segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Foi Golos que Pedimos?




Que jogo! Bessa bem composto, emoção, bom futebol, resultado incerto e três pontos garantidos numa exibição cheia de garra, confiança e... golos! Marcados pelos nossos e para todos os gostos.

Petit aborda o jogo de forma idêntica (desta feita 4231 declarado) ao que havia feito contra a Académica (diferença no onze, só Bobô no lugar do lesionado Pouga), mantendo Beckeles como médio direito e Zé Manuel no apoio ao avançado. Como já o disse, acho uma boa solução encontrada pelo nosso treinador, tendo em vista o equilíbrio entre consistência defensiva/argumentos no jogo ofensivo.


Entramos praticamente a perder (a relembrar a primeira jornada...), soubemos reagir, não perdemos o discernimento e partimos para uma primeira parte de muito bom nível, talvez das mais conseguidas neste campeonato. Bem na pressão, rápidos e acutilantes no ataque, jogadas de bom entendimento num e noutro flanco, excelentes na marcação de bolas paradas, encostamos o adversário às cordas praticamente até ao intervalo (mesmo permitindo um ou outro lance perigoso dos gilistas, de bola parada principalmente). Criamos todas as condições para dar uma machadada no jogo nesse período e, não fosse a falta de eficácia e pouca lucidez na hora de alvejar a baliza, teríamos chegado ao intervalo em vantagem.
Arriscamos mais na segunda parte, com a saída de Beckeles (jogo menos conseguido do hondurenho) para a entrada de Yoro, claramente um jogador de caraterísticas mais ofensivas no flanco direito (perdendo a utilidade do ala direito na ajuda ao meio campo e ao lateral). Praticamente entregamos o meio campo à dupla Tengarrinha/Anderson e em boa hora o fizemos. Foi, em parte, devido a eles que raramente nos desequilibramos e continuamos pressionantes, consistentes, ganhando algumas bolas perto da área adversária, fechando caminhos nas imediações da nossa. Ainda assim, e risco assumido por Petit, julgo eu, dividimos grande parte do desafio e das iniciativas de ataque nesta segunda parte, em busca da vitória e dos golos. Grande mérito nas reações aos momentos negativos, não só ao golo do adversário, como nas alturas de menor fulgor e de algum desacerto na construção das jogadas. De novo, mais que merecemos a ponta de sorte que tivemos perto do final do jogo, tal a vontade e lucidez com que enfrentamos as dificuldades. E fomos, sem dúvida, a equipa que mais procurou (e arriscou) a vitória.


Mika, em definitivo, agarrou a titularidade. Transmite confiança à equipa, dentro dos postes e fora deles, algo muito positivo para um guarda redes. Ontem foi decisivo num par de intervenções, ainda na primeira parte.
Sampaio 'cheirava' o golo há algumas jornadas, tornando-se no nosso primeiro marcador do campeonato. Exibição na linha das anteriores: segurança na sua zona, bem na antecipação e a limpar tudo que chegava perto. Já Lucas está nos dois golos e não por acaso. Voltou a demonstrar dificuldades no espaço curto, ou seja, quando o adversário consegue segurar, controlar e virar em pouco espaço, e ele... nada. Lento. Duro de rins. Também com dificuldades em saír a jogar, esteve razoável em tudo o resto.
Outra vez, Correia?! A não emendar, vai correr mal um dia... é proibido fazer aquela finta naqueles momentos, ponto final. Ele e Dias estiveram bem a defender, ajudaram à consistência defensiva (e importante, dado o jogo dos gilistas pelos extremos), subindo a propósito pelos seus flancos. O brasileiro destacou-se ainda nas bolas paradas, principalmente na primeira parte. É dele o canto que dá origem ao primeiro golo, criou perigo e revelou (de novo) bom entendimento com Brito. Ele e Zé Manuel, muito bem nas bolas paradas. Tivemos nove cantos a favor (contra zero do adversário...), mais algumas faltas perto da área, quase tudo muitíssimo bem marcado. Vínhamos a melhorar neste aspeto há algumas semanas (nota-se trabalhinho e do bom), ontem cada lance, cada calafrio para o adversário.

