domingo, 27 de julho de 2014

Venha o Caneco

foto do Boavista3.


Uma vitória num torneio de pré-época vale o que vale, no nosso caso tem um sabor especial. Seis anos sem defrontar equipas da primeira liga, fazê-lo em dois dias consecutivos sem perder nenhum dos desafios, é algo que dá moral para os próximos tempos e revela, como já se disse, bom trabalho e um grupo unido e a evoluir. Ainda muito faltará, mais opções serão necessárias, mas o caminho é este, não há dúvidas.

Entramos bem no jogo, à semelhança do confronto com o Setúbal. Como se previa, Petit fez alinhar um onze diferente e no mesmo sistema que tinha utilizado no dia anterior, com oito jogadores que na temporada passada não jogaram nos campeonatos profissionais. Voltamos a demonstrar algumas das virtudes, intensidade, pressão, concentração e organização na hora de fechar os espaços para a nossa baliza. Assim como alguns dos problemas, o excessivo encolhimento na segunda metade, remetidos às imediações da nossa área, apesar da tentativa de espreitar o contra ataque sempre que possível. Falta de soluções no último terço e incapacidade de desestabilizar a defesa contrária, factos que não está alheia a escassez de opções no ataque/meio campo ofensivo. Tão escassas que nos fez alinhar num sistema atípico, com dois médios como jogadores mais avançados, por exemplo.
O espírito de união, organização e a falta de eficácia do opositor ajudaram a que pudessemos viver mais intensamente este regresso aos confrontos com equipas de primeira. Ganhamos no primeiro torneio de um dos que mais regozijaram com a nossa descida... Somos nós!


Iniciamos o jogo com três jogadores da época passada, um deles junior.
Júlian esteve bem, ao nível que nos habituou nos tempos de CNS. Cumpridor na hora de defender, foi ajuda preciosa ao defesa direito do segundo tempo.Tentou ser prático com a bola nos pés e conseguiu-o na maioria dos lances. Fez o remate para a melhor defesa do jogo.
Théo jogou pouco e pouco jogou. Batalhador, pareceu inferiorizado fisicamente depois de algumas entradas dos defesas contrários. Quarenta e cinco minutos de suor, pelo menos isso.
Wei, surpresa agradável de um dos nossos jogadores oriundos da formação. Rápido, safa-se bem no um para um, e tem uma capacidade notável para ganhar bolas de cabeça olhando à sua estatura. 
Carraça voltou a ser opção na lateral direita, desta vez toda a segunda parte. É verdade que pouco se aventurou no ataque e pôde contar com a preciosa ajuda do ala, mas não desiludiu e cumpriu na maioria dos lances. Será que vamos ter adaptação... bem sucedida?
Fábio Lopes, conseguiu estar melhor em relação aos últimos jogos, sendo uma das vítimas da saída de Théo na segunda metade.
Fary,que orgulho vê-lo levantar o caneco e festejar connosco. Grande!

Dos reforços:
Monllor, fez descansar um pouco as hostes depois da intranquilidade demonstrada na Vila das Aves. Seguro entre os postes, fez duas ou três boas defesas a evitar o golo do empate. Fora dos postes pareceu hesitar num ou noutro lance, sem consequências de maior. 
Ervões, um dos melhores no jogo de ontem. Assustou um pouco a estampa física, o quatro na camisola e a braçadeira de capitão, mas não, era mesmo o reforço que ajudou a subir o Penafiel. Posiciona-se bem, forte no desarme e jogo aéreo, foi um dos culpados da virgindade da nossa baliza.
Philippe Sampaio, dois dias no nosso país, não sei se tantos treinos, quarenta e cinco minutos em que seria quase impossível pedir algo mais. Vinte anos, pareceu que o perído de experiência tem tudo para acabar em breve e ainda bem.
Dias, à semelhança do central brasileiro só jogou meia partida, talvez pelo facto de ter chegado há poucos dias. Mostrou cultura de lateral sendo, sem dúvida e para já, a primeira opção para a direita.
Correia, um dos bons Andersons que temos. Fecha bem a lateral, é rápido, veremos como poderá ser útil também no ataque, quando a equipa assim o permitir. Além disso (algo que não me lembro de ver no nosso clube) parece que vamos ter cantos da linha lateral...
Idriss, bom jogo do médio ex-Moreirense. Impetuoso, cobre facilmente muito espaço na zona central, útil no jogo aéreo. Fez imensos desarmes, recuou e bem quando foi preciso.
Anderson, mais solto que o colega de posição, tira partido do boa leitura que faz do jogo, eficaz em muitos desarmes, destacou-se também na capacidade de desmarcação quando a equipa ganha a bola e tenta saír a jogar, e contribuindo a que a equipa consiga pressionar alto. Ainda vai melhorar bastante, parece-me.
Ancelmo teve o azar de jogar numa posição que não é a sua, aliado ao facto de ter chegado há muito pouco tempo, talvez as razões para tão pouca produção. Lento e pareceu pesado, veremos nos próximos tempos.
Brito, voltou a estar em bom plano nos vinte minutos em campo. Sozinho, criou a nossa melhor oportunidade, desperdiçada por Cid.



