domingo, 7 de junho de 2020
Dor de Burro
Doeu. Mau, péssimo, só mesmo o mais importante, o resultado. Em tudo o resto, à exceção da finalização, estivemos francamente bem, talvez uma das melhores exibições da época e, de certeza, a melhor da era Daniel Ramos.
Assustaram um pouco os primeiros dez minutos, pela má entrada e pela dúvida em perceber se as opções iriam surtir efeito. Regresso ao 433, com Ackah atrás dos dois médios, Paulinho e Bueno; Costa e Fabiano a centrais e Neris a defesa esquerdo, Heri e Sauer nas alas. Sem bola estivemos bem, praticamente com uma linha de três mais Ackah à frente da defesa; mas foi com bola que mostramos melhorias assinaláveis, fruto do trabalho e da estratégia adotada, parece-me claro. A projeção ofensiva de Carraça, o jogo interior de Sauer, a 'intromissão' de Paulinho por aquelas zonas, proporcionou uma dinâmica muito produtiva ao lado direito; o jogo posicional de Bueno e Paulinho, entre as linhas média e defensiva do adversário, e tão poucas vezes visto esta época, permitiu-nos algo muito raro até sábado: criatividade e criação de oportunidades de golo em construção. Raríssimo esta época. Não foi perfeito, mas foi muito, muito positivo. Mesmo na segunda parte, toda ela de reação ao golo sofrido aos três minutos, mantivemos a estrutura organizada, sem exageros no jogo direto, conseguindo manter o domínio e o controlo perto da área adversária. A organização defensiva do adversário complicou, claro, mas foi ao demérito nosso na hora da finalização que devemos a falta de pontos. Foram muitas jogadas, chances, remates, para que nenhum tivesse sucesso. Umas vezes por azar (foram cinco aos ferros!), outras por falta de... jeito (não é, Heri?!).
Como disse acima, fica o sabor amargo da boa exibição, foi a nossa vez de perder como já algumas vezes pontuamos esta época: sem fazer muito por isso.
Individualmente, destaco dois jogadores:
Sauer, o mais rematador e desequilibrador. Não só por mérito dele, mas pelo coletivo que lhe proporcionou tempo e espaço para criar perigo.
Paulinho, finalmente a 'oito', ao lado de outro médio, outra grande exibição. Um pouco por todo o lado, forte no espaço curto, muito competente sem bola, sempre à procura da melhor solução de passe para a Equipa. 'Reforço' a sério, agora sem dúvidas.
Pela negativa: Heri dispês de três boas chances na cara do golo e zero... outra vez.
Cassiano parece ser bom rapaz, esforçado e lutador mas... é pouco. Goleador tem que matar e ele é só um gajo simpático, não chegou.
Ricardo Costa está ligado ao golo, apesar de nota positiva em quase tudo o resto. Aquele erro foi também fruto da [boa] intenção em saír a jogar, após o corte; tentou corrigir bem, mas aquele efeito na bola foi um bom exemplo do que os deuses queriam para este jogo. Paciência, acontece aos melhores.
Ainda no aspeto negativo: que foi aquilo, Fabiano?
Nota final para o Carraça, o nosso Capitão: uma das melhores exibições no plano ofensivo do nosso lateral, alguns cruzamentos com selo de golo, muita atitude, pena o penalty nos descontos. É só estúpido criticar o jogador e a escolha para bater o penalty, na minha opinião. Se foi ele, é porque certamente a Equipa achou que ele seria o mais indicado para assumir a responsabilidade, como é óbvio.
Para Braga, dores de cabeça a dobrar. Com baixas em todos os setores (Fabiano, Ackah e Stoij), e contra uma equipa forte, veremos como vai ser o comportamento da Equipa. Pela amostra, depois da paragem, temos motivos para otimismo no que diz respeito a uma exibição bem conseguida. Pontos são precisos, apesar de não urgentes: dez pontos acima do Portimonense (27 em disputa), três equipas entre nós e a linha de água.
Força Boavista!
sábado, 6 de junho de 2020
Regresso do Mágico
Noventa e um dias depois, finalmente, teremos o Mágico Xadrez de volta aos jogos. Tanto tempo assim sem desafios na Primeira Liga só nos tempos do inferno.
Hora do regresso também dos posts aqui do blogue, oportunidade para relembrarmos e darmos uma rápida vista de olhos do que está para trás (de Campeonato, porque das peripécias desta época já muito se falou), de como estamos e do que poderemos, e deveremos, vir a fazer até final da temporada.
