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quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Rochinha e os Falsos Moralismos




Clube, Adeptos, cidadãos comuns, Portuenses ou não, ninguém se revê nos cânticos entoados em Guimarães por alguns adeptos Axadrezados. Ninguém, como é óbvio. Exceção só mesmo de quem proferiu os ditos: os radicais, a fação ultra os 'Ultrà', como orgulhosamente gostam de ser chamados.
"Para o ano, caso Rochinha ainda envergue a camisola branca, dado o impacto que provocamos, voltaremos a cantar o mesmo". Palavras de um ultrà. Percebem agora?

Há um dado interessante e relevante que resulta desta afirmação: o assumir das ações. Para nós, para a maioria de nós, errado e reprovável; para eles, para alguns de nós, a repetir. Isto, sendo um problema, é algo que ultrapassa, em muito, o Futebol, o Clube, no caso o Boavista.
O Bolsonaro foi eleito, lembrem-se. Isto é a sociedade.


Chega a hipocrisia, ou seja, a tentativa de aproveitamento da situação para, de alguma forma, atingir a Instituição e colar os acontecimentos ao Universo Axadrezado. A nós. Não nascemos ontem, amigos. Como disse, este problema é transversal à sociedade e não olha a cores, formas ou ideologias.
Lembram-se do Eusébio? Do cântico da Chapecoense?
Decerto se lembrarão do episódio Konah, vítima de insultos racistas dos seus próprios adeptos vimaranenses, que motivou uma atitude mais rude por parte do grupo de trabalho e do então Capitão do V. Guimarães. Poderão ser invejosos, como o mostram em variadíssimas situações, mas não vos tenho como racistas. Também aqui, haverá exceções.

No passado domingo, fez 35 dias que perdi a minha Mãe. A chegar à cidade de Guimarães, já de camisola axadrezada, as primeiras frases que ouvi, diretamente dirigidas a mim, foi "filho da puta". Ninguém filmou mas eu ouvi. Em que ficamos? Não somos todos iguais? Ou se soubessem que eu A tinha perdido não me teriam insultado? Não brinquemos, sejamos sérios.


Força Boavista!, e um abraço a todos.

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Vamos Indo


Lucas agradece ao verdadeiro obreiro deste empate.

Factos: pouco futebol, sem meio lateral de cada lado, sem meio meio-campo, sem derrotas. Com quatro pontos, alguma sorte à mistura, enorme eficácia, com raça e atitude e com muito trabalho pela frente.

Parece-me evidente que o nível exibicional não é sequer satisfatório: falta ideia de jogo, o que sobra na vontade falta na consistência, na organização. Já sabemos, demora o seu tempo, dada a forma de trabalhar de Lito e a nossa [escassa] possibilidade de formar plantel demorará um pouco mais. Os reforços vão chegando a conta-gotas, o onze ideal e as reais opções vão ganhando forma, a paciência - mais que nunca - terá que existir e com o nosso adn bem patente, resistente.

Antes de fazermos uma nova análise ao plantel e àquilo com que podemos realmente contar, uma breve olhadela ao desafio de Guimarães.

Entramos mal. Entramos? Ideia inicial: dar a iniciativa ao adversário, juntar linhas e tentar explorar a profundidade com jogadores rápidos, como Heri e Yusupha. Começou aí o problema: as costas da defesa adversária estavam a 40 metros - de tão baixo estar a Equipa -, o médio de ligação não existiu, e tudo se agravou com a desorganização defensiva a partir do terceiro minuto (!). Pouco mais se conseguiu que evitar a construção pelo médio defensivo adversário mas, obviamente, outras soluções foram apresentadas e mais problemas nos colocaram, aos quais fomos incapazes de reagir. A nossa sorte do jogo esteve aí: não ficarmos afastados da discussão do resultado à passagem da meia hora. Atente-se no lance do golo, um bom exemplo de desorganização: bola na direita do ataque, juntamos na zona da bola (incluíndo médios interiores), um dos centrais faz cobertura na zona, o outro acompanha a referência atacante (Guedes) ao meio campo, e surge uma autoestrada entre central e lateral, que marca por fora o marcador do golo. Horrível. Mais exemplos houveram. Primeira parte preocupante, sem ligação entre setores (temos disso?!), sem conseguir efetuar três passes seguidos, sem chegar perto da área com perigo. Pior: pareceu uma Equipa apática, sem atitude e totalmente descrente no plano de jogo. Uma primeira parte que foi um resumo (vá, um pouco pior) daquilo que temos sido nestes 270 minutos de época. 
Só poderíamos melhorar na segunda parte, ainda que pouco. O valor do adversário explica alguma coisa (sejamos conscientes), mas não tudo. Tivemos o mérito de acreditar e a sorte de não sofrer antes dos abençoados descontos. O que fica: à sexta tentativa conseguimos não saír derrotados da terra dos invejosos. Sem palavras aquele golo nos descontos.

