terça-feira, 27 de abril de 2021

A 'Atitude'


Ontem, em conversa com um amigo a propósito do jogo de domingo, dizia-lhe que faltava atitude à Equipa. Ele discordou claro, e estranhou como eu tinha aquela opinião (porque não costumo apontar isso): "atitude e raça têm todos pá, todos querem". E é verdade, salvo em situações extremas isto não vai lá somente por quem quer ou luta mais. Tentei explicar o ponto de vista e partilho aqui convosco a ideia, como sempre numa de gerar conversa e discussão. 

E como está difícil o futuro. Não se vê qualidade de jogo na Equipa, é nova entre si e em idade, inexperiente e pouco habituada a isto, mas falta-lhes irreverência coletiva que lhes permita alguma transcendência em alguns momentos. 'Revolta' em campo, mesmo que pontual. Isso por vezes ajuda a subir uns degraus na competitividade. E a pontuar mais.

Em organização defensiva, erramos demais para o que podemos, constantes espaços no meio campo e zonas interiores e nem sequer sabemos controlar a profundidade, mas depois também há pouca solidariedade ou compensação pelo coletivo, serem mais efetivos na cobertura ao colega, por exemplo. Falta até dureza aqui ou ali, se calhar seria preferível ter expulsões por alguns 'exageros' nesse capítulo do que por exagerados erros de abordagem. E isso por vezes ajuda a compensar as equipas dessas debilidades evidentes, só nos safamos quando apanhamos equipas menos competentes a explorar essas nossas fraquezas e pouco mais. 

No momento ofensivo também não somos famosos: não sabemos defender em posse e controlo do jogo através dela é quase nenhuma, vivemos de individualismos em zonas de criação [quase sempre do mesmo], uma ou outra inspiração. Não nos sentimos confortáveis em Org Of porque os jogadores não se entendem, complementam-se pouco, 'associações' entre jogadores que por vezes são muito úteis num coletivo, são raríssimas em nós (Elis-Yusu, Cannon-Paulinho?). E quando as há, duram pouco. Nos corredores então... é raro. E quando o conseguimos até fazemos coisas interessantes, devíamos tentar e conseguir mais vezes. 

Nas transições podiamos realmente ser melhores. 
Na defensiva vemos alguma passividade demasiadas vezes, dificuldades na reação quando a prioridade deveria ser o fechar no imediato. E que fosse na falta. 
Na ofensiva, temos gajos rápidos, talhados para contra ataque, mas raramente chegamos lá à frente em tempo útil com mais de dois jogadores. Falta ali, além do associativismo entre jogadores, maior conhecimento do que vai fazer o colega antes de ele o fazer. Já deveria haver mais disto nesta altura da época. 

Com o risco de ser mal interpretado - porque a estratégia importa sempre, de facto - será o momento também de 'menos tática e mais 'atitude'? (Em exemplo prático, à um dos estarolas: jogam muito pouco, mas esmagam nas poucas vezes que precisam ir atrás. Ok, podem fazê-lo, mas também há outros que o podem e não o fazem, porque falta-lhes... 'revolta'?) 
Não será isso fundamental nestes momentos mais exigentes e em que, aparentemente, a solução técnico-tática é mais difícil?

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