Situação Atual:
91 dias sem jogos oficiais, aos quais se juntam mais 30 desde a nossa última vitória, em Paços por 1-0. Nos últimos 4 desafios (depois de três vitória seguidas, melhor fase de Daniel Ramos), contam-se 3 derrotas, duas das quais caseiras com adversários diretos, e um empate em Tondela.
Na classificação, sejamos realistas: só uma hecatombe fará com que a permanência seja posta em causa. Temos 10 pontos de vantagem sobre a linha de água (com menos um jogo) estando ainda 27 em disputa. Mas será importante olharmos para o objetivo 'oficial', já com upgrade, de fazer uma classificação igual ou melhor ao da época passada ou, por outras palavras, pelo meio da tabela. Estamos a quatro pontos do 8º classificado, o posto neste momento mais realista de se almejar, será justo se colocarmos aí a fasquia.
Olhando ao calendário, nada fácil: próximos quatro jogos em casa são contra adversários diretos (Moreirense, Setúbal, Santa Clara, Marítimo) e é aí que teremos que apostar forte, mesmo tendo em conta que o fator 'casa', neste momento, terá uma influência menor do que a habitual (ou não, dependendo do ponto vista e, sobretudo, do 'nosso' estado de espírito aquando dos jogos e do apoio). Dos cinco jogos fora, três deles é contra os três primeiros, mais Famalicão, e o aflito Portimonense. Em suma, dos seis primeiros, defrontaremos cinco.
Equipa:
Já seria incógnita em condições normais, no atual contexto muito mais. Olhando aos tempos de utilização, facilmente constatamos a estabilidade na utilização dos jogadores mais defensivos, portanto é provável que não se mude muito aí: Hélton, Neris, Costa, Fabiano, Carraça, Marlon. É esta a nossa base, faltando saber com que sistema vamos abordar o desafio, se o mais habitual com três centrais, se qualquer outro com dois defesas no centro, 433 p.ex. Julgo que será bastante provável a opção pelo sistema em que a Equipa se sente mais confortável, o 523, como já por várias vezes demonstrou esta temporada. Olhando à atual conjuntura, poderíamos abrir um pouco os horizontes e apostar numa abordagem mais ofensiva ou aberta, mas, sinceramente, acho pouco provável. Até porque é importante sermos algo pragmáticos na busca dos pontos, para já, pensando somente no presente.
Principal dúvida residirá do meio campo para a frente, ainda para mais tendo em conta que o fator físico, neste momento, terá um papel mais importante na gestão da Equipa. Ackaw e Obiora serão os médios mais prováveis, veremos se os jovens Reimão ou Reisinho poderão espreitar a oportunidade. Paulinho, Sauer, Heriberto, Mateus, Bueno, Yusupha, três deles serão os titulares. Ainda mais notório a falta de opções no miolo, certo? É a vida.
Futuro:
Mais que por este motivo ou por outro, todos sentimos que Daniel Ramos poderá ser o treinador somente até final da temporada. A própria direção admitiu que, para já, conta com DR até fim de 19/20, num comunicado na altura para desmentir o interesse em outro treinador. Mesmo aí, a forma como desmentiu tal interesse foi... só convincente.
Como já temos falado, mais importante que ser Vasco Seabra ou outro qualquer, será a existência de um projeto, uma ideia, um plano com pés e cabeça, a médio ou longo prazo. E não pedir aos treinadores laranjas dando-lhes uma macieira.
Esperemos para ver, sendo que ainda muito tempo falta para pensarmos já no que o futuro nos reserva se bem que, mesmo olhando ao relativo 'descanso' na tabela, ir preparando já o futuro mesmo que atrás das boxes, seria excelente. Vamos acreditar que os nossos trabalham e trabalharão bem.
Sejamos um só no apoio, mesmo à distância. Enverguem o cachecol e a camisola mais logo, venham à varanda gritar o golo e a vitória. Pelo Boavista e por podermos todos estar aqui, só preocupados com a 'bola'.
Força Boavista!
quarta-feira, 18 de dezembro de 2019
Mito
O José Carlos foi despedido. Nada de novo, afinal cumpriu-se a tradição. Outro virá e, podemos dizer com um elevado grau de certeza, seguirá o mesmo caminho que Lito e seus antecessores. Sim, porque o problema, sabemos todos nós, à partida reside no treinador, treinador que a direção escolhe e nós apoiam... e nós temos lá. Longe de nós pensarmos que existe aqui um padrãozinho qualquer que, sem muito custo, nos faça perceber como vai funcionando a gestão desportiva do nosso Clube.
