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sexta-feira, 11 de dezembro de 2015
Bora lá, Todos Unidos
Sinceramente, nem sei muito bem por onde começar. Vou fazê-lo pelo fim.
Petit
Reitero o que disse no último post: mais que um "obrigado", Petit. Foram três anos, com passagem pelo inferno e chegada ao céu, muita dedicação, garra e vontade em fazer do nosso Boavista, novamente, um Clube de Primeira, não esquecendo os muitos anos por cá passados a crescer e a fazer-nos crescer. Principal responsável pelo milagre da época passada, em que quase todos - incluíndo alguns de nós - vaticinavam um regresso de terror.
Ponto prévio, a saída de Petit deve-se ao que geralmente se deve o abandono dos treinadores, os resultados. Resultados e a descrença que seria possível melhorar e evoluir a equipa o suficiente, muito embora situações idênticas, não há muito tempo (p.ex.: época passada, por esta altura), não tenham sido suficientes para se colocar em causa o seu trabalho. Claro, não esquecendo, sempre com as enormes condicionantes como pano de fundo. Descrença de quem o rodeia, de quem com ele trabalha, de quem o devia apoiar, a resultarem, aparentemente, num Petit injustiçado e... isolado.
A linha de água continua abaixo de nós, ainda em prova na Taça, mas os sinais de instabilidade são/foram evidentes.
Estranharam-se as 'dispensas' dos quatro jogadores, dois deles dos mais utilizados, a mês e meio da reabertura do mercado. Além disso, o que haveria de diferente acerca de Pouga e Léo, que não foi possível analisar há três meses atrás? Verdade que já antes se tinha estranhado não a dispensa de Ancelmo, mas o retorno depois dessa mesma dispensa. Ajudará a perceber os contornos deste aparente... mal estar?
E digo mal estar também pelas palavras do treinador aquando da saída. "Motivos pessoais" são, geralmente, os motivos que não devem ser revelados para bem do Clube e proteção do próprio treinador. E bem ao Clube é algo que acreditamos que Petit deseje, excetuando, obviamente, por motivos profissionais.
"Gosto muito do Boavista, mas mais de mim próprio", ainda mais enigmático, dando ideia que contestação via adeptos não foi, unicamente, a razão da decisão.
Como diz e bem o nosso novo timoneiro, "tempo, união, coragem e Adeptos", são palavras repetidas mas é o que precisamos em doses industriais nos próximos tempos, tal como no passado recente. Mas não chega, será preciso algo mais: continuar a melhorar o que já se estava a melhorar, corrigir o que está mal, e esperar pelo reforço do plantel. E este 'reforço' pode ser de duas maneiras: extraíndo mais das qualidades dos jogadores atuais, torna-los melhores do que Petit o conseguiu, ou o reforço no mercado em janeiro, tentando minimizar as evidentes reduzidas opções em alguns setores do plantel.
Se Erwin é o homem certo, só o futuro nos dirá. Se é a escolha acertada, é bastante discutível. Prefiro pensar que foi a escolha possível, atendendo ao nosso momento tão... delicado. O que não duvido é que houve vontade em fazer uma escolha.
A Fortaleza
Vou dar um pequeno exemplo: jogo no Bessa, ante o Marítimo, a nossa besta negra. Jogo importante, três pontos fundamentais, ambiente de grande expetativa em redor do desafio. Saída do aquecimento, entrada dos suplentes em campo, naquela que é, habitualmente, a primeira grande ovação. Quem se ouve no estádio? Os dezassete (é verdade, dei-me ao trabalho de os contar) adeptos madeirenses, presentes no topo norte. Dezassete bananas a fazerem-se ouvir. Dezassete, caralho! Mas então é esta a nossa fortaleza? É por isto que fazemos a diferença? Onde estamos? A discutir o quê? Onde está a nossa absoluta dedicação ao Símbolo?
Um, dois, três passes errados, assobios e insultos de quem quer dar o melhor. Cinco minutos decorridos e já o "apoio incondicional" é uma recordação.
Esmagados perante o nosso arqui-rival! Primeira parte como há algum tempo não se via dentro do campo, segunda parte em manobra de inversão. Onde estávamos nós? "Esta merda é para ganhar". Claro que sim, todos sabemos, os próprios jogadores mostraram essa vontade. Josué com a bola nos pés a passar incólume? Pantera, afinal, esquece. Onde estávamos quando foi preciso, a minar as laterais, a empurrar a Equipa, a ser o suplemento vitamínico quando as forças e o crer perdem poder?
Não estávamos. Estávamos chateados, amuados, revoltados com o mau futebol que o Clube com menores recursos da Liga nos pôde oferecer. Descrentes e desconfiados dos nossos rapazes.
Eu até admito, em situações extremas, um divórcio com a Equipa, jogadores e treinador, mas jamais com o Símbolo. Esse está, sempre, acima de tudo. E falhamos. Não fomos os únicos a falhar, mas falhamos. E com estrondo.
O Campeonato
Um lugar e dois pontos acima da linha de água não é uma situação nova. Não perder nenhuma das 'finais' (desafios com concorrentes diretos) também não, sendo que algumas nos esperam nos tempos mais próximos. Temos uma já hoje.
Quando se discute a competitividade da equipa, ou o que podia ou não melhorar, vem ao de cima a composição do nosso meio campo, ou do quanto o mesmo torna a equipa defensiva. Verdade que as reais opções são quatro, portanto não nos podemos esticar muito na forma do miolo, mas ainda assim, uma reflexão que julgo valer a pena:
Sem o duplo pivot defensivo, ganhamos fulgôr ofensivo, capacidade em esticar o nosso jogo e chegar mais vezes ao último terço. Três golos e meio marcados em dois jogos, depois de seis em branco. Por outro lado, expomos mais o nosso último reduto: cinco golos sofridos nos mesmos dois desafios, isto é, tantos quando os encaixados nos seis confrontos anteriores, incluíndo uma deslocação a estarola. É percetível a questão? Para já, cabe a Sanchez encontrar o equilíbrio. Futebol ofensivo, à Boavista, de posse e bonito à vista, são palavras engraçadas e agradáveis, mas não passam de palavras. Quanto muito, de intenções. Isto não está fácil e, antes de mais, temos que aproveitar a onda positiva que um refresh no corpo técnico resulta, quase por definição, nas equipas de futebol.
São quatro finais - hoje, Restelo, Bessa com Moreirense e Madeira - e em nenhuma podemos falhar.
A respeito do onze, é novamente uma incógnita. Mika e os dois centrais habituais terão lugar garantido. Nas laterais, o impedimento de Mesquita abre o lugar a Inkoom, sendo que do lado oposto há a dúvida sobre a disponibilidade de Afonso e Correia. Hackman foi aí opção (e a revelar razoável adaptação) nos últimos dez minutos em Arouca.
No meio campo um dos pontos de maior interesse: Idris, Gabriel, Tenga e Carvalho para três ou quatro posições, veremos como Sanchez encara o desafio. Ainda temos Lima, tentando mostrar o que não conseguiu nos últimos seis jogos da época passada, nesta pré-época, ou mesmo nos primeiros dez desafios da presente. Haja fé!
No ataque, admito que Abner tem-me agradado, mesmo não sendo o tipo de ponta de lança que, em teoria, nos será mais útil. Luisinho deverá ser aposta certa, incógnita total acerca das restantes opções.
Importante é metermos na cabeça que é preciso não parar, mesmo antes da bola começar a rolar. Hoje, para a semana, na seguinte, sempre a apoiar. É o Símbolo que assim o exige, num dos momentos mais delicados e importantes dos últimos tempos. Não podemos, não devemos falhar.
Força Boavista!
terça-feira, 1 de dezembro de 2015
Tempestade
Vamos deixar acalmar (e perceber algumas coisas) e colocaremos a conversa em dia nos próximos dias (desculpem os visitantes do blogue pela paragem em momento tão crítico). Para já, duas coisas, as mais importantes:
Muito mais que um "Obrigado", Petit. Um dos nossos, sempre. Ajudou-nos quando mais precisamos, principal obreiro do milagre da época passada. Não esqueceremos, como é óbvio.
Domingo, não há Boavisteiro que fique em casa. É quando o Símbolo mais precisa de nós que temos por hábito dizer presente. Apoiar, de início ao fim, como tão bem sabemos fazer. Invasão a Arouca, mais nada.
Força Boavista!
terça-feira, 20 de outubro de 2015
O Regresso da Taça e o 4-4-2
Hugo Monteiro e Grzelak, Bessa ante o Nacional, oitavos de final. Agora segurem-se: 10 de fevereiro de 2007, data da nossa última vitória para a Taça de Portugal. Quase 9 anos, portanto...
Posto isto, é o que fica de mais positivo depois da partida de domingo, em Loures: a passagem de uma eliminatória da Prova Raínha. Rumo à Sexta!
Não fizemos um jogo conseguido, longe disso. Sobretudo, distantes do adversário numa característica que por vezes faz a diferença neste tipo de desafios: a motivação. Do lado deles, estádio(!) à pinha, mouraria na bancada, compreensivelmente jogo do ano para jogadores e treinador adversários; do nosso lado, a obrigação de passar em frente, não só pela diferença de estatuto e orgulho no Símbolo, mas também pelo recente amargo de Vila da Feira. Duas seguidas, sem tirar, pode ser... custoso.
A verdade é que complicamos a tarefa, não só pela apatia que demonstramos no tempo regulamentar (excetuando a boa entrada no jogo, criando uma oportunidade no segundo minuto), também pela falta de fluidez no nosso jogo, revelando muitas dificuldades em circular a bola e assumir o controle das operações, em encostar o adversário às cordas, em nos sentirmos confortáveis (mesmo defensivamente) com o desenrolar da partida. Podemos dizer que tivemos a sorte do jogo: beneficiamos de um erro não forçado que nos permitiu a superioridade numérica (e jogar a meia hora final com mais artilharia na frente), não nos livramos de duas oportunidades para o adversário, já no prolongamento, uma das quais ainda com o desafio empatado.