Tengarrinha e Anderson... que jogão. O português como nos vem habituando, sempre bom posicionamento, eficaz no desarme, ontem foi sempre em crescendo durante o jogo. Acabou-o em grande. Já o brasileiro esteve excelente, não só pelos golos. Manteve a intensidade (que vem aumentando, ontem não foi exceção), revela grande lucidez no passe. Além de muitos e bons momentos nas saídas para o ataque, ainda teve tempo (e disponibilidade física) para ir lá à frente fazer a diferença. O seu segundo golo é fantástico.

Na frente, Zé Manuel continua a dar bons sinais de evolução e vai justificando a aposta no onze. Raçudo, bem a pressionar, é útil a deambular pela frente de ataque e encaixa bem na posição atrás do avançado, tirando partido das imensas bolas ganhas por Bobô. Quanto ao brasileiro, algumas más decisões quase manchavam uma exibição à sua imagem: nunca vira a cara à luta, ganha imensas bolas para os companheiros, arranca muitas faltas úteis. E dá sequência quando exageramos um pouco no jogo direto. Aquele toque para o golo do empate é soberbo.
Brito parece estar a caminho da melhor forma e ainda bem. É de remate fácil, decide quase sempre bem, desequilibra no um para um, muitas vezes só parado em falta.
Léo e o grande Fary, apostas de Petit para os últimos minutos, estão no golo da vitória...


Desta feita não temos razão de queixas no que toca à arbitragem. O golo gilista é legal (seria o 2-3), apesar de ser difícil de descortinar (Gladstone, que não toca na bola apesar de estar perto do marcador, está adiantado). Já na disciplina, não se entende muito bem como o adversário acaba o jogo só com um amarelo (e mostrado a cinco minutos do final...).


Em suma, voltamos a demonstrar sinais de evolução, desta feita mais evidentes no ataque. Raça e atitude em boa dose, reação às adversidades, público a ajudar nas bancadas. Sete pontos à sexta jornada, olhando ao nosso calendário e relembrando as melhores expetativas no início da época, não é nada mau. Se juntarmos a isso a evolução da equipa (e mesmo individualmente), temos tudo para continuar a acreditar e apoiar.

E get ready, vem aí o Clássico...


Força Boavista!

sábado, 27 de setembro de 2014

Venham Eles: Gil Vicente


Acho que há 7/8 jogos no Bessa, contra equipas com o mesmo objetivo que nós, que devem ser encarados como finais, daqueles jogos que é ganhar ou ganhar. Em teoria faz sentido: três pontos em cada um e mais de meio caminho para a manutenção fica feito. Este com o Gil é um deles, claro. Atual lanterna vermelho, sem vitórias e com mais quatro golos sofridos que a nossa defesa.


Gostei da abordagem ao jogo contra a Académica no que diz respeito ao que se fez pela consistência defensiva da equipa (com menor risco do que se havia feito em Vila do Conde, mesmo sendo um jogo em casa e à partida com maior iniciativa nossa). Entrada de um médio para a posição de ala (Beckeles) e a ausência de um médio ofensivo (declarado e com pouco contributo no momento defensivo), juntando Brito na esquerda e ficando Zé Manuel no apoio a Pouga (e compensando até a pouquíssima pressão deste na primeira saída do adversário). Sem bola, ficamos com uma linha de quatro no meio campo, o que, a meu ver, trouxe-nos vantagens defensivamente. Será uma dúvida para amanhã, se Beckeles continua com as mesmas funções (que também desempenhou bem no jogo do dragão) ou se fará parte de um meio campo declaradamente a três (com Tengarrinha e Anderson), passando Zé Manuel (ou outro) para extremo, tentando nós outro tipo de soluções (que bem precisamos) no ataque.
Não esqueçamos a ausência certa de Pouga, o que poderá ter influência na formação da equipa e na forma como nos organizamos ofensivamente.
Na defesa, volto a não arriscar na dupla de centrais (Philipe e Lucas estiveram bem no último jogo), mas ficamos a saber que Ervões não conta já que está a recuperar de lesão, provável razão da ausência dos convocados para o dragão (e mesmo do onze contra a Académica).


Importante é o nosso apoio, tal como nos últimos jogos.


Força Boavista!

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Orgulho Axadrezado




Grandes Panteras! Enormes! Do início ao fim, fé inabalável, grande confiança na equipa. Seis anos de injustiça ali chapadinhos, em cada cântico, em cada grito de incentivo. Inesquecível esta presença e atitude no estádio do vizinho. Tem que ser sempre assim, por todos nós adeptos. O Clube precisa, a Equipa merece.

