domingo, 29 de novembro de 2020

Venham Eles: B Sad


VENHAM ELES: B SAD

Não será exagero dizer que é um jogo de capital importância para o futuro da Equipa. As prioridades serão as mesmas: atitude e vitória no final.

O adversário convidar-nos-à a ter a iniciativa do jogo, apostanto no contra ataque e na tentativa de nos surpreender. Cuidados defensivos - na profundidade, principalmente -, criatividade e capacidade ofensiva com bola serão fundamentais. 
Provável um meio campo menos defensivo que o habitual nos últimos desafios: a acompanhar Javi, Nuno Santos e Angel, este último de volta à posição dos primeiros jogos da época. Seba/Show será hipótese para o lugar do português, caso se opte por uma postura de menor risco (e talvez derivando Santos para a ala).

No ataque estamos fragilizados, pelo que teremos que 'inventar' soluções. Benguché é o único ponta de lança disponível (nota para Berna, sub17, nos convocados), Sauer será um dos alas, veremos o que será feito no terceiro homem do ataque. Nathan tem dado bons sinais, talvez um bom jogo para lançar o jovem brasileiro, partindo do princípio que Paulinho falhará o seu primeiro jogo da época. 

Na defesa, uma alteração obrigatória dada a ausência de Hamache (Mangas de regresso) e a dúvida no eixo: Christian, Porozo ou... já teremos um Rami a sério para nos dar maior tranquilidade?

Aconteça o que acontecer, todos nós, amantes do Jogo, estaremos mais pobres no apito final. É a vida. Assim, dura. 

Força!

terça-feira, 24 de novembro de 2020

O Maior dos Problemas


Pegando um pouco naquilo que se falou ontem - e numa de lançar a discussão, como sempre - sobre o "problema maior que todos" que neste momento nos assola: a falta de consistência defensiva. 

Contextualizando um pouco e fazendo uso das palavras do mestre Vitor Oliveira (com o qual concordo, 'oié'): "não há boa equipa sem bons centrais; é o ponto de partida para uma eficaz prestação coletiva". Acrescente-se o modelo de jogo de Vasco Seabra: privilégio à posse, à largura, ao risco, o que significa, muitas vezes, defender em igualdade numérica, ou com linha defensiva alta, ou com maior necessidade de controlo de profundidade, por exemplo. Por outras palavras, ter 'maus' centrais com um Lito Vidigal (sorry, não encontrei melhor exemplo) não é bem a mesma coisa que os ter com Jorge Simão ou... Vasco Seabra. Daí a importância do modelo.

Claro que a estratégia, ou a adaptação da mesma - ainda que possivelmente temporária - seja uma necessidade e, de acordo, um dos pontos de maior crítica àquilo que se vai tentando fazer neste início de época. Os últimos desafios trouxeram-nos uma abordagem (tentativa de?) ligeiramente diferente, talvez com a tal intenção de dotar a equipa de uma menor exposição no setor defensivo, se bem que com algum custo noutros setores.
A nossa vitória para o campeonato coincidiu com o único jogo sem golos sofridos e também com um sistema diferente de três centrais. Mas aí, minha opinião, julgo que foi mérito da estratégia para o jogo, beneficiando tambem do contexto específico que é jogar contra um candidato ao título, principalmente 'este' Benfica. 

Mas passemos ao mais importante no meio disto tudo: os intervenientes, os jogadores, o plantel.

Leo Jardim. Tem o peso que mais nenhum outro jogador no plantel tem: substituir o nosso melhor jogador da época passada. O brasileiro fez quatro jogos na última época, o que pode explicar, em parte, o maior problema que evidencia: a falta de confiança. Leo mostra dificuldades num aspeto que neste momento em particular nos prejudica imenso: a falta de controlo no jogo aéreo e o reduzido espaço de controlo nesse tipo de lance. O oposto de Helton, por exemplo. Leo tem qualidade, nem é preciso relembrar as exibições em Vila do Conde ou a fantástica defesa que nos manteve na Taça, por exemplo. Mas também já teve erros que nos custaram pontos, como bem nos lembraremos. Bracali estará à espreita, veremos o que vai ser feito e como Jardim vai reagir ao momento.

Rami. Arrisco a dizer que todos esperaríamos do francês uma capacidade extra de liderança na defesa. Classe, qualidade, segurança, experiência. Por isso veio, para isso era extremamente necessário. E quando digo "todos" englobo também os responsáveis pela sua vinda, até mesmo pelo tipo de jogadores que foram contratados para a defesa, nenhum com capacidade (ou experiência) de liderar uma defesa. Precisamos dele, veremos se está mesmo cá...