Individualmente e pela positiva, bom jogo do regressado à lateral Correia, dos que mais 'espicaçou' o jogo da equipa, mesmo em terrenos mais adiantados. Bem também nas bolas paradas, incluíndo no lance que nos valeu o apuramento.
Entrada de Uchebo revelou-se decisiva: mexeu com o ataque, criou perigo e fabricou o primeiro golo. Rendeu Rivaldinho, que pouco produziu, emparedado nos centrais adversários, poucos lances de área (ou sequer perto dela) para mostrar algum serviço.
Renato Santos, que se estreou a titular, também revelou dificuldades para se tornar consequente. Começou na ala esquerda, foi alternando com Luisinho, raramente conseguiu ganhar a linha ou fazer a diferença mais no centro do terreno. Um remate perigoso (além da oportunidade desperdiçada logo no início) foi o melhor que conseguiu. Fisicamente pode melhorar, talvez fruto de alguns meses sem competição.
Resumindo, como se disse no início da crónica, de positivo fica a passagem à 4ª eliminatória da Taça. Ficam também sinais que é preciso melhorar, sobretudo a circulação de bola, as decisões (soluções?) no último terço, a capacidade de saír rápido - e bem - para o ataque.
Alguns bitaites, retomando o pulso depois de duas semanas de ausência forçada.
O 4-4-2.
Mudamos no jogo com o sporting, deixamos o habitual 4231 para jogarmos com uma linha de quatro no meio campo, perto do quarteto defensivo, deixando dois avançados na frente, Luisinho e Zé. À dupla defensiva Idriss/Reuben juntou-se Tengarrinha na direita e Correia na esquerda. A força do adversário pedia isso mesmo, pouco risco, linhas recuadas e tentativa de saír a jogar - por vezes de forma mais direta - com os dois homens mais adiantados e aposta forte nas bolas paradas. Abordagem acertada, ponto precioso, jogo positivo.
A exibição foi convincente, fomos compactos e seguros defensivamente, beneficiando também do acerto da [recém-formada] dupla Henrique e Vinicius, mais recuados e posicionais que o habitual, menos expostos (dada a dupla de cobertura, o que beneficiou, em particular, o jogo - e qualidade - de Vinicius).
Na semana seguinte, algo surpreendentemente, Petit aborda o desafio de forma semelhante. Apesar do resultado negativo (dez segundos podem fazer toda a diferença no que à análise e crítica destrutiva diz respeito...), o comportamento da equipa foi positivo. Controlamos as operações, permitimos poucas oportunidades de finalização ao adversário, confortáveis, esticamos mais e melhor o jogo que no desafio anterior. O mesmo meio campo revelou melhor entendimento e maior flexibilidade, tanto a trocar e compensar posições sem bola, como nas saídas para o ataque, denotando-se aí o mesmo problema que nos vai assolando nos últimos tempos: a definição das jogadas no último terço, mesmo conseguindo espaço e tempo para poder fazer melhor.
Facto curioso: mudamos para o 433 a cinco minutos do final, com a entrada de Carvalho para o lugar de um dos alas. Pouco depois, dobra de Reuben na direita, num dos raros desposicionamentos da dupla em todo o desafio, provocando o desequilíbrio na zona central, surgindo o golo...
Em suma, depois de Vila do Conde, sinais que esta nova abordagem tem pernas para andar.
Em Loures, voltamos a apresentar o mesmo sistema, mas com uma dinâmica diferente, o que pode ser um sinal que a mudança não foi pontual, dando ideia de uma tentativa de melhor adaptar a identidade da equipa às caraterísticas dos jogadores que Petit tem à disposição. Os dois médios ala mais ofensivos (Luisinho e Renato na vez de Correia e Tenga), dois avançados (Zé mais móvel, recuando para o meio campo e provocando superioridade nas alas), mantendo-se a dupla de cobertura Idriss/Reuben. Ou seja, 442 sem bola, dois médios e quatro homens ofensivos com bola. Parece-me óbvio, evidenciamos problemas, já que tivemos que assumir favoritismo e maior controle das operações, não conseguindo fluidez na posse de bola. Neste aspeto, minha opinião, as dificuldades acrescem com a dupla média utilizada, Idriss e Reuben. Ambos fazem da capacidade física e de desarme a sua principal arma, úteis no que à proteção ao eixo central diz respeito, ambos com enorme dificuldade para contruibuírem positivamente para a circulação de bola, assim como pouco aptos para o lançamento do ataque. Já houve desafios (pré-época e, mais recentemente, com o Paços no Bessa) em que ambos 'pegaram' bem no nosso miolo, transportaram a equipa para a frente, apareceram a propósito em zonas de finalização; mas não com esta abordagem, não com estes alas, não com dupla de avançados, não com tanta preocupação em não saír da posição central.
Olhando para o plantel e opções, pode fazer sentido esta tentativa de Petit. Senão vejamos:
- Todas as saídas - seja dos defesas e avançados - foram bem colmatadas, diria mesmo que em todas as mudanças ficamos a ganhar. Menos numa: a do médio não-só-defensivo, a do Cech. Saíu o eslovaco, entrou ninguém. Em teoria, reentrou o Ancelmo... Diego Lima foi aposta máxima, tanto nos últimos desafios da época passada, nos particulares desta pré-época, nos primeiros jogos do campeonato. E caíu. Desapareceu. É curto, pergunta-se se alguma vez não o será. Ficamos sem um único médio com alguma capacidade de desequilíbrio no último terço. O Renato, desenganem-se, será extremo, quanto muito. Ora, com dois avançados, haverá menor necessidade de jogar com um terceiro médio, atrás do avançado, no típico e habitual 433.
- Ponto forte do nosso plantel, as laterais. Afonso/Correia, Inkoom/Mesquita dão garantias, todos eles a evoluírem a bom ritmo, saem beneficiados e com possibilidades de tornar o jogo pelas laterais mais útil, mais ofensivo e rápido, com maior capacidade de alargar o último terço.
- A simples mudança dos alas fazem com que se altere a postura da equipa, sem grande mexidas na estrutura. Luisinho tem um excelente jogo interior, do lado contrário estamos a poucas semanas de ter um reforço com idênticas caraterísticas, Bukia. Renato foi testado nessas funções, será ainda cedo para se perceber qual pode ser o seu contributo. Ou seja, temos médios ala com capacidade de dar sequência ao nosso jogo nestes moldes, ao mesmo tempo que priviligiam os laterais. Claro, dúvidas acerca da rentabilidade de Luisinho quando comparado com a função de extremo, mais solto, a pegar na bola mais perto da área adversária, menos exigente do ponto de vista físico.
- Zé tornou-se, em definitivo, num bom avançado (digamos, não só um bom extremo), podendo fazer boa dupla com Uchebo. Assim, jogando os dois no meio poderemos tirar vantagens que até aqui seria bem mais difícil.
Independentemente do esquema tático, importante é a dinâmica que a equipa consegue mediante a disposição de determinados jogadores. Falta saber como vamos evoluir e se é mesmo para manter este tipo de abordagem. Na época passada, recordo que houve um momento idêntico a este, um tipo de 'reset', prioridade à consistência defensiva e trancas à porta, para depois se fazer crescer o nosso jogo e mentalidade da equipa, evoluindo para patamares que nos permitiram alcançar os objetivos com normalidade. Veremos se estamos mediante algo do género.
De salientar que nos três jogos em que adotamos esta estratégia, em todos eles alteramos para o esquema habitual, com a entrada de Tengarrinha ou Carvalho, os médios com maior capacidade de circulação e posse. Veremos também se evoluímos com a entrada de um deles para a dupla de médios à frente da defesa, ou se voltamos ao uso habitual do trio no meio campo.
A confiança é que tem tudo para se manter como até aqui, não se tivesse completado esta semana três anos sob o comando técnico de Petit. Já sabíamos que não ia ser fácil, todos devem ter noção que muitas das dificuldades com que nos deparamos no passado recente se mantêm.
A atitude, garra e postura dos nossos rapazes tem sido exemplar (vá, querendo esquecer um pouco Loures) e, desde que assim se mantenha, acredito que temos todas as condições para levar de vencida os próximos desafios. Nada fáceis, convenhamos, a estabilidade e entrosamento demoram o seu tempo, mas 'tamos cá.
Força Boavista!
terça-feira, 29 de setembro de 2015
Fortaleza
A más horas mas nunca tarde para uns bitaites sobre o jogo do passado sábado, ainda para mais depois de um precioso ponto - o primeiro em casa - contra um estarola.
Não foi um feito nem ato heróico - foi somente um empate - mas convém salientar algumas coisas que parecem passar ao lado da maioria. E olhando ao melão que provocou este resultado, todos podem agora ter a certeza que o relvado do Bessa é do mais natural que há.
Resultado positivo começou no banco e no delinear da estratégia, tendo em conta que defrontávamos uma das mais fortes equipas do campeonato, ainda invicta, a marcar golos há 23 jogos consecutivos, sem pontos perdidos fora de casa e, pela primeira vez em alguns anos, com a possibilidade de alcançar a liderança do campeonato depois da 5ª jornada.
Como é óbvio, prioridade ao momento defensivo: rara mudança de formação (ao invés do habitual 4231), adotamos duas linhas (e bem próximas...) de quatro, com dois avançados à frente. Além de Idriss e Gabriel, dois médios interiores, com especial atenção aos laterais contrários. Menor desposicionamento da dupla de cobertura e maior segurança nos corredores, resultando também, pela negativa, numa menor propensão ofensiva, que nem Correia muito menos Tengarrinha conseguiram dar. Bolas paradas e correria de Luisinho e Zé a tentarem incomodar o último reduto do opositor, algo que até nos valeu a melhor oportunidade de golo de todo o encontro.