Gostei de novo da forma como Petit monta a equipa e afina a estratégia (e a equipa ganhando entrosamento...). Jogamos, como previsto e aconselhável, com especial atenção ao momento defensivo, tentando não encostar muito atrás, povoando o meio campo com as linhas bem juntas. Ao quarteto defensivo juntaram-se três médios centro e dois alas, deixando Zé Manuel (que boas indicações tinha dado na semana passada, com funções idênticas) sozinho como homem mais adiantado. Não concordei com a passagem de Carlos Santos para a esquerda (ao invés de Afonso, por exemplo), não tanto pela subida de Correia mas sim porque o português é demasiado posicional e lento para a posição de lateral. Se recuássemos em demasia, Santos faria de terceiro central enquanto Correia fecharia a lateral, mas o recuo em excesso seria sempre a evitar. Não correu muito mal, até porque Petit (ou porque teve receio do amarelo ou porque viu o erro a tempo) corrigiu bem (o Brito já aquecia quando o Maicon é expulso...).


Concentração e rigor tático, foi o que tivemos em grande dose e, em certa parte, nos permitiu fazer o jogo que fizemos. Raramente entramos em sufoco ou nos desorientamos, apesar da enorme percentagem de posse de bola do adversário (grande parte dela em lateralizações, onde até estávamos confortáveis). Raramente perdemos consistência, nunca nos desunimos, os jogadores estiveram sempre atentos não só ao adversário mas também ao posicionamento dos colegas, o que nos permitiu fazer dobras e fechar espaços com boa eficácia.
Faltou-nos algum discernimento no momento após o roubo de bola, para conseguir passar uma primeira fase e conseguir aproveitar os espaços nas costas do adversário, mas, de facto, a manta podia ainda ser curta.
O resultado é justíssimo por aquilo que fizemos, procuramos ser felizes, trabalhamos e bem para isso.


Acho que é mesmo desta: o meio campo ganha forma, com Tengarrinha, Anderson e Beckeles (ontem tivemos Cid - esteve bem na função e enquanto teve forças - para povoar como era exigido, nos jogos em que tivermos maior iniciativa, será um avançado). O português atuou na linha do que tem feito: sempre concentrado e muito eficaz, não tremeu com o amarelo ainda na primeira parte. Para proteger aquela zona central à frente dos centrais, é o ideal. Anderson voltou a estar bem, tal como na semana passada. De novo a mostrar intensidade e a conseguir algumas boas saídas para o ataque (o passe para o Zé Manuel, na nossa melhor oportunidade, é muito bom). E acreditem, ainda se vai soltar mais; bem puxadinho pelo Petit, temos médio. Beckeles foi importante na função que tem desempenhado bem, a médio direito, com especial atenção ao maior perigo do adversário. Mesmo quando passou para a zona central.

Na defesa, estou cada vez mais confiante que Philipe vai ser uma das nossas revelações. Dezanove anos, terceiro jogo como profissional, excelente exibição. Os perigos vinham de todo o lado, limpou a sua zona, antecipou-se aos avançados inúmeras vezes, ainda teve tempo de ir dar ajudas na esquerda. Esquerda que tem dono e senhor, o Correria. Vai acima e vem abaixo, também me parece mais confiante (e demais até, naquela perda de bola no meio campo aos 15 min que quase dava golo... meu Deus! é evitar esses erros).
Mika: continua o bom trabalho, Alfredo. Está confiante, seguro entre os postes, eficaz fora deles. É claramente o nosso redes titular.

Bom jogo de Zé Manuel. Trabalhou imenso, tentou e bem a desmarcação inúmeras vezes, guardar a bola e soltar bem para os colegas.
Ó Wei, punhas os chineses a comprar o PortoCanal só para ver os teus jogos. Era no peito e fuzilar lá para dentro. Diretos ao Céu!



