terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Outro Caminho, Por Favor


"Jogo com o Braga será para nós uma possibilidade de avaliarmos o momento (não vamos falar de futuro), e encontrar as formas, observação e análise, depois o que podemos continuar a fazer - e já fizemos algumas coisas - e quais as inflexões que temos de ter".
Foram as palavras mais marcantes de Jesualdo na antevisão ao desafio de ontem. E julgo ser pertinente basear a reflexão aí mesmo.

Uma abordagem ao jogo de algum risco tendo em conta os momentos das equipas, a permanência da identidade-base que se pretende (pretendia?), o mesmo sistema usado no último desafio em Paços. Responsabilização maior por parte dos jogadores, antes de tudo o resto, numa clara demonstração de avaliação ao próprio contexto. Afinal, de que somos capazes? Qual o caminho - em várias vertentes, digo eu - que as nossas caraterísticas nos obrigam a tomar?

Terá sido esta a mensagem para todos que a quisessem entender. Dentro, fora, à volta, ontem e hoje.

Curioso como, no Futebol, numa Equipa, independentemente do patamar, sendo os alicerces fracos, tudo ruí ao mínimo abalo. A enorme aleatoriedade do jogo, por vezes, faz crer o contrário, mas, regra geral, isto é como tem de ser e, sobretudo, é o resultado das nossas ações. "Nossas", de todos no Clube que tem alguma influência no rendimento da Equipa. 
Aos 25' o jogo estava resolvido com um 0-3 e, muito embora se consiga encontrar pontos positivos na reação em algums momentos e no fluxo ofensivo mostrado na segunda parte, pouco haverá a dizer sobre a justiça do resultado e, mais importante, sobre a consistência de ambos os conjuntos. Algo incomparável, parece-me claro.

Vamos então ao mais importante, afinal o principal objetivo depois do jogo: perceber qual o caminho e o porquê de este ter de ser diferente.
O que falta acima de tudo (e sim, mais que a propalada "atitude"): equilíbrio. Somos tremendamente instáveis (do ponto de vista anímico mas não só), falta-nos firmeza e consistência como Equipa, não temos harmonia nem capacidade de compensação dos pontos mais débeis. 
A confiança, como tantas vezes falamos, é negativa. O medo da consequência (que muitas vezes nos faz ser mais eficazes nas ações) praticamente nao existe. Terá algo relacionado com a... exigência? 

É óbvio que quando refiro "equilíbrio" não falo só da Equipa em campo, mas também do plantel em si. Mesmo tendo noção que este é, e bem, o ano zero, houve demasiado risco na preparação da época, e a enorme e errada presunção que tudo iria correr bem depois de mudarmos 90% do plantel, recheado de jovens, de promessas vindas de outros contextos, de jogadores que pouco ou nada conhecem da Liga e muito menos do Boavista. Que iriam, por obra e graça, se adaptar, se unir, se tornar numa verdadeira Equipa.

Perceber como temos de ser nesta hora difícil é fácil: de União e de trabalho. 
É necessário seguir o tal caminho, depois, claro, de o encontrar e o bem definir. Não chegará corrigir o que fôr preciso dentro do campo - e é-o muita coisa, no jogo e no treino - será também fulcral retificar os erros que se cometeram na formação do plantel. Que foram muitos, e nada fácil vai ser mexer no mercado de janeiro. Veremos a nossa pujança e como o faremos.
Nada fácil a União, também. Somos fortíssimos nesse aspeto, basta relembrar a portentosa recuperação nos tempos de Sánchez, por exemplo. União mais forte é difícil de encontrar. 
Mas o contexto atual nao ajuda: incentivamos mas não nos ouvem, queremos estar perto mas estamos longe, ambicionamos o calor do Bessa mas temos uma fria Fortaleza. 

Portanto, teremos que ser ainda mais fortes. Facto. Somos Boavista e temos a palavra.

Força Boavista!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

(Des)Informação

(Des)informação? 

Acho até triste tão má informação ou não-notícias sobre o nosso Clube ou sobre o universo não-estarola.
Mas vá, um pretexto para falarmos do central e relembrar aquilo que o Clube fez aquando da sua contratação. 

Acerca do rendimento do Chi, mantenho a opinião: tem estado, de facto, em bom plano, e a sua utilização (totalista, só não jogou vs Porto) é a prova da sua utilidade e importância na Equipa. No entanto, julgo que pode (e precisa!) evoluir em alguns aspetos do seu jogo, nomeadamente no defensivo. Muito apto na saída de jogo e forte no posicionamento, está a pagar um pouco a fatura de não ter um 'líder' da defesa ao seu lado, sendo quase que obrigado ele próprio a desempenhar essa função ou ter essa postura. A instabilidade e inexperiência de todo o setor defensivo não tem ajudado, é certo, e tem potenciado os seus erros, quanto a mim a precisarem de ser corrigidos e, como disse, colmatados pela tal evolução que necessita.

Relativamente à notícia e contrato: Chidozie, como foi dito pelo Clube e noticiado pela CS na altura, faz parte dos jogadores contratados por empréstimo, alguns com compra obrigatória, outros não, outros com cláusulas (estratégia do Clube, talvez relacionado com fair-play financeiro, por exemplo).
O nigeriano foi contratado por empréstimo com compra obrigatória por parte do Boavista, visto que o seu contrato com os da parte fraca da Cidade terminaria no final da época, podendo assinar livre por qualquer clube. Assim, renovou por um ano e o seu clube, no final da época,   será obrigatoriamente do Boavista mediante, claro, o pagamento da sua transferência (valor já estipulado, acordo feito). 

Em suma, a ser verdade o interesse de alguns clubes europeus, será com o Boavista a negociação e, óbvio, serão do Boavista os proveitos.

A única situação que poderia precipitar a sua compra já (e não no final da época), seria a intenção do Clube em vende-lo no mercado de janeiro, o que é altamente improvável e, olhando ao momento da Equipa, muito pouco aconselhável. 

Força Boavista!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Novo Caminho


Não alcançamos o objetivo principal nem fomos perfeitos, mas os sinais de melhorias, como seria de esperar, estiveram lá. Mais evidentes onde era mais preciso e expectável, no aspeto mental, mas não se ficou por aí. Mais mudanças no plano estratégico e essas sim, que tiveram tanto de surpreendentes como de eficazes.
Houve o mais importante: atitude e concentração, mais perto de sermos a Equipa que todos queremos.
Faltou segurar melhor a vantagem e fazer durar a Equipa mais que uma hora de jogo, algo comum com mais uns quantos jogos esta época. Algumas semanas depois, um ponto e uma exibição razoável.

Defensivamente sofremos um golo, algo que já não acontecia há quatro jornadas, mas a prestação defensiva foi diferente para melhor. Sofremos um mas não concedemos tantas oportunidades nem tanto espaço, estivemos mais e melhor resguardados cá atrás. Mais concentrados e assertivos. Houve confiança para, quando possível, manter a identidade, quer a cortar ou a tentar saír limpo.

Pelo rigor e concentração dos defesas (menos risco talvez, aqui ou ali, dos laterais) e pela maior exigência(!) defensiva (principalmente Elis e Yusu, a fecharem bem mais). 
Foi algo que acabou também por ajudar a 'nova' linha média. Muitas vezes defendemos com 5, aproximando os alas dos interiores e, com isso, aumentar a eficiência de Paulinho e Sauer no aspeto em que se poderiam sentir menos confortáveis. A juntar a isso, a natural melhor saída (mesmo que mais vertical)/capacidade de combinar destes dois e a sua boa capacidade de reação à perda, fez com que a Equipa tenha se mostrado mais 'solta' com esta mudança. 

Outra alteração mais profunda mudança de posição de Angel para o corredor central, eixo do ataque no momento sem bola (só condicionando saídas pelos centrais) e para organizador e movimentação mais livre nos momentos de ataque, quase como fazendo triângulo com Paulinho e Sauer. Ora a combinar, ora a transportar ou a tentar passes de desbloqueio, está lá para todos esses momentos. E convenhamos, encontrando a dinâmica certa é uma enormíssima mais valia. Promete e julgo que, se não fôr ali (até pela parte estratégica específica de cada jogo), vai andar perto. Elis e Yusu  com maiores dificuldades, claro, dadas as funções diferentes, mais para virem buscar jogo, mas com tremendo perigo quando conseguimos proporcionar-lhes profundidade. A capacidade de combinar com os laterais não foi a melhor, mas promete a 'ideia' quando conseguirmos explorar de forma mais coletiva e olhando às caraterísticas dos nossos homens de corredor.

Foi pena não aguentarmos mais uns minutos, numa altura em que até estávamos a controlar a investida do adversário. Tentamos diminuir o [esperado] decréscimo físico, em parte conseguimos (mantivemos segurança e intensidade), por outra nem de perto: tivemos bem mais dificuldades em esticar e segurar jogo e, pior, mais erráticos no centro do terreno (já sem Paulinho nem Sauer). Daí compreensível a estratégia final de tentar segurar os pontos, quer a recuar linhas quer a baixar Javi, mais protegendo também a nova dupla de centrais. 

Resumindo, bem positivo. Não fomos inferiores, tivemos mais perto de ganhar e, sobretudo, fizemos mais por isso, contra um adversário "em forma" e motivado. Os próximos tempos vão ser tudo menos fáceis, mas as sinais são tão positivos... e confiáveis. 
E, melhor, é sentir que estamos unidos e com a Equipa. 

Força Boavista!

domingo, 20 de dezembro de 2020

Vamos a Eles: Paços


VAMOS A ELES: PAÇOS

Essa expectativa? Nos píncaros, imagino. Primeira semana de Jesualdo, dias para limpar a cabeça e irmos percebendo melhor qual o tal o caminho traçado para o novo projeto. Semana de acalmia, alguns esclarecimentos, de uma comunicação de um só e forte sentido, e uma conferência 'à professor' a finalizar.

