segunda-feira, 13 de março de 2017

De Garras Afiadas


E é isto. Dispensamos o laço (até porque já temos o nosso Manel), mas é para embrulharem bem embrulhadinho, principalmente aqueles que, insistentemente, nos fazem o funeral. Como vemos, cedo demais. Já sabem: "Somos Boavista. E voltamos".

Em disputa 27 pontos, 33 já no bolso, manutenção garantida a nove jornadas do final e sinais evidentes que o crescimento tem tudo para não parar por aqui. Fazer tanto com tão poucos argumentos, com evidentes dificuldades financeiras, quando comparado com os restantes, dá aquele inigualável Orgulho Axadrezado, acompanhado do respetivo arrepio na espinha. Repitamos, mais audível ainda, os vizinhos que se fodam: "Somos Boavista. E voltamos!".


Confesso que entro sempre receoso no Bessa quando defrontamos estes bananas. Receio mesmo, medo, algo mais para o lado do sobrenatural do que outra coisa qualquer. Trauma talvez. Até podíamos estar a lutar pelo título, esse estado de espírito não se alteraria. Por isso, e só por isso, surpreso com este resultado. Pelo resto, pela Equipa, pelos Adeptos na Fortaleza, (agora sim, nada como ter a boca adoçada), pela liderança, pelo crescimento, pela confiança, por aí estamos descansadinhos.



Vamos às notas:

- Mais uma vez evidente o porquê de estarmos a fazer a melhor época desde o Regresso. Este não era um jogo qualquer, dado o adversário: há dez jogos sem perder, também eles a realizarem uma excelente época, com objetivos iniciais bem superiores aos nossos e com orçamento condizente. Além disso, o histórico insular no Bessa, quase fazendo deles a nossa besta negra.

- Consistência defensiva. Vagner, como já falamos, melhor reforço de janeiro. Já nem abalamos pouco que seja quando olhamos para a nossa baliza. Kamran, Mika, outro qualquer (ajudem-me!), nenhum deles se aproxima da segurança do brasileiro. Nas laterais continuamos com o crescimento, no eixo estabilizamos Lucas. Sampaio... mais disto, por favor. Esteve bem, mas é preciso estar assim no próximo, e no outro, e a seguir. Capacidade tem ele.


- Meio campo, e a sua principal evolução no momento em que não temos bola: a reação à perda da bola e mesmo à saída rápida do adversário. Enorme evolução, simplesmente do melhor, na minha opinião. Rigor, concentração, união. Equipa! Muito trabalhinho e do bom. Não só do jogador que aproxima para fazer pressão (seja alta ou baixa), mas sobretudo do comportamento da Equipa à sua volta. 
Idris, e a sua presença e intensidade, é o que sabemos (aka Capitão); Espinho mais 'trabalhador' do que o que se pensava, além da capacidade de criar espaços e [bem] circular a bola. E Carvalho, o médio (jogador?) menos apreciado pela massa adepta, mas com uma influência brutal nestes aspetos em particular, e que em muito contribuem para o bom desempenho global da Equipa. Ontem, de novo, bom exemplo da eficiência deste trio, que raramente é desfeito, mesmo durante os desafios. Percebe-se porquê. Neste momento, também olhando às opções, são fundamentais.

- Iuri é assim, é o pequeno génio que, quando inspirado (e mesmo não estando), ajuda imenso - não a resolver, porque isso fá-lo a Equipa - mas a desbloquear. Como ontem. Mais palavras para quê? É ver e rever que não cansa.
Voltei a gostar um pouco mais do Bulos, porque simplesmente continua a melhorar em alguns aspetos do seu jogo. Talvez isso ajude a explicar a insistência no sul americano - em detrimento do melhor jogador que é Schembri, apesar de diferente - a fazer os seus primeiros jogos na Europa, onde o futebol, e as defesas em particular, são bem diferentes dos campeonatos sul americanos. Conseguiu dar mais vezes jogável para os médios, seja no apoio frontal, seja na bola lançada em profundidade, conseguiu chegar mais vezes a tempo de o fazer. Não deslumbrou, mas melhorou, que é bem preciso. Na área, bem preparado o remate para o golo, na única chance que teve para o fazer. Frase batida, mas é à ponta de lança. Veremos nos próximos desafios, mas é certo que, pelo menos para mim, fez aumentar um pouco a curiosidade sobre ele e mesmo até onde poderá chegar.

- Mbala. Que desilusão, rapaz. Agora foram vinte minutos perante uma defesa com imensas dificuldades e com espaço para brilhar.

Com bola, a atacar, fizemos talvez o melhor desafio da época no Bessa. Boa e rápida circulação em muitos momentos, constantes linhas de passe ao portador da bola, quase sempre a melhor opção de passe a ser tomada. Mais uma vez, um sinal que torna evidente o excelente trabalho de todo o grupo.


Tranquilos. Confiantes. Com imenso tempo e boa disposição para prepararmos bem a próxima importante deslocação: Estoril. Todos à Amoreira. Isto é bom demais para se desperdiçar.  Continuemos a apoiar os nossos rapazes que bem merecem. O Clube merece.


Última palavra para a Fortaleza. Mais perto daquilo que somos. Bancadas bem compostas, apoio a condizer. Fácil, porque a Equipa assim o justifica e o jogo correu bem. Mas é bom, muito bom sentir toda a gente feliz.

Parabéns à família do jovem sócio mais antigo do Clube. Quatro gerações da mesma família a assistir ao desafio, é obra. Muito bom!


Força Edu!

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