Chidozie. Utilizado sempre que possível (só não o foi contra o FCP), tem tido prestações a oscilar entre o razoável e medíocre. Alguns erros e postura que, admito, não esperava para um central com uma época a titular na exigente Liga Espanhola. Como seria o nigeriano com um verdadeiro 'líder' ao seu lado? Com um bom Rami? Melhor, quase aposto. Muito melhor (e também ele a evoluir, julgo).

Gomez, Porozo. Ou são 'extra-terrestres', donos de uma indiscutível qualidade, ou então, claro, precisam de tempo, não só de adaptação mas sobretudo de evolução ao futebol europeu. Claro, vão errar se já atirados às feras: a contenção aqui é mesmo necessária e muitas vezes, o sentido posicional é obrigatório, porque por cá os erros são [quase] sempre aproveitados pelos adversários. Precisam, acho que é óbvio, de tempo. E ainda algum.

Christian. Ser o segundo central mais utilizado (ele que nem apresentação teve, era tido como uma aquisição para os s23) ajuda a percebermos as dificuldades do treinador em escolher os melhores centrais para o nosso contexto. Tem feito pela vida, tem crescido, e tem tirado vantagem dessa tal habituação ao nosso futebol quando comparado com as outras duas promessas. Acredito que ainda pode e irá crescer mais, mas o tempo... maldito tempo que ele precisa. 

Ia falar também dos laterais e médios defensivos mas já que o texto vai um pouco longo deixarei isso para outro post.

Opiniões? 📜🖋 há aqui responsabilidades de quem formou o plantel? O que fazer para corrigir?


Força Boavista!

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Primeira de Cinco

 


Não foi fácil - como se esperava - mas a primeira de cinco finais rumo ao Sonho está ganha. A qualidade de jogo do adversário e as condições adversas de preparação nas últimas semanas dificultaram-nos imenso a vida e, verdade seja dita, com um pouco menos de sorte o desfecho poderia ter sido outro. 

Pela exibição menos conseguida haverá a apontar mais pontos negativos que positivos, mas comecemos por estes últimos e pelo que era, afinal, a grande prioridade depois daquele... episódio em Faro: a atitude. Tivessemos nós um pouco daquele 'meter o pé' evidenciado ontem (vá, a partir dos primeiros quinze minutos) e muito provavelmente encararíamos o próximo desafio para a Liga um pouco mais descansados na tabela. Ontem foi diferente comparado com essa derrota no Algarve e, podemos dizer, a nossa parte de mérito no apuramento reside precisamente aí: na vontade e no espírito de luta que evidenciamos. Até mesmo pela reação à adversidade na preparação do desafio, não esquecer: além dos treinos (atípicos, imaginamos nós), também ao nível das opções estavamos algo limitados.

Longe de ser desculpa, tem o seu peso se alargarmos a análise ao contexto global: todos - ou quase - os primodivisionários sentiram enormes dificuldades perante equipas de escalão inferior. Não fomos exceção, em parte por nossa culpa, mas - friso - a passagem mora do lado de cá. E isso, ontem, era mesmo o mais importante.


Mas, descansem críticos exacerbados, isto não está fácil. É verdade. Os problemas que nos custaram pontos na fase inicial do campeonato continuam por resolver e há um maior que todos: a falta de consistência defensiva, quer no eixo central (centrais!), quer no meio campo defensivo (reação - e preparação - à perda), à cabeça.  E duvido muito que enquanto não resolvermos essa falta de solidez possamos evoluir como pretendemos...

A agravar a situação, um dado que me parece evidente: desde a nossa vitória para o campeonato, temos sentido mais dificuldades naquilo que, até à data, era um dos pontos fortes da Equipa: a facilidade em invadir último terço, em descobrir espaços e, claro, em criar situações de golo. Uma posse menos conseguida, menos confiante, com menos soluções ao portador.

Talvez um maior pragmatismo, esperemos que temporário. Menos risco, mais segurança, mais foco no problema principal, poderá estar na origem deste aparente decréscimo de qualidade nessa faceta do jogo. Há dados evidentes que nos levam a essa ideia: a saída de jogo a três, antes uma prioridade, é agora alternada com um jogo mais direto; as subidas dos alas são, também e por agora, um pouco mais contidas (e mais seguras pelos médios); a defesa de bolas paradas, por exemplo, tem suporte numa maior superioridade numérica, pouco vista até aqui. Intenção de dotar a Equipa de maior confiança, de obtenção de resultados positivos para depois se poder alicerçar melhor as ideias de jogo? É uma hipótese, julgo que bastante provável.


Tempos difíceis, não há que esconder. Mas também há que acreditar na competência, mesmo compreendendo quem quer desde já trocar meia equipa, mandar o treinador embora ou até colocar o projeto em causa.

A necessidade da Equipa mostrar solidez e qualidade é grande, mas, como tantas vezes já foi aqui dito, temos mesmo que ser amigos do tempo. E será esse tempo que nos dirá se somos fortes o suficiente. 

Acredito que sim.


Força Boavista!