Renovada mentalidade e jogo 1 na caminhada. E acredito que a grande prioridade - ou aquilo que mais esperamos ver de diferente - resida mesmo aí: na mudança de mentalidade, a postura da equipa, a intensidade e atitude, a confiança. 

Já há onzes e, confesso, algo surpreendente. Por isto: ausências de Show, Seba e Santos, o que equivale por dizer que será um meio campo... diferente. Provável Javi a '6', Paulinho e Sauer ou Paulinho e Angel, veremos os ajustes que Jesualdo impõe à Equipa. Defesa idêntica, Leo, Christian e Hamache mantém lugares.

Vamos Boavista! Juntos e todos a acreditar. Tudo [re-]começa aqui (e como tenho fé que será marcante...).

Força Boavista!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Notícias "Lille" e Nós


Tentando perceber um pouco as possíveis implicações da venda do Lille no projeto Boavista.

Dois dias depois da notícia, a imprensa portuguesa e internacional são unânimes em afirmar que em nada afetará o Boavista.
Se para nós por cá foi um sinal de alerta, na Bélgica (dada a maior proximidade Mouscron-Lille e maior interesse da Imprensa) a situação poderia ser bem mais preocupante. 
O primeiro ponto é que quem nos detém é o grupo Gerard (através de fundos) e não o Lille, daí que todos os projetos são autónomos e separados financeiramente, sendo que do ponto de vista contabilístico nada dependentes de outros clubes ou projetos.
Em segundo, os empréstimos do clube francês e o possível trabalho em conjunto. Os jogadores têm contrato e, em princípio, estarão até final da época a não ser, claro, que haja compensação (algo comum com empréstimos não só do Lille). Pós final da época aí sim, a proximidade com o clube francês poderá diminuir no que toca a troca de jogadores, é natural que assim seja. 
Em relação às implicações com a realização de mais valias conjuntas (como a percentagem no passe de Gomes) aí só a direção poderá esclarecer mas à primeira vista e estando no contrato...

Em suma, situação normal (ou sendo algo atípica, desconhecemos o contexto "Lille" e futebol francês) no mundo do Futebol-negócio e nada relacionado com o Boavista. 
Agora importante é perceber o comprometimento do grupo (ou do Gérard) com o nosso projeto e se a sua estrutura disponibilizada ao nosso Clube poderá ou não ser alterada. Tudo indica que não. 

Desde logo uma vantagem: os jornalistas já não se referirão a nós como Lille 'b' nem que o "Lille comprou o Boavista", como algumas vezes os ouvimos e erradamente num passado recente.


Força Boavista! Três dias para Paços 🤜🏻🤛🏻

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Vamos a Isso!


Oficial, a trabalhar (com "esforço e intensidade") e a quatro dias do importante jogo em Paços (e mostrar a Pepa que há males que vem por bem), importante agora é aquilo em que somos especialistas: a União. Porque o momento e a paixão pelo Clube assim o exige. 

Algumas notas sobre o momento.
◾ Bom constatar que grande parte do Universo Axadrezado está com esta opção e este rumo para o nosso Clube. Disposto a compreender e a dar tempo. Seria ótimo que estivessemos todos, mas há que respeitar o não-apoio (desde que não se prejudique o desempenho, claro). Os resultados e o fruto do trabalho ditarão o futuro. 

◾ Ainda relativamente ao último jogo: valente merda, claro. Basicamente, mais do mesmo: sem chama e com os problemas que temos mostrado. Em Vizela fomos controlados e tremendamente inferiores, o adversário teve imensas chances para nos aniquilar, passamos.
No Estoril, voltamos a ser inferiores a uma equipa de segunda liga, o azar alheio é que foi outro e consequentemente o desfecho também.
Marcante mesmo foram não só as palavras do Bracalli como o discurso de Daniel Rosendo, no mesmo sentido. Uma confirmação, mas de quem está mais perto ainda do grupo. "Só há um caminho e terá que ser um caminho diferente. Obrigatório aumentar a exigência". Que mais ou que dizer depois disto? 
Já agora um olho na Equipa sub23 (e na postura e evolução) e o que têm vindo a fazer de há três semanas a esta parte. 

◾ Discurso direto, realista e esclarecedor acerca do momento, perspetivas e projeto,  abordou-se o passado sem tabus, como tinha de ser. 
Se começarmos tão bem no campo são 3 pontos em Paços, mas mais unidos estaremos de certeza. "O projeto é aliciante e o desafio é de todos nós." E é mesmo, ninguém duvide. Agora é mudar as coisas no campo. 
É esperar e discutir o 433 de Jesualdo, mandar bitaites sobre a posição do Angel ou a titularidade do Show e Apoiar. Mas apoiar a sério, a humildade e a Paixão pelo Clube está, mesmo, acima de tudo. 

Preocupantes as notícias acerca do Lille e de López, se bem que, numa primeira análise e segundo notícias por cá e Bélgica, problemas que nada interferem com o processo Boavista. Quanto muito em causa a credibilidade de Gérard López, ainda assim sob contornos e contexto que desconhecemos. Veremos se se justificarão esclarecimentos da direção ou se o caso se resolve por si. 


Força Boavista!

sábado, 12 de dezembro de 2020

Vamos a Eles: Estoril


VAMOS A ELES: ESTORIL

Que osso que temos pela frente. Equipa de qualidade, grandes candidatos à subida a ainda para mais atravessam um bom momento de forma.

Relativamente à nossa Equipa, simples: passar à próxima eliminatória e mostrar atitude. Pode parecer repetitivo isto de tanto apelar à atitude, intensidade, concentração, mas é muito daquilo que tem faltado em alguns momentos importantes e, acrescento, será uma das grandes curiosidades para hoje.
Estou convicto que vai haver um grande upgrade na parte motivacional do grupo. Mentalmente espero uma equipa forte, a dar tudo, a querer 'mostrar serviço' (frase batida mas até julgo fazer algum sentido neste momento).

Semana atípica na preparação (demoramos na apresentação do novo treinador, pelos motivos conhecidos), Couto e Rosendo serão os homens do leme (e esperemos que se continue a melhorar o aspeto da comunicação - hoje mais um bom sinal) e talvez não seja de esperar muitas alterações no onze. 
Leo (Taça... será Bracalli? fazia algum sentido)
Hamache Cannon Chi Christian
Javi Show (Seba? no lugar de um destes dois? Já a... 6? 🙂) Angel (dúvida do costume, '10' ou ala, apostaria a médio)
Paulinho Elis Sauer

Grande ponto de interrogação para hoje, essa é que é essa. Dependemos (mais ainda) dos jogadores, mesmo com total confiança na equipa técnica que os liderará.

#sonhodaSexta  (sim, sim, por muito que custe, CINCO já cá cantam)

Força Boavista!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Pelo Boavista, Nosso Grande Amor

Curioso perceber que, mesmo ainda sem confirmação oficial da chegada de Jesualdo, a esmagadora maioria dos Adeptos concorda com a decisão. Surpresa para alguns, nem tanto para outros. A maioria está com o Clube, quer o melhor para o Boavista, é capaz de esperar (e perceber, acrescente-se) pela postura, dedicação e até compensação pelas ações passadas. Mesmo ninguém esquecendo e tendo todos nós o máximo orgulho em se afirmar Boavisteiro. Máximo. 

Porquê? Simples: porque o bem do Boavista está, não duvidem, acima de tudo e todos. A nossa guerra é e será contra os nossos inimigos.

Somos bons, somos Boavista e somos muitos. Todos, sem exceção, apoiamos o nosso Grande Amor.

Força Boavista! Vamos ao trabalho, Mister! Pelo BOAVISTA!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Jesualdo


Tudo indica que será Jesualdo Ferreira o novo treinador do Boavista.

Desportivamente, seria difícil escolha mais acertada neste momento. É sempre complicado, a meio da época e com a maior parte dos treinadores com 'trabalho', escolher alguém que, no nosso caso, teria que ter caraterísticas muito específicas. Jesualdo cumpre a maioria delas. Experiente, conhecedor do nosso futebol, discurso lúcido, forte liderança, aptidão para trabalhar com jovens, imenso conhecimento do jogo. Filosofia, modelo e ideias condizentes com aquilo que se pretende: futebol positivo (mas 'consciente', atenção!) e propício a valorizar os atletas.

Jesualdo é, mera opinião pessoal, um dos melhores treinadores portugueses.

Claro, há o outro lado. Boavisteiro não esquece, todos sabemos. Mas será que perdoa?

Julgo que Jesualdo tinha uma dívida para connosco. Mesmo para aqueles (poucos) que, há 15 anos atrás, acharam compreensível a decisão. Jamais perdoaremos o clube que provocou tal, mas relativamente ao treinador... só o futuro o dirá e será importante percebermos o que dirá o próprio, mas julgo que devemos dar hipótese de se redimir. Opinião polémica, consciência disso...

Confirmando-se a notícia, espero que todos nós estejamos à altura, para bem do Clube. Esse sim, acima de tudo e todos.


Força Boavista!

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Adeus, Vasco


É claro que o tempo de VS no Boavista chegou ao fim. Fazendo fé nas informações e sinais que vão chegando a todos nós, a vontade dos responsáveis continuarem a contar com o treinador parece nula, e já há algum tempo. Entrave à saída será a obrigatória 'marcha-atrás', provavelmente tão complicada quanto a dimensão da aposta que nele foi feita. "Vasco fará grande o Boavista", longe de se imaginar que se tornaria num problema grande para a direção. 

Nunca por aqui se escondeu a admiração pelo seu trabalho e como se acreditava nas suas capacidades, mesmo antes daquela expetativa extra provocada pela grande exibição na primeira aparição da época, vs Tondela. Continuo com a convicção que será um treinador que irá vingar e chegará, naturalmente, a um patamar alto. Mas não agora nem por cá.

Começando pelo início. 

