quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
Empate Amargo
Apesar das poucas expetativas antes do início da partida, em caso de vitória ainda teríamos uma palavra a dizer, tendo nós que ir ganhar a Setúbal por uma diferença de três golos (ou por dois, desde que com 4 golos marcados no mínimo) e esperar que o Belenenses não vencesse em Guimarães. Amargo, sobretudo, pela forma como chegou o empate, já perto do final do jogo e de forma pouco... clara.
Alinhamos dentro do que se previa: nenhum repetente do onze inicial frente ao Braga, oportunidade dada a três juniores e a um ex-junior, minutos e ritmo competitivo a elementos menos utilizados. Do outro lado, praticamente a equipa que ocupa o meio da tabela da segunda liga.
Voltamos a entrar bem (já começa a fazer parte do nosso adn estes bons inícios), pressionantes e linhas subidas, criamos duas boas oportunidades, finalizando uma com sucesso. Mantivemos o ímpeto, defendendo bem e longe da área, sem que deixassemos criar grandes sobressaltos perto da baliza de Monllor.
Na segunda parte, tivemos mais dificuldades para contrariar a boa posse de bola do adversário no nosso meio campo, mesmo sem permitir grandes situações de perigo. Adormecemos um pouco no que toca às saídas para o ataque, acordamos logo depois do empate consentido. Aceleramos as trocas de bola e as combinações e, sempre que o fizemos, conseguimos criar problemas à defesa contrária. O empate surge na sequência de uma bola parada, depois de mais um pontapé de canto mal resolvido e numa altura em que controlávamos o perigo a rondar a nossa baliza.
Se nas bancadas a temperatura manteve-se sempre quente, no campo esquentou neste final atribulado. Culpa do penalty e do jogador vitoriano Ricardo, a reagir aos cânticos dos PN. Normal reação, sendo um jogador da formação vitoriana. Bobô à Pantera, assim como Monllor.
Algumas notas:
Destaque para Pimenta, 18 anos, mas muita maturidade para a idade. Promete se continuar a evoluir, como tudo indica que sim. Tem uma postura de 'classe', é rápido a agir, boa antecipação e leitura dos lances, atacando-os no momento certo.
Julián, mais uma vez, provou que é mesmo uma situação de recurso a sua utilização a lateral esquerdo. É muito mal batido no lance do golo, primeiro pelo espaço exterior que dá ao opositor, depois pela facilidade com que é ultrapassado em velocidade.
Tivemos problemas no meio campo, em parte graças ao jogo menos conseguido dos brasileiros. Gouveia em bom plano, dos jogos em que esteve mais activo no meio campo, bem no posicionamento (entendeu-se bem em algumas trocas de posição e função com Anderson) e muito bem no desarme. Arrisco a dizer, a melhor exibição com a nossa Camisola principal.
Carvalho, uns furos abaixo do habitual, voltou a mostrar boa intensidade no seu jogo, mas faltou-lhe rapidez e lucidez na hora de soltar bem a bola. Facilitismo pouco visto nele, naquela perda de bola em zona proibida, é prova do jogo menos conseguido.
Sinais muito positivos para a 'recuperação' dos dois avançados, Pouga e Quincy. O camaronês está em quase todos os lances perigosos que conseguimos, bem na função de ponta de lança, a receber e a distribuir para os colegas. E o golo à matador...
Quincy, mostrou aquilo que já todos percebemos que ele tem, bons pés e uma técnica muitíssimo apurada. Mais rápido a decidir e mais velocidade no pique, na sequência das melhorias que tem mostrado.
Gostei da forma como 'festejaram' os golos, digamos assim. Rostos fechados, primeira visão para o... banco e toca a correr para lá. Se precisam de recuperar, que eu acho evidente que sim e em vários aspetos, é de lá que vem a força e incentivo para isso. Gostei.
Nota final para o lance que acaba por definir o empate, o penalty. Precipitação do árbitro, parece-me claro. Dias é imprudente na forma como também ele agarra a camisola do opositor, mas a leitura que do lance tem que ser esta: o movimento do avançado (remate à meia volta e de costas para a baliza) é que faz com que o jogador caia daquela maneira (tinha mesmo que ser assim para conseguir rematar), nunca o puxão de camisola. O lance é tão ridículo que até o próprio jogador vimaranense fica surpreendido quando percebe que o penalty é assinalado.
Força Boavista!
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
Venham Eles: vitória
É sempre um jogo com um dos principais rivais e mesmo que exista a tendência para menosprezar a importância de uma partida destas, depois do apito inicial a rivalidade é para levar bem a sério. A falta de competitividade e a pouca importância dos pontos em disputa podem tirar algum interesse, até concordo, mas deve ser algo mais que um aperitivo para o jogo dentro de mês e meio. Dentro do campo pode ou não aquecer, nas bancadas é ambiente inflamado pela certa (ou será que vai haver alguma acalmia depois dos vergonhosos acontecimentos em Guimarães?).
Curiosidade para ver os nossos menos utilizados assim como os que habitualmente competem na nossa 'equipa B.' Pimenta, Samú, Abner e Edu são alguns dos nomes que mais curiosidade suscitam. Importante também para percebermos como estão Diego Lima, Quincy e Pouga, por exemplo.
Na classificação, apesar de ainda termos hipóteses de apuramento, quase as hipotecamos na totalidade depois da derrota em Alvalade e do empate caseiro com os pastéis.
#nemafeijões, não há lugar a brincadeiras e treinos são à luz do dia e sem equipamento oficial.
Força Boavista!
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
Bravos
Três pontos importantíssimos, exibição na linha do que se havia feito no último desafio em casa, mas com mais acerto e... eficácia. Pegando no que escrevi no último post, julgo que encaixa bem: união, atitude, humildade, apoio. Como habitual, mesmo quando as coisas teimam em não correr bem. Boavista. Orgulho Axadrezado.
Não nos amedrontamos com as esperadas dificuldades nem com o favoritismo atribuído, encaramos o jogo de frente, com respeito mas sem descabidos receios, fortes na pressão e sempre, mas sempre, melhores na bola dividida. Fomos, sem dúvida, a equipa que mais quis ganhar o jogo e mais fez por isso. E mais mereceu.
