domingo, 5 de julho de 2020

Derrota na Luz

Dulanto à Lewandowski. Golazo.


Adivinhava-se dífícil, complicou mesmo antes do início e confirmaram-se as dificuldades, apesar da atitude, da postura e estratégia bem positivas.

Estabilidade da defesa comprometida devido às escassas opções: a juntar a Fabiano e Ackah, Lucas ausência de última hora. Avança Dulanto na estrutura de dois centrais, mantendo-se Obiora e Paulinho como médios de cobertura.

A entrada (e estratégia!) foi bastante boa: pressão alta, boa e larga circulação, jogo no meio campo do Benfica. Aconteceu-nos o pior neste tipo de jogo (à semelhança de Alvalade, por acaso): sofrer na primeira aproximação à nossa baliza, num erro individual num dos nossos melhores jogadores. Pior que nos desorientar, o golo teve o condão de acalmar o jogo do adversário, o que nos dificultou a recuperação de bola e as saídas para o ataque.
Antes do intervalo mais dois golos (em três oportunidades) mas que fizeram realçar as tais dificuldades no momento da organização defensiva. O controlo da profundidade (com Costa e Dulanto tende a ser mais difícil) e a sua variação para lado contrário (2o golo) e o desentendimento entra a pouco utilizada dupla Obiora/Paulinho na origem do terceiro (Cervi 'arrasta' Obiora sem devida compensação). De notar que parte dos lances perigosos foram em saídas para o ataque falhadas.
Não tem sido habittual neste candidato ao título, mas em quatro oportunidades faturaram três golos, o que foi, convenhamos, demasiado penalizador para o nosso lado.
Estivemos longe de nos aproximarmos na eficácia, quer no lance de Dulanto quer no de Cardozo na nossa melhor oportunidade.

De novo uma atitude positiva na segunda parte, nunca baixando os braços, tentando defender longe da nossa baliza, faltando melhor definição nos lances, quer nas saídas quer no último terço. A qualidade e desinspiração no momento ofensivo fez-se notar, talvez exceção para um remate de Sauer a 15 minutos do final. Pouca produção para quem perdia por três, razoável reação face às tremendas dificuldades.

Individualmente:

Hélton - apesar do erro técnico que originou um golo, o porquê de ser considerado um dos melhores da Liga ficou ontem bem à vista. De todas as intervenções, a do remate do Seferovic é fabulosa pelo grau de dificuldade que acarreta. Não se intimidou com o erro e mostrou a segurança habitual.

Costa/Dulanto - Dupla inédita, resolveram o que tinham que resolver com eficácia e protegeram-se bem da maior dificuldade: o jogo na profundidade, apesar de não estarem isentos de culpa nos lances decisivos.

Obiora/Paulinho - Não faltou esforço, verdade, quer na pressão quer na correria para cobrir espaços, mas pagamos a fatura de ser uma dupla (tal como a central) com poucas rotinas. Paulinho (e Marlon, já agora) foi dos que mais errou na transição, na maioria das vezes por más decisões.

Cardozo/Sauer/Cassiano - À semelhança dos médios, muita atitude na pressão mas desinspiração (qualidade?) na hora de desequilibrar. Cardozo, de novo, mostrou que precisa de evoluir para poder ser aposta constante no onze.

Yusupha - minuto oitenta e tal, lance que exemplifica bem o momento do jogador: espaço aberto, visão livre, fora da área, colega de equipa em condições de se isolar (fácil!) e o avançado decide pelo remate. Palavras para quê?


Mantemos o 8º lugar desde que Moreirense não pontue, apesar da aproximação dos perseguidores (Gil, Marítimo e Paços). De negativo, deixamos escapar o 6º lugar dos vimaraneses, agora a 8 pontos.
Quatro jogos para tentarmos fazer sete pontos pelo menos, obtendo a melhor pontuação desde o Regresso.


Força Boavista!

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