Vamos a factos:
- Média de pontos brutal. A melhor. Desde a subida é, de longe, o treinador mais eficaz no pressuposto principal, ainda mais na nossa atual situação e prioridade, a sobrevivência. Na época passada nove vitórias e um empate em 15 desafios; cinco derrotas, três das quais frente a 'europeus'. Na presente temporada, quatro vitórias e outras tantas derrotas, seis empates. Situação imaculada até ao início de novembro, numa altura que eramos uma referência pelos melhores motivos na comunicação social: a invencibilidade. Nunca liguei muito a isso, mas que fomos falados e elogiados, algo que em tempos valorizamos imenso, é um facto.
As eliminações nas Taças foram pontos negativos, principalmente na de Portugal, depois do reforço do Presidente acerca da importância da competição. Falhamos, infelizmente fizemos parte da 'normalidade' da presente edição da prova raínha. No campeonato, reforço, a fuga aos últimos lugares ou a luta pela primeira metade da tabela, estava a ser amplamente conseguida.
Conclusão, ou somos acéfalos ou podemos partir do princípio que não foi pelos resultados.
- Exibições, estilo de jogo, abordagens aos desafios. Dizem que não é a imagem do Clube. Bem, a imagem, o tipo de futebol, está diretamente relacionada com os recursos, com aquilo que cada clube pode oferecer à sua equipa técnica para poder desenvolver o trabalho. Não é, Jorge Simão? E nós, neste momento, queremos como imagem de marca a feroz luta pela sobrevivência, julgo eu. A luta pela tranquilidade, pela fuga à depromoção.
Compreendo que os Adeptos não se identifiquem, se sintam por vezes desiludidos, pois afinal todos gostamos de conciliar bom e vistoso futebol aos resultados. Mas nem sempre é possível e nem sempre é esse o objetivo. Hoje em dia, no Futebol profissional, quando uma direção contrata um treinador, compra uma ideia. E aí não consigo mesmo entender: quando se assina com Lito, acima de tudo compra-se o que ele conseguiu fazer no Bessa, e como o fez. Optou-se pelo pragmatismo, pela eficácia e seriedade, pelo simples alcançar dos objetivos. Ponto. Queríamos algo diferente? Bem, se realmente era essa a vontade, teríamos que ter optado por outro que não Vidigal, como é óbvio.
Conclusão, não despedimos o treinador porque ele estaria a fazer algo diferente daquilo a que nos propusemos fazer para atingir os objetivos.
- A contestação começou no minuto seguinte à apresentação do Lito. Não, isto aconteceu mesmo, não é exagero, esse veio depois. Vidigal entrou no Bessa com dois pés esquerdos, nunca aceite por uma boa parte dos adeptos, o que resultou numa muito curta margem de erro, numa crítica exageradamente fácil, mesmo quando os resultados - e até por vezes as exibições - não o justificavam. A personalidade e o feitio de Lito não ajudaram, mesmo quando os interesses do Clube, Símbolo e jogadores, foram ressalvados pelo treinador.
Conclusão: não chegou. A contratação foi, sabia-se logo no início, arriscada e a direção não quis ou não soube lidar com a situação de forma a que o desfecho não fosse este, afinal o mais fácil e, como dissemos no início, o tradicional.
Esperemos que continue a funcionar a tradição, ou seja, depois de mais um despedimento perto do final do ano, o novo treinador consiga uma série de bons resultados que nos permita fugir aos lugares de despromoção e espreitar a a primeira metade da tabela. Felizmente, olhando à quantidade de pontos, as coisas estão um pouco mais fáceis este época.
Mas esta gestão desportiva, de treinadores, é, quanto a mim, errática e tem tudo para um dia correr mal.
Força Boavista!
quinta-feira, 22 de agosto de 2019
Rochinha e os Falsos Moralismos
Clube, Adeptos, cidadãos comuns, Portuenses ou não, ninguém se revê nos cânticos entoados em Guimarães por alguns adeptos Axadrezados. Ninguém, como é óbvio. Exceção só mesmo de quem proferiu os ditos: os radicais, a fação ultra os 'Ultrà', como orgulhosamente gostam de ser chamados.
"Para o ano, caso Rochinha ainda envergue a camisola branca, dado o impacto que provocamos, voltaremos a cantar o mesmo". Palavras de um ultrà. Percebem agora?