◾ Acrescentaria os primeiros desafios da época àquele jogo de apresentação. Falhamos defensivamente, não ganhamos, mas os sinais foram ótimos. Repito: ótimos, partindo do princípio que os problemas que evidenciamos eram corrigíveis e naturais dado o nosso contexto tão específico. O entrosamento e adaptação dos novos, a consistência coletiva iriam melhorar com o tempo. Em alguns casos, perdemos pontos preciosos por erros individuais, alguns até alheios à Equipa, e com alguma injustiça pelo meio. Como seria se... fosse diferente essa linha por vezes tão tênue entre sucesso ou insucesso? Pedia-se, e bem, tempo. 

◾ Facto: não se evoluiu o esperado. À exceção da única vitória (e exibição), nos jogos seguintes regredimos. E bastante. Claro que as melhorias defensivas traduzidas em números foram evidentes e tiveram relação direta com essa... regressão. Não sofremos golos há quatro desafios e não é por acaso. Vasco tentou, e bem, mudar o paradigma, a abordagem. Mas o custo foi duro e o tempo - tão necessário - não parou, ao contrário da fluidez ofensiva. Pior, em alguns casos: a motivação, a intensidade, a criatividade, até o rendimento invididual pareceram estar... feridas. Junte-se a inexplicável aparente má condição física da Equipa.

◾ A frieza dos números: nove jogos, uma vitória e três derrotas, perto da linha de água. Terceira pior defesa e, como dito, um ataque que só prometeu. Junte-se derrotas com rivais, com custo elevado. Curiosamente, com estes mesmos adversários (trocando Nacional e Farense pelos despromovidos) tínhamos os mesmos pontos na época passada. Se calhar, será mesmo pouco relevante. Talvez.

◾ Discordo da ideia que o plantel não estaria com o treinador. Falhamos na atitude exigida em alguns jogos, sim, mas isso não significa por si só revolta do grupo. Ontem vimos uma Equipa comprometida. Facto. Caso houvesse intenção de 'cama', seria diferente. E não é um jogador saír contrariado que dá ideia do contrário. Oh se fosse...

◾ Culpado mais fácil mas não o único. O plantel é desequilibrado, algumas contratações falharam, outras demoram na adaptação, o risco de mudar 90% do plantel foi enorme. E disso o treinador não tem culpa, apesar de ter que lidar com essas condicionantes. Aconteça o que acontecer, mexer em janeiro será obrigatório, parece-me. A agravar a situação, a falta de controle da direção no que diz respeito à gestão das expetativas. O cenário não era favorável, mas podia-se e devia-se ter feito (ou dito) algo diferente. Quem paga? O do costume...

◾ Pelo contrário, o discurso. Vasco Seabra exagerou a prolongar o discurso que, numa fase inicial da época, fez todo o sentido. Devia, também, ter adaptado aquilo que queria transmitir. Foi, e bem, um dos principais pontos de crítica. Mesmo na leitura dos desafios e ao não assumir os defeitos e eventuais culpas. Mais realismo, talvez, mesmo que não fosse colher os frutos no imediato. E mensagens para o plantel, zero, quando até parecia necessário 'abanar' as hostes. Ficamos pelas atitudes (como no caso Juwara e a substituição aos 92'), mas foi curto.

◾ Dou enorme valor à exigência que nós, Adeptos, fazemos a quem nos representa. É e será, para mim, umas das nossas imagens de marca. Daí que a atitude, a 'mística', o sentimento Boavista em campo, e neste caso a falta desses atributos, seja um aspeto gravíssimo e que, obrigatoriamente, terá que pesar em qualquer análise. Faltamos nós no estádio e não sabemos como seriam as coisas, mas certamente seriam diferentes. Talvez já nem estivessemos a discutir uma chicotada.
Quem não conseguir lidar com esta pressão extra estará sempre com um pé mais perto da porta de saída. E o Vasco, talvez pela inexperiência, deu mostras disso mesmo. (sendo verdade que muitas vezes muitos de nós se precipitam, principalmente no tratamento aos treinadores. Quem não se lembra dos episódios com Pacheco e mesmo... Jorge Simão?)

Resumindo, demasiadas condicionantes, muitos problemas para serem resolvidos de forma célere e eficaz, algo que não foi conseguido. A piorar, dá ideia que o apoio da direção cedo se fez desaparer. Ou enfraqueceu, pelo menos, e isso para o grupo (e é natural que o tenha sentido), ainda para mais com pouco tempo de Boavista, não deve ter trazido nada de positivo.

Boa sorte para o futuro, menos contra nós. E venha o próximo, que tenha mais sorte e que saibamos dele tratar melhor.


Força Boavista!

domingo, 6 de dezembro de 2020

Salvou-se o Ponto e... Pouco Mais


Ansiotina, animaFort MULTI ou Naturmil Valeriana. Recomendo este último: por pouco mais de €4, duas pastilhas são o suficiente para, durante duas horitas, debelarmos eficazmente qualquer estado de ansiedade ou frustração. Extra: "efeito em 15 minutos" que nos permite ver o onze e até o aquecimento num estado de semi-consciência. Depois apagamos. 

Ou apaguem antes a tv, mais simples (mas não a liguem antes da Flash, cuidado com isso!).

Houve aspetos positivos, verdade. Comecemos por aí.
- Dizia antes do desafio que seria importante sentirmos atitude e compromisso, a tal intensidade que nos tem faltado. Houve e foi evidente, diria que o que nos agarrou ao jogo. Fomos guerreiros, desinspirados, é certo, mas quando foi preciso mostrar os dentes e as garras fizemo-lo. Corremos, nem sempre bem; lutamos, com as armas [descarregadas] que temos; tentamos ser audazes, longe de o conseguirmos. 
- Não foram três, mas um ponto num momento de grande instabilidade e num campo difícil para todos... soa a positivo. 
- Quarto jogo sem sofrer golos, depois de todos percebermos que residia aí o grande problema da Equipa. 
Chidozie, Show, Javi e Devenish em bom plano contribuíram bastante para esse facto. Cometemos menos erros, tanto individual como coletivamente.

E peguemos neste último facto positivo para abordar o que esteve mal. E um ponto prévio: é notório que não é esta a mentalidade, postura ou modelo que queremos para a Equipa ou sequer o treinador o deseja, julgo. Mas também me parece óbvio que o momento obrigou a mudar as agulhas, como muitos de nós pretendiam: primazia ao pragmatismo. Acrescento, ainda que temporário, espero. 
O custo disso está a revelar-se demasiado alto. Se por um lado ganhamos consistência defensiva, por outro perdemos imensa qualidade no momento com bola. Falta de criatividade e soluções, desmarcações, de meras combinações. Arriscamos menos e, na dúvida, optamos pelo passe mais seguro: o que não adianta a Equipa no terreno, o que não produz desequilíbrios. Constantemente. Com isso, claro, perdemos fulgor e preponderância ofensiva: são demasiados jogos sem construir uma jogada com princípio-meio-fim, mesmo que esse 'fim' não seja o desejado. Limitamo-nos às transições rápidas, na esmagadora maioria das vezes com decisões e timings erráticos por parte dos jogadores. De todos eles, mesmo do... Angel, exímio nesse aspeto nos primeiros desafios.

Em suma, acho que vivemos um breve momento de....bipolaridade. 
Por um lado, resultado positivo acompanhado, de novo, por uma má exibição no plano ofensivo, com uma postura contrária àquilo que todos queremos para a Equipa.
Por outro lado, a noção que estamos no bom camimho para resolver com sucesso o problema número um, o da falta de consistência defensiva.

Será agora a hora de voltarmos a 'afinar' a posse, a saída,  as aproximações com perigo à área adversária? De regressar às ideias-base do treinador? 

E será com... quem? Dá ideia que a equipa técnica, enquanto não somar vitórias, está por um fio e dependente de uma... derrota. Temo isso, ainda que compreenda que as coisas estão tremendamente difíceis.

Duas semanas para prepararmos Paços. E bem, porque a exigência nunca esteve tão alta: é ganhar, jogar bem e manter a atitude. Pelo meio, cumprir na Taça e no #sonhodaSexta.


Força Boavista!

Vamos a Eles: Rio Ave


À semelhança da semana passada, mas talvez ainda mais decisivo tendo em vista o futuro a curto prazo da Equipa. 
Nono jogo do campeonato à procura da segunda vitória, com o objetivo de deixarmos a linha de água e de, finalmente e a par do resultado, mostrarmos sinais de evolução. 

Sempre difícil jogo em Vila do Conde, onde não pontuamos desde 2016. O Rio Ave é das melhores equipas da Liga, com mais e melhores soluções que nós neste momento, mas também atravessam dificuldades nesta fase da época. E há que o tentar aproveitar: será fundamental mostrarmos aquilo que não temos mostrado, acima de tudo: intensidade e união.

Nota importante: temos mais opções no ataque, Yusu e Elis estão a postos, Paulinho esperemos que sim. A par disso, é esperar (torcer!) para que o regressado Rami continue a mostrar melhorias como no jogo frente ao Belenenses. Será importante solidificar a dupla de centrais e, mais ainda, dar sequência a estes três jogos sem sofrer golos e esperemos que permitido menos oportunidades ao adversário.

Dúvida maior no meio campo, basicamente 4 opções para 2 lugares, partindo do princípio que Angel ocupará a posição "10". Javi e Show? O espanhol só não foi titular quando não pôde (na única vitória...), portanto é provável que continue no onze. Gostei do Show no último desafio, acho que teríamos a ganhar se o angolano continuasse a mostrar subida de forma. Seba à espreita, talvez como opção mais válida e veremos Santos: como 3° homem do meio campo (derivando Angel para ala, como 2° - a par do trinco - acredito menos).
Na frente, dúvida acerca da disponibilidade de Paulinho. Caso não haja brasileiro, Elis e Sauer nas alas, Yusupha no eixo do ataque será a tripla mais provável. 

Veremos se vamos, realmente, ser mais pragmáticos apostando numa postura de jogo mais direto e contra ataque, onde o Rio Ave até poderá ter mais dificuldades, ou se, por outro lado, iremos tentar manter a identidade que se procura para a Equipa.