Falando do árbitro (é um jogo contra um estarola, 96% da discussão pública é acerca da arbitragem e convém estarmos preparados...). Maicon expõe-se ao vermelho direto, como é óbvio. A entrada é despropositada, sem a mínima intenção de jogar a bola. Pé alto e de sola, é vermelho a caminho, aqui e em qualquer parte do mundo. Na segunda parte, fomos um pouco vítima do 'atrevimento' do árbitro nesse lance. Há umas quantas faltas não assinaladas sobre Zé Manuel (principalmente, e naquela proteção de bola que ele tantas vezes tenta), uma entrada durinha de Casemiro não sancionada, logo nos primeiros minutos, uma falta de Jackson transformada em amarelo ao Lucas e uma falta do mesmo jogador (pé em riste em tentativa de pontapé de bicicleta na área) que só não deu golo porque Herrera rematou para o DolceVita. Enfim, uma série de situações muito mais difíceis de compreender quando comparadas com o lance da expulsão. Nada de influência no resultado e ainda bem.



É um empate que aparentemente estaria fora dos planos, mas que sabe a muito mais que um ponto, por razões óbvias. Não só pela moral, mas também porque a equipa continua a dar sinais de evolução. Vamos ter calma e esperar que assim continue, temos todos os motivos para acreditar que sim. Vem aí um jogo fundamental para o campeonato, depois da estreia na Taça da Liga (4ªfeira, 16h), em que espero que possamos ver alguns jogadores que não têm sido primeiras opções (Leo? Quincy? Yoro a tempo inteiro? Lima/Ancelmo?)


Força Boavista!

Ó Manel!


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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Vamos a Eles: dragão



Regresso do dérbi mediático, seis anos e meio depois.
Para a maioria de nós, não tenho dúvidas: é um dos jogos mais apaixonantes que podemos assistir no nosso campeonato. É derbi, é a nossa cidade, é o nosso orgulho, é Futebol. Sabemos que na maioria das vezes não pontuamos, nem marcamos sequer. Mas é essa a beleza. Já lá vencemos, perdemos, fomos goleados, ganhamos no '92, conquistamos e levantamos troféus. E sempre, mas sempre, com o desequilíbrio de forças sendo uma realidade. 

O costume nestes jogos: entramos como não favoritos, é óbvio. Este ano o desequilíbrio de argumentos não é exceção e pode assustar se olharmos ao que menos interessa, aos números. A acreditar nos valores (julgo que são aproximados), teremos sensivelmente um orçamento 60 vezes inferior. É verdade. Sessenta. Quase tão desequilibrado como as comparticipações do Município no início do século. E o valor teórico do plantel (muito em voga nos dias de hoje, mais que há meia dúzia de anos atrás) será 20 vezes menor.

Posto isto, admito, com a racionalidade que apaixona qualquer adepto, qualquer resultado que não a vitória será negativo. Quero lá saber dos milhões gastos, dos níveis competitivos de cada um, da força social, da moral ou nível técnico dos intervenientes. É derbi, é clássico, é estarola, é para ganhar.
A perder, temos pouco. E temos ainda essa vantagem: a normalidade a nosso favor.


No campo, veremos como Petit organiza a equipa. Ao quarteto defensivo (agora já nem arrisco tentar adivinhar a dupla de centrais, ok?; Sampaio e outro?), é provável que se juntem os três médios do último desafio: Tenga e Anderson no meio, Beck pela direita (terá mesmo que ser, até para tentar minimizar o perigo que vem dali). Dúvida se haverá espaço para um quarto médio de combate (Idriss, Cid?, libertando um pouco o brasileiro) ou se, ao invés, juntar-se-à o ala esquerdo (Brito?, com especial atenção ao lateral direito oposto) ou os avançados (Zé Manuel à semelhança do último jogo e Bobô, para pressionar a primeira saída?).
Eu confio, seja qual for a equipa.

Do lado contrário, mesmo sem medo, há que ter consciência: são, realmente, muito fortes e partem para este jogo com uma moral e confiança que há algum tempo não cheiravam (mas atenção à patética pouca paciência que os assiste...). Ainda assim, e por incrível que possa parecer, não acho descabido encararmos a luta no meio campo com uma visão de equilíbrio (de conte-los, pelo menos). Sim, é possível. No primeiro terço, espaço frontal onde geralmente apresentamos dificuldades, é preciso muita concentração (mesmo com a consciência que o perigo pode vir de todo o lado), muita lucidez na ocupação de espaços e tentar equilibrar nos duelos individuais (talvez o mais difícil).

É um pouco contra natura (vá-se lá saber o porquê), mas seria ótimo termos uma presença idêntica à do primeiro jogo do campeonato ou mesmo à de Vila do Conde.
Outra coisa: sei que se lembram dos dois golos irregulares em Braga, na dualidade de critérios, no golo invalidado no Bessa, mas aperceberam-se do frenesim que provocou um fora de jogo mal assinalado em Guimarães? Meu Deus. Outra dimensão, realmente.