Há um dado interessante e
relevante que resulta desta afirmação: o assumir das ações. Para nós,
para a maioria de nós, errado e reprovável; para eles, para alguns de
nós, a repetir. Isto, sendo um problema, é algo que ultrapassa, em
muito, o Futebol, o Clube, no caso o Boavista.
O Bolsonaro foi eleito, lembrem-se. Isto é a sociedade.
Chega a hipocrisia, ou seja, a tentativa de aproveitamento da situação para, de alguma forma, atingir a Instituição e colar os acontecimentos ao Universo Axadrezado. A nós. Não nascemos ontem, amigos. Como disse, este problema é transversal à sociedade e não olha a cores, formas ou ideologias.
Lembram-se do Eusébio? Do cântico da Chapecoense?
Decerto se lembrarão do episódio Konah, vítima de insultos racistas dos seus próprios adeptos vimaranenses, que motivou uma atitude mais rude por parte do grupo de trabalho e do então Capitão do V. Guimarães. Poderão ser invejosos, como o mostram em variadíssimas situações, mas não vos tenho como racistas. Também aqui, haverá exceções.
No passado domingo, fez 35 dias que perdi a minha Mãe. A chegar à cidade de Guimarães, já de camisola axadrezada, as primeiras frases que ouvi, diretamente dirigidas a mim, foi "filho da puta". Ninguém filmou mas eu ouvi. Em que ficamos? Não somos todos iguais? Ou se soubessem que eu A tinha perdido não me teriam insultado? Não brinquemos, sejamos sérios.
Força Boavista!, e um abraço a todos.
O Bolsonaro foi eleito, lembrem-se. Isto é a sociedade.
Chega a hipocrisia, ou seja, a tentativa de aproveitamento da situação para, de alguma forma, atingir a Instituição e colar os acontecimentos ao Universo Axadrezado. A nós. Não nascemos ontem, amigos. Como disse, este problema é transversal à sociedade e não olha a cores, formas ou ideologias.
Lembram-se do Eusébio? Do cântico da Chapecoense?
Decerto se lembrarão do episódio Konah, vítima de insultos racistas dos seus próprios adeptos vimaranenses, que motivou uma atitude mais rude por parte do grupo de trabalho e do então Capitão do V. Guimarães. Poderão ser invejosos, como o mostram em variadíssimas situações, mas não vos tenho como racistas. Também aqui, haverá exceções.
No passado domingo, fez 35 dias que perdi a minha Mãe. A chegar à cidade de Guimarães, já de camisola axadrezada, as primeiras frases que ouvi, diretamente dirigidas a mim, foi "filho da puta". Ninguém filmou mas eu ouvi. Em que ficamos? Não somos todos iguais? Ou se soubessem que eu A tinha perdido não me teriam insultado? Não brinquemos, sejamos sérios.
Força Boavista!, e um abraço a todos.
segunda-feira, 19 de agosto de 2019
Vamos Indo
Lucas agradece ao verdadeiro obreiro deste empate.
Factos: pouco futebol, sem meio lateral de cada lado, sem meio meio-campo, sem derrotas. Com quatro pontos, alguma sorte à mistura, enorme eficácia, com raça e atitude e com muito trabalho pela frente.
Parece-me evidente que o nível exibicional não é sequer satisfatório: falta ideia de jogo, o que sobra na vontade falta na consistência, na organização. Já sabemos, demora o seu tempo, dada a forma de trabalhar de Lito e a nossa [escassa] possibilidade de formar plantel demorará um pouco mais. Os reforços vão chegando a conta-gotas, o onze ideal e as reais opções vão ganhando forma, a paciência - mais que nunca - terá que existir e com o nosso adn bem patente, resistente.
Antes de fazermos uma nova análise ao plantel e àquilo com que podemos realmente contar, uma breve olhadela ao desafio de Guimarães.