Importantíssimos os três pontos, a atitude e a união. 

Nós acreditamos e... "tenham noção do que é vestir essa camisola"

Força Boavista!

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

A Zeros e... Abaixo de Zero


A ZEROS E... ABAIXO DE ZERO. 

Pior que o resultado, novamente, a prestação da Equipa. Em raros momentos fomos muito superiores no jogo (excetuando talvez uns minutos na 1a parte e os primeiros quinze da 2a) e, nos momentos de aparente domínio, tal se deveu, em grande parte, à postura da equipa de Petit. Mesmo aí, voltamos a demonstrar dificuldades, particularmente em dois aspetos e algo recorrente nos últimos desafios: insegurança defensiva e incapacidade de desequilibrar a defesa contrária no seu último terço. Nada de novo, portanto, no que toca à tão esperada evolução. 

O terceiro jogo sem sofrer golos será, à partida, um aspecto positivo e sim, ajudará a estabilizar. Mas não esqueçamos: jogamos contra o pior ataque da Liga (média de menos de meio golo por jogo) e permitimos oportunidades a mais. Não sofremos, verdade, mas a ineficácia alheia em muito contribuiu para isso. Voltaram-se a ver mudanças com a intenção de dar maior confiança à equipa: diferentes na saída (exclusiv. a cargo dos centrais), mais acertivos nas bolas paradas defensivas, de novo menor risco nas subidas dos laterais, dupla de meio campo mais musculada e posicional (nota positiva para Show, em comparação aos últimos jogos, ao contrário de... Javi!).

Mas de tudo, aquilo que mais preocupa (e até vai um pouco de encontro ao que Quevedo alerta) é a falta de intensidade. Não sei bem se será esse o termo certo, intensidade. Falta de confiança. De risco, de tudo ou nada, quando nada nós já temos de sobra. E julgo estar aqui um ponto interessante de discussão: porquê esta falta de... fervor? De pujança, energia? Já repararam o decréscimo de criatividade do nosso maior criativo, por exemplo? É disso que falo. Falta de alento.

Discutindo e lançando bitaites.

Repetidamente - e domingo não foi exceção - sentimos uma quebra física da Equipa por volta da hora de jogo. Acho evidente. A reação à perda piora, a recuperação (ou proteção à profundidade) torna-se mais lenta, as saídas para o ataque em velocidade resumem-se a uma ou outra arrancada do Cannon, os espaços no nosso meio campo aumentam. O discernimento para tomar a melhor decisão diminui de forma acentuada. O adversário, claro, cresce.
A piorar a situação, a frescura física que poderia vir do banco não vem porque... não existe. A amostra de Seba foi curta e, pegando neste último exemplo de domingo, as opções limitavam-se a... três centrais, três jovens recém chegados à maior idade e Nathan. Relembro, dois dos últimos três jogos não preenchemos a totalidade dos suplentes porque não os tínhamos.

Além da questão física, outro dado influencia a tal intensidade: a motivação. E aqui, tão ou mais preocupante: não a mostramos como devíamos, como se justifica, tão importante e decisiva que é. Por vezes, estão aí as gramas extra que faz pender a balança para a vitória ou para a... derrota. Não tenho a certeza que será assim, mas fico com a sensação que a Equipa parece triste, com imensa falta de confiança no seu valor. Na sua liderança?

CONDIÇÃO FÍSICA E MOTIVAÇÃO, ambas da responsabilidade da Equipa técnica e, claro, da direção técnica, hoje em dia muito mais envolvente e responsável que um mero levantar de placa.

48 horas já passaram e aquilo que muitos esperavam e desejavam não aconteceu.

Mas será que bem? Haverá mesmo condições para... darmos a volta? 

Força Boavista!

domingo, 29 de novembro de 2020

Venham Eles: B Sad


VENHAM ELES: B SAD

Não será exagero dizer que é um jogo de capital importância para o futuro da Equipa. As prioridades serão as mesmas: atitude e vitória no final.

O adversário convidar-nos-à a ter a iniciativa do jogo, apostanto no contra ataque e na tentativa de nos surpreender. Cuidados defensivos - na profundidade, principalmente -, criatividade e capacidade ofensiva com bola serão fundamentais. 
Provável um meio campo menos defensivo que o habitual nos últimos desafios: a acompanhar Javi, Nuno Santos e Angel, este último de volta à posição dos primeiros jogos da época. Seba/Show será hipótese para o lugar do português, caso se opte por uma postura de menor risco (e talvez derivando Santos para a ala).

No ataque estamos fragilizados, pelo que teremos que 'inventar' soluções. Benguché é o único ponta de lança disponível (nota para Berna, sub17, nos convocados), Sauer será um dos alas, veremos o que será feito no terceiro homem do ataque. Nathan tem dado bons sinais, talvez um bom jogo para lançar o jovem brasileiro, partindo do princípio que Paulinho falhará o seu primeiro jogo da época. 

Na defesa, uma alteração obrigatória dada a ausência de Hamache (Mangas de regresso) e a dúvida no eixo: Christian, Porozo ou... já teremos um Rami a sério para nos dar maior tranquilidade?

Aconteça o que acontecer, todos nós, amantes do Jogo, estaremos mais pobres no apito final. É a vida. Assim, dura. 

Força!

terça-feira, 24 de novembro de 2020

O Maior dos Problemas


Pegando um pouco naquilo que se falou ontem - e numa de lançar a discussão, como sempre - sobre o "problema maior que todos" que neste momento nos assola: a falta de consistência defensiva. 

Contextualizando um pouco e fazendo uso das palavras do mestre Vitor Oliveira (com o qual concordo, 'oié'): "não há boa equipa sem bons centrais; é o ponto de partida para uma eficaz prestação coletiva". Acrescente-se o modelo de jogo de Vasco Seabra: privilégio à posse, à largura, ao risco, o que significa, muitas vezes, defender em igualdade numérica, ou com linha defensiva alta, ou com maior necessidade de controlo de profundidade, por exemplo. Por outras palavras, ter 'maus' centrais com um Lito Vidigal (sorry, não encontrei melhor exemplo) não é bem a mesma coisa que os ter com Jorge Simão ou... Vasco Seabra. Daí a importância do modelo.

Claro que a estratégia, ou a adaptação da mesma - ainda que possivelmente temporária - seja uma necessidade e, de acordo, um dos pontos de maior crítica àquilo que se vai tentando fazer neste início de época. Os últimos desafios trouxeram-nos uma abordagem (tentativa de?) ligeiramente diferente, talvez com a tal intenção de dotar a equipa de uma menor exposição no setor defensivo, se bem que com algum custo noutros setores.
A nossa vitória para o campeonato coincidiu com o único jogo sem golos sofridos e também com um sistema diferente de três centrais. Mas aí, minha opinião, julgo que foi mérito da estratégia para o jogo, beneficiando tambem do contexto específico que é jogar contra um candidato ao título, principalmente 'este' Benfica. 

Mas passemos ao mais importante no meio disto tudo: os intervenientes, os jogadores, o plantel.

Leo Jardim. Tem o peso que mais nenhum outro jogador no plantel tem: substituir o nosso melhor jogador da época passada. O brasileiro fez quatro jogos na última época, o que pode explicar, em parte, o maior problema que evidencia: a falta de confiança. Leo mostra dificuldades num aspeto que neste momento em particular nos prejudica imenso: a falta de controlo no jogo aéreo e o reduzido espaço de controlo nesse tipo de lance. O oposto de Helton, por exemplo. Leo tem qualidade, nem é preciso relembrar as exibições em Vila do Conde ou a fantástica defesa que nos manteve na Taça, por exemplo. Mas também já teve erros que nos custaram pontos, como bem nos lembraremos. Bracali estará à espreita, veremos o que vai ser feito e como Jardim vai reagir ao momento.

Rami. Arrisco a dizer que todos esperaríamos do francês uma capacidade extra de liderança na defesa. Classe, qualidade, segurança, experiência. Por isso veio, para isso era extremamente necessário. E quando digo "todos" englobo também os responsáveis pela sua vinda, até mesmo pelo tipo de jogadores que foram contratados para a defesa, nenhum com capacidade (ou experiência) de liderar uma defesa. Precisamos dele, veremos se está mesmo cá...

Chidozie. Utilizado sempre que possível (só não o foi contra o FCP), tem tido prestações a oscilar entre o razoável e medíocre. Alguns erros e postura que, admito, não esperava para um central com uma época a titular na exigente Liga Espanhola. Como seria o nigeriano com um verdadeiro 'líder' ao seu lado? Com um bom Rami? Melhor, quase aposto. Muito melhor (e também ele a evoluir, julgo).

Gomez, Porozo. Ou são 'extra-terrestres', donos de uma indiscutível qualidade, ou então, claro, precisam de tempo, não só de adaptação mas sobretudo de evolução ao futebol europeu. Claro, vão errar se já atirados às feras: a contenção aqui é mesmo necessária e muitas vezes, o sentido posicional é obrigatório, porque por cá os erros são [quase] sempre aproveitados pelos adversários. Precisam, acho que é óbvio, de tempo. E ainda algum.

Christian. Ser o segundo central mais utilizado (ele que nem apresentação teve, era tido como uma aquisição para os s23) ajuda a percebermos as dificuldades do treinador em escolher os melhores centrais para o nosso contexto. Tem feito pela vida, tem crescido, e tem tirado vantagem dessa tal habituação ao nosso futebol quando comparado com as outras duas promessas. Acredito que ainda pode e irá crescer mais, mas o tempo... maldito tempo que ele precisa. 

Ia falar também dos laterais e médios defensivos mas já que o texto vai um pouco longo deixarei isso para outro post.

Opiniões? 📜🖋 há aqui responsabilidades de quem formou o plantel? O que fazer para corrigir?


Força Boavista!