Pegando no que pudemos ver nos desafios do campeonato e nos reforços que, entretanto, chegaram. Ideias que, algumas delas, acabam mesmo por ser confirmações.

Na baliza: deixa estar. Só rezar para que Bracalli não se lesione, pelo menos antes de Helton estar apto.

Eixo central: confirma-se que há boas opções. Neris de pedra e cal, surpreendeu um pouco a ida de Ricardo para o banco, mas há um motivo: Lucas. Simples. Como temos dito e está à vista de todos: estivessemos nós servidos em todas as posições como estamos no centro da defesa.

Laterais. na direita, carimbou-se o evidente: temos problemas. Veremos se há confirmação do reforço brasileiro, mas terá mesmo que se fazer alguma coisa. Carraça é, na maior parte das vezes, curto, e não somos só nós que o sabemos, os adversários também o sabem. Na esquerda, o alarme continua ativo, falta saber por quanto tempo. Marlon tem qualidade, veremos com o tempo como evolui. Algum tempo sem jogar, sem jogar na Europa nunca, são fatores que teremos que levar em conta. Honestamente, já estive mais pessimista.

Meio campo, nada de novo também. Falta-nos 'o' médio, ponto.Obiora tem dificuldades em manter o ritmo alto, Costa tem dificuldades em fazer aquilo que lhe é exigido: demais para o que pode. Repito: é um médio útil, que ajuda a Equipa, mas está aquém do que precisamos neste momento (pelo menos enquando dupla com Obiora/Idris/Ackah). E influencia também o terceiro médio, como já aqui falamos. É óbvio que todos gostaríamos de ver a qualidade Bueno a jogar - sempre - mas não é fácil o espanhol ter o protagonismo que merece e que tem que ter para ser útil. Não com esta dupla atrás, não com esta ausência de ideia de jogo, não com esta (in)consistência. Espinho disfarça um pouco mais nuns aspetos, obviamente fica a perder noutros. De Paulinho, pouco ou nada se sabe. Ainda. Positiva a entrada de Ackah, mas não mais que isso. Dificilmente seria pior que Obiora.

No ataque, a certeza que estamos bem servidos, apesar de não carburar como todos gostaríamos. Além da qualidade individual terá que haver a tal ideia, que não mais é que desmarcações, combinações, aproveitamento dos espaços, criação dos mesmos, por aí fora, sem descurar a exigência defensiva (importante numa Equipa como a nossa) dos avançados. Pouco se tem visto, verdade, mas, falando de qualidade individual, aqui conseguimos claramente subir uns patamares. Heri, Mateus, Yusu, Sauer e a nova contratação Stoijlikovic. Veremos como está o Sérvio, mas se não existirem problemas de maior, é um reforço a sério para o ataque. Golos, inteligência, qualidade. Curioso para perceber se Yusupha é para ficar e, ficando, com que vontade. 


Resumindo: muito trabalho pela frente, mas ainda bem longe do estado caótico ou do pânico generalizado que, por vezes, parece afetar-nos. Os pontos ajudam, verdade, mas a preocupação e intenção do Clube em fazer melhorar as coisas também. Como foi falado no último post, é importante percebermos que o treinador terá melhores condições para fazer o seu trabalho, como parece ser essa a preocupação da direção. Assim esperamos, que todos rememos para o mesmo lado. Incluíndo nós, Adeptos. Será fundamental.


Força Boavista!