Força Boavista!

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Três Pontos

Feito o golo.


Não há palavras para aquelas duas explosões de alegria, a do golo e a do final do jogo. Indescritível, num Bessa (como se pedia) de regresso aos bons velhos tempos, grande e incondicional apoio à equipa e com as bancadas bem compostas (arrisco a dizer, mais Boavisteiros que no primeiro desafio).
E merecido por todos. Por nós, adeptos, e pelo grupo de trabalho, mais que justificou a conquista destes três pontos.


Gostei da abordagem de Petit ao jogo, de forma mais comedida que em Vila do Conde e um pouco na semelhança (se bem que mais afoitos no ataque) do que se havia feito contra o benfica. Mais realista, mais consciente?
Tengarrinha e Anderson a dupla no meio campo (o português mais fixo, o mais perto da defesa), Beckeles a fechar a direita, com disponibilidade para aparecer no meio campo e lá na frente (como no lance do golo...), Brito na esquerda (mais solto que o hondurenho), Zé Manuel 'vagabundo' no ataque no apoio a Pouga. Na defesa, alguma surpresa na titularidade de Carlos Santos, em detrimento do terceiro central no último desafio, Fábio Ervões.

Estivemos razoáveis na primeira parte, sempre mais seguros a defender que a demonstrar automatismos e rapidez no ataque. Ainda assim, conseguimos criar perigo em lances que até aqui raramente o conseguíamos, nas bolas paradas.
Perdemos algum receio, ganhamos confiança e partimos para uma segunda parte bem conseguida, coroada com o golo (auto, mas excelente a jogada pela esquerda com três jogadores a aparecerem em zona de finalização), depois disso controlamos a reação adversária, sempre com alguma intenção em saír para o ataque, embora as duas lesões nos tivessem retirado força ofensiva.
Não defraudou (confirmou-se, de novo) a atitude e querer dos jogadores, concentrados, confiantes, a quererem tanto como nós a primeira vitória.


Nota para o meio campo: será desta? Tengarrinha, já o disse aqui e julgo ser ponto concordante com a maioria, está a fazer um excelente início de época. Ontem voltou a ser dos melhores, naquilo que nos vai habituando a ser o melhor: na leitura que faz do jogo, posisionamento e desarme, no passe, sempre concentrado e 'tranquilo' nas acções. Novidade (e pela positiva), finalmente, tivemos Anderson, depois das boas indicações da pré-época, apareceu com mais intensidade no seu jogo, com bons pormenores nas saídas para o ataque, principalmente na segunda parte, em que se soltou mais. Beck, jogou a médio ala mas foi um jogador 'plural'. E que jeito deu, tê-lo no meio campo a fechar espaços na direita (a ajudar não só Dias como a dupla no miolo), e mesmo a subir a propósito no ataque (algo que até já tinha mostrado contra os vermelhos).


Na defesa, confesso que me surpreendeu (bastante até) a inclusão de Carlos Santos no onze. Esteve bem (ajudou naquela segunda parte a corrente que o jogo tomou, mesmo as caraterísticas dos avançados contrários), posicionou-se bem, descomplicou sempre que possível. Ao lado, o menino que vai pegando de estaca, Sampaio. Maturidade mais que suficiente para a idade e o tempo que leva no nosso futebol, sempre concentrado e decidido, foi resolvendo todos os problemas que foram surgindo, não só na sua zona de ação. Nas bolas paradas, voltou a ameaçar o golito...
Nas laterais, a um Dias mais comedido no ataque, juntou-se Correia, também certinho na defesa, mas a cumprir com as ameaças que vinha mostrando nos jogos anteriores, no plano ofensivo. Rápido a subir (mesmo num contra ataque já com 1-0, foi por pouco que não lhe chegou a bola fazendo com que ficasse isolado), faz boa ala com Brito e, finalmente, acertou em cheio nos cruzamentos. Ontem foi meio golo, aquela bolinha cheia de veneno...


