domingo, 29 de abril de 2012

Fim de época


Antes de mais, este jogo deu para confirmar o evidente: é a equipa menos fraca que vai discutir o play-off e consequente título de campeão da segunda divisão nacional. Fraca, sem peito de campeão, sem a consistência que faz vencedores de mérito próprio. Sem o tipo de competitividade digna de um campeão. Percebia-se isso pelas dificuldades em se mostrar superior à concorrência direta no último terço do campeonato - a um Boavista que só foi candidato no papel e a um Espinho em rutura financeira -  apesar de ser o clube (e região?...) que mais apostou na subida de divisão, longe de tais problemas. Hoje, no campo, deu mais uma vez para ver o porquê disso acontecer. E, claro, para perceber que alguém já sabia do desfecho antes mesmo dele acontecer.

Quanto ao jogo, cedo o Tondela perdeu a confiança que fez com que entrasse melhor no desafio. A eficácia e o árbitro foram determinantes para a vantagem conseguida a 2 minutos do intervalo: eficácia porque não criaram mais oportunidades mas marcaram, de bola parada; e o árbitro, que com um não-critério na marcação das faltas, tornou o campo um pouco mais inclinado. O Emerson tem todas as condições para nunca mais ser expulso por perder a cabeça, olhando às injustiças que ele aguentou hoje...
A segunda parte foi quase na totalidade do Boavista, quer em domínio de jogo quer em oportunidades criadas. Entre azelhice, falta de sorte e, claro, o árbitro (não expulsar alguém que impede que o avançado se isole a um metro da grande área, com a bolinha controlada, num jogo de sentido único, é de cabrão para cima), a bola não entrou. Desde ver premiado o ridículo anti-jogo do Tondela, até à meia-hora de efusivos festejos dos adversários em plano Bessa, tudo custa, tudo parece surreal.

Somos fracos, mas melhores perante os vencedores da série. Irónico.


Hoje houve orgulho próprio, traduzido numa atitude mais competitiva, como a abordagem ao jogo assim exigia. O que até dá ainda mais vontade de perguntar se era assim tão difícil dignificar o símbolo no que ficou para trás desta temporada, ou, por outro lado, se seria mesmo impossível blindar o balneário e dar-lhe condições para poder discutir o campeonato e evitar acabar arreados e humilhados perante um fraco vencedor.


Acabou a época desportiva. Olhando à inépcia da tudo que é futebol no Boavista, espero mesmo que seja a única coisa a acabar. Que arrepio...

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