Entramos mal. Entramos? Ideia inicial: dar a iniciativa ao adversário, juntar linhas e tentar explorar a profundidade com jogadores rápidos, como Heri e Yusupha. Começou aí o problema: as costas da defesa adversária estavam a 40 metros - de tão baixo estar a Equipa -, o médio de ligação não existiu, e tudo se agravou com a desorganização defensiva a partir do terceiro minuto (!). Pouco mais se conseguiu que evitar a construção pelo médio defensivo adversário mas, obviamente, outras soluções foram apresentadas e mais problemas nos colocaram, aos quais fomos incapazes de reagir. A nossa sorte do jogo esteve aí: não ficarmos afastados da discussão do resultado à passagem da meia hora. Atente-se no lance do golo, um bom exemplo de desorganização: bola na direita do ataque, juntamos na zona da bola (incluíndo médios interiores), um dos centrais faz cobertura na zona, o outro acompanha a referência atacante (Guedes) ao meio campo, e surge uma autoestrada entre central e lateral, que marca por fora o marcador do golo. Horrível. Mais exemplos houveram. Primeira parte preocupante, sem ligação entre setores (temos disso?!), sem conseguir efetuar três passes seguidos, sem chegar perto da área com perigo. Pior: pareceu uma Equipa apática, sem atitude e totalmente descrente no plano de jogo. Uma primeira parte que foi um resumo (vá, um pouco pior) daquilo que temos sido nestes 270 minutos de época.
Só poderíamos melhorar na segunda parte, ainda que pouco. O valor do adversário explica alguma coisa (sejamos conscientes), mas não tudo. Tivemos o mérito de acreditar e a sorte de não sofrer antes dos abençoados descontos. O que fica: à sexta tentativa conseguimos não saír derrotados da terra dos invejosos. Sem palavras aquele golo nos descontos.
Pegando no que pudemos ver nos desafios do campeonato e nos reforços que, entretanto, chegaram. Ideias que, algumas delas, acabam mesmo por ser confirmações.
Na baliza: deixa estar. Só rezar para que Bracalli não se lesione, pelo menos antes de Helton estar apto.
Eixo central: confirma-se que há boas opções. Neris de pedra e cal, surpreendeu um pouco a ida de Ricardo para o banco, mas há um motivo: Lucas. Simples. Como temos dito e está à vista de todos: estivessemos nós servidos em todas as posições como estamos no centro da defesa.
Laterais. na direita, carimbou-se o evidente: temos problemas. Veremos se há confirmação do reforço brasileiro, mas terá mesmo que se fazer alguma coisa. Carraça é, na maior parte das vezes, curto, e não somos só nós que o sabemos, os adversários também o sabem. Na esquerda, o alarme continua ativo, falta saber por quanto tempo. Marlon tem qualidade, veremos com o tempo como evolui. Algum tempo sem jogar, sem jogar na Europa nunca, são fatores que teremos que levar em conta. Honestamente, já estive mais pessimista.
Meio campo, nada de novo também. Falta-nos 'o' médio, ponto.Obiora tem dificuldades em manter o ritmo alto, Costa tem dificuldades em fazer aquilo que lhe é exigido: demais para o que pode. Repito: é um médio útil, que ajuda a Equipa, mas está aquém do que precisamos neste momento (pelo menos enquando dupla com Obiora/Idris/Ackah). E influencia também o terceiro médio, como já aqui falamos. É óbvio que todos gostaríamos de ver a qualidade Bueno a jogar - sempre - mas não é fácil o espanhol ter o protagonismo que merece e que tem que ter para ser útil. Não com esta dupla atrás, não com esta ausência de ideia de jogo, não com esta (in)consistência. Espinho disfarça um pouco mais nuns aspetos, obviamente fica a perder noutros. De Paulinho, pouco ou nada se sabe. Ainda. Positiva a entrada de Ackah, mas não mais que isso. Dificilmente seria pior que Obiora.
No ataque, a certeza que estamos bem servidos, apesar de não carburar como todos gostaríamos. Além da qualidade individual terá que haver a tal ideia, que não mais é que desmarcações, combinações, aproveitamento dos espaços, criação dos mesmos, por aí fora, sem descurar a exigência defensiva (importante numa Equipa como a nossa) dos avançados. Pouco se tem visto, verdade, mas, falando de qualidade individual, aqui conseguimos claramente subir uns patamares. Heri, Mateus, Yusu, Sauer e a nova contratação Stoijlikovic. Veremos como está o Sérvio, mas se não existirem problemas de maior, é um reforço a sério para o ataque. Golos, inteligência, qualidade. Curioso para perceber se Yusupha é para ficar e, ficando, com que vontade.
Resumindo: muito trabalho pela frente, mas ainda bem longe do estado caótico ou do pânico generalizado que, por vezes, parece afetar-nos. Os pontos ajudam, verdade, mas a preocupação e intenção do Clube em fazer melhorar as coisas também. Como foi falado no último post, é importante percebermos que o treinador terá melhores condições para fazer o seu trabalho, como parece ser essa a preocupação da direção. Assim esperamos, que todos rememos para o mesmo lado. Incluíndo nós, Adeptos. Será fundamental.