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

O Verdadeiro Orgulho Axadrezado


Luís Gomes, grande vencedor da etapa e atual Camisola Azul

Desculpem. Mil perdões. Isto já vai com mais de uma semana e é a primeira vez que aqui se escreve sobre uma das modalidades que mais nos enche de orgulho.

Nada de novo: aconteça o que acontecer, uma prova fantástica da nossa Equipa. Camisola azul envergada, primeiro lugar por equipas e, ontem, a primeira vitória numa das mais difíceis etapas da Volta. Palavras para quê? Tudo ganha ainda mais relevo olhando ao contexto: o orçamento, a formação, a antiguidade.

Aqui não há modas, há história!

Não temos camionetas que parecem aviões, mas temos uma Alma que vale milhões!

ps: Marco Chagas, queres com lacinho ou está bem assim?
ps2: Pope, quer lá ir hoje de novo espalhar charme?

Força Rádio Popular Boavista!

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Estaremos Prontos?


Ala esquerda sul-americana: Clar e Sauer.


Seis jogos, outras tantas derrotas, zero marcados e dez golos sofridos depois, com alguns reforços e saídas pelo meio, momento oportuno para fazermos uma análise mais aprofundada sobre o plantel e atual forma da Equipa.

Lembram-se do tal botão de pânico com o qual tão familiarizados estamos? É cedo, acreditem, é cedo para sequer pensarmos em algum movimento de aproximação ao mesmo, apesar da hecatombe de otimismo que fomos sentindo nos últimos dias no universo Axadrezado. Este recente pessimismo reinante deve-se em parte ao comportamento do Clube e Equipa nos últimos meses: cedo ficamos agradados com a organização e planeamento da época, com os reforços; o final da época passada foi notável ao nível dos resultados; o discurso - arriscado - adotado fêz com que alguns de nós pensasse que o objetivo seria mesmo a Europa; a derrota com um recém promovido aos profissionais. Tudo isto contribuiu para que a nossa estreia na Liga seja sobre brasas. Mas devemos ser prudentes antes de colocar tudo e todos em causa. Preocupante? Sem dúvida. Esperemos pelos próximos dias, pelas 16 horas de domingo em particular, para percebermos melhor a evolução da Equipa e o estado geral das coisas.

Preocupa sobretudo - e atenção, do pouco que se viu - a escassa dinâmica coletiva da Equipa, com bola e sem ela, Equipa amorfa (mal fisicamente?), pressionante por escassos períodos de tempo, criatividade e eficácia ofensivas quase nulas. E os números não mentem: sofremos golos em cinco dos setes jogos realizados e só marcamos por uma vez. Estamos na pré-época e será o momento ideal para que tudo que tiver que correr mal, corra, mas a verdade é que já tivemos um jogo oficial e o resultado e exibição foram péssimos.
Pessoalmente, o que mais me preocupa é a incerteza acerca de um dado fulcral no rendimento de uma qualquer equipa: o entendimento entre direção e equipa técnica no que à formação do plantel diz respeito. Só o tempo dissipará dúvidas, mas aqui uma certeza: Lito é mão de ferro e não torce por torcer. Como Simão ou Leal, por exemplo.

Mas vamos ao que interessa mesmo neste momento, o plantel. Por setores:

- na baliza, nada de novo. Bracalli dá segurança, Hélton continua a recuperação, o terceiro guarda redes lá chegará, Alfredo por lá se mantem. Next.

- na defesa, eixo central e laterais são casos diferentes. Neris, Costa, Lucas e Dulanto darão, à partida, garantias para uma época sem sobressaltos nesse setor, faltará acertar a dupla. Três últimos jogos, três duplas diferentes com um ponto em comum: Neris. Dúvida que fica é quem será o seu companheiro de setor. Acerca do peruano, positivas as exibições ante Nice e Casa Pia, mesmo sem deslumbrar. Veremos domingo sobre quem recai a escolha.
  Nas laterais, dos maiores problemas do plantel. Já aqui falamos por várias vezes: Edu e Carraça podem ser curtos para a posição, dada a forma do primeiro e a [in]aptidão para a posição do segundo. Do lado contrário, uma certeza e uma incónita: Clar (muito dificilmente não terá sido um enormíssimo erro de casting) e Marlon, de quem ainda nada se viu e toda a fé no nome. Mais que provável - não havendo adaptações - ser dele o lugar já no próximo domingo.