Mantemos a 13ª posição, mas aumentamos a distância para a linha de água, agora de sete pontos. Também olhando para o calendário, não poderíamos ter começado melhor esta segunda volta. Pelo resultado, pela exibição e até pelo clima de paz e confiança que ameaçava... dar uma fugida.
Alterações no onze, três: Beckeles regressa à lateral direita, Ervões no eixo da defesa e Cech no meio campo. O resto, aquilo que se vai tornando num onze base. Mudança também na estrutura, com apenas um trinco (Idriss) atrás da dupla formada pelo eslovaco e Tengarrinha.
Tal como na semana passada, muito boa entrada no desafio. Confiantes, concentrados e a conseguir, de novo, uma boa pressão no meio campo. Especial cuidado com a principal força do opositor, as transições. Não fomos perfeitos neste aspeto (dificilmente conseguiríamos evitar jogadas de perigo perto da baliza de Mika em contra ataques) mas minimizou-se as possibilidades do adversário poder explorar como gosta essa vertente. Quando este em ataque organizado, com a normal maior iniciativa de jogo, fomos irresistíveis, nunca perdendo a concentração no setor defensivo, com especial destaque para o nosso meio campo, que fez um dos melhores jogos desta temporada. E foi aqui que começamos a ganhar o jogo, a controla-lo e a domina-lo, o que nos permitiu estar por cima grande parte do desafio, mesmo sem sermos a equipa com mais lances de golo. Muito bom o entendimento entre o trio do miolo, repito, aquando do momento defensivo mas não só. Idriss a saír da posição só com a [quase] certeza de desarme conseguido, Tengarrinha e Cech a anularem as restantes soluções do opositor, ambos a juntarem intensidade e capacidade de desarme ao bom sentido posicional.
Fomos conseguindo esticar bem o jogo, reparti-lo no meio campo adversário com boa circulação de bola, e ora com lançamentos consequentes para os alas e avançado, ora com algumas boas transições, na maioria das vezes com o duo de meio campo como protagonistas.
Bons primeiros vinte minutos da segunda parte, na sequência do que de bom havíamos feito na primeira, conseguimos rondar a área adversária, variando por alas e centro, sempre com lucidez no posicionamento para evitar surpresas desagradáveis no nosso último reduto, mantendo a correria e empenho habitual que, mais que nunca, se exigia para podermos tirar algo da partida. Tivemos dificuldades a partir do meio da parte, altura em que Petit mexe - e bem, de novo - na tentativa de refrescar o meio campo e ataque. Unimo-nos, soubemos sofrer e, acima de tudo, soubemos aproveitar o que o jogo nos reservou. Uchebo, desta feita, não perdoou.
Loucura no nosso Bessa tão, mas tão justa e tão merecida.
Individualmente:
Semana passada foi um teste, ontem um Exame Nacional. De novo, passou com distinção. Afonso, mais um jogo bem conseguido, sempre com a concentração nos píncaros, só por uma vez deixou escapar o perigoso Salvador Agra. Foi importante no primeiro lance de perigo do adversário, ao incomodar (de forma decisiva, digo eu) Éder, na altura do remate. Do lado oposto, gosto de ver Beckeles a lateral, se bem que diferente de Dias. Teve algumas dificuldades defensivas iniciais, partiu para uma segunda metade de muito bom nível, tanto a defender como a fazer aquilo que gosta, a subir a propósito pelo seu flanco. Facto: lances de perigo foram do lado dele.
Ervões e Santos, dupla pouco vista mas que conseguiu dar boa conta do recado. Não foram sublimes nem perfeitos a limpar a zona, mas demonstraram determinação, eficácia nas ações e bom posicionamento, o que é meio caminho para alguma segurança defensiva, que tanta falta nos tem feito. Ervões trouxe segurança e incute confiança, parece-me, ao resto da equipa. Carlos voltou a evidenciar as dificuldades que lhe conhecemos no tipo de lance que sabemos, esteve bem em tudo o resto. Eficaz.
Como disse acima, uma das melhores prestações do nosso meio campo. Idriss como nos últimos desafios mas com uma nota: menos propício a desposicionamentos, soube estar com um olho (importante) em Micael (ou no terceiro homem que ali lhe aparecia, Rafa fê-lo algumas vezes), outro no precioso auxílio aos centrais. Bem, como tem sido hábito e a melhorar de jogo para jogo, no desarme. Com bola, tem noção que não pode inventar, portanto há que jogar com a maior simplicidade possível, como o fez na maioria das vezes. Tengarrinha volta à grande forma, depois de uma pequena quebra talvez resultante do seu [breve] desaparecimento do onze. A habitual lucidez no posicionamento defensivo (e que importante foi naquela luta com Tiba e Danilo), desarme eficaz e, claro, decisivo no lance que nos valeu os três pontos. Pelo meio, algumas boas saídas para o ataque. Cech, o reforço. Senhor Cech. À qualidade técnica junta uma inteligência dentro do campo muito acima da média. Deixou água na boa na estreia em alvalade, ontem confirmou que está cá para nos ajudar e muito (e quando conseguir aguentar os 90 minutos com este ritmo...). Não marcou, mas foi como se o tivesse feito naquele desarme já na nossa grande área, depois de uma correria de 50 metros. Junte-se alguns bons momentos nas transições ofensivas.
Carvalho entrou bem também, apesar da má decisão naquele desperdício já perto do fim (e aí de ti se não ganhavamos, ó Anderson). Foi menos solicitado que o eslovaco, quando até tinha condições para dar melhor sequência às jogadas de ataque. Precisamos dele apto, forte e motivado, útil para o que der e vier.
Hu-hu-Uchebo. Foi novidade surgir encostado à ala, mas em boa hora Petit apostou nele nessa posição. Já tinha dado bons sinais que pode ser uma boa solução aí, ontem confirmou-os na maior parte das vezes em que foi solicitado e cumpriu bem no momento defensivo (sempre muito atento ao perigoso lateral esquerdo adversário, soube vigia-lo quando necessário, soube prende-lo lá na retaguarda). Tem algumas boas arrancadas, não perdoou quando teve a oportunidade. Bravo, Uchebo.