Força Boavista!
sexta-feira, 9 de agosto de 2019
O Verdadeiro Orgulho Axadrezado
Luís Gomes, grande vencedor da etapa e atual Camisola Azul
Desculpem. Mil perdões. Isto já vai com mais de uma semana e é a primeira vez que aqui se escreve sobre uma das modalidades que mais nos enche de orgulho.
Nada de novo: aconteça o que acontecer, uma prova fantástica da nossa Equipa. Camisola azul envergada, primeiro lugar por equipas e, ontem, a primeira vitória numa das mais difíceis etapas da Volta. Palavras para quê? Tudo ganha ainda mais relevo olhando ao contexto: o orçamento, a formação, a antiguidade.
Aqui não há modas, há história!
Não temos camionetas que parecem aviões, mas temos uma Alma que vale milhões!
ps: Marco Chagas, queres com lacinho ou está bem assim?
ps2: Pope, quer lá ir hoje de novo espalhar charme?
Força Rádio Popular Boavista!
quinta-feira, 8 de agosto de 2019
Estaremos Prontos?
Ala esquerda sul-americana: Clar e Sauer.
Seis jogos, outras tantas derrotas, zero marcados e dez golos sofridos depois, com alguns reforços e saídas pelo meio, momento oportuno para fazermos uma análise mais aprofundada sobre o plantel e atual forma da Equipa.
Preocupa sobretudo - e atenção, do pouco que se viu - a escassa dinâmica coletiva da Equipa, com bola e sem ela, Equipa amorfa (mal fisicamente?), pressionante por escassos períodos de tempo, criatividade e eficácia ofensivas quase nulas. E os números não mentem: sofremos golos em cinco dos setes jogos realizados e só marcamos por uma vez. Estamos na pré-época e será o momento ideal para que tudo que tiver que correr mal, corra, mas a verdade é que já tivemos um jogo oficial e o resultado e exibição foram péssimos.
Pessoalmente, o que mais me preocupa é a incerteza acerca de um dado fulcral no rendimento de uma qualquer equipa: o entendimento entre direção e equipa técnica no que à formação do plantel diz respeito. Só o tempo dissipará dúvidas, mas aqui uma certeza: Lito é mão de ferro e não torce por torcer. Como Simão ou Leal, por exemplo.
Mas vamos ao que interessa mesmo neste momento, o plantel. Por setores:
- na baliza, nada de novo. Bracalli dá segurança, Hélton continua a recuperação, o terceiro guarda redes lá chegará, Alfredo por lá se mantem. Next.
- na defesa, eixo central e laterais são casos diferentes. Neris, Costa, Lucas e Dulanto darão, à partida, garantias para uma época sem sobressaltos nesse setor, faltará acertar a dupla. Três últimos jogos, três duplas diferentes com um ponto em comum: Neris. Dúvida que fica é quem será o seu companheiro de setor. Acerca do peruano, positivas as exibições ante Nice e Casa Pia, mesmo sem deslumbrar. Veremos domingo sobre quem recai a escolha.
Nas laterais, dos maiores problemas do plantel. Já aqui falamos por várias vezes: Edu e Carraça podem ser curtos para a posição, dada a forma do primeiro e a [in]aptidão para a posição do segundo. Do lado contrário, uma certeza e uma incónita: Clar (muito dificilmente não terá sido um enormíssimo erro de casting) e Marlon, de quem ainda nada se viu e toda a fé no nome. Mais que provável - não havendo adaptações - ser dele o lugar já no próximo domingo.
- no meio campo, o outro grande problema. Para a posição 6, ou o mais defensivo da dupla de médios, temos Obiora e Idris. Não sendo uma enorme mais valia, estamos relativamente seguros. Para médio mais ofensivo, temos Espinho e Bueno, talvez com a hipótese Paulinho que poderá fazer a posição. Sobra a posição 8, ou o médio menos defensivo da dupla de médios, para a qual temos Rafael Costa. Só. Por simpatia, temos Akwa também, mas mantenho a minha opinião acerca do jogador: tem qualidades, mas talvez o empréstimo para crescer fosse a melhor opção. Poucas dúvidas restam: é mesmo preciso reforçar a posição. E bem, porque trata-se do meio campo. O brasileiro tem sido competente, verdade, mas, minha opinião, poderemos crescer bastante aqui com uma opção mais sólida. Além disso, é fundamental a concorrência, seja em que posição fôr. Neste caso, nem isso temos.