- no meio campo, o outro grande problema. Para a posição 6, ou o mais defensivo da dupla de médios, temos Obiora e Idris. Não sendo uma enorme mais valia, estamos relativamente seguros. Para médio mais ofensivo, temos Espinho e Bueno, talvez com a hipótese Paulinho que poderá fazer a posição. Sobra a posição 8, ou o médio menos defensivo da dupla de médios, para a qual temos Rafael Costa. Só. Por simpatia, temos Akwa também, mas mantenho a minha opinião acerca do jogador: tem qualidades, mas talvez o empréstimo para crescer fosse a melhor opção. Poucas dúvidas restam: é mesmo preciso reforçar a posição. E bem, porque trata-se do meio campo. O brasileiro tem sido competente, verdade, mas, minha opinião, poderemos crescer bastante aqui com uma opção mais sólida. Além disso, é fundamental a concorrência, seja em que posição fôr. Neste caso, nem isso temos.

- ataque: à partida, estamos bem servidos. Mateus, Heri, Sauer e Perdigão são os alas, podendo ainda Cardozo, Yusu e Paulinho fazer a posição. No eixo, Yusupha (estará motivado o rapaz?!) será o mais que provável titular, havendo a concorrência de Bulos acompanhado da sua lesão. Cardozo só mais lá para a frente saberemos se é homem para lutar pelo lugar. Cassiano... esperemos para ver.


Resumindo, em teoria, é o plantel mais forte e equilibrado dos últimos anos (pode-se dizer, desde que subimos), não haja dúvidas. Resta saber se Lito o vai conseguir rentabilizar como todos queremos.
Defesa direito, esquerdo e médio centro serão as posições em que terão que chegar reforços. Para o meio, um reforço forte e seguro é quase obrigatório.


Uma palavra para as transferências.
Foi preciso o engenheiro saír para todos falarmos bem do nosso defesa esquerdo titularíssimo nas últimas três épocas. Nunca dislumbrou, verdade, mas foi sempre profissional, competente e extremamente regular. Resta saber se conseguimos crescer na posição, aumentando a qualidade. 
Quase um Euromilhões com o Gonçalo Cardoso. O puto merece e nós esfregamos as mãos: 18 anos e quase 15 jogos a titular na Liga, muito para evoluir, três milhões no bolso. Um pequeno grande alívio, imaginamos nós, na conta-corrente.
Veremos como vamos reagir no mercado depois da venda, ou sequer se o podemos fazer, mas seria positivo - obrigatório, na minha opinião - o investimento na Equipa. Só assim conseguiremos subir degraus.
Nota ainda para o facto de cedo nos precavermos para as saídas. Defesa esquerdo já cá estava, centrais também.


Até domingo. Deixem as brasas em casa, acompanhem-se do cachecol e afinem as gargantas: o Clube precisa de nós, a Equipa merece a nossa confiança na estreia.


Força Boavista!

sábado, 3 de agosto de 2019

Violados na Casa Pia



Ainda a quente:

É grave, não vale a pena minimizar nem resultado nem competição. Aliás, seria um dos objetivos da época, a Taça Allianz, segundo o Presidente na recente comemoração do nosso aniversário.
Houve um ligeiro decréscimo na ambição e positivismo ao longo desta pré-época: começamos bem, todos sentimos que as coisas estavam bem encaminhadas, mas também sentimos que fomos perdendo algum gás. Nas contratações, nas exibições e nos resultados dos jogos de preparação. Zero golos marcados em seis jogos é um dado relevante, mesmo assumindo que tudo são testes. Com o Nice, adversário de imenso valor, denotaram-se problemas na organização, defensiva e ofensiva. Ok, era o Nice, sétimo classificado na Ligue1...

Mas isto estava longe do planeado, dada a importância do desafio. Preparemo-nos: o Bessa vai estar a arder na primeira jornada e não vai ser para o adversário. Vai ser para nós. Quem diria...


Força Boavista!