Outro motivo pelo qual o lutador nigeriano pode jogar ali é... Zé Manuel. Mais um jogo a mostrar a boa evolução que tem conseguido, apesar de numa posição diferente: muita luta aos defesas contrários, conseguiu segurar bem a bola e entrega-la jogável para os companheiros, sempre muito ativo nas desmarcações. Bom jogo, mais um.
Léo talvez o mais apagado. Teima em ser teimoso, pois claro. Não era fácil o opositor, verdade, mas volto a dizer: quando as coisas se complicam, há que descomplicar. Léo tem tudo para se tornar num dos nossos principais desbloqueadores de defesas, por enquanto vai conseguindo uns fogachos de perigo, graças à técnica e, principalmente, à velocidade que tem.
Em suma, não deixamos de mostrar algumas debilidades (principalmente defensivas), correto. A tendência, depois de um resultado destes, é rasgar os elogios e esquecer os problemas que temos. A verdade é que soubemos contornar esses mesmos problemas, minimiza-los ou disfarça-los, como quiserem. Mas demonstramos uma competência exemplar e esteve aí a base deste precioso triunfo (e não estará também aí a base da... equipa? A sua identidade?).
Última nota para nós, adeptos. É isto que o Bessa tem de ser (ó Marek, isto não é castelo, não confundas! É Inferno do Bessa). Infernizar a vida de quem nos visita, seja a morder nas laterais, seja no apoio incessante à Equipa desde o início do desafio e não parando nas alturas de maiores dificuldades, seja na 'perseguição' a um qualquer alvo escolhido. É isto.
Eles, os nossos jogadores, pela forma como se batem, merecem tudo isso.
Força Boavista!
sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
1ª Volta: Reflexão
Deixamos a linha de água à quarta jornada, na histórica vitória perante a Académica, arrancando aí para a nossa melhor série do campeonato, sete pontos em três jogos. Algo parecido só recentemente, na primeira vitória fora (à sétima tentativa) seguido da vitória com o Arouca. Olhando para a tabela, mérito enorme para a nossa eficácia, não do ponto (temos apenas um empate), mas dos três pontos. 'Finais' foram todas ganhas.
Pior série tem início em Guimarães, resumindo-se a três pontos conquistados (Penafiel) em dezoito possíveis. Ainda assim, nunca estivemos mais de três jogos sem vencer.
Primeiro ponto: estávamos (para muitos ainda continuamos) no primeiro lugar de candidatos à descida devido ao baixo nível do plantel e equipa técnica. A pouca experiência e o salto de duas categorias num só ano são os principais motivos apontados por tudo que é comentador/jornalista/opinador desportivo. Junte-se ainda o asco que muito revelam e a vontade não camuflada de nos ver de novo por baixo. Por isso, o primeiro ponto é também o de maior realce: 16 pontos, 13º lugar. União, atitude, humildade, apoio, Cultura Axadrezada. Boavista.
Julgo que há a consciência generalizada, pela nossa parte, adeptos, das dificuldades desta temporada. Sobretudo, para formar um plantel do zero com pouquíssimos recursos (mesmo comparando com as equipas com os mesmos objetivos que nós), para unir um grupo de jogadores a trabalharem juntos pela primeira vez, para formar uma equipa competitiva. Por isso faz todo o sentido dar mais tempo que o normal à equipa, como o que foi pedido.
Mas isto é ponto assente. Não pode nem deve ser pedra de arremesso (nem servir de desculpa a tudo que possa ser melhorado) a quem critica ou não concorda com algo que se passa ou com opções que se vão tomando. Por outro lado, deve controlar e travar um pouco a crítica exacerbada e destrutiva que se vai vendo por aí, por vezes tão descabida e tão pouco consciente do que é, realmente, arrancar para uma temporada desta exigência sem uma equipa previamente formada e minimamente evoluída.
E começamos por aí, pela evolução da equipa. Evolução individual também como prioridade, ora pela idade e inexperiência de alguns, ora pela importância no próprio coletivo. Então, como fazer crescer um grupo de jogadores como estes que temos? Como lhes dar experiência e ritmo de jogo? Alinhavar desde logo um onze tipo? Ir testando soluções e posições, dando competição aos jogadores, tirar o máximo partido das características de cada um, adaptar o onze inicial às caraterísticas do jogo?
Somos a equipa, em todo o campeonato, que mais jogadores utilizou e a que mais distribuiu os minutos pela maioria deles. Terá sido uma estratégia para o primeiro terço da época, talvez o mais indicado dadas as condições tão específicas com que formamos o plantel. Feio à vista, mas útil em termos de preparação a médio prazo. Desde forma física até intensidade de jogo de alguns, muita coisa tem melhorado desde que começamos a temporada. Em parte, graças a essa forma de trabalhar o grupo. Atrapalhará alguns aspetos na evolução coletiva, na evolução do onze, digamos assim? Também me parece que sim, e tenho até a ideia que foi um dos motivos para alguma estagnação no crescimento da equipa em certos momentos nesta primeira parte da temporada.
Olho para a forma como jogamos e o que mais me preocupa é a consistência. A insegurança, a permissividade que denotamos, as facilidades que muitas vezes concedemos aos adversários. O mau posicionamento na ocupação de espaços, a falta de compensação defensiva, o 'bloco' que vezes a mais não funciona. Erros, erros atrás de erros, como muitas vezes diz o treinador. Próprio de quem está a crescer, verdade, mas mais que a tempo de corrigir e melhorar alguns desses aspetos.
Volto a dizê-lo: no início da época não estaria à espera de todos estes problemas no setor defensivo. Até olhando aos primeiros sinais: Lucas tem caraterísticas interessantes para um central (estaríamos nós mal habituados?), Ervões parecia ter tudo para ser o 'patrão' que precisavamos, Sampaio desde muito cedo se revelou um promissor defesa. Santos já todos conhecíamos. Na direita, o polivalente Beckeles e Dias, que vinha rotulado de jogador com experiência; do lado contrário, Correia nunca enganou, Afonso um dos que mais confiança se depositava.
O que temos hoje?
