segunda-feira, 18 de agosto de 2014

O Regresso




Foi o nosso dia, não haja dúvidas. Seríamos próximos de mil, valemos por bem mais. Apoio incessante do início ao fim, mesmo com o resultado desfavorável, grandes na confiança demonstrada à equipa (e sua atitude) no final da partida. Este ano, principalmente este ano, terá que ser sempre assim. Fora e no Bessa. Sempre.


Jogo marcado pelos dois primeiros golos, ambos nos minutos inaugurais de cada parte. Erramos nos dois lances, fomos permissivos no espaço curto no primeiro, pressionamos alto e mal no segundo.
Ao primeiro, conseguimos reagir bem, apesar de ter caído por terra a nossa melhor estratégia para este desafio: conseguir suster o ataque inicial do adversário, ir enervando-o com o passar do tempo. Reequilibramos, fechamos bem os caminhos para a nossa área, fomos eficazes na boa pressão que conseguimos fazer. Chegamos ao intervalo com o mesmo número de remates, mais cantos, e a melhor situação de golo para o empate. Que seria, convenhamos, o resultado mais justo.
Tivemos mais dificuldade para reagir ao segundo murro, o dois a zero. Natural. Não estancamos o meio campo adversário como o havíamos feito na primeira metade, continuamos com a mesma dificuldade em desequilibrar no nosso jogo ofensivo, quer pelas alas, quer pelos jogadores lançados por Petit após o segundo golo. Aguentamos o que pudemos daí para a frente, obrigados a corrigir após a expulsão, nunca deixando de tentar aproximar da área contrária sempre que possível.

Em resumo, mostramos melhorias no nosso jogo, vincamos mais a nossa identidade, e continuamos a mostrar as debilidades que temos do meio campo para a frente. Repito, não será o jogo ideal (pelo adversário e pela fase tão inicial da época) para se auferir da real capacidade da equipa, mas, não tenho dúvidas, o caminho é este.


Na defesa, confirma-se que encontramos a dupla de centrais: Ervões e Lucas. Ambos bem na maioria dos lances, foram resolvendo bem os problemas, quer na antecipação quer nas dobras, quer no jogo aéreo. Dias e Correia - a espaços - bem, apesar dos erros também nos lances dos golos: o lateral direito alivia mal no primeiro (se bem que com mérito no passe de Alan), o brasileiro facilita no lance com Éder, no último golo. Confirma-se a aptidão ofensiva de Correia, apesar de não ter conseguido ser eficaz nos cruzamentos.
Meio campo, conseguimos fazer boa pressão grande parte do desafio, pelo menos a parte do jogo em que estivemos a discuti-lo. Beckeles é o médio que mais sai a pressionar, Idriss o mais posicional, algumas vezes a funcionar como médio mais recuado, outras a fazer duplo pivot com Tengarrinha.
O Hondurenho conseguiu saír por diversas vezes na desmarcação, aparecer bem no ataque, melhor no passe na primeira parte do que na segunda, foi dele a nossa grande oportunidade. É claramente no meio campo que se torna mais útil, promete aumentar a sua influência à medida que se vai entrosando com a equipa.
Tengarrinha, na sequência da boa pré-época, foi um dos melhores. Bem a ler o jogo, no desarme e no passe; a médio interior ou a trinco, mesmo a central, nunca comprometeu. É, para já, um dos indiscutíveis.
O Idris, não me desagradou. Como já se disse, varre boa parte do meio campo defensivo, com uma boa eficácia de desarmes, pelo chão e pelo ar. Tem problemas no posicionamento, na forma como faz a pressão e onde a faz; o lance do segundo golo é exemplo disso: com Beckeles e Tengarrinha mais avançados na pressão, é ele que deve fechar o espaço entre defesa e meio campo, não pressionando o médio contrário quase no seu meio campo, como aconteceu. A defesa recuada (como devia) e a casa já a arder quando Rafa encara os quatro defensores. Aqui não será tanto um problema individual, mas sim coletivo, do nosso meio campo. Os tais entrosamentos, afinações, erros, tudo para se ir evoluindo e corrigindo. Diego, o nosso motor ofensivo, voltou a desiludir. É certo que entrou numa fase complicadíssima do jogo para nós (0-2, Braga a mandar e mais opositores na sua zona de ação), mas revelou lentidão, aquela lentidão que mostrou em parte da pré-época...
No ataque, o trio que nos acompanha do CNS... Zé Manuel esforçado, exibição razoável (principalmente na primeira parte), é uma pena não ser mais eficaz nos cruzamentos. Do lado oposto, uma das exibições mais apagadas, Julián. No ataque não conseguiu desequilibrar (e bastava um cruzamento ao segundo poste naqueles vinte segundinhos de jogo...), a defender foi estranhamente apático. Daí alguma dificuldade em perceber porque não foi o argentino o primeiro preterido quando foi preciso mexer. Bobô é o que temos, para já. Abnegado na entrega, na louca correria e pressão que fez sempre aos defesas contrários, sendo responsável por muito jogo direto do adversário mais facilmente resolvido pela nossa defesa. Não tem apoio que lhe permita desequilibrar (principalmente no jogo aéreo, em que é forte) dentro da área, o que é um problema para a equipa. Yoro voltou a mostrar bons apontamentos e uma boa técnica, parece o mais perto de agarrar o lugar e acompanhar Brito nos extremos, a nossa baixa de vulto no jogo de Braga.


Arbitragem, na linha do que estávamos habituados no terceiro escalão. E porquê? Pela dualidade de critérios. O primeiro amarelo ao Ervões, na sua segunda falta, é amplamente exagerado. Valeu-lhe, indiretamente, a expulsão; se pensarmos no próximo adversário e se olharmos para a nossa equipa, faz algum sentido que fosse o Fábio o escolhido.
O lance do Idris - entrada sobre Rafa(?) - valeu-lhe o amarelo, idêntico ao de Rúben Micael sobre Tengarrinha, que passou impune disciplinarmente (na primeira parte!!). Diego teve margem zero para o amarelo, ficando nós por perceber como Custódio conseguiu essa tal margem para poder ser o jogador mais faltoso do desafio. Zé Manuel, o nosso outro amarelado, entrou durinho sobre Tiago Gomes e viu amarelo na primeira paragem... Num lance idêntico (é só ver as imagens!), Baiano passou impune (antes e depois da primeira paragem...), num lance que deixou Correia fora do jogo por alguns minutos, a ser assistido.
E isto tudo apesar de acabarmos o jogo com menos faltas que o adversário.
Demasiado, não? Fora o resto, que dou de barato...



O Jogo. Foi precisamente isso que os jogadores reclamaram imediatamente no lance, a vista desarmada do árbitro.



A frase que o JN dedica à arbitragem, em jeito de... aviso. Cuidado Petit, vamos ter mais adversários do que pensávamos.




A Bola. No mínimo, relatou os factos.








Afinal, quem é quem? Profissionalismo, falta dele, ou algo mais?




Duas coisas que repito, porque foi o mais importante do jogo de ontem:

- Deslocação inesquecível. Panteras em grande, apoio incondicional, como o Clube merece.
- A equipa vai melhorando, o onze vai equilibrando, estamos aí para lutar pelo nosso lugar, está visto.


Força Boavista!

1 comentário:

  1. Um excelente comentário seu - para não variar, e que eu, após qualquer jogo, trato de vir por aqui lê-los sempre que posso. O meu muito obrigado pelo seu trabalho. Quanto ao jogo acho que confirma as nossas debilidades e a necessidade de novos reforços.

    Cump´s

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