Gostei do Pouga, melhor fisicamente (tomara!, mesmo que a léguas de Bobô), bola aérea é dele. Não só dele, como a dá bem para os colegas; na área, tem muita presença e falhou por pouco o golo. Preocupa a lesão, já que pode ser, realmente, uma solução bastante interessante para o nosso ataque.
Zé Manuel, mantenho o que venho a dizer há algum tempo: tem sido o melhor dos que nos acompanha do CNS. Esteve bem, lutou e pressionou enquanto teve forças e (atenção!) melhorou imenso nos cruzamentos. Ontem tivemos a amostra nas bolas paradas, quase todas bem marcadas. Perde um pouco no tempo para soltar, ao invés de arrancar a falta 'física', que tantas vezes tenta.


Falando nas alterações/opções, é algo discutível, sem dúvida. Para mim, num tempo em que não fazemos convocados de véspera e que realizamos estágio para todos os jogos, este sai/entra/salta&foge nos convocados/banco/onze, mais não é que um sinal dado ao grupo pelo treinador ou a sua forma para o controlar e o fazer evoluir (ao estilo de contamos com todos, somos um só, nenhum lugar está por si só garantido?). Quatro jornadas e, dos 'jogáveis', só faltam mesmo Gouveia e Afonso darem o contributo (será para a semana, numa ala esquerda com o português e Correia?). É, na minha opinião, esperar um pouco mais para tentar perceber melhor este 'modus operandi' de Petit no que à convocatória e opções diz respeito.
Nem desgostei do Wei, apesar de o achar 'verde' para a luta pela titularidade. Nem achei incorreta (pelo contrário, pouco 'populista' mas bastante consciente) a aposta em Cid para povoar no meio campo, nem tampouco a entrada de Yoro, jogando sem ponta de lança de raíz (numa altura em que não se justificava, já com Pouga lesionado). A ausência de Bobô do banco, já poderá ser mais difícil de explicar, de acordo...



Merecidíssimo e inesquecível. Três pontos já cá cantam e, depois daquele espasmo de 70 minutos na semana passada, voltamos a mostrar sinais de evolução. Não deixo (obviamente) de estar confiante que estamos no bom caminho.

Abraços para todos os Boavisteiros, aquilo ontem foi arrebatador! Ninguém explica, já sei. Tanto tempo, anos à espera deste golito e desta vitória... E siga, que isto ainda agora começou.

Força Boavista!

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Venham Eles: Académica


Muita expetativa para ver como se vai apresentar a equipa neste domingo. Como venho a dizer, este é o primeiro jogo em que qualquer resultado que não a vitória será negativo. Olhando à exibição, poderá começar a preocupar. 
Quinze dias depois daqueles bons vinte cinco minutos, de três ou quatro jogos particulares, de um estágio e de mais tempo para todos se conhecerem, estou confiante numa boa exibição. Acredito porque, desde o início, acredito no treinador e que temos um plantel, pelo menos e para já, capaz de nos proporcionar um bom onze.


Algumas dúvidas:


- Leo e Quincy, as duas últimas aquisições para o ataque, veremos se já serão opções ou se ainda teremos o Julián no onze. Seria bom que fossem aquilo que precisamos, a juntar a um Brito em boa forma (como já mostrou) e a um Polga perto disso (esperamos nós). E Bobô na luta, claro.

- Falo dos dois reforços para o ataque, sem saber se poderão ou não jogar no meio campo, pelo menos no ofensivo. Quincy também vinha rotulado de médio, veremos se Lima tem o lugar em risco ou até se Ancelmo já estará em melhor forma. Mais atrás, curiosidade também para confirmar se Anderson continua sem calçar, se Idriss continua a jogar, e se Tengarrinha e Beckless formarão a dupla no meio campo.

- Não haverá dúvidas quanto aos centrais, nas laterais veremos. Muito embora Correia ser uma das melhores aquisições, não me supreendia um regresso de Afonso (um dos melhores reforços para a posição de uma das maiores promessas que nos acompanha desde o CNS... ingrato), mesmo até que o brasileiro não saísse do onze, jogando mais à frente. Na direita, Beckeless também faz o lugar, tudo vai depender de como Petit organizar a equipa. Afinal é quase um reinicío de época, podem acontecer mais alterações no onze.



O adversário não é nada fácil (algum será?!), nada mesmo. No início do campeonato, apontaria esta Académica como uma das equipas que poderia ser a sensação: tem um bom plantel (Lino, Ivanildo, Fernando Alexandre, p.ex.), bons reforços (Obiorah e Rui Pedro) e um treinador com experiência. Normal serem superiores em teoria, já que quase nos dobram no orçamento.