Três semanas para se trabalhar e continuar com as melhorias que já foram notadas. Um mês, no máximo, para colmatar as lacunas que temos.


Força Boavista!

sábado, 26 de julho de 2014

Primeiro Teste


 Foto do Boavista3.

Jogo razoável e, acima de tudo, bom teste à equipa. Petit decidiu fazer do amigável um jogo mais a sério, somente três substituições, equipa intensa dentro do campo, optando por colocar (provavelmente) um onze diferente no desafio de hoje. Jogamos com mais de metade da equipa com jogadores que na temporada passada jogavam no terceiro escalão, contra uma equipa (e treinador) com rodagem de primeira liga. Não ganhamos, não deslumbramos, mas também não perdemos nem estivemos demasiado por baixo. Mostramos evolução, como é necessário.

Entramos melhor que o adversário, dominámos bem o meio campo, controlamos na maior parte do tempo o espaço defensivo. Últimos quinze da primeira parte e primeiro quarto de hora da segunda, sentimos dificuldades em saír a jogar e sacudir a pressão imposta pelo adversário, não conseguindo evitar o recuo excessivo. Ainda assim, nota para os últimos quinze minutos do desafio, momento em que fomos de novo superiores, apesar de mais desgastados fisicamente.

No global, estivemos bem defensivamente, tanto no setor defensivo como no intermediário; pressionantes, intensos na luta pela bola e a fechar bem os espaços. Sentimos dificuldades em ligar o meio campo com o ataque, demasiado jogo direto dos laterais (mesmo dos centrais, muito embora a boa capacidade de Carlos Santos no jogo direto), poucas movimentações e procura de linhas de passe, fraca imaginação na hora de construir lances ofensivos. Tradução: zero oportunidades de golo em noventa minutos. É certo que tivemos um oponente demasiado faltoso no seu último terço, o que nos impediu de prosseguir algumas jogadas, mas, ainda assim, ponto negativo.

Individualmente, começando pelos que nos acompanham da época passada:
Afonso muito certinho na defesa, sempre bem posicionado e concentrado, eficaz no desarme. Leu bem quando foi preciso fechar no meio, também quando era possível saír a jogar (mesmo nas poucas vezes que o conseguiu).
Carlos Santos revelou lentidão, assim como bom posicionamento e prático a limpar a zona central. Habitual, tudo menos surpreendente.
Pedro Costa foi um dos que sentiu mais dificuldades em tapar a sua lateral. Umas vezes ultrapassado, em demasiadas situações obrigado a recorrer à falta. Aliás, a entrevista a meio da semana de Petit elucida bem o principal motivo e vantagem da sua permanência.
Cid, à sua imagem. Lutador, ajudou no meio campo defensivo, com dificuldades a dar a melhor sequência à bola. Muitas dificuldades.
Carraça entrou para defesa direito, prova da enorme carência nessa posição. Não esteve mal, fechou bem e pouco se aventurou a ajudar no ataque o ala do seu lado.
Bobô como o conhecemos. Um lance nunca está perdido para ele, é o primeiro a pressionar (sempre!) o defesa que tenta saír a jogar, ganha imensas bolas pelo ar vindas da retaguarda, ainda arrancou algumas faltas úteis para a equipa (e outras tantas não assinaladas). É óbvio que é uma posição que precisamos urgentemente de reforçar, mas o brasileiro não é carta fora do baralho - como muitos acreditavam - e pode revelar-se um jogador útil.
Zé Manuel em bom plano, mesmo sem deslumbrar. Também ele aguerrido, foi útil a ajudar o lateral do seu lado e mesmo no miolo, nas vezes em que Diego não o fazia.

