domingo, 14 de junho de 2020

Somos Nós





Que três pontos deliciosos. Depois do murro no estômago na semana passada, voltamos a ser melhores que o adversário, de novo demos notas de melhorias em todos as aspetos do jogo, mas agora sem aquele medonho azar que nos acompanhou no Bessa.
Vitória do trabalho, da união e espírito de Equipa, da raça e atitude, da competência. Uma vitória à Boavista, portanto.

Como tínhamos falado, grande dúvida na abordagem ao jogo. Escolha recaíu no regresso aos três centrais, mas houve muito mais que um recuar de linhas, um defender compacto na área ou um jogo direto à procura de surpreender o adversário, como era habitual. De novo, fomos superiores do ponto de vista estratégico: anulamos bem os pontos fortes do adversário (mesmo sem sermos perfeitos, claro), a sua circulação e o seu jogo interior, estivemos fortes no posicionamento e, melhor ainda, a identificar os momentos de pressão que muitas vezes nos permitiu roubar a bola a uma das equipas que melhor a sabe guardar. Nas bolas divididas estivemos irrepreensíveis, quer na atitude individual quer no equilíbrio coletivo que nos permitiu estar juntos e fechar espaços quando assim era exigido. Realço, de novo, porque acho mesmo fundamental:  foi na estratégia que vencemos e na forma concentrada e abnegada como a aplicamos que ultrapassamos este difícil obstáculo.
A prova da organização defensiva está aqui: terceiro melhor ataque da prova, uma das equipas que mais oportunidades de golo cria e permitimos muito poucas aproximações perigosas à nossa baliza.

Em organização ofensiva continuamos as melhorias e julgo que há dois fatores importantes nesse aspeto, para além do entendimento coletivo: o posicionamento e a escolha de um dos médios defensivos(!), no caso Paulinho, e a permanência de Bueno na Equipa. Permite-nos mais soluções na posse, mantê-la e invadir mais e melhor os espaços no meio campo adversário, ou seja, chegar melhor perto da baliza adversária. Além, repito, da parte da organização, por exemplo os movimentos de Sauer ou a melhor exploração dos corredores por parte dos nossos laterais.

Tem-se falado bastante dos índices físicos das equipas neste regresso pós-Covid. Sinceramente, tenho dificuldade em ter uma opinião formada sobre isso. Por exemplo, o Braga começou a preparação mais cedo que nós e, concerteza e numa primeira fase, dando prioridade à componente física. Mas onde tenho a certeza que somos, neste momento, das melhores equipas é no aspeto mental. Muito mérito da Equipa técnica, sendo notório que os jogadores apareceram com outra confiança, com outro espírito de Equipa (?), como que a acreditar mais no seu trabalho e de quem os treina. Um orgulho vê-los assim.

Individualmente estivemos todos bem. Merece nota o nosso Capitão, tanto tempo depois daquele horrível momento na Madeira. Hélton, Neris, Paulinho, Bueno, Sauer, talvez dos que mais desequilibraram.


Algum descanso suplementar com estes 32 pontos, admito. Se já havia margem para arriscar um pouco mais, julgo que agora teremos todas as condições para continuar a melhorar, sempre com este espírito de Pantera bem presente: somos nós, somos o Boavista. Continuem a chamar-nos caceteiros, será música para os nossos ouvidos.

Força Boavista!

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