terça-feira, 1 de dezembro de 2020

A Zeros e... Abaixo de Zero


A ZEROS E... ABAIXO DE ZERO. 

Pior que o resultado, novamente, a prestação da Equipa. Em raros momentos fomos muito superiores no jogo (excetuando talvez uns minutos na 1a parte e os primeiros quinze da 2a) e, nos momentos de aparente domínio, tal se deveu, em grande parte, à postura da equipa de Petit. Mesmo aí, voltamos a demonstrar dificuldades, particularmente em dois aspetos e algo recorrente nos últimos desafios: insegurança defensiva e incapacidade de desequilibrar a defesa contrária no seu último terço. Nada de novo, portanto, no que toca à tão esperada evolução. 

O terceiro jogo sem sofrer golos será, à partida, um aspecto positivo e sim, ajudará a estabilizar. Mas não esqueçamos: jogamos contra o pior ataque da Liga (média de menos de meio golo por jogo) e permitimos oportunidades a mais. Não sofremos, verdade, mas a ineficácia alheia em muito contribuiu para isso. Voltaram-se a ver mudanças com a intenção de dar maior confiança à equipa: diferentes na saída (exclusiv. a cargo dos centrais), mais acertivos nas bolas paradas defensivas, de novo menor risco nas subidas dos laterais, dupla de meio campo mais musculada e posicional (nota positiva para Show, em comparação aos últimos jogos, ao contrário de... Javi!).

Mas de tudo, aquilo que mais preocupa (e até vai um pouco de encontro ao que Quevedo alerta) é a falta de intensidade. Não sei bem se será esse o termo certo, intensidade. Falta de confiança. De risco, de tudo ou nada, quando nada nós já temos de sobra. E julgo estar aqui um ponto interessante de discussão: porquê esta falta de... fervor? De pujança, energia? Já repararam o decréscimo de criatividade do nosso maior criativo, por exemplo? É disso que falo. Falta de alento.

Discutindo e lançando bitaites.

Repetidamente - e domingo não foi exceção - sentimos uma quebra física da Equipa por volta da hora de jogo. Acho evidente. A reação à perda piora, a recuperação (ou proteção à profundidade) torna-se mais lenta, as saídas para o ataque em velocidade resumem-se a uma ou outra arrancada do Cannon, os espaços no nosso meio campo aumentam. O discernimento para tomar a melhor decisão diminui de forma acentuada. O adversário, claro, cresce.
A piorar a situação, a frescura física que poderia vir do banco não vem porque... não existe. A amostra de Seba foi curta e, pegando neste último exemplo de domingo, as opções limitavam-se a... três centrais, três jovens recém chegados à maior idade e Nathan. Relembro, dois dos últimos três jogos não preenchemos a totalidade dos suplentes porque não os tínhamos.

Além da questão física, outro dado influencia a tal intensidade: a motivação. E aqui, tão ou mais preocupante: não a mostramos como devíamos, como se justifica, tão importante e decisiva que é. Por vezes, estão aí as gramas extra que faz pender a balança para a vitória ou para a... derrota. Não tenho a certeza que será assim, mas fico com a sensação que a Equipa parece triste, com imensa falta de confiança no seu valor. Na sua liderança?

CONDIÇÃO FÍSICA E MOTIVAÇÃO, ambas da responsabilidade da Equipa técnica e, claro, da direção técnica, hoje em dia muito mais envolvente e responsável que um mero levantar de placa.

48 horas já passaram e aquilo que muitos esperavam e desejavam não aconteceu.

Mas será que bem? Haverá mesmo condições para... darmos a volta? 

Força Boavista!

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