Sentimo-nos confortáveis na maior parte do tempo de jogo, reduzindo ao mínimo os períodos de algum sufoco. Problemas nos últimos dez minutos da primeira metade e em alguns momentos da segunda, raramente permitindo boas condições de finalização ao adversário. Parte, grande parte do mérito deste ponto residiu aí. Mesmo quando voltamos aos três médios (ou cinco sem bola, contando com os dois extremos) mantivemos a estrutura sólida, pouca distância entre linhas e concentração ao máximo. Faltou-nos crescer ou esticar um pouco o nosso jogo, tentando chegar mais vezes perto da área, mas a manta poderia - e ficaria - demasiado curta.
Algumas notas:
Três condimentos principais, dois deles já conhecidos nossos:
- a atitude da equipa, espírito de união e, mais friamente, competência em patamares elevados.
- a atmosfera do Bessa, a nossa fortaleza.
- a novidade: consistentes, concentrados e seguros defensivamente.
- um jogo à medida de Vinicius, isto é, defesa recuada e posicional (e protegida), menos propício a ser batido nos lances de maior dificuldade para ele, os de velocidade. Jogou prático e simples, comandou e posicionou-se sempre bem para ganhar os duelos e compensar os colegas. Vai ganhando forma a dupla com Henrique, também ele com exibição bastante positiva. Finalmente, parece que temos eixo central!
- estreia de Mesquita no Bessa, confirmando as boas indicações de Coimbra e a aptidão para ser útil particularmente no momento defensivo. Fechou bem a lateral (com dois opositores de caraterísticas diferentes, deu-se bem com ambos), ainda teve discernimento para fechar bem com Henrique (fundamental, por exemplo, na melhor oportunidade do carecão na segunda parte). Já Afonso, vai confirmando ser um dos melhores laterais portugueses (sim, já se pode falar assim), mesmo não vencendo todos os duelos perante o melhor jogador do adversário.
- Idris e Gabriel. Se há jogos em que não há dúvidas que devem jogar juntos, são estes. "Estes", aqueles desafios em que defender é a palavra chave, primeira ordem para impedir o adversário de construir jogo no nosso meio campo, e tentar ganhar tudo que é segunda bola. Nessas funções, mais uma vez, estiveram bem. No resto, nem eles constroem nem se lhes pode pedir tal. Têm sido mais verticais e chegado mais à frente (como se viu contra o Paços), mas desta vez nem isso lhes foi permitido.
- Alteramos um pouco a 25 min do final, com a entrada de Carvalho para terceiro médio, à frente da dupla. Foi mais defensivo do que pretendido, teve poucas chances de lançar ataques, ainda assim entrada razoável do brasileiro. Assim como Renato, autor de um dos poucos remates à baliza que conseguimos efetuar. Veremos como vai aparecer, mas mostrou bons pés, apesar de algo preso de movimentos.
- Zé e Luisinho fizeram o que puderam, quase sempre com pouco apoio e em inferioridade numérica perante a defesa adversária. Pressionaram bem, tentaram desmarcações e, também por isso, 'rebentaram' cedo demais.
- última palavra para Mika, fundamental em dois pares de lances, bem na baliza e eficaz a fazer a 'mancha', por duas vezes. Se não há cruzamentos nem muito jogo de pés, 'tá-se bem.
- pela negativa, algum exagero na perda de tempo. É compreensível, todos o fazem quando a corda aperta, mas já aqui criticamos muitas vezes os nossos adversários quando há exageros como o de sábado. Um pouco menos, só isso...
- ainda pela negativa, bolas paradas defensivas. Perigo número um bem conhecido, por três vezes conseguiu ganhar bola área e provocar perigo.
Nota-se a léguas que fizemos um jogo com um estarola e... não o perdemos. Maus vícios estes, tão próprios dos três metralhas do nosso futebol. Não deve provocar mais que um encolher de ombros da nossa parte, já que temos a noção que o árbitro não teve influência no resultado. Parece-me óbvio.
Outro assunto, para mais tarde recordar e até porque Pantera não esquece, é a questão dos "palhaços". Grave, já que vem de alguém ligado ao clube e não de um adepto ou comentador qualquer. Fica registado, acertamos contas mais tarde.
Ambiente foi do melhor que já se teve desde que regressamos à Primeira. Pena só ver a Poente tão composta nestes desafios, mas pode ser que se continue melhorando.
Panteras únicos, apoio incessante, coreografia a condizer. Espetáculo.
Get ready, tudo a Vila do Conde. Há fatura a passar, todo o apoio ao Símbolo é bem preciso. E se há quem mereça, são os nossos rapazes.
Força Boavista!
domingo, 20 de setembro de 2015
Vamos a Eles: Académica
Quatro jogos, quatro pontos, necessidade de pelo menos pontuar contra o lanterna vermelha (que ainda não pontuou), sob pena de caírmos para a linha de água e vermo-nos ultrapassados por três equipas. Uma vitória significará entrar na primeira metade da tabela.
Interessante do ponto de vista da 'eficácia' do ponto nestes jogos contra equipas com os mesmos objetivos que nós, aspeto em que no ano passado fomos implacáveis. Esta época já tivemos dois exemplos bem sucedidos (Setúbal e Tondela), veremos a resposta em Coimbra com alguma pressão acrescida depois de dois desafios sem marcar qualquer golo e sofrendo cinco.
No onze, as dúvidas do costume, principalmente no meio campo. Idris/Gabriel/Tenga para as duas posições mais recuadas, Lima/Carvalho/Renato (mesmo Tenga) como terceiro médio.
Será que vamos ter um meio campo mais apto para a posse (Gabriel-Tenga+Carvalho ou Lima) ou algo mais físico e defensivo (Idris-Gabriel)?
Na frente, continuamos com o défice de opções para as alas. Luisinho e Zé deverão manter os lugares, Renato poderá estrear-se como extremo.
Na defesa, a única alteração será a de Mesquita, entrando para o lugar de Inkoom. Pouco provável e ainda menos aconselhável que haja de novo alterações na baliza e centrais.
Pontos importantes em jogo, fundamental estar no máximo no campo e bancadas, tal como no ano passado.
Força Boavista!
quinta-feira, 17 de setembro de 2015
Empréstimos
Ponto prévio, isto não é culpa só dos grandes, nem dos clubes recetores. Agora não é, longe dos tempos que se emprestavam oito jogadores ao mesmo emblema ou se simulavam convenientes impedimentos físicos. No nosso panorama, o que potencia o problema é a globalização financeira do futebol e a respetiva ganância de cada um, o que faz com que o porto não seja mais o porto, seja, em grande parte, a Doyen. O benfica ainda pior, já nem sabem o que tem nem sonham o que virão a passar. Dos terceiros nem vale a pena comentar, de tão ridícula situação.
Ponto grave é o impedimento de jogar contra o clube-mãe. No fundo, em causa a seriedade e profissionalismo do jogador e treinador. Na prática: oito o benfica, catorze o porto, dez o sporting, o número de jogos em que, à partida e por definição, os adversários partem desfalcados, não podendo contar com alguns dos seus jogadores, em teoria alguns dos melhores e mais influentes, ou pelo menos os mais caros. Igualdade de competição, Ju? A sério? Podre riquismo.
Tão simples quanto isto: fim dos empréstimos a clubes do mesmo escalão. Emprestar? Sim, cedem e ficam com parte do passe, lucram com futura transferência, podem até ter preferência na saída do jogador. E só portugueses e jovens. Não gostam? Não compram, apostem nos aztecas. Por exemplo, à semelhança do caso do TóZé do vitória. Antes isso que simular um penalty, vamos lá com calma, que há coisas que não se fazem.
Anti desportivismo, o mesmo mas em maior escala de que se tem falado quando, por exemplo, as condições de visitado não são as mesmas para todos. Toda a gente ri, porque 90% esfrega as mãos com estas merdas, outros 8% seguem estilo carneirada atrás. E ninguém lhes aponta o dedo porque, no papel, aumenta a probabilidade de sucesso das suas equipas. Palminhas, continuemos assim.
No meio disto tudo, somos a exceção juntamente com Nacional e Estoril. Pelo segundo ano consecutivo a não ser barriga de aluguer, somos os únicos. É duro, mas há coisas que não se pagam e esperemos que seja para continuar. Orgulho Axadrezado acima de tudo.
O Exemplo a Não Seguir...
Promessa da nossa formação, foi uma das apostas de Petit quando este assumiu o comando técnico do Boavista em outubro de 2012. Lançado de forma esporádica (nem outra coisa seria de esperar com 16/17 anos), seria opção mais séria - com direito a permanecer no plantel sénior - na época seguinte, 2013/14, a última antes do Regresso. Sai nessa pré-época, de forma algo surpreendente, aparentemente para alinhar na equipa b do mercado. Olhando à idade, também apto a competir pelos juniores.
Alguns exemplos de jovens jogadores, onde Rúben se incluía, lançados na mesma 'era':
Carraça seguiu, neste momento vai na segunda época em campeonatos profissionais. Titular em cinco dos seis jogos até ao momento pelo Santa Clara.
Cid estreou-se conosco na Primeira (como titular no empate no dragão), entretanto emprestado e recentemente vendido a um clube finlandês.
Afonso (então ex-junior/equipa b do braga) e Zé Manuel, estão cá, cresceram conosco e são dois dos nossos melhores jogadores.
Os irmãos Pereira continuam com ligação ao Boavista, neste momento emprestados ao Vila Real, depois de uma época em Gondomar. Com idade idêntica, ambos com mais jogos pelos séniores que o Rúben.