- ataque: à partida, estamos bem servidos. Mateus, Heri, Sauer e Perdigão são os alas, podendo ainda Cardozo, Yusu e Paulinho fazer a posição. No eixo, Yusupha (estará motivado o rapaz?!) será o mais que provável titular, havendo a concorrência de Bulos acompanhado da sua lesão. Cardozo só mais lá para a frente saberemos se é homem para lutar pelo lugar. Cassiano... esperemos para ver.
Resumindo, em teoria, é o plantel mais forte e equilibrado dos últimos anos (pode-se dizer, desde que subimos), não haja dúvidas. Resta saber se Lito o vai conseguir rentabilizar como todos queremos.
Defesa direito, esquerdo e médio centro serão as posições em que terão que chegar reforços. Para o meio, um reforço forte e seguro é quase obrigatório.
Uma palavra para as transferências.
Foi preciso o engenheiro saír para todos falarmos bem do nosso defesa esquerdo titularíssimo nas últimas três épocas. Nunca dislumbrou, verdade, mas foi sempre profissional, competente e extremamente regular. Resta saber se conseguimos crescer na posição, aumentando a qualidade.
Quase um Euromilhões com o Gonçalo Cardoso. O puto merece e nós esfregamos as mãos: 18 anos e quase 15 jogos a titular na Liga, muito para evoluir, três milhões no bolso. Um pequeno grande alívio, imaginamos nós, na conta-corrente.
Veremos como vamos reagir no mercado depois da venda, ou sequer se o podemos fazer, mas seria positivo - obrigatório, na minha opinião - o investimento na Equipa. Só assim conseguiremos subir degraus.
Nota ainda para o facto de cedo nos precavermos para as saídas. Defesa esquerdo já cá estava, centrais também.
Até domingo. Deixem as brasas em casa, acompanhem-se do cachecol e afinem as gargantas: o Clube precisa de nós, a Equipa merece a nossa confiança na estreia.
Força Boavista!
sábado, 3 de agosto de 2019
Violados na Casa Pia
Ainda a quente:
É grave, não vale a pena minimizar nem resultado nem competição. Aliás, seria um dos objetivos da época, a Taça Allianz, segundo o Presidente na recente comemoração do nosso aniversário.
Houve um ligeiro decréscimo na ambição e positivismo ao longo desta
pré-época: começamos bem, todos sentimos que as coisas estavam bem
encaminhadas, mas também sentimos que fomos perdendo algum gás. Nas
contratações, nas exibições e nos resultados dos jogos de preparação.
Zero golos marcados em seis jogos é um dado relevante, mesmo assumindo
que tudo são testes. Com o Nice, adversário de imenso valor,
denotaram-se problemas na organização, defensiva e ofensiva. Ok, era o
Nice, sétimo classificado na Ligue1...
Mas isto estava longe do planeado, dada a importância do desafio. Preparemo-nos: o Bessa vai estar a arder na primeira jornada e não vai ser para o adversário. Vai ser para nós. Quem diria...
Força Boavista!
Mas isto estava longe do planeado, dada a importância do desafio. Preparemo-nos: o Bessa vai estar a arder na primeira jornada e não vai ser para o adversário. Vai ser para nós. Quem diria...
Força Boavista!
sexta-feira, 5 de julho de 2019
Pantera Escondida #3
Para entreter e recordar, enquanto isto não carbura. Quem é a Pantera na imagem?
O primeiro a acertar, sem batota, ganha.
quinta-feira, 4 de julho de 2019
Arranque 19/20
Um só, Jogadores e Adeptos.
Primeira visão sobre a época que está aí à porta, na semana de arranque dos trabalhos. Ainda muita coisa por definir (atraso comum à maioria das equipas da Liga, diga-se), mas as prioridades e o discurso já bem alinhavados.
Prioridade, além do objetivo principal adiantado pelos Capitães de melhorar a classificação da época passada, terá que ser uma e bastante simples: não repetir os erros do passado, isto é, o mau planeamento da última temporada e que fez com que andássemos grande parte da época com o credo na boca, apesar da classificação obtida. Ponto. Minimizar os melões (sul americanos ou não), escolher jogadores de acordo com a ideia de jogo de Vidigal, dotar o plantel com opções válidas para todas as posições. É possível errar (e com os nossos reduzidos argumentos, a probabilidade de erro aumenta), é compreensível a dificuldade em atacar o mercado como todos gostaríamos, mas a ideia, o plano e a estratégia terão que ser condizentes com as ações e, sobretudo, com o discurso.