Surpreendeu a maior parte dos adeptos a continuidade de Carlos Santos, principalmente pela lentidão que lhe é característica. Evoluíu bastante se olharmos ao que era quando cá chegou. Melhor tempo de entrada à bola, mais incisivo, consegue não se expôr (no que depende de si...) em demasia ao principal problema, a velocidade. Mas não chega. Até admito que, em certo tipo de jogos, seja um jogador útil. Não tenho dúvidas, assim como não as tenho em relação a ser um bom jogador de balneário, bom para o grupo. Mas o problema é mesmo esse: não é para a maioria dos jogos, não é para se formar uma defesa consistente e, partindo daí, alinhavar o resto da equipa.
O problema adensa-se quando temos um puto de vinte anos como companheiro de setor. Promissor, não duvido. Mas puto, e transformado em chefão da defesa, com a experiência que uma dezena de jogos lhe conferem. Sampaio tem tudo para ser um grande valor nosso, mas tenho para mim que o ideal para ele e para nós, seria tê-lo emprestado a uma segunda liga e tê-lo prontinho para o onze na próxima temporada. Bem sei que soa descabido (e é, olhando ao que precisamos no presente), mas é só para perceberem do que eu acho que é feita a nossa defesa. Lentidão e inexperiência. Têm a palavra Lucas e Ervões e, claro, o treinador, responsável na sua evolução. E aqui mais alguém tem a palavra, a direção. É evidente que precisamos de um defesa central, e para Petit o pedir é porque é mesmo fundamental.
Na direita, outro foco de contestação: Dias/Beckeles. Dias é o lateral mais experiente que temos, o que melhor fecha dentro, o que mais apoio dá ao central do seu lado (temos bons exemplos nestes dois últimos desafios) e este será um dos motivos porque é aposta na maioria dos jogos. Há ainda outra condicionante, a derivação do hondurenho para zonas mais adiantadas. Beckeles, quando tivermos a nossa dupla de centrais mais atinada, poderá ser opção mais vezes na lateral, julgo eu. Mais possante, melhor técnica, com mais possibilidades de dar maior profundidade à lateral direita.
Na esquerda, tivemos dois galos. Primeiro, a lesão de Correia; depois, a aposta falhada em Julián (apesar das boas intenções do argentino) ou o tempo que foi preciso para Afonso crescer e ganhar de novo confiança (ou músculo?) depois da negra exibição na sua estreia esta temporada.
Texto vai mais longo que o previsto; amanhã, reflexão sobre o meio campo e ataque.
Força Boavista!
segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
Três Pontos a Voar
Mais do que injusta, uma derrota ingrata. Quarta no Bessa, contra, em teoria, as quatro melhores equipas que por cá passaram. Mostramos alguns dos defeitos que teimamos em não corrigir (ou em melhorar o suficiente para não os pagarmos tão caro), estivemos por cima boa parte do desafio, reagimos bem a determinados momentos do jogo, falhamos onde os outros falharam menos, na eficácia. Sobretudo, embora a superioridade individual e técnica do adversário fosse evidente, fica a esquisita sensação que a vitória esteve ali ao alcance, e que pelos problemas que vamos repetidamente evidenciando, nos fugiu das mãos. Não pela falta de entrega, pela falta de concentração ou vontade, mas pela falta de qualidade de jogo ou de acerto nas acções ou de mera consistência coletiva, como quiserem.
Alterações (ou dizer surpresas?) no onze, duas: Beckeles e Brito fora dos convocados, Dias e Julián diretos para a titularidade. No meio campo as mesmas três peças: Idris e Tengarrinha a lado à frente da defesa (meia novidade, já que tem sido Idriss a jogar a trinco), Diego Lima como médio mais solto. Centrais Sampaio e Santos.
Boa entrada no jogo, compactos e boa pressão ao meio campo adversário. Aguentamos bem a reação ao nosso golo madrugador: não permitimos aproximações com perigo à nossa baliza (apesar dos livres e cantos concedidos), tivemos as melhores oportunidades para ampliar (por Julián e Diego Lima), muito embora a menor iniciativa de jogo. Mais uma vez, um golo sofrido de bola parada, em que continuamos sem conseguir acertar. E sofremos tanto na pele...
Voltamos a entrar mais fortes na segunda metade, mais pressionantes e, principalmente, mais perigosos que o opositor. Duas boas oportunidades e, de novo, uma transição rápida do adversário depois de uma perda de bola no meio campo a deixar-nos a correr (literalmente) atrás do prejuízo. E não é por acaso que, em todo o campeonato, só por duas vezes conseguimos recuperar de desvantagens. As dificuldades para criar espaços no último terço foram enormes, o que se evidencia ainda mais quando o adversário se vê em vantagem. Sem o conseguir encostar nem atordoar o suficiente para forçar desequilíbrios, insistimos no jogo direto mas sem resultados práticos. Aquele vergonhoso mói-mói que tantas vezes assistimos nos últimos anos não é característica exclusiva das divisões mais baixas do nosso futebol, ajudando a que o fim chegasse até antes dos 90+3'.
Algumas notas:
Opções. Concordei com a permanência do trio de meio campo (e olhando ao passado recente), embora fosse provável que o jogo exigisse algo mais 'batalhador'. Olhando ao que o jogo pedia no final da primeira parte, corrigiu-se e bem com a entrada de Carvalho no lugar de Lima. Ao contrário do que possa parecer, não foi uma opção defensiva. Talvez menor criatividade e menor poder de conduçao de bola, mas mais fibra e capacidade de trabalho num miolo que pedia isso mesmo. Com efeitos práticos: foi talvez a nossa melhor fase no jogo (a entrada na segunda parte). Os problemas vieram logo a seguir. Um duplo erro de leitura, na minha opinião. Primeiro a permanência do 'amarelado' Idriss, depois a saída de um elemento do meio campo (com a passagem de Tengarrinha para lateral), já em desvantagem. Ganhou-se alguns centímetros e muitos quilos para o futebol direto, abriu-se a frente de ataque, mas perdemos capacidade de recuperação, de controlo e de circulação de bola, sequer de tentar fazer a diferença com incursões ofensivas dos nossos médios. Tivemos, então, menos oportunidades para atacar, embora com mais avançados. Até pode fazer algum sentido tentando dar melhor sequência à nossa principal arma para atacar, o futebol direto, mas foi, de facto, infrutífero.