Samú está no plantel principal, já se estreou na Primeira e Taça da Liga.
Rúben foi para o porto em agosto de 2013, jogou nos juniores sem nunca se estrear em campeonatos profissionais. Na época seguinte participa em oito desafios pelo Famalicão, do terceiro escalão, neste momento continua no CNS, na Sanjoanense (treinado pelo nosso ex-jogador Ricardo Sousa).
Claro que ainda está muito a tempo de recuperar o tempo perdido e ter a época de explosão que precisa. O que me parece óbvio é que ficou a perder ao nos trocar pelo clube fruticolor.
Passo maior que a perna e fascínio não sei bem pelo quê, como se eles olhassem para um jovem e não vissem euros antes de tudo. Ainda para mais sem ligação à Doyen, era para saltar empréstimos até acabar onde está.
terça-feira, 15 de setembro de 2015
Injusto
Ingrato e injusto. Repetitivo, se olharmos a dois major-problems que nos tem assolado: erros defensivos evitáveis - que complicam a vida e nos fazem correr atrás do prejuízo - e falta de eficácia, a que precisamos para compensar as limitações e fazer jus à entrega exemplar da equipa.
Petit altera metade do onze - mexendo em todos os setores e promovendo duas estreias - mas mantendo o sistema/identidade base. Mika, Henrique, Idris, Lima e Uchebo, novidades em relação ao último desafio. Tengarrinha do onze para o banco, Carvalho para a bancada.
Há más entradas nos jogos (algo que até se está a tornar usual nesta época) e depois há isto, duas oportunidades concedidas ainda antes do terceiro minuto concluído. Saímos incólumes da situação, corrigimos e melhoramos, partimos para uma primeira parte equilibrada, minimamente seguros atrás, chegando à área adversária e criando perigo de bola parada.
Segunda metade marcada pela expulsão aos 8 minutos e pela reação positiva da equipa à mesma. Unimo-nos, crescemos no meio campo, criámos mais situações de golo que o adversário pecando na finalização, acabamos a oferecer os três pontos. Há dias assim, injustos para os que lutaram no campo e os que tudo deram na bancada.
Vamos às notas:
Notava-se que estava tremido, olhando às exibições nos três primeiros desafios e que, como havíamos falado, Henrique estaria à espreita. Mudar os centrais é algo sério, diferente de qualquer alteração noutro setor. Relembro que, na época passada, só começamos a sentir alguma consistência quando estabilizamos os centrais, findo o primeiro terço do campeonato. Não foi uma exibição perfeita da dupla, alguns erros que poderiam ter custado caro (e um que custou!), mas segurança e concentração na maioria dos lances. Esperemos que seja aposta contínua daqui para a frente e, mais importante, que seja eficaz.
Outro teste de grande exigência a Inkoom, sobretudo no aspeto defensivo, o tal que ainda suscita bastantes dúvidas. Foi alternando o bom com o razoável, culminando com a péssima abordagem no lance que resulta no segundo amarelo. Se dois minutos antes a falta era a melhor opção (depois de outra má reação à perda de bola da equipa...), aquela entrada por trás é... inútil. Voltou a mostrar dificuldades com bola, quando não conduzida pelo corredor: primazia à bola longa ao invés de passes simples e curtos quando estes eram a melhor opção.
No lado oposto, Afonso, super e aditivado. Outra vez.
Gabriel/Tengarrinha, Gabriel/Idris, é a questão do meio campo. Difícil decisão, convenhamos. Apesar de inicialmente discordarmos da alteração, admitamos que foi uma opção conseguida, olhando ao que o adversário exigia, às nossas mudanças na retaguarda e à própria produção e características (algo diferentes da temporada passada) da dupla. Responsáveis pela luta no meio campo e por impedir grandes espaços entre defesa e meio campo, foi quando mais se precisou deles que mais se destacaram, conseguindo esticar o jogo de forma sólida. Uma maior mobilidade e verticalidade no seu jogo (que já vem da pré-época), tornando-se mais evidente a sua utilidade quando reduzidos a dez. Um sinal que, sem médio ofensivo declarado (como o é Lima), poder-se-à tirar maior partido da dupla?
Os melhores jogos de Lima, quando desaparece aos 30 minutos. Depois estes, em que quase não aparece e a equipa agradece a sua ausência, tornando-se até mais perigosa. Teve duas boas chances de aplicar o pontapé, em ambas acertou nas orelhas da bola, falhando o alvo.
Esforçados, aplicados, consequentes. Uchebo, a dar sinais de melhoria de forma; Luisinho, mais um bom jogo; Zé Manuel, muito mais confiante que no último desafio. Foda-se Zé!, a dez centímetros da glória. Só faltou isso mesmo.
Por último, o lance quase anedótico. Culpados são vários: o primeiro Henrique (se fala, tem que resolver), depois Tengarrinha (sim, o passe podia ter sido bem melhor, ou até nem ter acontecido), Mika é o que sabemos com os pés (postes longe, problema!). Má abordagem do guarda redes, a manchar um bom regresso à titularidade.
Em suma, não merecíamos tamanha amargura, mas pusemo-nos a jeito, há que o dizer. Fizemos coisas boas, falhamos noutras. E pagamos caro. A confiança, por aquilo que se viu e pela evolução que ainda precisamos e vamos mostrando, segue inabalável. Reação em Coimbra, com todo o nosso apoio.
Fortaleza não merecia. É isto, continuar com este espírito de união para as importantes batalhas que se seguem. Jogo de Coimbra ganha outro peso, vai ser preciso estarmos fortes, no campo e na bancada.
Força Boavista!
segunda-feira, 14 de setembro de 2015
Venham Eles: Paços de Ferreira
Um dos adversários contra o qual não conseguimos pontuar desde o nosso regresso à Primeira, sendo que a derrota no Bessa na temporada passada é a única nos 11 encontros enquanto visitados.
Os três pontos catapultam-nos para o quarto lugar da classificação e, mais importante, fará com que visitemos Coimbra com importantes seis pontos de vantagem sobre a linha de água (sete sobre a Académica, lanterna vermelha), antes da receção ao sporting. Uma 'rede' que pode ajudar-nos a ter a estabilidade que precisamos para melhor evoluir o nosso jogo e recuperar/incorporar os reforços.
Bom início da equipa pacense esta época (empate em Alvalade à cabeça), apesar de não parecer tão forte como quando nos visitou na época passada, nem nós em fase tão atrasada de evolução quando os recebemos.
Curiosidade, portanto, em perceber qual vai ser a nossa abordagem ao desafio, tendo em conta que defrontamos um dos adversários mais complicados do meio da tabela, mas jogando em casa, com o equilíbrio como exigência e com os três pontos como único objetivo.
Dúvidas começam na baliza. Gideão não tem maravilhado, não surpreenderá se Mika avançar. Semelhanças em relação à época passada, em que o português só entrou para o onze à quarta jornada, no Bessa, depois do concorrente ao lugar encaixar 4 golos (em Vila do Conde).
Quarteto defensivo, se bem que ainda continuando a considerar Henrique como opção para o onze, não haverá motivos para abortar a rotina de Vinicius/Sampaio.
No meio campo estará a chave do nosso jogo. Gabriel e Tengarrinha, como médios de cobertura, tem dado bons sinais. Não só os dois, por eles próprios, mas sobretudo pela segurança e confiança que a equipa, no seu todo, parece ganhar jogando com esta dupla. Aliás, jogando com dupla, independentemente dos jogadores titulares. Estes dois parecem-nos, no momento, as melhores opções. Já passaram 15 dias desde o último desafio, veremos se há alterações (ou se há falta de confiança nos centrais, obrigando a lançar Idris)...
Dúvidas também na frente, incluíndo o terceiro médio. Carvalho dará maior segurança, mais intensidade sem bola e poderá contribuir para um meio campo mais compacto, podendo tal revelar-se útil atendendo às caraterísticas do adversário. Qualquer outro, e partindo do princípio que jogaremos com a tal dupla, será mais arriscado. Lima ou Renato serão as alternativas.
Reforço Renato que poderá também entrar no onze como extremo (ou Uchebo), ainda para mais com Léo a juntar-se aos indisponíveis. Será algo surpreendente se não tivermos Luisinho na esquerda e Zé no eixo.
Não achamos que se deva efetuar muitas alterações, de fundo, mesmo vindos de uma derrota por quatro. Foi um jogo, correu mal grande parte do seu tempo, mas não há motivos para muitas mudanças nem para grandes preocupações.
Confiança na Equipa, siga a dar todo o nosso apoio. Fortaleza!
Força Boavista!
terça-feira, 1 de setembro de 2015
Reforços a Fechar
Algo que foi aqui discutido várias vezes e opinião consensual entre Boavisteiros: meio campo ofensivo a principal lacuna do plantel, bem evidente nestes três primeiros desafios, mesmo jogando/adaptando Carvalho à posição.
Apenas uma opção, Diego Lima. Se ainda fosse uma opção forte, de titularidade e utilidade indiscutíveis, que nao desaparecesse aos trinta minutos de jogo, as preocupações não seriam muitas. Mas é o Diego... O Lima, o mesmo Lima da época passada, em que (talvez já preparando a presente) só nos últimos seis desafios ganhou a titularidade em definitivo.
Este Ancelmo quase não conta; Samú, 19 anos, ainda cedo para se tornar no médio de batuta que precisamos.
Daí a esperança que tínhamos em, mesmo com pouquíssimos argumentos, tentar sacar algo de jeito nas sempre movimentadas e surpreendentes últimas horas de mercado.
Renato Santos is the man. Formação por cá e pelo sporting, dificuldades para se impor num dos melhores Rio Ave de sempre, acabou por fazer uma boa segunda volta na época passada, na segunda liga. Extremo, médio ofensivo, veremos o que pode saír dali, mas é a zona em que mais precisamos de sangue novo.
