terça-feira, 27 de maio de 2014

Final da Época


Num campeonato com 14 jornadas e com metade das equipas candidatas à subida, a margem de erro é curtíssima quando o objetivo é o primeiro lugar. Falhamos a mais e em demasiados jogos, apesar de termos cumprido na sua maioria.


Fomos evoluindo segundo as ideias do treinador e a identidade que queria para a equipa. Pressão e defesa alta, rapidez e desequilíbrios no ataque, posse de bola e com ela controlar o jogo, expondo o mínimo possível o setor recuado, pelo facto de não primarmos por consistência defensiva nem de rapidez quando perdemos a bola. Dois médios centro, sempre melhores na recuperação que na construção, à frente do quarteto defensivo. Um avançado, avassalador na primeira fase e sempre abnegado na entrega, ao qual não conseguimos dar o apoio suficiente na segunda metade da época, quer pelos dois alas, quer pelo terceiro homem do meio campo ou segundo do ataque como na maioria dos jogos (que também se revelaram insuficientes em alguns momentos em que seria preciso mais consistência no meio campo). Explica-se muito das nossas dificuldades pela incapacidade de desequilibrar no último terço e ultrapassar a organização do adversário. Quando a eficácia não resolveu, tivemos problemas.

Na baliza, um bom exemplo do trabalho misto que se tentou fazer, jogando com os melhores e ao mesmo tempo lançar jovens formados no clube. Marcos começou e acabou a titular, simplesmente porque é melhor, dá mais confiança à equipa e segurança à defesa. Tiago foi o que mais jogos realizou, em grande forma desde que agarrou a titularidade em Coimbrões e até ao jogo de Gondomar, a primeira de uma série de más exibições, incluindo em Freamunde e no Bessa com o Vizela, dois dos jogos mais decisivos da segunda fase. Não foi o único, mas foi um dos que mais contribuiu quando mais falhamos e quando não podiamos errar.

Esse jogo de Freamunde - e a forma como fomos dominados - marca o campeonato, depois de uma primeira metade da época em crescendo, incluindo os dois primeiros jogos da segunda fase. Seguido da primeira derrota no Bessa, com o Vizela, abalaram em definitivo a equipa. Quer o entendimento e capacidade de desequilibrar no ataque, assim como a estabilidade e a consistência na defesa, mais exposta e sobretudo mais vulnerável àquilo que menos poderia ser, a velocidade do adversário quando perdemos a bola.
Esteve aí uma das maiores dificuldades. No lado direito, um dos setores menos fortes da equipa, com Pedro Costa a não encontrar a boa forma e Claudio ainda a evoluir. No lado oposto, muito embora a boa evolução de Afonso, passamos mais de meia temporada somente com uma opção e que ainda assim demorou algum tempo a ultrapassar em definitivo as lesões. No eixo da defesa, não primamos pela velocidade, apesar do excelente jogo posicional de Ricardo e a boa - surpreendente - evolução de Carlos Santos.
 

Como disse acima, tivemos um meio campo sempre melhor na recuperação da bola e na pressão ao adversário, do que a dar a melhor sequência à posse de bola, em parte graças às caraterísticas de Carraça e Cid, os que mais minutos fizeram. De todos os médios, Luís Neves - que começou e acabou a época lesionado - pareceu-me o mais esclarecido com bola e o único com capacidade para desequilibrar no passe. Tentou-se de tudo para compensar, Samú, Théo ou Fary, uns mais outros menos eficazes.


Concluíndo, uma época em tudo diferente das cinco anteriores de pesadelo. Tivemos liderança e seriedade no banco, estabilidade fora dele e um grupo de jogadores que dignificou a camisola em todos os jogos. Tivemos evolução individual em alguns dos nossos jovens, tido como um objetivo no início da temporada. Começamos a formar uma mentalidade que queremos ter para o futuro.


Daí a aposta em Petit - já oficial - fazer todo o sentido. Agora é contruir o plantel. Tarefa difícílima, para não variar. 


Afonso, Cid, Carraça, Zé Manel, Carlos Santos, Fary e Li, confirmados para a próxima temporada. Falaremos deles amanhã.


Força Boavista!


2 comentários:

  1. Espero que se faça um trabalho assente na realidade, terminar em 8º não é mau, e ir tentando subir o patamar até se chegar novamente ao nosso lugar, o 4º, jogar na liga europa dá visibilidade e encaixes financeiros, taças de portugal e algumas supertaças podem muito bem ser uma realidade, isto num horizonte de 10 anos.

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  2. Plenamente de acordo. Desportivamente, a manutenção será o objetivo, ponto assente.

    Cumprimentos

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