A par disso, e ponto positivo, toda a estabilidade que parece - finalmente - ter chegado ao Clube. Estabilidade, harmonia, responsabilidade, discurso, o que lhe queiram chamar. Sente-se algo diferente: mais confiança e menor poluição. Há que dar tempo e esperar continuidade e evolução, mas todos sabemos de quem é o mérito.
Analisando o plantel, mesmo sabendo que alguns jogadores poderão ainda ser transferidos.
Baliza - Resolvido ou quase. Temos Helton (que até regressou mais cedo para adiantar trabalho) e Bracalli, faltará um terceiro guarda redes. O nosso Master Alfred por lá continua, portanto podemos estar descansadinhos.
Defesa - talvez o setor com maiores indefinições. Para já, a prioridade absoluta de oferecer alguma concorrência ao Sr. Engenheiro: Clar é uma incógnita e teremos que esperar para ver mas, ao que tudo indica, é lateral esquerdo, o que já é uma evolução. Na direita, veremos se Carraça continua a ser opção para essa posição juntamente com o lateral Edu. Tudo indica que sim. No eixo central, igual preocupação: se por um lado Neris, mantendo a evolução, tem tudo para se tornar um valor seguro, algumas dúvidas no companheiro de setor. Ricardo Costa é uma boa aquisição: muita experiência, qualidade, muitos jogos nas duas últimas épocas na nossa Liga, caraterísticas que encaixam na ideia de jogo de Vidigal; 38 anos? logo se verá no campo. Gonçalo Cardoso é outra opção, mas duvido bastante que já esteja pronto para agarrar a titularidade na Primeira Liga; veremos o que vai ser feito, sem esquecer que é dos maiores ativos que temos (que o torneio de Toulon e as chamadas à Seleção ajudaram a valorizar). E finito. Não creio que Sparagna possa ser opção viável e desconfio bastante do Robson (estará por cá?!). Acho que é uma ideia comum a todos nós: Jubal cairía que nem uma luva. Não vindo o brasileiro, será prudente encontrar outra solução.
Meio Campo - no mais defensivo, mantivemos o Capitão e Obiora, que fez uma segunda volta bastante positiva na última época. Ackah e Toku desconheço, logo saberemos o que é feito com eles. Rafa Costa e Espinho para a posição '8', poderá ser algo curto, veremos se há a ideia de fortalecer essa posição. Espinho poderá derivar para médio ofensivo, onde também já temos Paulinho e Bueno (ambos também poderão fazer outras posições, extremo e avançado, respetivamente). Concluindo, no meio, a reforçar, será a posição 8, vá, um médio que não ofensivo.
Ataque - Para já, onde estamos melhor servidos. Mateus e Sauer (excelente aquisição!) na pole para as alas, Perdigão e mais dois que teremos que esperar para ver, Jeka e Barrow. O próprio Yusupha poderá também jogar na ala (assim como Paulinho), agora que temos um ponta de lança que não o Falcone. Verdade que Cardozo é melão, mas... enfim, um pouco mais otimista que os últimos avançados sul americanos que tivemos.
Para já, muito por alto, é o possível. Comecem os jogos particulares para se ir percebendo melhor aquilo que temos e matar esta fome que já não se aguenta.
Importantíssimo, e aí podemos estar 200% confiantes, é manter esta união, este nosso Amor comum. Aproveitar a campanha de sócios, usufruir ao máximo desta nova mentalidade que nos permitirá sermos mais e estarmos bem mais próximos da Equipa e do Clube. Há poucos assim, aproveitemos ao máximo.
Nota final em relação à Equipa B: compreensível a suspensão do projeto e por uma razão muito simples: o investimento necessário para apostar na subida será, neste momento, impossível de realizar. Jogadores a rodar num patamar tão inferior à Primeira Liga não faz sentido, pelo que será preferível, havendo jogadores para emprestar, fazê-lo num clube inserido numa competição profissional ou perto disso, ou seja, Segunda Liga ou CdP. Será mais vantajoso apostar diretamente na formação do que num projeto que só daqui por 3 anos (no mínimo) poderia estar pronto para poder dar frutos.
Ficam os jogos particulares já agendados (desconheço se algum à porta fechada):
Em Chaves (dia 10), em Vila do Conde (13), Gil Vicente (18) e Tondela (28), estes dois últimos no Bessa.
Força Boavista!
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