E atenção, reforços a sério temos cá dentro: Uche e Bukia (que do pouco que se viu, promete ser útil).
O outro reforço, antes de jovem promessa, avançado, extremo ou goleador, é o filho de quem é. No campo, vamos ver primeiro como é e o que pode crescer por cá, nestes três anos que assinou.
Fora do campo, saltamos para sites estrangeiros e jornais, reabrimos o auditório para apresentar algo que não a equipa de ciclismo, é provável que aumentemos os adeptos facebookianos. Um bom exemplo hoje, numa semana em que não defrontamos estarolas nem mudamos o relvado, menção na capa d'OJogo. Vale zero, bem sabemos, mas fica a nota.
Não me iludo em particular com esta vertente, confesso, mas admito que tem o seu lado positivo.
Veremos no campo como é, aí sim, é importante contribuir e o mais cedo possível.
Como já falamos, sem Bukia nem Uche, com este Léo e com Uchebo ainda à procura da forma, as opções estavam curtas. Também aqui.
Relativamente às saídas, destaque inteirinho para uma não-saída, a permanência de Afonso. Desportivamente, seguramos um bom valor na defesa, apresentando já uma boa forma para início de época. No resto, e sendo o último ano de contrato, veremos o que ainda conseguimos fazer para não perdermos um dos nossos mais valiosos jogadores a custo zero...
Confirma-se a já esperada saída de Beckeles. Foi útil enquanto cá esteve, importante no ano zero do regresso. Na lateral estamos servidos, poderia ter ainda uma palavra a dizer no meio campo, ainda assim uma perda que pouco preocupa.
Força Boavista!
A Derrota de Braga
À terceira jornada o primeiro desaire da temporada, por números que igualam as nossas mais pesadas derrotas desde o regresso à Primeira.
A 'almofada' de 4 pontos e a boa prestação na semana passada no Bessa talvez tenham pesado na abordagem de Petit ao desafio: apesar do jogo fora contra um adversário com outros objetivos, manteve-se a estrutura com que vencemos o Tondela. À linha de quatro defesas, juntou-se dois médios de cobertura (Reuben, Tenga) atrás do terceiro (Carvalho), mantendo-se a aposta na velocidade dos três da frente. Como aqui discutimos na antevisão, de acordo com a forma como nos apresentamos, fruto da nossa evolução e, claro, dos sinais positivos que mostramos nas duas primeiras rondas com este mesmo sistema e mentalidade, apesar do evidente risco maior.
Percebeu-se a intenção, assim como deu para ver algumas das lacunas mais evidentes e preocupantes da equipa, contra um adversário que as soube aproveitar e com argumentos para tal.
Numa breve análise, dividamos o desafio em três partes.
Primeiros minutos, até ao primeiro golo. Aguentamos a previsível forte entrada do adversário, sem recuar linhas em demasia e com meio campo e alas bem posicionadas e atentas às movimentações contrárias. Perda de bola em saída para o contra ataque, resulta no desequilíbrio defensivo originando o primeiro golo da partida, numa altura em que podíamos começar a jogar com a intranquilidade do adversário (vinda também das bancadas).
A reação, até ao segundo golo. Acusamos mas reagimos, com a baliza do adversário no horizonte. Conseguimos esticar um pouco o nosso jogo, controlar as investidas contrárias ainda longe da nossa baliza e, mesmo abusando de algum jogo direto, chegamos perto da área contrária por várias vezes, algumas delas com perigo. Um fora de jogo mal tirado a Uchebo, má definição no último terço na maioria das jogadas ofensivas e uma boa oportunidade pelo mesmo jogador, já na segunda parte, foi o melhor conseguimos.
O descalabro, a última meia hora. Morremos para o jogo na bola parada que origina o segundo golo, incapazes de impôr algum domínio no meio campo e de controlar os rápidos ataques e boa circulação do adversário. Animicamente (e fisicamente?) caímos para patamares demasiado baixos, resultando em mais dois golos e outros tantos desperdiçados. Reequilibramos com a entrada de Idris, mais preocupados em minimizar os danos da derrota do que propriamente em tentar tirar algo mais do desafio.
Vamos às notas:
+ Luisinho novamente em bom plano, foi do lado esquerdo que criámos as melhores chances para criar perigo, mesmo que, num ou noutro lance, a opção não tenha sido a melhor.
+ Foi o teste mais duro para Inkoom desde que cá chegou, mais exigente no aspeto defensivo, precisamente onde suscitem mais dúvidas sobre o seu valor. Apesar de repartir culpas no primeiro golo, esteve bem nesse aspeto no restante tempo de jogo, fazendo uso da velocidade que tem para impedir males maiores pelo seu flanco. Com bola, foi o que mais se precipitou pelo passe em profundidade, também pelo 'convite' de ter Uchebo em campo (mal um pouco extensível ao resto da equipa).
+- Reuben, Tenga, Carvalho. Melhores os dois primeiros, na sua principal função nesta partida: suster e controlar os dois médios e alas contrários, proteger a defensiva ainda longe da nossa área. Razoáveis enquanto houve forças e discernimento, também foi dali que teve origem o colapso pós segundo golo.
Nota negativa para Carvalho, apesar da missão ingrata. Ordem principal para impedir os centrais e medios adversários de saír a jogar, foi com bola que teve mais dificuldades, lento a reagir com o pouco tempo que sempre dispunha quando tinha condições de dar melhor seguimento às jogadas.
- Erramos em demasia e em momentos proibidos. Ao contrário dos dois primeiros desafios, estivemos mal nas bolas paradas defensivas, optando por uma marcação unicamente à zona (e pouco melhores nas ofensivas). Mesmo avisados depois do primeiro canto perigoso, voltamos a falhar poucos minutos depois, guarda redes incluído. Inexperiência e desconcentração, claro, a custarem bem caro.
+ Presença espetacular dos Adeptos. Boavista é isto. Não somos de 'levantar a cabeça' porque nunca a baixamos. Connosco não há quases, há a certeza de jamais abandonar e apoiar o Símbolo.
Todos juntos na reacção. Duas semanas para preparar Paços, dia 20 no Bessa.
sexta-feira, 28 de agosto de 2015
Vamos a Eles: Braga
Em teoria, dos jogos mais complicados da temporada, por motivos óbvios. Objetivos e orçamentos díspares por um lado, evoluções e momentos diferentes de ambas as equipas por outro, algo que até pode e deve equilibrar a balança.
Curiosidade principal sobre a estrutura a apresentar por Petit: se vamos idênticos ao último desafio (o habitual 4231 e se com Carvalho ou Lima) ou se formatamos de maneira diferente o nosso meio campo (com trinco e dois médios à frente).
Luisinho e Léo nas alas, Zé no meio, velocidade dos três para o contra ataque).
Gabriel e Tenga, Carvalho mais à frente. Defesa igual, incluindo Gideao, sem motivos para mudar.
Sobre o adversário, das poucas equipas que jogam com dois avançados, ataque sobretudo vindo das alas e laterais (muito fortes, mas atenção que Djavan é baixa).
Aconteça o que acontecer, apoio do inicio ao fim. Notável presença de adeptos. Invasão!
Força Boavista!
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
Naturalmente
Grande regresso ao Bessa. Três pontos e 'final' ganha, entrega no campo, apoio na bancada e exibição a condizer.
Abordamos o jogo como expectável: à frente do quarteto defensivo, dupla formada por Reuben e Tengarrinha, atrás de Lima como médio ofensivo. Luisinho na esquerda, Léo na direita e Zé Manuel no eixo do ataque. Olhando aos recentes jogos (de preparação e primeira jornada), será esta a estrutura base, aquela que se identifica com a equipa e à qual os jogadores parecem sentir maior confiança.
Foi pela vantagem mínima mas teve tudo para não o ser, dado o domínio e oportunidades flagrantes que conseguimos criar. Depois de uma entrada expectante, dominamos a partir dos dez minutos, jogando no meio campo adversário, esticando o jogo sem colocar em cheque o setor defensivo.
Dois pares de oportunidades, outras tantas bolas nos ferros, apenas uma aproximação perigosa à nossa baliza, faziam o empate ao intervalo ter um sabor a injustiça.
À entrada perfeita na segunda parte, manteve-se o domínio sobre o adversário, ora criando perigo no ataque continuado e através de boa circulação de bola, ora - numa fase posterior - explorando o espaço nas costas da defensiva contrária. Tiramos o pé do acelerador nos últimos dez minutos, recuando e fechando linhas mais atrás. Mesmo sem conceder espaços junto da nossa baliza, permitimos alguns lances de bola parada, só não descansando mais cedo pela falta de eficácia na cara do golo.
Vamos às notas:
+ Percorrendo os setores (e porque todos estiveram bem, como um todo) e começando pelo princípio, pela defesa. Não pelos quatro elementos, mas por toda a equipa quando sem bola, já que foi graças ao comportamento coletivo que revelamos uma boa consistência. As laterais confirmam aquilo que se suspeitava, sendo dos melhores setores da equipa. Afonso está ao mesmo nível (diria até a melhorar), Inkoom vai crescendo, maior segurança defensiva, das poucas vezes que subiu (mesmo com menor liberdade que Afonso) mostrou que também ele pode desequilibrar em terrenos mais avançados.
Discutimos na antevisão à partida que seria útil rotinar a dupla de centrais: maior tranquilidade e acerto de ambos, a resolverem bem a maioria dos problemas que foram surgindo.
+ Poucos problemas que resultam também da influência da dupla do miolo. Reuben (que jogão!) e Tengarrinha estiveram na base da segurança defensiva e foram os primeiros responsáveis pelo volume de jogo ofensivo que produzimos. Ambos taticamente evoluídos e bem no posicionamento, fortes na cobertura e pressão, rápidos a reagir à perda de bola, características indispensáveis neste 'miolo' a dois à frente da defesa.