Jogadores. Quem vai lendo aqui os textos deve achar um pouco repetitivo, mas cá vai outra vez: as características da dupla de centrais estará na origem de muitos dos nossos problemas. Por eles próprios, pela cobertura que o meio campo é obrigado a dar-lhes, pela falta de consistência e, por vezes, até de confiança que revelam. Muito embora a evolução normal dos últimos tempos.
Verdadeiro teste para Afonso, que teve um adversário complicado pela frente. Passou e bem, bom jogo do jovem lateral, à imagem dos últimos tempos. Mais à frente, Julián ajudou a esclarecer que é extremo. Pelo menos, melhor que lateral.
Idriss em bom plano na sua principal função, em destruir tudo que possa chegar com algum perigo às imediações da área. Menos vertical na pressão que Tengarrinha, foi um pouco vítima quando o meio campo também se perdeu. Como disse acima, boa entrada de Carvalho, continua a melhorar na intensidade, sofreu como o companheiro de setor na última meia hora.
Habitualmente, temos enormes dificuldades em desequilíbrios individuais no último terço. Zé Manuel e Brito têm sido dos que mais ajudam a desbloquear as defesas contrárias, e foram baixas a sério para este desafio. Léo não deixou de mostrar a rapidez e boa técnica que tem, assim como voltou a repetir vezes a mais más e tardias decisões. Apanhou pela frente um estreante em jogos de Primeira Liga, mas nem por isso conseguiu ser mais consequente. Porque insiste em insistir e não em jogar prático e fácil quando as coisas começam a não correr bem.
Um avançado vive de golos, morre de desperdícios. Foi uma pena aquele falhanço no início da segunda metade, em que poderíamos dar outro rumo ao jogo. Em tudo o resto, foi um Uchebo igual ao que temos visto: lutador e isolado no meio dos centrais.
Pelo que se viu hoje, mais uma vez, continuamos as melhorias em alguns aspetos, assim como com os problemas, principalmente, na consistência.
Teremos os próximos seis jogos, em teoria, contra cinco das seis melhores equipas do campeonato. Próximos 18 pontos em disputa. Preocupante, olhando para os quatro pontos que nos distanciam da linha de água e para o que mostramos para fazer frente a equipas mais fortes, em casa e fora. Difícil? Como desde o início se previa, muito. Têm a palavra o treinador e os jogadores. Nós cá estaremos - pelo menos na sua maioria - para apoiar dentro do campo como até aqui. E para criticar, claro, como qualquer bom e preocupado adepto.
Força Boavista!
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
Venham Eles: Estoril
Dezanove pontos! Metade do campeonato com quase dois terços do objetivo cumprido seria excelente. Serão dos mais difíceis opositores que teremos no Bessa, mas, até olhando às perfomances e momento atual das equipas, é um adversário ao alcance, estando nós ao nível do melhor que já nos exibimos neste campeonato.
Dado importante: é o primeiro de uma série de desafios no Bessa contra equipas 'europeias', equipas que foram à Europa nesta época ou estão em posição de a garantir para a próxima. Seguem-se Braga, Rio Ave, Porto e Vitória. Junte-se deslocações à Luz e a Coimbra e teremos o nosso ciclo infernal. Ao contrário da primeira volta é preciso pontuar nestas próximas batalhas, sob pena de pagarmos caro (na classificação!) alguma mão cheia de derrotas. Nada melhor do que começar com uma vitória...
A distância para os perseguidores é perigosa: em caso de derrota poderemos descer três posições (e duas se empatarmos), ganhando subimos um lugar (apesar de com os mesmos pontos que o Estoril).
Olhando para a nossa equipa, na defesa não devem haver mexidas, mantendo-se a dupla de centrais (ou vamos ter Ervões?), Beckeles na direita e o regresso de Afonso à esquerda.
No meio campo, a grande curiosidade prende-se com Cech (que deixou boas indicações em Alvalade) e se poderá ser opção ou não. No caso de o ser e a titular (no meio campo, pois também poderá sê-lo na lateral esquerda, se bem que não acredito que Afonso perca a titularidade) veremos quem lhe dará o lugar (não sei se será boa altura para tirar Diego Lima da equipa, apesar de o jogo convidar a um meio campo mais trabalhador e cauteloso). Mas aqui é a habitual incógnita, em que parece que só Idris tem lugar cativo.
No ataque, não podendo contar com o nosso jogador mais utilizado, Zé Manuel, temos Brito, Léo e Uchebo. Será surpreendente algo diferente deste trio.
Do adversário, parece-me claro que são uma equipa perigosa e com boas soluções no meio campo e ataque; na defesa, têm uma baixa importante na lateral esquerda, ao que parece com dificuldades para a colmatar.
São a equipa que menos perdem fora de casa depois dos três primeiros classificados: têm apenas duas derrotas, sendo de longe a que mais empates têm (5).
Nota para o reencontro com José Couceiro (depois do seu mais que provável regozijo pela nossa descida), aquele para quem o Boavista Campeão Nacioal e a representar Portugal na Champions deveria ser uma vergonha para os portugueses. Lembram-se disso? Por mim é daquelas merdas que não se esquecem nem perdoam no mundo do futebol. Aconteceu ainda antes da polémica em 2004, entre ele e o nosso presidente e em que envolveu processos judiciais, depois das suas declarações acerca da suspeição que rondava o Boavista. É recebe-lo... bem.
Força Boavista!
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
Eliminados
Adivinhava-se difícil, mesmo perante uma equipa b do sporting (muito parecida com aquela que foi ganhar a Guimarães) e encarando nós o campeonato e o próximo jogo no Bessa como máxima prioridade. Beckeles, Idris, Lima, Léo e Brito fora dos convocados, Cech, Carvalho e Uchebo no onze, dois ex juniores utilizados, outros dois no banco.
Desde muito cedo (duas jogadas de perigo ainda antes dos dez minutos) e vezes a mais não conseguimos evitar o desposicionamento nem a inferioridade numérica em zonas perigosas para a nossa baliza. Demo-nos mal com a velocidade do adversário, demoramos a acertar marcações e compensações nas laterais, sequer a tentar pressionar suficientemente alto para podermos respirar e organizar um pouco melhor. Depois da meia hora conseguimos reequilibrar, uma ou outra boa incursão no ataque e, surpresa, um lance perigoso através de uma bola parada.