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Primeira de Cinco

 


Não foi fácil - como se esperava - mas a primeira de cinco finais rumo ao Sonho está ganha. A qualidade de jogo do adversário e as condições adversas de preparação nas últimas semanas dificultaram-nos imenso a vida e, verdade seja dita, com um pouco menos de sorte o desfecho poderia ter sido outro. 

Pela exibição menos conseguida haverá a apontar mais pontos negativos que positivos, mas comecemos por estes últimos e pelo que era, afinal, a grande prioridade depois daquele... episódio em Faro: a atitude. Tivessemos nós um pouco daquele 'meter o pé' evidenciado ontem (vá, a partir dos primeiros quinze minutos) e muito provavelmente encararíamos o próximo desafio para a Liga um pouco mais descansados na tabela. Ontem foi diferente comparado com essa derrota no Algarve e, podemos dizer, a nossa parte de mérito no apuramento reside precisamente aí: na vontade e no espírito de luta que evidenciamos. Até mesmo pela reação à adversidade na preparação do desafio, não esquecer: além dos treinos (atípicos, imaginamos nós), também ao nível das opções estavamos algo limitados.

Longe de ser desculpa, tem o seu peso se alargarmos a análise ao contexto global: todos - ou quase - os primodivisionários sentiram enormes dificuldades perante equipas de escalão inferior. Não fomos exceção, em parte por nossa culpa, mas - friso - a passagem mora do lado de cá. E isso, ontem, era mesmo o mais importante.


Mas, descansem críticos exacerbados, isto não está fácil. É verdade. Os problemas que nos custaram pontos na fase inicial do campeonato continuam por resolver e há um maior que todos: a falta de consistência defensiva, quer no eixo central (centrais!), quer no meio campo defensivo (reação - e preparação - à perda), à cabeça.  E duvido muito que enquanto não resolvermos essa falta de solidez possamos evoluir como pretendemos...

A agravar a situação, um dado que me parece evidente: desde a nossa vitória para o campeonato, temos sentido mais dificuldades naquilo que, até à data, era um dos pontos fortes da Equipa: a facilidade em invadir último terço, em descobrir espaços e, claro, em criar situações de golo. Uma posse menos conseguida, menos confiante, com menos soluções ao portador.

Talvez um maior pragmatismo, esperemos que temporário. Menos risco, mais segurança, mais foco no problema principal, poderá estar na origem deste aparente decréscimo de qualidade nessa faceta do jogo. Há dados evidentes que nos levam a essa ideia: a saída de jogo a três, antes uma prioridade, é agora alternada com um jogo mais direto; as subidas dos alas são, também e por agora, um pouco mais contidas (e mais seguras pelos médios); a defesa de bolas paradas, por exemplo, tem suporte numa maior superioridade numérica, pouco vista até aqui. Intenção de dotar a Equipa de maior confiança, de obtenção de resultados positivos para depois se poder alicerçar melhor as ideias de jogo? É uma hipótese, julgo que bastante provável.


Tempos difíceis, não há que esconder. Mas também há que acreditar na competência, mesmo compreendendo quem quer desde já trocar meia equipa, mandar o treinador embora ou até colocar o projeto em causa.

A necessidade da Equipa mostrar solidez e qualidade é grande, mas, como tantas vezes já foi aqui dito, temos mesmo que ser amigos do tempo. E será esse tempo que nos dirá se somos fortes o suficiente. 

Acredito que sim.


Força Boavista!







terça-feira, 6 de outubro de 2020

Juwara para o Ataque


Reforço para uma posição em que era notório a falta de opções: Juwara é avançado/ala, tem 18 anos e é gambiano, vem emprestado e a opção de compra é das mais altas do plantel. De novo, salta à vista a idade, o potencial e a pouca experiência: fez menos de dez jogos como profissional. De positivo, vem de um contexto europeu e exigente. Fica a dúvida sobre se é jogador para lutar já pela titularidade.

◾ defesa, meio campo e guarda redes parecem estar fechados, incerteza relativamente ao ataque. Mais um avançado ou ala (não diria propriamente um ponta de lança de raíz, mas tal não surpreendia), julgo que completava bem o plantel. 

◾ falando um pouco do jogo de 6a e pegando naquilo que aqui se considerou serem as prioridades para o desafio em Moreira, mais até que os três pontos por si só: atitude e evolução. 
Atitude porque era importante demonstrar força e união à pesada derrota no Bessa, perceber que ficaram marcas e a vontade em reagir forte estava lá. E esteve. Fomos competentes, intensos e quisemos ser Equipa.
Evolução porque é, neste momento, o mais importante que a Equipa demonstre. E claramente o demonstrou, ou seja, tem-se aproveitado bem o tal tempo necessário para a adaptação e entrosamento de jogadores. Não fomos consistentes o suficiente para guardar a vantagem, mas apresentamos melhorias no aspeto defensivo, individual e coletivamente. Facto. Não conseguimos marcar o golo da vitória, mas estivemos perto e fizemos bastante por isso.
Claro que há muito por onde crescer. Na ideia de jogo, na consistência, no momento defensivo. Até nos obrigatórios ajustes ao plantel vão, que nos irão concerteza dar outras soluções durante o desafio, algo que foi difícil em Moreira.

Dado a demonstração, 15 dias de paragem que, a manter esta evolução, nos devem deixar otimistas relativamente ao futuro. Facto.

◾ 4 dias para uma das mais importantes assembleias gerais da nossa história. Sobretudo, que seja uma forte demonstração de mobilização e união e, claro, se dissipem todas e quaisquer dúvidas sobre a entrada do investidor. 
Acima de tudo, como já foi aqui falado, prioridade total em percebermos as salvaguardas futuras no que diz respeito ao controlo da SAD e, consequentemente, dos destinos do nosso Clube.

Força Boavista!

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Vamos a Eles: Moreirense


Tudo menos fácil. Pela qualidade que o adversário tem mostrado, pela nossa necessidade de evolução e mesmo pela dado histórico: nunca vencemos em Moreira.

A grande curiosidade, mais até que as opções no onze, é percebemos se de facto a Equipa evoluiu,  se conseguimos ser mais consistentes e se mostraremos algumas dinâmicas de forma mais constante.

Relativamente ao onze, expectativa para ver a dupla de centrais e se já teremos a mais... esperada, digamos assim: Rami com Chidozie. Provável. 
No meio campo, dificilmente teremos alterações mas, a existirem, será na posição Santos/Show. Se a ideia é termos mais 'músculo' nessa zona do terreno (e mais recuperação na hora de defender), talvez algo passe por aí. Não acredito muito, e preferia ver a mesma dupla, ainda que mais trabalhada e entrosada. Relativamente a Seba, não acredito que já esteja pronto para ser competitivo como precisamos.
Na frente,  a dúvida prende-se com a entrada ou nao de Elis. Se sim, para que posição: a ponta (para onde foi opção no Dérbi) ou a ala (Paulinho com lugar em perigo depois de alguns erros no sábado?). Ainda outra hipótese, julgo que a mais provável: a mesma tripla e Elis a entrar durante o desafio.

Importante são os três pontos. Acima de tudo, atitude e, claro, que se mostre a tal "evolução".

Força Boavista!

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Porozo


Foi dos primeiros nomes avançados e dos últimos a chegar, mas temos aí o quarto reforço para o eixo defensivo.
Equatoriano de 20 anos, fez alguns jogos nos escalões jovens do Santos, apesar de nunca se ter estreado na equipa principal. Internacional sub20, foi titular no último mundial do escalão. 

◾ Quatro defesas centrais e em teoria - e convém não ficarmos excessivamente amedrontados pelos últimos acontecimentos - a nossa mais forte linha defensiva dos últimos anos. Ainda há Christian (convocado dadas as poucas opções) para uma qualquer eventualidade. Como ao resto da Equipa, há que dar tempo: ao francês para retomar a forma, às jovens promessas para se adaptarem e evoluírem. Pouco provável, até porque desnecessário, chegar mais alguém para esta posição. Apostar, isso sim, no entrosamento destes.

◾ De Santis parece estar garantido, jovem avançado venezuelano de 18 anos. Mas aqui, ao contrário da defesa e meio campo, um setor em que seria importante mais reforços. Olhando à idade e proveniência, poderá não ser opção para lutar pela titularidade no imediato. Reforço a ideia que tinha de Elis: parece ser mais opção para o eixo do ataque e nem tanto para extremo (ou ala interior, olhando ao modelo de Vasco Seabra). Podendo, ainda assim, jogar no lugar de Paulinho ou Sauer, julgo que é nessas posições que mais precisamos de outro tipo de soluções. 

◾ último nome falado nas notícias foi de Yusuf Yazıcı, internacional turco de 23 anos, jogador do Lille. Esperemos que não se coloque a hipótese de mais um empréstimo, mas será um jogador com estas caraterísticas que mais necessitamos. Jogador ofensivo (poderá jogar no meio campo ou a ala), já 'rotinado' ao futebol europeu, com qualidade para poder ser opção no imediato. Yusuf ou outro com caraterísticas semelhantes, seria muito bom para fechar o plantel.


terça-feira, 29 de setembro de 2020

O Nosso Símbolo

Numa altura em que o foco tende a ser sobretudo desportivo, convém não esquecermos o vital momento do nosso Clube, em que a entrada de um investidor e a possibilidade de venda da maioria da SAD estão em cima da mesa. Ainda para mais na falta dos prometidos esclarecimentos, surge mais um importante alerta, via último programa na Quarentena da Bola - Por Rémulo Jónatas, pelo Adepto Ricardo Monteiro da Silva, sobre a questão do nosso Símbolo e o perigo de este pertencer à SAD e não ao Clube.

Na prática, e em caso de insolvência, por exemplo, sendo o Emblema propriedade da SAD será um bem a ser vendido pelo administrador de insolvência, estando assim ao dispôr de qualquer um, seja sócio ou até adepto de um rival.

