terça-feira, 28 de julho de 2015

Venha o Caneco II

(problemas no Blogger impediram que saísse o post do primeiro jogo no domingo. Achei melhor publicar na mesma hoje - já que estava feito - num dois em um. Desculpem lá a extensão).


Paços - Boavista

Afro King Warriors Show: the beginning


Bom teste para o que aí vem, mais um jogo em que damos bons sinais daquilo que poderemos vir a fazer quando for a doer (ou a valer pontos, já que ao Bukia, Luisinho e Lima, ontem já deve ter doído e bem). Mostramos evolução em relação ao passado recente, à época passada principalmente (enorme diferença se nos lembrarmos deste mesmo torneio na primeira edição...), mas também comparando com o desafio em Matosinhos. 

Bem evidentes as boas indicações do coletivo do jogo de há uma semana. Repetindo das notas de então: "Ligação entre os setores, preocupação em oferecer linhas de passe ao portador da bola, o que resulta num jogo mais pautado e de melhor posse; pressão organizada sempre que possível, dos mais defensivos mas não só".  Conseguimos estar por cima na primeira hora de jogo, mais dominadores e perigosos na primeira parte, acabando por se fazer justiça nos penaltis. Mesmo na fase de menor fulgor, não deixamos de procurar o ataque e de sermos seguros na retaguarda. Temos razão de queixa da arbitragem, julgo que teríamos bem mais hipóteses de ter resolvido o jogo nos 90', houvesse algum travão ao jogo faltoso (e perigoso) do adversário.


Individualmente:

- Temos Gideão para dar luta ao Mika pela titularidade, mais do que alguém o conseguiu fazer na temporada passada. Revelou segurança no jogo aéreo e à vontade a jogar com os pés, pelo menos nesses aspetos poderá estar em vantagem. Tranquilo no pouco trabalho que teve entre os postes. 
- grande parte do domínio deveu-se à eficádia de Gabriel e Idris na zona intermédia, confirmando-se maior mobilidade (bem coordenados e a chegarem com segurança mais à frente), ambos em muito bom nível no desarme e antecipação.
- Sampaio e Henrique são aposta para a defesa por enquanto, contribuindo também para esse maior fulgor do meio campo defensivo. Sampaio vai confirmando a boa forma, Henrique vai trazendo algo mais positivo. Veremos os próximos tempos, mas é bom poder começar desde já a engrenar uma dupla. E ainda falta Vinicius.
- Samuel Inkoom outra vez titular (provavelmente Mesquita lesionado) e outra vez a mostrar alguns problemas defensivos (alguma imaturidade na abordagem a alguns lances?). Com bola, ficamos a ganhar milhões, quer na circulação, quer a explorar o corredor direito.
- Afonso a aproximar-se dos níveis da temporada passada. Classe. E à frente na luta pelo lugar.
- Claras mais valias nos extremos, Luisinho e Bukia na linha dos últimos jogos amigáveis, veremos como ainda crescem nos próximos tempos. Para já, tanto a dinamizarem no último terço em ataque organizado como a lançar o contra ataque.
- Uchebo foi utilizado no eixo do ataque (onde já jogou Zé Manuel e falta Uche se estrear), estando bem na sua função (à Uchebo), ganhando bolas para os companheiros, beneficiando também do melhor apoio que conseguimos dar ao ponta de lança, tornando o seu jogo mais consequente e útil para a equipa.



Boavista - União da Madeira


 Afro King Warriors Show: the apranchamento to the trophy

Como se esperava, um onze diferente do desafio com o Paços, um misto de potenciais titulares com algumas opções ainda em fase de 'testes'. O sistema foi o mesmo que nos quatro jogos anteriores, o que já se pode chamar de nosso sistema base: dupla de médios à frente do quarteto defensivo (sem trinco declarado), terceiro médio mais à frente, dois alas e ponta de lança. Únicos repetentes no onze em comparação ao dia anterior, Inkoom e Sampaio.
Mesmo com maiores dificuldades em desequilibrarmos no ataque, conseguimos controlar a primeira parte, na maioria do tempo por cima no jogo. Entramos bem, pressionantes, fomos perdendo fulgor até ao lançamento de algumas das peças que tem estado em maior destaque nesta pré-época. E assim vencemos.


Algumas notas:

Os problemas no ataque deveram-se sobretudo às opções iniciais, com mais dificuldades no poder de desequilíbrio e mesmo na consistência do nosso jogo.
- Pouga com funções idênticas às de Uchebo no sábado: igualmente forte nas bolas aéreas, a conseguir dar algum jogo ao apoio do meio campo e alas, útil igualmente nas bolas paradas defensivas. No resto, aplica-se o que já foi dito sobre ele: pesadão, dá imensa luta, algo prejudicado pelo tipo nosso tipo de jogo. Veremos se se pode tornar mais útil.
- Em bom plano a nossa dupla de meio campo, Tengarrinha e Anderson Carvalho, parecem também ir aquecendo os motores. O português regressando ao patamar que nos habituou, o brasileiro continuou a melhorar o seu jogo, sobretudo na intensidade. A chegar mais vezes perto da bola, a conseguir matar algumas jogadas e a lançar outras, mantendo o que tem de melhor, a lucidez no passe. Gostei, principalmente na segunda parte. Na primeira, é quase impossível fazer algo mais, com Ancelmo como terceiro médio.
- Na lateral esquerda tivemos Correia, também ele a melhorar, mais perto do que de bom mostrou no início da época passada. Atrás de Afonso talvez pela menor segurança defensiva que oferece para já, na minha opinião. Mas vai ser uma luta intensa, não duvido. Alex Jr jogou na ala, depois do que mostrou em Gondomar. Não desequilibrou, revelou dificuldades no posicionamento (claro, não só pela inexperiência mas tambem dado o pouco entrosamento com o lateral).
- Na direita, boa estreia de Tiago Mesquita na segunda parte. Esteve seguro a defender, muito certo nas ações, poucas oportunidades para subir na lateral.
- Léo razoável, talvez um pouco melhor que nos últimos jogos, mas ainda muito à sua imagem. Inconsequente vezes a mais. Sente-se melhor quando tem oportunidades de lançar ele o contra ataque em drible e velocidade, continua algo complicativo em tudo o resto.

Nota final para as bolas paradas, englobando os dois desafios. Continuamos a mostrar melhorias, sobretudo na marcação, conseguindo criar mais perigo. Mesmo nos livres diretos à baliza, como foi exemplo o grande golo do Tengarrinha.


Há um ano, a propósito deste torneio, discutiu-se aqui que foi positivo reencontrar duas equipas de Primeira (Setúbal e Paços) e não perder nenhum desafio.
Desta vez mantem-se a onda positiva, e nem tanto pela mera conquista do caneco, mas sim por aquilo que a equipa mostra, a evolução que teve, a auto confiança que revela, as melhores opções, e o espírito de grupo que parece intacto e se mantem forte.

Em grande os festejos no final com os adeptos. Uchebo e Pouga a entregarem em mão o troféu aos adeptos, o clã africano com o placard de promoção, os cânticos com os Panteras. Todos juntos que vai ser preciso para o que aí vem, tudo menos fácil. 

Força Boavista!


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