Dos reforços:
Mika, revelou segurança entre os postes nos poucos remates em que foi posto à prova. Fora deles, resolveu a soco algumas situações, noutras nem assim o conseguiu. 
Lucas mostrou qualidades. Rápido na cobertura, forte no jogo aéreo, resolve simples quando assim é preciso. Pode e deve melhorar, mas acredito que o consiga. Veremos daqui para a frente.
Diego Lima foi o nosso organizador de jogo ofensivo, mostrou mais uma vez bons pés e boa visão de jogo, apesar de alguma lentidão de processos. Esteve razoável na primeira metade, desapareceu na segunda. Sem bola, foi raro o momento em que contribuiu.
Brito foi agradável, não sendo mais provavelmente por excesso de faltas dos adversários. É rápido e de boa técnica e parece-me bem nas decisões que toma.
Tengarrinha, o melhor em campo. Surpreendeu-me, sou sincero. Bem a defender, bom posicionamento, rápido na cobertura e até a saír a jogar.


Ontem, valeu a pena a vitória - que por vezes é o que menos importa neste tipo de jogos, se bem que ganhar é sempre bom - também pela sensação extra-agradável dos festejos da equipa junto dos adeptos, dos muitos adeptos que se deslocaram a Freamunde.

Hoje é desamigável com o Paços, e é para trazer o caneco. Vamos lá começar a passar-lhes a fatura.


Força Boavista!

sábado, 12 de julho de 2014

Plantel (atualiz.)

foto do Boavista3


Um mês para o regresso e é isto que temos, para já:


Baliza fechada, Mika e os outros dois, André para os juniores.

No centro da defesa, Gonzalez, Lucas, Ervões e Santos. Quatro centrais, mais Tengarrinha.

Nas alas, Afonso e Correia, Pedro Costa e Peña. Na esquerda não há dúvidas, na direita veremos o desempenho de Peña, que até veio catalogado de médio podendo fazer a posição de lateral direito (onde jogou na quarta-feira). Parece evidente a necessidade de mais um defesa, passando então nós a contar com duas opções certas nessa posição e ainda mais uma adaptação (ou não) no meio campo.

Nota para Gouveia que vai para estágio, faltando saber se segue para o plantel ou se é mais um para emprestar. Junta-se a Tengarrinha como médio posição 6, onde até pode encaixar também Idriss. Como médios temos Anderson, o próprio Idriss, Cid e Carraça. Quatro médios para, em princípio, dois lugares no onze, o que pode ser curto. A confirmar como encaixam os reforços e como evoluirão os portugueses que nos acompanham da época passada.   
E temos Diego Lima como médio organizador ou mais ofensivo. Veremos como sai Fábio do estágio e como é Douglas, se pode ser opção, se vai sendo ou até se poderá competir na nossa equipa b, os juniores. Fácil de ver que é muito provável que seja preciso reforçar. Do Wei não tenho ideia, nem para bitaite dá.
 
Mesmo com o Lopez, já precisávamos de reforçar o ataque. Bobô e Fary são os avançados certos que temos, falta confirmar se Théo consegue passar no curso intensivo nesta semana, o que duvido (e se será para rodar ou não).
Nas alas, Julián, Zé Manuel e Brito. Tenho confiança nos três, mas são três para duas posições, é esperar para ver o que podem render e quem pode ainda chegar. Wellington está numa situação idêntica à de Théo e seria uma surpresa se conseguisse tornar-se numa opção.


É chato seguir para estágio com tanta indefinição, apesar de ser normalíssimo na maioria das equipas do nosso campeonato. No nosso caso, tudo pior e por todos os motivos, como sabemos.
Há uma semana era demasiado cedo para muitas conclusões e continua a sê-lo, sendo evidente que vão haver mais algumas entradas e saídas e que muito se vai trabalhar nos próximos tempos.

Vamos aguardar e role a bola.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Rola a Bola


Primeiro jogo treino, primeira vitória e primeiros sinais positivos. Muita expetativa para ver os reforços e os jogadores que nos acompanharam do ano passado.
Petit dez alinhar dois onzes (um em cada parte), um sistema (4 defesas, 2 médios de contenção, 1 médio ofensivo, dois alas e um avançado) e ainda deu alguns minutos aos mais jovens na parte final do desafio (que o árbitro dez questão de não cumprir os 90 minutos, não se entendendo muito bem o porquê).