Entramos melhores e mais confiantes na segunda parte, sobretudo no controle dos espaços e do perigo junto à nossa área. E o pouco que lá chegou foi bem resolvido. O golo surge numa altura em que até tinhamos algum domínio na partida (também fruto da expulsão), voltando depois a ser bem evidentes os problemas em incomodar o último terço do adversário, embora alguns momentos de boa posse de bola.
Algumas notas:
É difícil escolhermos dois titulares dos quatro centrais que temos. Talvez se juntassemos o melhor das duas duplas conseguíssemos melhorar alguma coisa. E como estamos em janeiro...
Cech, bem vindo. Jogou no meio campo e para quem já não o fazia há meio ano, não foi nada mau.
Perto do Julián todos pareciam Carrillos. Teve momentos... péssimos.
Chegou a vez de Gouveia, a fazer lembrar o que Anderson Correia fez em dois ou três jogos: arriscar e perder em zonas proibidas. Cumpriu em quase todos os outros lances, falhou naquele que não pode nem deve falhar.
Quincy pareceu mais rápido, embora as coisas não lhe tenham saído nada bem. Com ele parece que vemos um pouco de futsal em campo de onze. A técnica está lá, se ele vai tirar proveito ou não, é aguardar.
Nota positiva para a combatividade (e alguma lucidez e objetividade em alguns momentos) dos três da frente.
Derrota que custa a digerir, como quase todas. Uma vitória, ou pelo menos um empate, poderia ser uma boa injeção de moral, e não estivemos tão longe quanto isso de o conseguir. Hipotecamos as hipóteses de chegar às meias finais, próximos desafios (com ambos os Vitórias) a serem aproveitados para se evoluir, coletiva e individualmente, como se tem feito até aqui. Nada de novo.
Força Boavista!
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
Ponto.
Lembro-me de gozar com os amigos andrades a propósito da piscina olímpica, acerca dos apoios camarários de então e de a dita só ter água quando São Pedro assim queria. As obras demoraram anos, sem nunca se terem concluído. Podem saber mais aqui.
Não faltarão argumentos para esclarecer a cedência da piscina de Campanhã ao fc porto. Compreensível até certo ponto. São um dos clubes nortenhos com maior tradição nas modalidades aquáticas (sim, tinham piscinas, ainda antes da construção do Municipal e até competem em pesca submarina...).
Mas haverão então mais entidades com igual possibilidade de recorrer aos fundos comunitários para a realização das obras nas infraestruturas em Campanhã e contribuir assim para uma descentralização que tantos apregoam? Não é difícil supor que sim, nem será preciso dar o bom exemplo do Salgueiros.
Mais difícil de explicar, perceber e aceitar, são os apoios dados pela Câmara Municipal do Porto ao recém criado clube PortoVólei, mesmo tendo em conta que este surge do desaparecimento de um outro clube portuense e campeão nacional feminino da modalidade.
Não se discute a envergadura desse apoio, discute-se sim a EXISTÊNCIA do mesmo.
O Voleibol Feminino do Boavista é uma das modalidades que mais orgulha os Boavisteiros. Por vários motivos: pela história, títulos, pela intensa paixão com que os muitos adeptos acompanham a modalidade, pelas centenas de jovens atletas que, ano após ano, competem nos mais variados escalões de formação que o Clube dispõe. Acima de tudo, um enorme serviço social prestado pelo Boavista, ao longo dos últimos 32 anos.
Não é segredo das dificuldades que o departamento atravessa, e atravessou nos últimos anos, quer pela conjuntura social, quer pelo momento do Clube, assim como não é segredo os inúmeros pedidos de ajuda que o departamento tentou, entre os quais à edilidade portuense, para... sobreviver.
O que chegou, o que nos ajudaram? Nada. Zero. Crise. A situação, obviamente, causou enorme revolta nos responsáveis Boavisteiros, os que lutam diariamente para a existência e crescimento da modalidade.
Nada contra a colorização da imagem da cidade. A política é que não pode ter uma só cor. Ou melhor, não pode ter cor. Somos todos nós, não só os mais ricos, os maiores, os que mais concordância acarretam ou os que mais votos garantem dentro de dois ou três anos.
segunda-feira, 12 de janeiro de 2015
Derrota na Madeira
Na prática, e sendo sempre mau perder, mantemos a distância para a linha de água (5 pontos), encurtamos para os perseguidores, assim como para o lanterna vermelha (7 pontos). Uma derrota na próxima jornada poderá significar uma queda de 3 lugares na classificação.
Surpreendeu-me um pouco a abordagem ao jogo, um pouco na linha do que se havia feito nos dois jogos anteriores, em casa, frente a Belenenses e Arouca, pese embora o desafio ser fora do Bessa e contra uma equipa em crescendo e com outros argumentos. Apresentamo-nos em campo para discutir os três pontos de uma forma declaradamente mais ofensiva, deixando de lado a mentalidade [extra-]defensiva com que encaramos os dois últimos jogos fora (que tinham resultado numa vitória e numa derrota pela margem mínima).
Ou seja, Beckeles a defesa direito, Idris e Tengarrinha no meio campo, deixando-se Lima (mesmo tendo jogado como médio), Quincy, Léo e Zé Manuel como homens mais ofensivos.
Até terá sido compreensível a estratégia, numa tentativa de dividir o jogo e procurar chegar à vantagem primeiro, tirando depois partido de uma maior frescura física. Em causa parece ter ficado a consistência defensiva, que tantas dores de cabeça nos tem dado. Isto, claro, tentando tirar a pulsação à partida através dos números e resumos.
Ficam as estatísticas e as imagens da NacionalTV (o nosso golo e os lances perigosos do adversário).
De novo muitos problemas no eixo da defesa, olhando aos lances que o adversário consegue ter vantagem nessa zona do terreno. Não é segredo que o mercado de janeiro nos poderá ser útil para podermos fortalecer aquele que será o setor mais frágil da equipa.
Uma derrota com poucas implicações na classificação, graças ao que de bom temos feito. O que resulta é num jogo de maior responsabilidade frente ao Estoril, em nossa casa, até olhando ao futuro próximo e os jogos muito difíceis que nos esperam. É uma daquelas finais, mais uma.
