A vontade é a de rasgar tudo. A isto já nem de murro no estômago se pode chamar tal a desilusão, tal a diferença do que era expectável - porque havia motivos para confiar - para aquilo que realmente aconteceu. Para a nossa postura e rendimento e, mais grave num jogo desta importância, longe da obrigatória Filosofia e Espírito Pantera, numa adulteração total dos Valores Boavista. No fim, hoje, é isto que fica, e será este o sentimento da maioria dos Adeptos, acredito.
Ao contrário dos bons exemplos nos últimos 4 desafios, péssima a operacionalização da estratégia sendo ainda assim compreensível a postura inicial e, de certa forma, a abordagem: falávamos aqui do necessário pragmatismo (e resultadismo), da prioridade em sermos primeiro seguros defensivamente para depois colher frutos da eficácia nas ações (em particular ofensivas), em controlarmos, menorizando o risco de irmos atrás do prejuízo. Já temos sentido essa intenção ultimamente.
O problema foi a forma e a postura com que encaramos essa máxima: com medo. Imenso receio do risco - mesmo que mínimo -, falta de confiança e coragem em assumir responsabilidades, total desconfiança na força do coletivo (com bola, pior). Como disse Jesualdo "mentalmente entramos muito mal" e, claro, com responsabilidades também da equipa técnica.
Deu ideia que o não perder (ou assumir que assim seria mais provável ganhar) sobrepôs-se à necessidade de vencer, e isso não resultou no grupo, facto.
Taticamente, sendo discutível a opção Nuno Santos num meio campo com Show, mais difícil perceber é a ausência do jogador mais utilizado (e um dos mais influentes) do onze. Aceite-se a "gestão" mas também se duvide, olhando ao resultado direto da mesma feita em Braga e com espelho no dia de ontem.
Custa entender a apatia e fraco rendimento individual que resultou numa gritante falta de soluções no plano ofensivo. De tão fraco que foi. Sim, porque o caminho estava a ser outro, o da evolução, e, novamente e de repente, sinal Stop.
Foram todos e não só alguns: Sauer irreconhecível, Yusu desaparecido, Santos ausente e Angel sozinho. Fora as habituais dificuldades acrescidas de alguns.
O resto é jogo e sequência lógica das ações presentes e das que estão para trás. Normal. Erramos primeiro e mais vezes, nunca controlamos, pusemo-nos a jeito e sofremos. Reagir, ter estofo mental e postura para isso, mais uma prova que para nós é algo quase impossível.
Bom exemplo da influência do planeamento da época quando também é preciso reagir do banco: dois laterais e Kuku quando é preciso agitar alguma coisa. E não deve ser por falta de vontade ou diferentes ideias, é mesmo porque são as armas que dispomos. Fidélis para resolver, malta.
Não sei que diga acerca do futuro. Perdemos finais atrás de finais e no Bessa, antiga Fortaleza, já tínhamos resolvido isto em bom tempo: Gil, Nacional, Farense, Marítimo. Quatro finais, quatro derrotas.
Não há milagres.
Não os há, mas teremos que esperar por algo perto disso: vencer três dos cinco que faltam, coisa que ainda não conseguimos esta temporada. Isto ainda não acabou e o melhor mesmo será baixarmos as expetativas e esperar para percebermos como vai ser a reação para o momento mais importante dos últimos anos.
Com alguma margem de erro tivemos isto, imaginemos agora que esta já se foi em definitivo. Ou não imaginemos sequer, prefiro assim.
Também é verdade que ainda este mês estivemos muito perto de conseguirmos tres vitórias seguidas, e bem, nosso mérito. Há que seguir por aí.
É acreditar, mas que estava difícil e mais ficou, não duvidemos.
Força Boavista!
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