É importante o nosso apoio, mais que o normal. Mesmo obrigatório, já que acredito que a atitude dentro do campo não nos deixará ficar mal. É preciso acreditar no resultado até que não seja possível, é preciso incentivar se a bola teimar em não entrar ou se a confiança estiver tremida. E que saudades de um Bessa dos velhos tempos, a infernizar a vida aos adversários.

Força Boavista!

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A Primeira Derrota

 foto Boavista3


Pela primeira vez esta época (ainda que à terceira derrota) o sentimento é de desilusão, não só pelos números pesados mas também pela prestação da equipa em grande parte do desafio. Regredimos em alguns aspectos, o que ainda não tinha acontecido. É verdade que os primeiros vinte cinco minutos foram muito positivos, que o resultado até poderia ter sido outro, mas não deixa de ser verdade que o tombo anímico da equipa foi enorme (quase pareceu consciente da falta de soluções para impôr qualquer tipo de jogo) e os erros sucederam-se.

Pela primeira vez, vimos descrença no campo e paciência a esgotar nas bancadas, de onde se ouviram os primeiros assobios da época, dando ideia que o estado de graça resultante da esperada subida está a acabar e que a paciência, afinal, está a esgotar-se mais cedo que o aconselhável, ainda que a tempo do primeiro grande teste da temporada (e primeiro jogo do nosso campeonato, para pontuar e mais nada). Nada mais normal após os oito golos sofridos e nenhum marcado, se bem que, tal como já se havia falado, estes primeiros jogos seriam sempre para se tentar ganhar, evoluíndo, corrigindo erros e adquirindo consistência e automatismos.

Pela primeira vez falhamos na concretização, apesar de chegarmos a este jogo com zero golos marcados. Entramos bem no jogo, arrisco a dizer os melhores vinte cinco minutos dos últimos tempos. Ao contrário dos outros desafios, a postura foi mais arriscada, tentando surpreender e arrancar para o golo que nos desse a primeira situação de vantagem da temporada. Pressionamos bem, ganhamos duelos e segundas bolas, fizemos algumas boas jogadas de ataque, conseguindo criar lances de perigo, de bola corrida e mesmo de bola parada (ambas as situações coisa rara esta época).

Pela primeira vez, que me lembre, discordei tanto das das opções do Petit. Pelo que já se tinha visto, Ervões e Lucas seria a dupla que mais garantias ia dando, até a que mais poderia evoluir, jogando juntos. Muito embora a boa prestação de Sampaio no último jogo, surpreendeu-me a ausência do português do onze, porque é mais experiente, porque é mais líder, porque é melhor.
Estranhei também a ausência de Beckeless, ficando a dupla de meio campo entregue a Idriss e Tengarrinha, que até estiveram em bom plano na semana passada (mas com maiores responsabilidades neste desafio, mais longe da defesa, não tão posicionais na zona central - onde estiveram agora muito mal - e sem tanta cobertura defensiva dos médios ala, um deles o próprio Beck). A minha dúvida para este jogo prendia-se com a utilização de Lima ou do próprio Idris - dependendo da forma como se abordaria o jogo - nunca numa dupla em que o senegalês fizesse parte, com Lima e sem o Hondurenho.
Yoro e Zé Manuel de fora, Leo, com três dias de Clube, a entrar como opção também me surpreendeu. Bastante até. Não sei se foi em jeito de teste ou de ver o jogador já em ação ou se até os dois primeiros estão ou não aptos fisicamente. 


A respeito do jogo não haverá muito mais a dizer. Não marcamos quando tivemos chances (mesmo depois do primeiro golo), sofremos quando o adversário as teve e não desperdiçou. Tombamos no segundo golo, fomos demasiado curtos depois da expulsão. Pelo meio, erros individuais, muito passe falhado, muito poucas soluções para contrariar a motivada equipa adversária.
De positivo, tivemos Brito, a confirmar que foi realmente uma das melhores aquisições. E mais uma boa presença dos adeptos.


A derrota custa a digerir, mas não é caso para colocar tudo em causa, jogadores e treinadores. Temos quinze dias em jeito de segunda pré-época, já com o plantel fechado, e é agora que realmente teremos que saber esperar. Contra a Académica começa o campeonato dos pontos, a exibição e a vitória têm que ser nossos, com o Bessa a voltar a ser o que já foi.