Há que acreditar no grupo, não há motivos para deixar de o fazer. Força Boavista!
sábado, 10 de janeiro de 2015
Vamos a Eles: Nacional
Quem diria? 16ª jornada, visita à Madeira à frente do Nacional na classificação e, seja qual for o resultado, assim nos manteremos. Em caso de derrota poderemos descer um lugar (caso o Setúbal vença o Arouca), se não perdermos mantemos o 12º lugar, com hipóteses de ultrapassar o Estoril na próxima semana. Mesmo com 'almofada' para o que der e vier, seria ótimo, numa jornada em que seis dos sete últimos classificados jogam entre si, conseguir sacar pontos e depois tentar fechar em grande a primeira volta no Bessa.
Adversário moralizado pela vitória para a Taça, vêm de apenas uma vitória (tambem contra o Marítimo) nos últimos sete jogos para o campeonato, sendo que o último foi goleada em Guimarães. Em casa só perderam contra dois grandes e Moreirense (ora, dão-se mal com grandeza e xadrez, tá bom), somando 11 dos 12 pontos que têm na Choupana.
Curiosidade para ver como encaramos o jogo, se à semelhança dos dois últimos desafios fora de portas, com uma postura defensiva e mais na expetativa (como o jogo aconselha, procurando prolongar a indefinição no resultado o maior tempo possível e tentando tirar partido de uma maior frescura física) ou, por outro lado, de forma idêntica ao que fizemos nos jogos com Belenenses e Arouca, com maior equilíbrio entres os momentos defensivo e ofensivo.
Não podemos contar com Gabriel, um dos médios todo-o-terreno, nem com a recente contratação. Carvalho provável no meio campo (no lugar de Lima ou de um avançado?), podendo ainda passar Beckeles para a ala direita entrando Dias para lateral, como tem acontecido (aqui no lugar de um dos três do ataque).
Na esquerda, e depois dos últimos dois jogos, não faz sentido mudar Afonso, assim como os centrais.
Confiança na equipa e vamos a eles! Força Boavista!
quarta-feira, 7 de janeiro de 2015
Cech
Fiquei algo surpreendido com a contratação do internacional eslovaco. Nem daria muita importância se fosse só notícia ou boato, pois acharia que Cech não seria para o nosso bolso, nem nós lhe poderíamos oferecer condições para ele assinar.
Tenho uma ideia muito positiva, a lateral esquerdo mas também a médio. Foi nesta última posição que jogou (julgo que na maioria das vezes) em Inglaterra, onde esteve 3 épocas no WBA (perto de 70 jogos). Passou pelo Trabzonspor (onde foi pouco utilizado, 20 jogos em duas épocas) antes de rumar a Itália na temporada passada (começou a titular, fez onze jogos numa época desastrosa para o Bologna). Estava sem clube, veremos como está fisicamente, mas é provável que não demore tanto tempo a recuperar a forma como outros que temos no plantel.
Some-se mais de 50 internacionalizações e temos um dos jogadores mais experientes do plantel, que muito jeito nos poderá dar.
No nosso caso, será útil em qualquer posição. Do lado esquerdo, seja na lateral ou na ala (a lesão de Correia veio diminuir as opções), seja no meio campo, que poderá ser alternativa a Tengarrinha, Carvalho ou mesmo a Diego Lima. Palpita-me que poderá tornar-se peça no nosso meio campo, mas vamos esperar para ver o que pode saír dali.
Veremos também se será o único a reforçar o plantel ou se virá mais alguém. Apesar de termos quatro opções para o eixo da defesa, é um dos setores que mais problemas nos tem dado, e Petit confirmou-o há dias falando da redução do plantel.
Das dispensas, dizer que foram normais, mais ou menos as esperadas. Cid, Gouveia, Luís Neves e Yoro foram poucas vezes utilizados, precisam de rodagem e minutos numa equipa (e campeonato) onde possam dar o contributo. Especial curiosidade para ver a colocação que se consegue para o extremo, dos quatro talvez aquele que mais prometa num futuro próximo.
Força Boavista!
16
Vitória tão importante quanto justa. O adversário era direto, a linha de água estava mais próxima e nós, como tem sido hábito nesta época, cerramos os dentes e ganhamos mais uma final, mais um daqueles desafios que é proibido perder e que até valem um pouco mais que os três pontos."Ganhamos", nós. Nós todos, dentro do campo e fora dele, dada a importância dos adeptos no momento mais importante do jogo.
Curiosidade acerca do onze e postura da equipa para este embate frente ao Arouca. A estratégia dos últimos dois jogos para o campeonato - Setúbal e Moreira de Cónegos - havia sido mais defensiva. Bem mais, como todos se lembrarão. Como disse Petit depois da vitória em Setúbal, uma mudança radical, sobretudo na mentalidade e na abordagem aos jogos. Assumiu-se - e bem quanto a mim - que parte do problema está cá atrás e na forma como somos permissivos no momento defensivo (e não só no setor recuado), pagando caro quando queremos 'esticar' um pouco mais o nosso jogo. Linhas recuadas na tentativa de reduzir o erro ao mínimo; dois trincos, dois alas com prioridade defensiva, para blindar ainda mais; e acima de tudo: a intenção de, começando na expetativa, controlar e ir crescendo com o jogo e com o que ele pode ou não dar.
Correu bem em Setúbal, não tão bem em Moreira. Positivo, se tivermos em conta que a equipa do sul será, presentemente, um concorrente [mais] direto. Na derrota, até conseguimos reagir bem, depois do pior que pode acontecer a uma equipa que adopta este tipo de estratégia, sofrer um golo cedo. Não nos 'desconcertamos' (como já aconteceu várias vezes depois de sofrermos cedo na primeira parte), conseguimos reagir e discutir o jogo até final, apesar das dificuldades em sermos mais consequentes no último terço. E aqui vale a pena dizer outra coisa: foi um daqueles jogos em que as bolas paradas tiveram um papel decisivo, como vai acontecendo aqui e ali durante a longa temporada. Eles [só] criaram perigo (e marcaram) por aí, nós não, apesar do idêntico número de oportunidades. Num aspeto - repito - em que já estivemos bem melhores (principalmente no plano ofensivo).
