sexta-feira, 11 de dezembro de 2015
Bora lá, Todos Unidos
Sinceramente, nem sei muito bem por onde começar. Vou fazê-lo pelo fim.
Petit
Reitero o que disse no último post: mais que um "obrigado", Petit. Foram três anos, com passagem pelo inferno e chegada ao céu, muita dedicação, garra e vontade em fazer do nosso Boavista, novamente, um Clube de Primeira, não esquecendo os muitos anos por cá passados a crescer e a fazer-nos crescer. Principal responsável pelo milagre da época passada, em que quase todos - incluíndo alguns de nós - vaticinavam um regresso de terror.
Ponto prévio, a saída de Petit deve-se ao que geralmente se deve o abandono dos treinadores, os resultados. Resultados e a descrença que seria possível melhorar e evoluir a equipa o suficiente, muito embora situações idênticas, não há muito tempo (p.ex.: época passada, por esta altura), não tenham sido suficientes para se colocar em causa o seu trabalho. Claro, não esquecendo, sempre com as enormes condicionantes como pano de fundo. Descrença de quem o rodeia, de quem com ele trabalha, de quem o devia apoiar, a resultarem, aparentemente, num Petit injustiçado e... isolado.
A linha de água continua abaixo de nós, ainda em prova na Taça, mas os sinais de instabilidade são/foram evidentes.
Estranharam-se as 'dispensas' dos quatro jogadores, dois deles dos mais utilizados, a mês e meio da reabertura do mercado. Além disso, o que haveria de diferente acerca de Pouga e Léo, que não foi possível analisar há três meses atrás? Verdade que já antes se tinha estranhado não a dispensa de Ancelmo, mas o retorno depois dessa mesma dispensa. Ajudará a perceber os contornos deste aparente... mal estar?
E digo mal estar também pelas palavras do treinador aquando da saída. "Motivos pessoais" são, geralmente, os motivos que não devem ser revelados para bem do Clube e proteção do próprio treinador. E bem ao Clube é algo que acreditamos que Petit deseje, excetuando, obviamente, por motivos profissionais.
"Gosto muito do Boavista, mas mais de mim próprio", ainda mais enigmático, dando ideia que contestação via adeptos não foi, unicamente, a razão da decisão.
Como diz e bem o nosso novo timoneiro, "tempo, união, coragem e Adeptos", são palavras repetidas mas é o que precisamos em doses industriais nos próximos tempos, tal como no passado recente. Mas não chega, será preciso algo mais: continuar a melhorar o que já se estava a melhorar, corrigir o que está mal, e esperar pelo reforço do plantel. E este 'reforço' pode ser de duas maneiras: extraíndo mais das qualidades dos jogadores atuais, torna-los melhores do que Petit o conseguiu, ou o reforço no mercado em janeiro, tentando minimizar as evidentes reduzidas opções em alguns setores do plantel.
Se Erwin é o homem certo, só o futuro nos dirá. Se é a escolha acertada, é bastante discutível. Prefiro pensar que foi a escolha possível, atendendo ao nosso momento tão... delicado. O que não duvido é que houve vontade em fazer uma escolha.
A Fortaleza
Vou dar um pequeno exemplo: jogo no Bessa, ante o Marítimo, a nossa besta negra. Jogo importante, três pontos fundamentais, ambiente de grande expetativa em redor do desafio. Saída do aquecimento, entrada dos suplentes em campo, naquela que é, habitualmente, a primeira grande ovação. Quem se ouve no estádio? Os dezassete (é verdade, dei-me ao trabalho de os contar) adeptos madeirenses, presentes no topo norte. Dezassete bananas a fazerem-se ouvir. Dezassete, caralho! Mas então é esta a nossa fortaleza? É por isto que fazemos a diferença? Onde estamos? A discutir o quê? Onde está a nossa absoluta dedicação ao Símbolo?
Um, dois, três passes errados, assobios e insultos de quem quer dar o melhor. Cinco minutos decorridos e já o "apoio incondicional" é uma recordação.