Terceiro médio que, a partir dos trinta minutos, foi Carvalho. Numa posição diferente da que habitualmente ocupa (costuma ser utilizado como fazendo parte da dupla, quer atrás do ofensivo, quer à frente de um trinco), com características diferentes de Lima, mas útil à equipa. Acelera o nosso jogo de forma diferente de Lima: sem conduçao de bola, sem encarar o um-para-um, mas revelando enorme lucidez no passe, quer na circulação no meio campo, quer a desequilibrar no último terço. Além disso, outra característica que o diferencia de outro qualquer médio naquela posição: bem na primeira linha de pressão na saída para o ataque do adversário, não deixando de aparecer na área de forma mais vertical para ser mais um a poder finalizar. Diego Lima azarado, esteve em bons vinte minutos da nossa equipa, foi o primeiro a ver amarelo (naquela intenção dele em intensificar o seu jogo defensivo), saíu ainda antes da meia hora devido a lesão (e veremos se há más notícias, numa posição com poucas opções).
+ Luisinho, a par de Reuben, dos melhores da nossa equipa. Já não há dúvidas que é um reforço à séria. Criativo, cultura de posse, movimenta-se bem na linha e nos espaços interiores, sem receio na hora de partir para cima dos defesas, bem na hora de decidir pelo remate quando bem enquadrado e em posição favorável ou pelo passe de circulação quando assim é melhor. Lembram-se do Brito? Sim, ficamos, sem dúvida, a ganhar.
Outra nota interessante, o Zé Manuel no eixo do ataque. Não surpreendeu a opção, como já aqui discutimos. Na pré-época, só foi aí utilizado e com resultados agradáveis. Mais mobilidade e rapidez nas desmarcações, ainda mostrou assinalável capacidade de luta entre os centrais adversários e lucidez na hora de servir os companheiros quando estes melhor posicionados. Só falhou, como em Setúbal, na hora de acertar nas redes, não esquecendo o mérito do redes adversário.
Sem deslumbrar e mesmo sendo o jogador em menor evidência, regresso razoável de Léo à titularidade, encostado à ala direita (favorecendo o jogo interior, à semelhança do lado oposto). Poucas, mas algumas melhorias, mesmo no posicionamento defensivo.
- Poucos pontos negativos e ainda bem. Entrada de Uchebo coincidiu com o nosso período de menor fulgor, ainda assim está ligado a dois desperdícios (um deles após enorme assistência do Zé) à frente da baliza, que podiam ter custado caro. Jogou encostado à ala, o que significa que, mesmo com Zé Manuel em campo, conta - e bem - como extremo para Petit.
- Ainda os centrais, embora globalmente com atuações positivas. O maior lance de perigo do Tondela surge em lance já visto: má cobertura e posicionamento de Sampaio no primeiro poste. O tempo é amigo e só ele para fazer evoluir o central, já que vontade parece não faltar. Acerca de Vinicius, repetimos o que aqui se escreveu na semana passada: transpira experiência, a mesma que lhe permite tirar partido do excelente posicionamento e compensar a falta de ritmo que evidencia num ou noutro lance. Dois exemplos: perda de bola em zona proibida, denotando dureza de rins em lance mal resolvido; longe dos festejos do golo e junto ao centro do campo, dando tempo à equipa para se reorganizar.
Resumindo, fica a superioridade perante um adversário estreante nestas andanças de Primeira Liga, com plantel renovado e treinador novo, portanto ainda em natural fase de adaptação e evolução (como os percebemos...). Bom, muito bom, mas nada mais.
Três pontos importantes e exibição segura e confiante. Tudo a Braga apoiar os nossos rapazes.
Preparem-se: Invasão.
Força Boavista!
domingo, 23 de agosto de 2015
Venham Eles: Tondela
Não seria preciso mais que o nosso regresso a Casa, mas não faltam motivos extra de interesse: relvado novo, equipamento principal a estrear em jogos oficiais, o ajuste de contas com clube e treinador adversários.
Do jogo, embora numa fase inicial do campeonato, julgo que pode ser já apelidado de 'final', daquelas que fomos vencendo na temporada passada e que começam bem mais cedo este ano, fruto do calendário e também da nossa evolução.
Curiosidade sobre a nossa abordagem, onze e estrutura, também se iremos ter algum daquele marasmo da primeira meia hora em Setúbal ou, no inverso, a postura que nos valeu o empate em inferioridade numérica.
A respeito do onze, ausência forçada de um dos jogadores mais utilizados por Petit, Idriss. Dúvida no substituto, com influência também na própria estrutura da equipa.
Bons sinais nos jogos de preparação (e mesmo em Setúbal), quando jogamos com dois médios atrás do ofensivo, parecendo encaixar melhor na identidade da equipa.
Gabriel foi o menos produtivo na estreia, bem ao contrário de Tenga e da boa entrada do Carvalho. Veremos quem forma a dupla de meio campo atrás de Diego Lima (esperemos nós, o brasileiro no meio e não na ala).
Outro dúvida maior no trio da frente: Luisinho tem lugar cativo na esquerda, Zé e Uchebo na pole para os dois outros lugares, havendo a dúvida sobre a posição que ocupam. Zé Manuel, esta temporada, foi somente utilizado no eixo do ataque, mas sempre sem Uchebo na equipa. Veremos como será, mas é provável que assim continue, derivando o nigeriano para a ala (ou mesmo para o banco, entrando Léo).
Na defesa, não havendo dúvidas nas laterais, curiosidade para sabermos se Sampaio e Vinicius continuarão a formar a dupla, depois de alguma intranquilidade demonstrada na estreia. Não há nada como rotinar a dupla, mas convém lembrar que temos Henrique à espreita (ele que deu bons sinais nos amigáveis, antes de se lesionar).
Do adversário e do pouco que se lhe viu, atenções redobradas aos rápidos avançados, perigosos nos contra ataques.
Importante é fazermos a nossa parte. Apoiar do início ao fim, mostrar a todos que a nossa volta é definitiva e que juntos seremos, sempre, mais fortes.
Força Boavista!
segunda-feira, 17 de agosto de 2015
A abordagem em Setúbal
Revendo o jogo, ainda fiquei com a ideia inicial mais vincada. Duas partes: do início à alteração aos 30 minutos, depois desta até ao final do desafio.
Dois médios à frente do trinco primeiro, um médio ofensivo tendo atrás a dupla de cobertura depois (o mais habitual 4-2-3-1, e um extremo na direita). Diferença abismal na coesão e comportamento da equipa, tanto no aspeto defensivo como aquando da posse de bola. Não foi um mar de rosas mas foi bem melhor, nem tampouco significa que quaisquer dos sistemas é melhor que o outro, simplesmente a equipa está mais identificada (e encaixa melhor, para já) com um deles.
Mais ou menos isto:
Sentimos pouco a expulsão, graças a nós próprios que mantivemos a atitude e aproveitamos o encolher do adversário. Com as linhas mais compactas, continuamos com os dois médios (agora Tenga+Carvalho) à frente da defesa, Léo a meias na ala a derivar para o meio, dando o corredor a Inkoom (seria essa a ideia de Petit com a colocação de Lima na direita?).
Por falar em Léo, fica a nota para uma exibição positiva do brasileiro, descomplicando por vezes (já é uma melhoria) e consequente na segunda parte como há muito não se via. Aguardemos o que vem aí, mas pode ser um 'reforço' importante para os próximos tempos.
Necessidade de reforço que se torna cada vez mais evidente no que toca à alternativa a Diego Lima. Carvalho é hipótese, mas também o é (e bem mais) para outras posições do miolo. Sobram Samú e Ancelmo... é tirar conclusões.
Força Boavista!
Empate na Estreia
Deu para o susto. Entrada satisfatória com direito a euforia controlada: um ponto fora contra um adversário directo, empate em inferioridade numérica depois de estar a perder por dois e a sensação de que com aquela postura - de peito feito e confianca em alta - a vitória poderia estar mais perto. Individualmente, erramos para corrigir no futuro, no coletivo mudamos para saber que não o podemos fazer. Receita idêntica à do passado: aprender com as dificuldades, olear o que ainda parece enferrujado e manter a correria. A garra à Pantera. Fundamental.
Cabeça fora do corpo, foi a equipa que fez questão de demonstrar que não batia certo. Perdemos na consistência e posicionamento, não nos organizamos o suficiente para podermos esticar o nosso jogo (resultado da evolução, como será expectável). As dificuldades em criar espaços e os erros que originam os golos são resultado disso mesmo: a permitirmos espaço entre defesa e meio campo, sem bola inseguros, com ela apáticos e sem ideias.
Algumas notas:
Ala esquerda, Afonso e Luisinho. Não só foram os marcadores dos golos (os primeiros de ambos na Primeira), como nasceram ali algumas das jogadas mais perigosas. Luisinho confirmou que é reforço, Afonso ao seu nível.
Tengarrinha, o melhor dos médios na parte positiva do jogo, mostrou que está a caminho da melhor forma.
Boa entrada do Anderson Carvalho, ajudando na recuperação, intenso na disputa de bola, trouxe outro (e melhor) critério na posse de bola.
Vou chamar-lhe Mandiang porque por vezes parece outro Idriss, e nem percebo qual o verdadeiro. Primeira intervenção positiva resulta na primeira grande oportunidade, já com Léo em campo. Problemas no posicionamento e pouca cobertura (por exemplo, no primeiro golo), ímpeto a mais na absurda expulsão, em contraste com a não menos absurda lentidão na sua saída de campo. Vítima da desorganização inicial do meio campo, perdido algures entre os centrais e os outros dois médios (e longe do bom entendimento com Gabriel), foi sem ele que empatamos.