Mas lá está, de novo, aquela que tem sido a nossa imagem de marca desta temporada: a 'eficácia' do ponto. Depois de cinco derrotas nos seis jogos anteriores, seria primordial ir buscar pontos na dupla deslocação. E fomos.
Ainda antes da primeira vitória do ano, estreia na fase de grupos da Taça da Liga. Se nos lembrarmos do jogo no Restelo de há dois meses e do desequilíbrio de forças que ficou então patente, acho que podemos dizer que acabamos por fazer um jogo bem conseguido, também olhando às diferentes prioridades que ambos os treinadores parecem dar à competição. Estivemos por cima em muitos momentos do jogo, conseguimos criar as melhores oportunidades e fomos a equipa que mais próximo esteve da vitória. Sem ser brilhantes, fomos práticos e de concentração ao máximo, contra uma equipa, convenhamos, para já mais evoluída.
Retomando o jogo com o Arouca. Tengarrinha, Lima e Afonso, as principais novidades. Sobretudo, diferença no meio campo e na forma como abordamos o jogo: meio campo menos robusto (só com Idris a trinco), deixando Tengarrinha e Lima como médios com maiores responsabilidades de contruir jogo. Lateral direita normalizada, com Beckeles a defesa e dois alas. Alas mesmo, com [maiores] preocupações ofensivas quando comparando com os últimos dois desafios.
Não sei se terá sido o melhor jogo da temporada, como diz Petit, não tenho dúvidas é que foi a melhor reação a um golo sofrido, dos melhores trinta minutos que fizemos esta época e da maior superioridade frente ao adversário que alguma vez mostramos nesta Primeira Liga. Daí a justiça do resultado.
Até entramos melhor no jogo, a controlar mais e com maior intenção de chegar perto da baliza adversária, toada que mantivemos toda a primeira parte. Erros individuais permitiram alguns sustos perto da nossa área, apesar de nunca nos desconcentrarmos em demasia nem nos desequilibrarmos depois das perdas de bola. Justa a vantagem ao intervalo.
Dez minutos da segunda metade, tivemos a postura que se adivinhava, de maior expetativa, sem permitir grandes aproximações ao nosso último reduto. Voltamos a sofrer na pele a falta de jeito nas bolas paradas.
A partir daqui partimos para uma excelente meia hora. Pressionamos e encostamos o adversário, ganhamos segundas bolas e carregamos a área contrária, quase não permitindo contra ataques que pusessem em perigo a nossa baliza. Marcamos um, falhamos algumas situações, matamos o jogo já nos descontos, sem nunca ter deixado de o controlar, mesmo com a vantagem mínima.
Algumas notas:
Ervões apareceu em bom plano no jogo da Taça da Liga, mas a escolha voltou a recaír na nossa dupla de centrais mais eficaz ou menos batida, Sampaio e Santos. Não foram perfeitos, mas voltaram a entender-se bem e sendo minimamente eficazes perante a carga de trabalho a que foram sujeitos.
Na esquerda, finalmente a estreia de Afonso na Liga, também ele depois de uma boa exibição contra o Belenenses. Esforçado, sempre concentrado e dado a poucos facilitismos, fechou bem a lateral esquerda. São dois jogos que prometem, veremos como correm os próximos. Para já, muito melhor que a aparição nas Aves.
Do lado oposto, aquele que deve ser dono e senhor do lugar, Beck. Só não o é pela utilidade noutras posições, a ala defensivo (como nos dois últimos jogos) ou a para dar consistência ao meio campo (como o fez e bem, quando Dias entrou para lateral).
Idris, está ligado aos dois lances mais perigosos do Arouca na primeira parte, assim como a inúmeros desarmes que conseguiu fazer na zona intermédia e o habitual e útil auxílio aos centrais. Vendo bem as coisas, um jogo à Idris.
Sinceramente, não entendi bem a saída de Tengarrinha da equipa (processo de evolução da equipa?), voltou nestes dois últimos desafios e, para não variar, em bom plano. Foi também bem susbtituído por Carvalho, quando foi preciso refrescar e dar outro tipo de soluções de passe ao meio campo.
Melhor Diego Lima da época, depois dos sinais positivos em Moreira e, principalmente, no jogo perante o Belenenses. Muito mais intenso na disputa da bola, mais interventivo no momento defensivo (mesmo sem bola, neste teve um papel de maior responsabilidade no meio campo, sendo daí mais um terceiro elemento que um segundo no ataque), rematador, mais perto de receber a bola e distribui-la em boas condições. Gostei, veremos o que nos trazem os próximos desafios.
Zé Manuel continua a sua evolução, conseguiu aquele que provavelmente terá sido o seu melhor jogo na Primeira Liga. É continuar, acredito mesmo que não fica por aqui.
A juntar ao português que nos acompanha do CNS, Léo continua em bom plano. Não tão bem como em Setúbal, onde jogou numa posição e função diferentes, mas a fazer uso do poder de desequilíbrio que tem. Segura bem a bola, passa bem, por vezes continua a decidir tarde e mal, mas foi, sem dúvida, uma exibição positiva.
E eis as razões porque temos um suplente de luxo, Brito. Voltou a entrar bem, fez-nos ser mais perigosos mesmo no pouco tempo que jogou e fechou o jogo. O banco não lhe faz mal, claro (e fará a alguém deste plantel?!).
Uchebo, mais um golito. Um golo, muita luta, muito trabalhinho e desgaste infligido à defesa contrária. Já o tinha dito aqui, gosto de o ver descaír para as alas (e aí desequilibrar, como temos visto), apesar da sua altura, o que normalmente convida a um estilo de jogo mais posicional. É verdade que o jogo aéreo não parece ser a sua especialidade, apesar de por vezes exagerarmos no jogo direto que dele exigimos resposta. Não maravilhou, mas foi-nos bastante útil, não só pelo golo decisivo.
Em suma, vitória crucial. Décimo segundo lugar, quatro equipas entre nós e a linha de água, que está a cinco pontos. Não é muito, mas temos tudo para continuar a evoluir, mantendo esta atitude.
Visita à Madeira no próximo domingo, às 18h e sem tv.
Força Boavista!
Subscrever:
Mensagens (Atom)