- Não era segredo que fomos usados pela liga para levar avante o alargamento. A fpf tem aí um forte motivo para o chumbo, se bem que fazer justiça cabalmente seria indemnizar o clube pelos cinco anos de pesadelo, caíndo por terra a possibilidade de ser outro clube a preencher a nossa vaga. A fpf assume a nossa reintegração a 21 de fevereiro, não agora. Assume-o publicamente, porque intimamente o sinal foi dado na candidatura da atual direção do clube.
E não tem que haver meias palavras: o nosso direito à primeira liga é prioritário face a todas as "essências". Descemos em duas semanas, subimos em dois meses. Mais perto de alguma justiça. Ponto final.
- Do lado do Boavista, tudo indica que há concordância com a decisão da fpf e tal só pode ter explicação na impossibilidade de inscrever a equipa já na próxima temporada ou total incapacidade para voltar minimamente preparados à primeira linha do futebol português. E contamos fazer isso no próximo ano, coisa que não fizemos nos últimos seis meses em que já sabiamos do nosso direito reconhecido. O rombo é mesmo enorme, o estado terá mesmo que ser completamente moribundo. Ainda. Cinquenta, sessenta ou noventa, não sei, mas serão algumas milhões de razões para isso. E continuamos a pagar bem caro os erros do passado.
- tudo isto se dilui na sua essência: nós. Os adeptos são os que mais prejudicados saem de tudo isto. É uma aberração apoiar e acompanhar um campeonato que, logo à partida, tem um vencedor, sem que para isso tenha que ser competitivo. Ridículo para nós Boavisteiros, assim como para os adeptos de todos os clubes com quem jogaremos.
Não, não é só mais um ano. É o sexto ano de coma induzido e de pesadelo. Mais um ano a perder adeptos, mais um ano na lama do futebol português, mais um ano a ver humilhado o símbolo do clube. Isso não tem preço para um adepto, por mais lúcido que se tente ser.