Dupla de centrais. Melhores na segunda parte, talvez a pouca rotina na origem dos problemas. Vinicius está no segundo golo, num erro incompreensível para quem mostra enorme experiência noutros lances, além dos problemas em fechar o espaço com Afonso (aí também com responsabilidades do meio campo). Falta de ritmo? Sampaio num plano razoável, também ele precisa de jogos (e nós, para percebermos como está o Sampaio).
Ficou a certeza que pelo menos Henrique está aí para a equação.
Lima. A principal vítima da alteração inicial, encostado à ala e escondido dos companheiros. Melhorou com a passagem para o meio, foi o que mais empurrou a equipa no início da segunda parte. Como habitual, desapareceu cedo demais, com a agravante de ter aparecido tarde.
Em suma, sinais positivos na reação à desvantagem e recuperação em inferioridade numérica, muito embora os problemas na consistência e evolução que não mostramos na primeira metade do jogo.
domingo, 16 de agosto de 2015
Vamos a Eles: Vitória de Setúbal
Como é natural no primeiro jogo da época, expectativa ao máximo, não só pela estreia - e logo num estádio de boa memória recente - mas também para vermos e confirmarmos como estão equipa e jogadores.
Desta vez começamos contra dois adversários directos (Setúbal e Tondela), também por isso entrar bem pode ter um peso diferente.
Em comparação com o último campeonato, este ano não temos nem precisamos do 'tempo extra' inicial para aquecermos os motores.
Cedo organizamos o plantel, mantivemos (para já) uma boa base, reforçamos onde era mais preciso. Os bons sinais da pré-época mostraram uma equipa mais consistente e confiante, mais ligada entre si e identificada com o que a equipa técnica pretende, com alguns reforços a mostrarem que podem contribuir já.
Curiosidade acerca da nossa abordagem ao jogo. Tudo indica que o teste aos três centrais não tenha passado disso mesmo, portanto será de esperar um onze e postura idênticos ao da maioria dos jogos particulares das últimas semanas e ao que parece ser maior aposta do Petit, para já.
As dúvidas são as mesmas que discutimos aqui no último post: no eixo da defesa (quem acompanhará Sampaio), na dupla de meio campo atrás de Lima e no ataque (sem Bukia nem Uche mas já com Zé Manel a poder entrar no onze).
Tudo a apoiar. Começa hoje a difícil caminhada, vai ser mesmo preciso estarmos num bom nível, dentro e fora do campo.
Tamo'juntos! Força Boavista!
sábado, 8 de agosto de 2015
Equipa
A respeito do onze a entrar no campeonato daqui a uma semana (que em princípio fez o último jogo de preparação/afinação ontem), parece-me mais definido este ano que na temporada passada. Sobretudo, há essa possiblidade e parece-me também haver maior preocupação em delinear já um onze ou algo perto disso.
Com o Celta pode não ter sido o onze que entrará em Setúbal, mas andará lá perto.
Tivemos de novo o teste dos três centrais (Sampaio, Vinicius, Santos). Golos aos 8 e 9 minutos, alteração aos 18 com a entrada de Léo para o lugar de Santos. Por enquanto, não parece que vá haver mudança de sistema.
Na baliza, curioso que tem sido Gideão o guarda redes mais vezes titular. Não seria expectável Mika não começar como titular, mas é uma das grandes dúvidas.
Laterais assunto arrumado, Samuel Inkoom e Afonso. No eixo da defesa, Sampaio jogou sempre a titular, tudo indica ser o central do lado direito. Primeiro Henrique (entretanto lesionado) depois Vinicius (falta saber se já com ritmo), parecem tirar espaço a Carlos Santos, o que mais jogos tem com Phillipe como companheiro de setor mas que ainda não o foi nesta pré-época. A outra dúvida.
Idris o médio mais utilizado, ficando a ideia que será um dos dois médios mais defensivos.
No meio campo ofensivo, é um all-in no Diego Lima. Tem estado bem e vai começar bem, veremos o quanto consegue ser consequente e como a equipa pode tirar o maior proveito dele.
O terceiro homem no miolo (a par de Idris) é outra dúvida. Gabriel parece levar alguma vantagem, mas temos o Tengarrinha e ainda Anderson. O nigeriano tem carburado bem (trará mais força e intensidade, para já talvez revelando melhor entendimento com Idriss), os outros dois em crescendo. Dúvida agradável, qualquer um dos três dá garantias.
Na frente, Luisinho na ala esquerda não há dúvidas, as lesões de Bukia e Zé Manuel atrapalham bastante, reduzindo as opções a Uchebo, Pouga e Léo (para já, enquanto o Uche só corre). A dúvida será entre Léo e Pouga, interferindo na posição de Uchebo. Na minha opinião, ganharemos muito mais com o nigeriano no eixo e Léo na ala, do que com Pouga.
E quase ficamos por aí. Há Correia que, tendo Afonso na lateral, poderá subir para ala. Restam Samú, Abner, Alex, o que já pode ser curto.
A não ser que haja alguma surpresas (atenção que ainda há um jogo em Vila Real), será mais ou menos assim que nos estrearemos em Setúbal.
Mais importante que as dúvidas e os bitaites, e logo a seguir à vitória, é o nosso apoio. Temos que ter uma presença idêntica à do primeiro desafio da época passada, marcar bem que estamos de volta e que por cá queremos ficar. Melhores. A crescer. Unidos. Se não correr bem ou alguma coisa emperrar, temos que estar lá nós para dar força, como tão bem o fizemos no passado recente.
A oito dias. Vamo lá! Força Boavista!
quinta-feira, 6 de agosto de 2015
Plantel 2015/16 - atualização
Um mês depois do início dos trabalhos, a pouco mais de uma semana da estreia em Setúbal (dia 16 às 16 horas, marquem já na agenda) e aproveitando a apresentação oficial, está na altura de uma breve olhadela sobre o nosso plantel.
Defesa
Foi o setor sujeito a mais reforços: Gideão, Samuel Inkoom, Tiago Mesquita, Henrique, Paulo Vinicius e Hackman, seis jogadores para fortalecer o setor mais frágil da temporada passada.
Mais e melhores opções. Nas laterais, talvez as posições em que estamos melhor servidos, tanto no onze como nas opções, até salvaguardando a eventualidade de alguém ser tranferido.
Henrique e Vinicius, indiscutivelmente, trazem mais qualidade e experiência ao eixo da defesa.
Na baliza, Gideão tem mostrado estar à altura para discutir a titularidade na baliza, bem mais que o dispensado Monllor o conseguiu fazer na temporada passada.
Meio Campo
Talvez o setor ainda alvo de retoque até ao fecho do mercado, nomeadamente o ofensivo. Idriss, Reuben, Tengarrinha e Carvalho são o núcleo duro, em princípio para duas das três posições mais defensivas do miolo (mesmo podendo haver jogos em que poderão jogar os três). No meio campo ofensivo, Diego Lima (que se tem apresentado em boa forma) é praticamente o único indiscutível a lutar à séria por esse lugar. Nota ainda para o regressado Beckeles, que poderá ser mais vezes opção para o miolo, tendo em conta que estamos bem servidos na lateral. Não é trinco nem organizador, mas adapta-se bem no meio campo e mesmo na ala, onde fez alguns jogos na época passada. Isto, claro, se permanecer no Clube.
Ataque
À semelhança da defesa, ficamos a ganhar com as mexidas: perdemos Bobô, Brito e Wei, ganhamos Uche, Luisinho e Bukia. Ainda com o nigeriano a ganhar forma física, já deu para confirmar que o português que recrutamos ao Ac.Viseu é uma mais valia. O jovem ex-Vila Real, nos dois ou três jogos em que participou, mostrou qualidade para se fixar já no plantel principal. A infeliz lesão atrapalha mas, correndo bem a recuperação, haverá uma maior expetativa para um bom reforço da linha avançada lá para o final do ano. Acrescente-se Zé Manuel (a contas com lesão nas últimas duas semanas) a Luisinho e Uchebo, os que estão mais próximos da titularidade.
Sobre os jogadores:
Apresentamos 31, número acima do que o nosso Mister pretende, sendo muito provável que nos próximos dias (ainda antes do início do campeonato) tenhamos conhecimento de algumas dispensas.
À cabeça, os jovens que, apesar do potencial, não estarão ainda prontos para serem opções válidas neste ano de estreia na Primeira: Hackman e Alex Jr (veio como defesa lateral mas tem sido utilizado na ala esquerda; talvez mais em standby dada a possível transferência de Afonso); Douglas Abner tem poucos minutos nesta pré-época, a maior parte deles na posição de ponta de lança, encontrando-se claramente atrás da concorrência e dando sinais que precisa de evoluir. Alguma dúvida dada a lesão de Bukia, em princípio abrindo outros horizontes no que toca à luta por um lugar na ala. Nesse capítulo, Samú parece levar vantagem, dado que já foi aí testado nestes últimos amigáveis de pré-época. No meio campo denota algumas dificuldades para se impôr e ser verdadeira alternativa a Lima, mas ainda assim será, dos jovens que transitaram para esta época, o que estará mais próximo de permanecer no plantel.
Ancelmo, embora algumas melhorias, é bastante provável que retorne à condição inicial de dispensado, fortalecendo a ideia que é realmente a posição em que precisamos de reforço.
Ibrahim Faye não é para estas andanças, pelo menos para já. Rotulado de extremo, tem sido utilizado na lateral (também graças à pouca disponibilidade de Tiago Mesquita devido a lesões).