Mais um tema para refletirmos e discutirmos (e até colocarmos a questão em local próprio), relembrando que o propósito aqui é, como sabem, fomentar a informação, discussão e o debate sobre o nosso Clube.

Aqui o excerto do video da útil intervenção do Ricardo Monteiro da Silva:

https://www.youtubetrimmer.com/view/?v=a_fvWNt0M70&start=2580&end=2825

Fiquem também com parte do documento que sustenta o alerta.

Agradecer ao Ricardo Monteiro da Silva pela disponibilidade.

domingo, 27 de setembro de 2020

Atropelo


Ou a medicação fez milagres ou a noite de sono foi um mar de insonias, certo? E houve razões para isso: perder um Dérbi, na Fortaleza e por cinco de diferença, não pode nem deve ser algo encarado de ânimo leve, independentemente das condicionantes e limitações, que esperemos temporárias.

E é bom que deixe marcas, e fortes. O período de reflexão é obrigatório, sendo fundamental que tenha origem em várias vertentes. Desde logo, perceber as limitações, algumas temporárias, como entrosamento e adaptações -  que também resultam (e muito) do parco tempo e das condições em que formamos plantel - e outras mais profundas e evidentes, como as poucas opções em vários setores da Equipa e o dado evidente que daí resulta: apesar do acréscimo de qualidade, estamos ainda curtos e temos uma semana para... corrigir e retocar. 

Importante refletir naquilo que também esteve na base deste terramoto: o risco. Extraordinariamente discutível, claro, mas parece-me óbvio que a forma como abordamos o adversário (imensamente mais rotinado que nós) e o próprio jogo foi um convite a este atropelo. E há que respeitar e tentar perceber essa opção: trabalhar a ideia sob estas condições, aproveitando este complicado início de época para desde logo evoluir a mesma, crescendo não só com o modelo mas também com os erros. 
Seria preferível uma postura mais recatada ou de maior expetativa, mesmo que tal significasse uma mudança de identidade? Talvez. Acredito que sim. Mas mantenho: colheremos os frutos mais à frente, estou plenamente convicto disso. Custoso, claro.

Relativamente ao jogo propriamente dito, discordo da ideia de duas partes distintas: estivemos idênticos em ambas (se bem que, claro, um pouco melhores na 1a...) Erráticos, com a intenção de saír limpo, umas com sucesso outras nem tanto. Desde o início.  O que fez diferença foi o aproveitamento por parte do adversário e, óbvio, a nossa descrença, desorientação e falta de forças para reagir de acordo. Ainda esboçamos algo ao primeiro, mas de pouca duração. 

Deixo o mais importante para o final:
Estamos no caminho certo, acreditem. Custa, temos muitas pedras para eliminar, mas conseguiremos. Temos vontade, ideias e talento, não nos façam já o funeral ou vão-se arrepender.
Arrepiaram as imagens da chegada dos nossos rapazes ao Bessa. E é agora o momento, quiçá dos mais importantes da época: de nos Unirmos. Sim, aquilo que falamos e sentimos há algum tempo, e é isto, também, que fará a diferença, não tenham dúvidas. Fazer ver os novos que estar no Boavista está longe de somente fazer parte de um qualquer projeto, por muito interessante e promissor que possa ser.

Sexta feira daremos prova da nossa União, na saída da Equipa para uma das mais importantes batalhas do ano. 
Somos Boavista.

sábado, 26 de setembro de 2020

Venham Eles: Porto


Nervosos, certo? Não se preocupem, normal. Normalíssimo. 
Mais do que eles, muito provavelmente. Faz parte do nosso adn, da nossa humildade, da nossa consciência que partiremos para a dura luta com tanta ou mais vontade mas com menos e menores argum€ntos.

Será a ânsia pela justiça, por num breve momento dependermos mais de nós para recolocarmos o nome do nosso Clube num patamar de respeito, de equidade, de reconhecimento. Sabemos que as armas serão desiguais, mas a vontade, o orgulho nos nossos, esse, reforçado pelas palavras do nosso timoneiro, será inabalável.   

Sangue nos olhos, unidos, lutar até mesmo depois que nos faltem as forças, e nós, Adeptos, aconteça o que acontecer, estaremos sempre do vosso lado. Juntos. AGarrados. Mesmo sem rodinhas, estaremos presentes. 

Joguem por nós, lutem pelo Símbolo. Força nosso Grande Amor. Força Boavista!

(Foto de Carlos Vieira, via GOAB)

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Dúvidas no Ataque


Não serão só na defesa as limitações para o próximo desafio, fruto das mudanças e obrigatória construção tardia do plantel. 

As soluções no ataque [ainda] são poucas, agravadas com a lesão de Yusupha no jogo da Madeira, sobrando Benguché e Elis.

◾ Benguché já mostrou um pouco o seu estilo: avançado possante, muito físico e de área, forte no jogo aéreo. Capaz no apoio frontal, terá mais dificuldades a atacar a profundidade e, claro, a ser mais útil no contra ataque. 

◾ só conhecemos Elis por vídeo, mas parece ser um avançado/extremo rápido, boa técnica, objetivo e com golo. Apesar de ter chegado há menos de uma semana, vem com ritmo competitivo pois era opção regular na presente época.

◾ pelas notícias que nos chegam, será pouco provável a titularidade de Yusupha dado os problemas físicos. Banco ou fora dos convocados, eis a dúvida. E não espantaria a presença de um avançado dos s23 (Berna?) no banco...

◾ De Santis parece estar certo, venezuelano de 18 anos internacional pelas seleções jovens do seu país. Por muito promissor que seja (e acreditamos que sim), será curto partir para uma temporada com estas opções no ataque, sobretudo olhando às dúvidas na condição física de Yusu e à possível necessidade de adaptação dos hondurenhos (principalmente Benguché, até mesmo na provável polivalência de Elis). 

Mais um avançado no plantel? Para sábado, homem por homem ou algo mais... abrangente? Dúvidas boas.

Dois dias para o Dia Derby.

Força Boavista!

terça-feira, 22 de setembro de 2020

Os Problemas na Defesa


Problemas na defesa para o próximo desafio e por vários motivos:
- dúvida na condição física de Rami
- impedimento de Chidozie 
- tardia chegada de mais elementos para a defesa (nomeadamente Porozo)
- inexperiência (pelos sinais, apesar do potencial) de Goméz.
- força ofensiva e fluxo atacante de um candidato ao título.

Veremos (como sempre, a intenção aqui é lançar a discussão) as várias hipóteses para colmatar essa... lacuna. 

- postura coletiva, isto é, a Equipa se predispor a melhor proteger as áreas onde o adversário nos poderá ferir com maior facilidade: menor exposição dos alas (principalmente em ataque organizado do oponente), maior sentido posicional dos dois médios centro, anulando espaço entre linhas (muito procurado pelo adversário) deixando a pressão à saída a cargo de Gomes e do ponta de lança. 

- Rami, Goméz ou Javi, dois deles serão os centrais. No caso dos dois primeiros, proteção extra ao central mexicano, não colocando de lado a hipótese de um meio campo mais combativo (e posicional) com a entrada de Show para o miolo, ao lado de Javi. Aposta seria, sobretudo, e naquilo que mostramos alguma força no último jogo, nas rápidas transições após roubo de bola. 
No caso de a opção recaír sobre os dois mais experientes, Show será o substituto natural do espanhol no meio campo, fazendo dupla com o português. Problema com a força do oponente na profundidade, talvez minimizando o problema com um bloco mais baixo (mas mesmo aí, tirando partido do posicionamento dos centrais - mais experientes e maior probabilidade de antecipar esse tipo de ataque). Aqui, ainda a hipótese de poder mexer ou refrescar o meio campo com a opção Santos.

Nota final para o ataque: será que vamos ter estreia do Pantera? Na dúvida sobre a condição física de Yusupha, o hondurenho poderá encaixar bem num jogo em que, sobretudo, teremos que explorar bem o contra ataque e fazer uso da velocidade nas costas do adversário. 

Força Boavista!

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Seba e os Reforços


É óbvio que, dadas as tão profundas mudanças e mais que qualquer concorrente, todos precisam de tempo, seja para adaptar ao estilo europeu, seja para conhecer o modelo e ideia de Vasco Seabra. E, há que o dizer, arrisco a dizer que o nível apresentado - apesar do défice de consistência - é já maior do que aquele que seria de esperar numa fase tão precoce da temporada. 

A caminho da 2a jornada continuamos a reforçar o plantel e a ter necessidade de o continuar a fazer. Vejamos:

◾ Seba Pérez poderá ter fechado o meio campo, claramente o setor, para já, melhor apetrechado. Temos 4 opções para duas posições: Javi, Show, Seba e Santos. O português será o médio com caraterísticas menos defensivas, podendo fazer uma posição mais ofensiva no miolo - de Angel - onde poderá também entrar Paulinho nas contas.

◾ Goméz mostrou potencial. A inexperiência neste nível foi evidente, pelo que a rodagem (s23) e mesmo a evolução treinando com a 'A' antes de ser uma opção mais válida será quase uma certeza (a médio prazo, porque a curto...). Porozo ainda não chegou e há a dúvida sobre a disponibilidade imediata de Rami (talvez forma física depois de alguns meses com pouca competição), sobrando Chidozie, o que é pouco. Um central, e capaz de ser opção no imediato, parece ser necessário. 

◾ foram notórias as limitações nas opções ofensivas no jogo da Madeira. Benguché mostrou alguns pormenores interessantes, mas é evidente que também ele precisa de um período de adaptação ao futebol europeu e até ao estilo de jogo da Equipa. Veremos como é Ellis, dando ideia de poder ser opção no eixo do ataque, ele que como ala parece ter caraterísticas diferentes às de Paulinho ou Sauer. Dependendo disso (e da condição física de Yusupha), faltará o reforço de uma das posições na frente: ponta ou ala. Não esquecer que Nuno Santos também poderá ser hipótese como ala.

