transição. Ir em busca do resultado tão cedo e à procura da reviravolta (22 min, 0-2), deixou-nos ainda mais fora do jogo até ao intervalo, ao invés do conforto do adversário. 

Taticamente, o mais esperado e, convenhamos, o possível: duas linhas de quatro, Sauer e Yusu na frente. As dificuldades maiores sentiram-se nas laterais, com reflexo no meio: imensas dificuldades para sustermos a largura do Gil e a sua capacidade de jogo entre linhas. Nota mais negativa para o que [não] conseguimos fazer com bola: tanto na circulação como, principalmente, na capacidade de explorarmos a profundidade: praticamente nula. De mais positivo, como disse, e muito embora as adversidades, tivemos algo que, esperemos, seja para manter: nunca desistimos, nunca baixamos os braços nem nos desunimos como Equipa. Fomos tremendamente inferiores no jogo, a vitória dos da casa nunca esteve em causa, mas conseguimos mais remates, mais remates à baliza, mais ações na área adversária, muita intencionalidade em estancar o adversário na sua saída. E não foi por sermos melhores, por termos mais qualidade. Foi pela 'base' que, esperemos todos nós (e forte convicção nisso!), está já a ser bem trabalhada. Por todos, pelo menos fora dos gabinetes, no campo de treinos.


Mais importante, até porque a culpa de estarmos nesta situação é tão somente nossa: o futuro a curto prazo. Esperemos que 'isto' não tenha servido de sinal de alarme, pois já deveríamos saber das limitações. E saberíamos. Fundamental agora, e já com a totalidade do plantel inscrito (menos Ellis, claro), é Reforçar. Mas Reforçar, com letra grande. Algum do caminho já foi feito, algumas debilidades colmatadas e saídas precavidas, verdade, mas é preciso bem mais. A concorrência na Liga, seja para que objetivo fôr, é extremamente feroz, porque, essencialmente, se trabalha bem. E nós temos que acompanhar, tentar ultrapassar.

Admitamos até que "forte investimento" tenha sido um tiro ao lado, na linha daquela comunicação que sabemos. Ok, Adepto é compreensível, como ainda ontem (e hoje!) se viu, mas é preciso acordar e mexer.

Defesa, meio-campo, ataque. Não vale olhar para trás, perceber que a pré-época foi perdida (em grande parte), constatar que ainda vamos penar para integrar jogadores novos, entender que é preciso TEMPO para, como disse JPS, trabalhar a Equipa, trabalhar o Onze, trabalhar o Jogo.

A direção, a estrutura, tem que ser célere e, agora sim, trabalhar bem, de forma cirúrgica e eficaz, mas TEMPO é o que temos que dar aos nossos Rapazes e, claro, à Equipa Técnica. Momentos difíceis virão, mas com a certeza que, Juntos, os ultrapassaremos. Somos Boavista.

(Amanhã, bitaites sobre o plantel. Finalmente, é possível.)


Força Boavista! Até morrer.

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