Esmagados perante o nosso arqui-rival! Primeira parte como há algum tempo não se via dentro do campo, segunda parte em manobra de inversão. Onde estávamos nós? "Esta merda é para ganhar". Claro que sim, todos sabemos, os próprios jogadores mostraram essa vontade. Josué com a bola nos pés a passar incólume? Pantera, afinal, esquece. Onde estávamos quando foi preciso, a minar as laterais, a empurrar a Equipa, a ser o suplemento vitamínico quando as forças e o crer perdem poder?
Não estávamos. Estávamos chateados, amuados, revoltados com o mau futebol que o Clube com menores recursos da Liga nos pôde oferecer. Descrentes e desconfiados dos nossos rapazes.
Eu até admito, em situações extremas, um divórcio com a Equipa, jogadores e treinador, mas jamais com o Símbolo. Esse está, sempre, acima de tudo. E falhamos. Não fomos os únicos a falhar, mas falhamos. E com estrondo.
O Campeonato
Um lugar e dois pontos acima da linha de água não é uma situação nova. Não perder nenhuma das 'finais' (desafios com concorrentes diretos) também não, sendo que algumas nos esperam nos tempos mais próximos. Temos uma já hoje.
Quando se discute a competitividade da equipa, ou o que podia ou não melhorar, vem ao de cima a composição do nosso meio campo, ou do quanto o mesmo torna a equipa defensiva. Verdade que as reais opções são quatro, portanto não nos podemos esticar muito na forma do miolo, mas ainda assim, uma reflexão que julgo valer a pena:
Sem o duplo pivot defensivo, ganhamos fulgôr ofensivo, capacidade em esticar o nosso jogo e chegar mais vezes ao último terço. Três golos e meio marcados em dois jogos, depois de seis em branco. Por outro lado, expomos mais o nosso último reduto: cinco golos sofridos nos mesmos dois desafios, isto é, tantos quando os encaixados nos seis confrontos anteriores, incluíndo uma deslocação a estarola. É percetível a questão? Para já, cabe a Sanchez encontrar o equilíbrio. Futebol ofensivo, à Boavista, de posse e bonito à vista, são palavras engraçadas e agradáveis, mas não passam de palavras. Quanto muito, de intenções. Isto não está fácil e, antes de mais, temos que aproveitar a onda positiva que um refresh no corpo técnico resulta, quase por definição, nas equipas de futebol.
São quatro finais - hoje, Restelo, Bessa com Moreirense e Madeira - e em nenhuma podemos falhar.
A respeito do onze, é novamente uma incógnita. Mika e os dois centrais habituais terão lugar garantido. Nas laterais, o impedimento de Mesquita abre o lugar a Inkoom, sendo que do lado oposto há a dúvida sobre a disponibilidade de Afonso e Correia. Hackman foi aí opção (e a revelar razoável adaptação) nos últimos dez minutos em Arouca.
No meio campo um dos pontos de maior interesse: Idris, Gabriel, Tenga e Carvalho para três ou quatro posições, veremos como Sanchez encara o desafio. Ainda temos Lima, tentando mostrar o que não conseguiu nos últimos seis jogos da época passada, nesta pré-época, ou mesmo nos primeiros dez desafios da presente. Haja fé!
No ataque, admito que Abner tem-me agradado, mesmo não sendo o tipo de ponta de lança que, em teoria, nos será mais útil. Luisinho deverá ser aposta certa, incógnita total acerca das restantes opções.
Importante é metermos na cabeça que é preciso não parar, mesmo antes da bola começar a rolar. Hoje, para a semana, na seguinte, sempre a apoiar. É o Símbolo que assim o exige, num dos momentos mais delicados e importantes dos últimos tempos. Não podemos, não devemos falhar.
Força Boavista!
terça-feira, 1 de dezembro de 2015
Tempestade
Vamos deixar acalmar (e perceber algumas coisas) e colocaremos a conversa em dia nos próximos dias (desculpem os visitantes do blogue pela paragem em momento tão crítico). Para já, duas coisas, as mais importantes:
Muito mais que um "Obrigado", Petit. Um dos nossos, sempre. Ajudou-nos quando mais precisamos, principal obreiro do milagre da época passada. Não esqueceremos, como é óbvio.
Domingo, não há Boavisteiro que fique em casa. É quando o Símbolo mais precisa de nós que temos por hábito dizer presente. Apoiar, de início ao fim, como tão bem sabemos fazer. Invasão a Arouca, mais nada.
Força Boavista!
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