Resumindo: central e avançado serão mesmo necessários, um outro avançado para completar o leque, talvez.

Força Boavista!

domingo, 20 de setembro de 2020

Os Resistentes no Palco de Angel


Agora menos dúvidas ainda sobre a substituição de Hélton na baliza. Léo Jardim mostrou-se seguro, decisivo num par de defesas importantes. Alguns problemas a jogar com os pés. 

Nas laterais, vamos ser de alta rotação, tão capazes de pressionar alto e fechar atrás como atacar na área. Cannon mais comedido que Mangas, mas talvez mais acertivo na marcação e posicionamento. O português foi algumas vezes ultrapassado, excelente na combinação e finalização no segundo golo.

Era, antes do jogo e em teoria, o elo mais fraco, tão somente pela juventude e inexperiência nestas andanças. Goméz é o único culpado no lance do 1-1 (ainda assim, capaz de evoluir nesse aspeto, já que tem bom pé esquerdo), poderia ter feito muito mais no 2-1 (pedia-se contenção e não entrar de primeira). Naturalmente, acusou os erros e foi permissivo noutros tantos lances, influenciando também o colega de setor, Chidozie. O nigeriano esteve bem na maioria dos lances, mostrando que pode crescer e ser mais útil com um mais experiente - e líder - colega de setor.

Meio campo o nosso setor mais forte. Javi e a sua qualidade e experiência mostrou que pode ser muito útil e vai, concerteza, ser um dos líderes da Equipa. Nuno Santos menos exuberante e com menor iniciativa que a semana passada (também por culpa do adversário), ainda assim uma positiva exibição. E Angel, impressionante capacidade de aproveitar os espaços quer com bola no pé quer com passes a rasgar. Tendo hipótese acelera, não tendo decide bem os lances e com uma componente técnica incrível. Dinamite.

Sauer e Paulinho, os resistentes e em excelente plano. Sauer pela eficácia, Paulinho pela eficiência em cumprir não só nos momentos com bola. Aquela melhoria na intensidade que lhe vimos no passado, a técnica e a capacidade de aceleração em movimentos interiores encaixam muito bem naquilo que Vasco Seabra pretende para a posição. Admito, estou curioso para ver o seu crescimento. 
Yusupha foi uma chatice, certo? Se a mente parecia estar melhor, já o corpo... no seu lugar, surgiu um avançado de caraterísticas diferentes: Benguché é um peso-pesado de área, forte nos duelos aéreos (ganhou inúmeros), de toque ou remate simples, curto e eficaz. Tem dificuldades na mobilidade e profundidade, sendo, à partida, um ponta menos combinativo para aquilo que Seabra pretende. Ficou na retina aquele trabalho na segunda parte em que por pouco não deu golo. Mais daquilo por favor e, como outros, o tempo só lhe fará bem.

Reisinho tentou cumprir (em parte conseguiu-o) e refrescar o meio campo nos últimos dez minutos. Show já entrou? Se sim, é para correr nos dez minutos que faltam e compensar a falta de força nas pernas dos que podem menos. Foi lento no lance do empate, teve dificuldades para entrar no ritmo alto do jogo.

No que toca a reforços, sendo mais uma opção no meio campo Seba é muito bem-vindo, Porozzo assim o será e... Ellis poderá acrescentar bastante no setor mais debilitado. 
Ainda assim, veremos o que mais chegará: um central, um avançado e um ala com as caraterísticas que serão mais úteis ao treinador? 


Força Boavista!

Estreia



Amargo mesmo foi o golo sofrido nos descontos impedindo a conquista dos três pontos. Quer na busca pelos mesmos, quer nas reações às dificuldades (e adversidades!), quer até na frustração patente nos nossos rapazes e responsáveis, demonstramos que estamos diferentes. Para melhor: no fundo, fazendo jus àquilo que se vinha prometendo. Pelo meio contribuimos para um jogão, três golos e, apesar de longe das primeiras páginas ou noticiários, nos olhos e na boca de quem aprecia Futebol. Também é isso.

Não era segredo: pelos motivos conhecidos, qualquer equipa neste contexto precisa de tempo para trabalhar processos ofensivos e defensivos e, mais no nosso caso, tempo para os novos, no Clube e no país. 
E foi um dos motivos pelo qual não conseguimos ir mais além: pela consistência, pelo solidificar dos processos que resulta desse tempo, e também pela busca rápida e forte de uma identidade, isto é: poderíamos adotar uma postura mais recatada dadas as atuais limitações e necessidades, mas, pelo contrário, optamos desde logo por assumir e trabalhar sob o nosso adn, a nossa ideia e os riscos que, mais neste momento, dela resultam. Colheremos, estou convicto, os frutos mais à frente. 

Outro motivo foi o facto de não jogarmos sozinhos. O adversário também trabalha (e fê-lo bem, neste caso), se esforça, treina e reforça bem (e sublinho, à semelhança de outras equipas do nível), e criou-nos imensos problemas, aos quais alguns resolvemos bem outros nem tanto. Daí a justiça no resultado.
Com impacto no nosso jogo - comparando também vs Tondela - demonstramos dificuldades na saída de bola (pior após o 1-1): com os caminhos mais tapados para o espaço central e muitas vezes a tardarmos na melhor decisão, foram raras as vezes que conseguimos chegar ao último terço em boas condições (das poucas vezes que o conseguimos fizemos golo apesar da superioridade numérica nessa jogada). Pelo contrário, após o roubo de bola em zonas de meio campo, fomos fortes e muitas vezes a aproveitar rápido e bem os desequilíbrios no adversário, quer pelas movimentações quer pela eficácia nas ações (destacando Angel e Sauer, claro).
Sem bola, mais problemas em controlar o jogo, agravados pela pouca proteção que, coletivamente, a equipa deu nos setores onde aparentemente estaria mais exposta (uma boa reação à perda e algumas vezes a conseguirmos condicionar a saída do adversário permitiu-nos minimizar esses danos na retaguarda).
A rápida variação de flanco do Nacional criou-nos imensos problemas desde muito cedo no desafio (dado o posicionamento dos alas e das ações da dupla de médios), e não fomos capazes de resistir ao forcing final. Aqui faltaram duas coisas: a equipa adaptar-se às pontuais circunstâncias do desafio e mais opções para mexer de maneira diferente com o jogo (não esqueçamos a contrariedade Yusupha logo no início).

Em suma, duas confirmações: estamos no bom caminho e os reforços que estão para chegar (ou para jogar) vão ajudar a equilibrar ainda mais a Equipa. 
Como desde o início: devagar, devagarinho. Chegaremos lá. 

Força Boavista!

sábado, 19 de setembro de 2020

Vamos a Eles: Nacional



Talvez desde 2014 não sentíamos tanta ansiedade e curiosidade num desafio de estreia na Liga.
E expectativa, por tudo e também alimentada pelo facto de tão pouco termos visto da Equipa nesta pré-época. O jogo de apresentou serviu para percebermos melhor a ideia e a forma como abordaremos os jogos, as poucas opções em algumas zonas (e a última semana no que toca a dispensas e reforços) servem para mais facilmente podermos chegar a um onze provável, para já (e mais fácil que no futuro, esperemos).

Ainda assim, dúvidas maiores perante as já faladas escassez de opções no ataque e pela [aparente] dispensa de Dulanto.
Léo, Mangas, Chi e Cannon devem manter-se,  aos quais se deverá juntar Goméz, o terceiro central utilizado no último sábado. Sem mexer na estrutura e naquilo que esteve bem - Javi, Santos e Angel - será assim. Dúvida na frente entre Yusu e Benguché, apesar da maior probabilidade Yusupha.

Do outro lado, e na minha opinião, um dos mais difíceis adversários e uma das equipas que mais poderão surpreender, não só pelos reforços, também por aquilo que vem fazendo com este treinador. Apesar de já não competirem desde março...

◾ a par do crescimento a vários níveis que se vai notando, será fundamental estarmos nós, Adeptos, ao mesmo nível e ao nosso habitual: mais unidos que nunca e por vários motivos. Desde logo porque, como falamos, a visita à Madeira adivinha-se difícil - como sempre - e os jogos seguintes não menos neste exigente início de campeonato. A renovação e reconstrução foram à velocidade possível dadas as mudanças tão bruscas e o atual cenário global, tudo isto num contexto de claras melhorias em quase todas as equipas do nosso patamar. Nada vai ser fácil, também pelo ambiente corrosivo à nossa volta, e aposto que pior quanto nós melhores. A desinformação (até acerca do projeto) é uma constante e uma fonte de desestabilização, análises precipitadas sobre a equipa e juízos negativos acerca dos jogadores novos ou o jovem treinador não irão faltar à primeira oportunidade. 

É preciso união, precisamos estar juntos, como tão bem sabemos, para juntos lutarmos e juntos crescermos.

Unidos desde o primeiro ao último minuto da época e continuemos a lutar pelo que tanto merecemos. 

Como dizem os nossos, será "até ao último homem". Até ao último momento e agarrados à Equipa.

Força Boavista!

domingo, 13 de setembro de 2020

Primeiros Sinais


O melhor mesmo foi aquilo que se sentiu da Equipa: comprometida, focada, organizada, com liderança. Muito embora, claro, a precisar de evolução. Primeiras ideias base em bom plano: ora a querer ganhar a bola rápido e em zonas altas, ora a organizar a posse para lá chegar rápido e bem. É notório ver que a qualidade subiu, mas ainda mais satisfatório ir constatando que não chegou só qualidade, mas comprometimento e uma busca maior pela identidade... à Boavista. Em pré-época tão atípica em quase tudo, o que se mostrou, para o bem e para o mal, foi obra do trabalho.

Sem bola organizamo-nos em duas linhas de quatro, baixando os alas e deixando Yusu e Angel a pressionar os centrais adversários. Com bola, ideia arrojada e prometedora: um dos médios baixa para saída a três, alas em espaço interior e os laterais bem subidos (a rotação dos laterais promete...), com Angel em zonas de construção, procura do espaço entre linhas e já algumas dinâmicas (por ex, no primeiro golo) a proporcionarem boas aproximações à baliza.