Coletivamente, nota para os dois médios à frente da defesa ao invés de um trinco mais fixo. Primeiro Anderson e Idriss (e melhores no jogo), Carraça e Cid depois; Diego Lima o médio criativo, na segunda metade Fábio.
Intenção clara de todos serem bastante ativos nos dois momentos, defensivo e ofensivo; linhas juntas, defesa a pressionar alto e bem nas costas dos avançados contrários, tentativa de tirar espaço no miolo para o adversário construir jogo.

Individualmente, destaque pela positiva para alguns reforços: Correia, tudo indica ser uma excelente opção para o lado esquerdo da defesa. Defesa e não só, já que mostrou que pode fazer todo o corredor com facilidade e eficiência. Boa técnica, bem a defender e bastante rápido. Anderson Carvalho mostrou bons pormenores, bom com a bola nos pés, no posicionamento e a ler o jogo quando sem a bola. Gostei do Diego Lima, apesar da aparente falta de ritmo; bons pés e boa visão de jogo.
No ataque, estreia positiva do paraguaio Francisco Lopez, mesmo no pouco tempo que esteve em campo. Remate fácil, boa desmarcação e receção, apto a pressionar os defesas contrários.
Nem tanto pela positiva (ainda mais para alguns que estão em 'dúvida' e é preciso mostrar serviço) Wellington - que jogou de início - bastante complicativo na ala. Cid não entrou bem, assim como Théo. Zé Manuel - admito, um dos que vem do CNS que mais expetativas me causa - esteve bem na segunda metade.
Nota positiva ainda para Brito, o reforço que veio do Gil Vicente. Rápido, boa técnica, a optar bem no passe.


Ainda é muito cedo, é preciso controlar a euforia do momento (por mim falo, não é fácil :) ) e venham mais jogos (muitos, bons e com esta dedicação, para o entrosamento andar para a frente).


Força Boavista!

segunda-feira, 7 de julho de 2014

A Nova Camisola!


Confirma-se: é espetacular. Expectativa para conhecer o alternativo.
Gosto das bordas a dourado, das mangas e costas, nem tanto do símbolo da Erreà Sport nos ombros.





quarta-feira, 2 de julho de 2014

Dia 1



Por mim, especial curiosidade na conferência de imprensa de Petit, após o treino da tarde e no lançamento da nova temporada, a primeira enquanto treinador de Primeira Liga. E há seis anos que o Clube não passava por isto...
Mostrou a lucidez que tem mostrado até aqui, nas intervenções que teve ao longo do último ano (mesmo nas poucas solicitações e escasso mediatismo).
E o que sai, principalmente, é aquilo que se esperava e que, para nosso bem, o treinador fez questão de frisar: faltam reforços, experiência e equilíbrio ao plantel. 

Nada mais normal. Subir dois patamares e com os recursos que não temos, é uma tarefa dificílima. Como referi no último artigo, julgo que as caraterísticas do nosso mercado não abonam a favor de quem quer e precisa resolver cedo a formação do plantel, longe de ajustes ou compensações de saídas.
Talvez seja exagero os dez reforços, assim como somente mais três ou quatro.
Três só para as laterais, um na esquerda e dois na direita. Dois médios e dois avançados. 
Mas esperemos. Mais que nunca e mais que todos, temos motivos para ferver em pouca água, o que pode nem ser positivo.

Ainda temos isto: "é importante transmitir o que é o Boavista, o que ganhou, e dizer-lhes o que o Clube espera deles" e "jogadores que querem crescer e mostrar o valor que têm", que reflete aquilo que o treinador tem feito até aqui, no último ano e meio. E foi isso que também tentou trazer do último plantel, principalmente isso.

O objetivo, apesar de ser o óbvio, foi bom salientar desde cedo, principalmente para aqueles que estiveram fora do clube nos últimos anos e ainda se possam manter fora da realidade atual. E mesmo para o resto do país, que já é obrigado a olhar para nós. É para a manutenção, para a tranquilidade, para o jogo a jogo, ou como lhe quisermos chamar.

 
Nota para mais um jogo particular agendado, sábado 2 de Agosto, jogo da apresentação. É já de amanhã a um mês...