Sobre a apresentação:
Boa solução em realizar a festa da apresentação na cidade da Maia, onde o plantel tem feito a maior parte dos treinos nesta pré-época. Parece-me óbvio que se tratou de uma situação de recurso dado o estado do nosso relvado, assim como não fazia sentido fazer o típico jogo de apresentação fora da nossa Fortaleza. Além disso, uma aproximação que pode e deve trazer-nos vantagens no futuro, em jeito de piscar de olho à Maia, para assim, ainda que lentamente, talvez podermos cimentar uma maior proximidade à zona periférica da nossa cidade.
Outras notas:
- U-u-Uchebo. O ReiUchebo, no seu estilo muito próprio, é o craque cabeça de cartaz que mais mexe com a plateia. Carlos Santos, antigo mal-amado, recebeu uma das maiores ovações da noite (quinta época de Xadrez ao peito...).
- Ancelmo conseguiu ser ainda mais lento que Ervões e Bukia, naquele curto trajeto desde as escadas ao palco.
- No treino, à semelhança do jogo com o Pedras Salgadas, houve teste ao sistema de três centrais, em princípio (e como já disse Petit) para desafios em que teremos que adotar uma postura mais defensiva. Os sinais foram positivos, veremos se é algo que vamos testar mais vezes e se será somente para esse tipo de jogos. Sobretudo, aproveitando as duas laterais, que exploram bem os corredores (Samuel, Afonso/Anderson) e os dois médios que fazem bom jogo interior (o ala Luisinho e o médio Diego Lima). A par disso, eixo central bem protegido, quer pelo trio de centrais (com Vinicius a comandar), quer pela dupla mais defensiva do meio campo. Não chegando o tal médio que precisamos, será também menos necessário com este sistema, que no típico 433 de Petit.
Tenho dúvidas que se mude, passando a ser o nosso sistema base, mas vamos esperar pelos próximos desafios e ver o que pode saír dali.
Amanhã, sexta feira, teste importante (e curioso até) contra uma equipa da Primeira Liga Espanhola, o Celta de Vigo. Sábado (17 horas), naquele que deverá ser o último jogo antes da estreia em Setúbal, estaremos na apresentação do Vila Real.
Força Boavista!
sexta-feira, 31 de julho de 2015
Sexto Jogo Treino
Como seria de esperar, jogo de sentido único. Apesar das diferenças, tivemos dificuldades para criar perigo e desequilíbrios na povoada defesa contrária. Cansaço, lentidão, pouco espaço e imaginação, muitos testes em algumas posições.
Algumas notas do treino em Rebordosa:
- Boa notícia a estreia de Paulo Vinicius. Deu ideia que ainda vai demorar algum tempo a ganhar ritmo competitivo, mas, sem dúvida, mais valia a caminho. Primeiro na esquerda (com Sampaio) depois na direita (com Santos).
-No sentido inverso, e apesar de carecer de confirmação, Bukia esteve ausente devido a lesão. Veremos o que vai saír dali, daquele que estava a ser um dos destaques da pré-época. Mesquita também saíu tocado, ele que falhou os primeiros desafios de preparação por problemas físicos.
- Léo confirma a má forma. Começou na esquerda sem sucesso, bastaram 5 minutos de Luisinho nessa posição para se conseguir criar duas oportunidades e um golo mal anulado a Pouga. Nas receções, no um para um, até no passe, denota uma anormal falta de confiança.
- Não seria preciso este treino, mas torna-se cada vez mais evidente que temos muito mais a ganhar com Uchebo que com Pouga. Muito mais mobilidade e velocidade do nigeriano... Muita luta e poder aéreo sim, de Pouga, ali perto da área.
- Um dos jogos menos maus de Ancelmo neste início de temporada. Um grande golo, alguns passes rápidos e certeiros, espaço e tempo que não tem três escalões acima.
- Abner jogou os últimos dez minutos, contrariando as notícias que davam conta do seu empréstimo. Poucas dúvidas que será esse o destino, mas para já continua connosco.
Alex e Hackman também participaram apenas na parte final...
Amanhã, 9 horas, jogo treino em Leça.
Fiuza
Enganei-vos.
Não vamos falar do ridículo.
Preparativos para fazer o 'boneco' publicado no final deste post: Fiuza, google imagens, com "z" em vez do "s". Foi assim que a descobri. E, tal como vocês que já clicaram no link, também me apaixonei. Paloma. Fiuza. Espanhola. A Sara num bolso. Se os tivesse.
Só para exemplificar que há males que vem por bem, ou que nem tudo que parece tempo perdido é realmente tempo perdido. Ou que pode-se sempre recompensar esse mesmo possível tempo perdido de forma inesperada e surpreendente.
Obrigado, Fiusa.
Do resto, só para rir. Fail of Ignorance.
terça-feira, 28 de julho de 2015
Venha o Caneco II
Paços - Boavista
- grande parte do domínio deveu-se à eficádia de Gabriel e Idris na zona intermédia, confirmando-se maior mobilidade (bem coordenados e a chegarem com segurança mais à frente), ambos em muito bom nível no desarme e antecipação.
- Sampaio e Henrique são aposta para a defesa por enquanto, contribuindo também para esse maior fulgor do meio campo defensivo. Sampaio vai confirmando a boa forma, Henrique vai trazendo algo mais positivo. Veremos os próximos tempos, mas é bom poder começar desde já a engrenar uma dupla. E ainda falta Vinicius.
- Samuel Inkoom outra vez titular (provavelmente Mesquita lesionado) e outra vez a mostrar alguns problemas defensivos (alguma imaturidade na abordagem a alguns lances?). Com bola, ficamos a ganhar milhões, quer na circulação, quer a explorar o corredor direito.
- Afonso a aproximar-se dos níveis da temporada passada. Classe. E à frente na luta pelo lugar.
- Claras mais valias nos extremos, Luisinho e Bukia na linha dos últimos jogos amigáveis, veremos como ainda crescem nos próximos tempos. Para já, tanto a dinamizarem no último terço em ataque organizado como a lançar o contra ataque.
- Uchebo foi utilizado no eixo do ataque (onde já jogou Zé Manuel e falta Uche se estrear), estando bem na sua função (à Uchebo), ganhando bolas para os companheiros, beneficiando também do melhor apoio que conseguimos dar ao ponta de lança, tornando o seu jogo mais consequente e útil para a equipa.
Boavista - União da Madeira
Como se esperava, um onze diferente do desafio com o Paços, um misto de potenciais titulares com algumas opções ainda em fase de 'testes'. O sistema foi o mesmo que nos quatro jogos anteriores, o que já se pode chamar de nosso sistema base: dupla de médios à frente do quarteto defensivo (sem trinco declarado), terceiro médio mais à frente, dois alas e ponta de lança. Únicos repetentes no onze em comparação ao dia anterior, Inkoom e Sampaio.
Mesmo com maiores dificuldades em desequilibrarmos no ataque, conseguimos controlar a primeira parte, na maioria do tempo por cima no jogo. Entramos bem, pressionantes, fomos perdendo fulgor até ao lançamento de algumas das peças que tem estado em maior destaque nesta pré-época. E assim vencemos.
Algumas notas:
Os problemas no ataque deveram-se sobretudo às opções iniciais, com mais dificuldades no poder de desequilíbrio e mesmo na consistência do nosso jogo.
- Pouga com funções idênticas às de Uchebo no sábado: igualmente forte nas bolas aéreas, a conseguir dar algum jogo ao apoio do meio campo e alas, útil igualmente nas bolas paradas defensivas. No resto, aplica-se o que já foi dito sobre ele: pesadão, dá imensa luta, algo prejudicado pelo tipo nosso tipo de jogo. Veremos se se pode tornar mais útil.
- Em bom plano a nossa dupla de meio campo, Tengarrinha e Anderson Carvalho, parecem também ir aquecendo os motores. O português regressando ao patamar que nos habituou, o brasileiro continuou a melhorar o seu jogo, sobretudo na intensidade. A chegar mais vezes perto da bola, a conseguir matar algumas jogadas e a lançar outras, mantendo o que tem de melhor, a lucidez no passe. Gostei, principalmente na segunda parte. Na primeira, é quase impossível fazer algo mais, com Ancelmo como terceiro médio.
- Na lateral esquerda tivemos Correia, também ele a melhorar, mais perto do que de bom mostrou no início da época passada. Atrás de Afonso talvez pela menor segurança defensiva que oferece para já, na minha opinião. Mas vai ser uma luta intensa, não duvido. Alex Jr jogou na ala, depois do que mostrou em Gondomar. Não desequilibrou, revelou dificuldades no posicionamento (claro, não só pela inexperiência mas tambem dado o pouco entrosamento com o lateral).
- Na direita, boa estreia de Tiago Mesquita na segunda parte. Esteve seguro a defender, muito certo nas ações, poucas oportunidades para subir na lateral.
- Léo razoável, talvez um pouco melhor que nos últimos jogos, mas ainda muito à sua imagem. Inconsequente vezes a mais. Sente-se melhor quando tem oportunidades de lançar ele o contra ataque em drible e velocidade, continua algo complicativo em tudo o resto.
Nota final para as bolas paradas, englobando os dois desafios. Continuamos a mostrar melhorias, sobretudo na marcação, conseguindo criar mais perigo. Mesmo nos livres diretos à baliza, como foi exemplo o grande golo do Tengarrinha.
Há um ano, a propósito deste torneio, discutiu-se aqui que foi positivo reencontrar duas equipas de Primeira (Setúbal e Paços) e não perder nenhum desafio.
Desta vez mantem-se a onda positiva, e nem tanto pela mera conquista do caneco, mas sim por aquilo que a equipa mostra, a evolução que teve, a auto confiança que revela, as melhores opções, e o espírito de grupo que parece intacto e se mantem forte.
Em grande os festejos no final com os adeptos. Uchebo e Pouga a entregarem em mão o troféu aos adeptos, o clã africano com o placard de promoção, os cânticos com os Panteras. Todos juntos que vai ser preciso para o que aí vem, tudo menos fácil.
Força Boavista!