Individualmente, julgo ser bem mais fácil ficarmos agradados dada a subida de qualidade. Acho que gostamos de todos, porque todos mostraram, pelo menos, mais alguma qualidade em praticamente todas as posições em relação ao ano passado (só Sauer e Yusu repetiram).
Cannon e Mangas têm potencial para serem os nossos laterais, Chidozie é bom, Javi está cá, Nuno Santos confirma, bem Paulinho numa posição diferente. E um gajo aos quinze minutos já grita "anda meu menino" quando aquele número dez pega nela. Portanto, bons sinais. Também veremos com as opções que estão aí a chegar.

Entretanto, reforço para a direita da defesa com o 'minino' Nathan, ex promessa do Vasco a dar concorrência a Cannon. Curiosidade para perceber se Dulanto vai ficar para ser opção, depois da titularidade de ontem. Para titular vai ser curto, mas faltará saber se, mesmo com a chegada do brasileiro, não será útil ou mais maduro que Goméz e Porozzo, pelo menos em algumas situações. 

Ficou evidente que o ataque é agora o setor a precisar de algum reforço. Yusu vamos dar tempo porque parece um pouco diferente e Benguché, mesmo em poucos minutos, mostrou alguns pormenores. Mas pode ser curto nessa zona, assim como na de ala direito, que foi Sauer ontem. 

Seis dias. Seis. Entusiasmados para a Madeira? 🤤

Força Boavista!

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Plantel...


Claro que ainda estamos numa fase muito embrionária no que toca à formação do plantel, mas cá fica - com muita especulação e incertezas à mistura - uma pequena ideia do que já temos ou possivelmente teremos. Como sempre, com o propósito de lançar a discussão. 

▪️ dos que transitam, dúvidas maiores residem em Lucas, Dulanto e Cardozo. Também, embora por motivos diferentes, em Yusupha, Bueno e Cassiano. 

▪️ Seba, Porozo e Jardim, obviamente, não estão cá, mas são nomes que já se falam há bastante tempo, partamos do princípio que serão possíveis. Elezi insere-se nesse lote, mas encaremo-lo para os sub23.

▪️ muito por alto, praticamente só uma posição estará fechada, a de lateral esquerdo (e mesmo essa...). Em todas as outras é de esperar mais chegadas.

▪️ não incluímos os jovens (mesmo alguns da formação) que estão a treinar às ordens de Vasco Seabra. Esperemos para percebermos melhor se ficarão no plantel principal ou se integram os sub23.

▪️ alguns jogadores poderão fazer várias posições, também por isso teremos que esperar para ver quais as zonas mais em falta.

▪️ esqueci do Paulinho! Como pode? Acrescentar ali no meio campo.

calma que isto nem a meio vai.

Opiniões? 🔎◾◽

Be ready!

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

6° reforço


▪️ 6° reforço oficial e que reforço! Jovem de 21 anos com enorme potencial, fez grande parte da formação no Benfica (passou por cá nos u11) dando nas vistas na época passada, primeiro na 'b' depois em Moreira de Cónegos. Médio muito bom técnica e taticamente, capaz de fazer várias posições do meio campo para a frente.
O Clube informa que chega por uma temporada, subentendendo-se que virá por empréstimo (algumas notícias avançam que com direito de opção, o que seria ótimo).

▪️ aos poucos, vai ganhando forma o plantel que estará às ordens de Vasco Seabra. O que mais agrada (até pela aparente 'lentidão' com que está a ser formado, apesar de mau para a nossa ansiedade poderá ser sinal de prudência e paciência nas operações) é que tudo parece fazer sentido. Há um rumo, uma estratégia, um plano a seguir. Esperemos.
As notícias sobre o interesse em Bruno Alves (relembro, algo confirmado pelo pai do jogador) e Javi Garcia parecem vir confirmar um dos pontos mais importantes dessa - suposta - estratégia: é fundamental existir uma boa combinação entre jovens com potencial e jogadores experientes (e então falando desta experiência ao nível destes dois, por exemplo...). Além, claro, da qualidade individual e das melhores condições físicas possíveis para poderem também garantir competitividade ao plantel. Mas reforço, esta mistura pode ser um ponto muito forte nos próximos tempos.

▪️ segunda feira passada (por acaso no dia em que passaram seis anos do nosso Regresso) foi um dia em certa medida marcante. Todos nós já estamos há algum tempo entusiasmados, mesmo receosos e até apreensivos sobre a nossa atual realidade e, esperemos, por mais este subir de degrau ser cada vez mais uma realidade. Mas o mundo não estava a par. Ignorante, longe do interesse, como habitual com as antenas viradas para o ganho de audiências ou as apresentações holywoodescas.

E, por isso mesmo, embora possa parecer cedo ou desnecessário, chegou um momento para fazermos aquilo em que somos realmente fortes: de nos unirmos. A bola ainda não rola (como desejaríamos...), mas os holofotes já se viraram para nós mais do que aquilo que muitos julgavam ser possível. 
O corropio de notícias sobre este ou aquele jogador tem tudo menos boas intenções. Cabe-nos a nós saber reagir e confiar em quem comanda.
Os jogadores que eram "sarrafeiros" há 3 meses, já são um exemplo de raça e sacrifício como "só o campeão". Cabe-nos a nós tentar perceber os motivos e confiar que tudo foi, pela nossa parte, bem pensado. 
Dizem que estes nomes não são para a nossa realidade, para a nossa "dimensão", pequena para a qualidade que se fala. Cabe-nos a nós esperar tranquilamente, ajudando os nossos com a humildade e união que sempre nos caraterizou.

Estejamos prontos. Unidos. 

Mais Panteras chegarão, mas só quem o merecer.

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Ano Zero?


Dado o valioso conteúdo no texto do José Pedro Pais (membro do Conselho Geral do Boavista FC), que além da sua opinião pessoal nos permitiu ficar a conhecer mais alguns pormenores das mudanças que se avizinham, julgo que se justifica contribuirmos para a discussão que se pretende, dada a quantidade de informação disponibilizada e tal a confiança que nela depositamos.


Começando pelas confirmações e pelos motivos que nos levam a encarar a entrada de um investidor - desejada há tantos anos - como uma oportunidade de ouro tendo em vista não só a sobrevivência do Clube como o seu crescimento.
Já foi discutido inúmeras vezes por todos nós: a nossa situação financeira, e consequentemente desportiva, é extremamente débil, o passivo gigantesco comparado com as receitas, as dificuldades para formar equipas competitivas tem sido uma evidência, as reconstruções de plantel são obrigatórias época após época e, mais importante ainda, a sensação de vivermos no fio da navalha é evidente.

Risco, seja qual for a decisão, estará sempre presente, resta saber qual delas abrirá melhores perspetivas.
 
Mantendo a realidade atual é fazer fé no lento crescimento. É sobrevivência, o que fazemos há 15 anos. Em pleno meio selvagem repleto de animais famintos ao redor.
A segunda hipótese é a do mundo dos empresários de Futebol. Há quem a defenda e por razões compreensíveis, mas será talvez o caminho mais instável e menos autónomo, de mais difícil crescimento a médio-longo prazo.
 
 
Assim, permitam-nos saltar para a terceira hipótese avançada, a que mais agita o nosso batimento cardíaco.
Pegando num pequeno exemplo, que não deve sequer servir de base para o que quer que seja, relembro uma pequena sondagem sobre a entrada de um investidor no Clube em que somente 8% das respostas foram de reprovação ao mesmo. Falo nisto porque, sentindo o pulso ao universo axadrezado (redes sociais, amigos) ficamos com a sensação que a esmagadora maioria está recetiva à venda da maioria da sad e, sobretudo, à entrada deste investidor em concreto. Gérard Lopez, Luís Campos, as caraterísticas do grupo, a forma como, aparentemente, trabalham, transmitem alguma segurança e otimismo consciente. Tendência essa, julgo, ainda mais reforçada com estes recentes esclarecimentos e a própria opinião pessoal do José Pedro. Penso que maior que essa vontade só mesmo a de sermos cabalmente esclarecidos sobre inúmeras questões (algumas delas recentemente colocadas por um Adepto, publicadas aqui no Blogue).

Acima de tudo, a grande questão que me inquieta - não esquecendo todas as outras - é mesmo esta: as salvaguardas futuras que o Clube deve ter. O que poderemos fazer, que mecanismos existirão para precaver uma eventual má gestão/desinteresse ou simples revenda da SAD.

Daí a extrema necessidade do tal prometido esclarecimento aos Associados, o qual será, sabe-se agora, em forma de Assembleia Geral. Duvido muito que. em caso de reprovação, seja possível retroceder ou manter parte do projeto sem que tal interfira negativamente na época em curso. Apesar do capital de confiança ser, para já, inabalável, julgo que nesse aspeto em particular chegamos quase a um ponto sem retorno.
 
Desportivamente, o reforço de algumas ideias importantes: o trabalho com Luís Campos (e Ademar Lopes, acrescento) e a sua imensa mais valia no que toca ao scouting, a aposta num modelo de jogo favorável à valorização do plantel, plantel mais curto que o habitual (não será difícil...) tendo em conta a criação dos u23, o aumento da qualidade, a promessa de um plantel equilibrado e de acordo com o modelo de Vasco Seabra.

Aqui sou fiel à velha máxima: mais que discursos de promessa de reforços sonantes, idas à Europa ou Futebol espetáculo, tudo compreensível, prefiro ver o trabalho, o que e como é feito para a probabilidade de atingirmos os objetivos ser maior. Por isso, com confiança, há que esperar para depois sim, podermos analisar.


Está, como sempre, aberta a discussão.


Hoje é o dia 1 (do ano zero?), mais logo uma primeira visão sobre aquilo que mais nos apaixona: a bola a rolar.
 
 
 
Força Boavista!