sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Venham Eles: vitória



Já diz o velho ditado: "Se a inveja fosse areia, Guimarães seria um deserto". Querem rir-se um pouquinho? Se sim, é só visitar isto e respetivos comentários. Há mais exemplos, mas fiquemos por aqui que dos restantes só muda o cheiro.
Ainda assim, não resisto a transcrever este trecho:
"Aquelas práticas de intimidação, agressão, insulto e provocação aos adversários do Boavista que jogam no Bessa vem do tempo do João Loureiro.
No domingo [dia do jogo da Taça] deu mais nas vistas mas há mais de vinte anos que é assim". Ya, parece um comum ser humano-não-vimaranense a falar de Guimarães.
Ah, puta que pariu! Vá, contenham-se e contemplem.

 

Mas, admitamos, o caso é sério e com poucos motivos para sorrir, mais ainda no nosso caso que ainda temos bem entalada a gorada hipótese da 'sexta'.

Eles acham normal um jogador profissional dirigir insultos (verbais e gestuais) para a bancada dos adeptos adversários, no final de um desafio quente como foi o da Taça de Portugal, decidido no último minuto do prolongamento. Anormal será haver reação por quem sente realmente o Clube, o Símbolo e os Adeptos, como alguns dos nossos o sentem, fazendo questão de o mostrar (e defender!). Por incrível que pareça, os mesmos consideram injusto, três dias depois dos acontecimentos, aplicar-se um castigo total de doze jogos (12!) a três jogadores do Boavista, por coincidência todos eles primeiras opções, ao invés do castigo de vinte dias (20!) ao prevaricador, por acaso dos jogadores vimaranenses com menos minutos no presente campeonato. E, convém relembrar, tudo depois de uma vergonhosa atuação do sr. Sousa. 
Isto vindo de gente que se espumou por todos os poros quando constataram que, afinal, no Bessa não eram "favas contadas", seis anos depois do último encontro para o campeonato.

Passemos ao que mais importa, o jogo de amanhã para o campeonato. É jogo grande e convém que o encaremos como um clássico, já que a história (diria até, do futebol português) assim o exige.
Não é segredo, muito menos vergonha, que, neste momento, o plantel dos espanhóis é mais vasto, mais rico e melhor em soluções que o nosso. Não o é também que, a agravar, encaramos o desafio com algumas baixas importantes, de jogadores habitualmente titulares e influentes. Injustamente, mas é um facto.

Mas, também longe de ser segredo, é nas adversidades que nos... agigantamos. Que somos ainda mais 'nós'. Que somos vencedores.
Foi nas adversidades que vencemos os três grandes em finais da Taça.
Foi nas adversidades que quebramos o jejum de meio século, contra tudo que não fosse Xadrez.
Foi nas adversidades que, por duas vezes, passamos a fase de grupos da Liga dos Campeões.
Foi nas adversidades que regressamos do inferno depois de seis anos lá passados.

Portanto, Equipa, Grupo, Adeptos, Claque, a palavra é só uma: UNIÃO. Lembram-se daquele sentimento em 13 de janeiro deste ano, após a eliminação nos quartos da Taça? É isso, é esse espírito tem que voltar a fazer parte de nós. Seremos muito, mas muito mais fortes. Como disse noutro dia: podemos não conseguir, mas morreremos a tentar.


Desportivamente, veremos como Miguel Leal organiza a Equipa, perante um cenário tão negativo no que toca a opções (Agayev e Espinho estarão ainda em dúvida, podendo juntar-se a Idris, Henrique e Bukia nos indisponíveis). Isto juntando àquilo que já sabemos sobre a real extensão das opções no plantel...
Tem sido visível a vários níveis o melhoramento da competitividade da Equipa: consistência a aumentar, circulação de bola a melhorar a olhos vistos, uma Equipa adulta e que vai sabendo aquilo que quer do jogo. Aos poucos, como já se disse, vai-se melhorando. Mas fica difícil, mais ainda, quando nos deparamos com todas estas contrariedades...

Nas laterais e no trio ofensivo não devem haver mexidas (Edú e Talocha, Yuri, Santos e Schembri). Eixo defensivo começam as dúvidas: Lucas será um dos titulares, alguma incerteza no companheiro de setor.
Assim como no meio campo defensivo, talvez o problema mais difícil de minimizar: não há alternativa minimamente credível para Idris. Tengarrinha (será hipótese para central?!) é talvez a única hipótese (Henrique Martins?!), mas os últimos desafios do nosso capitão mostraram um jogador ainda à procura do ritmo e da melhor forma. Como companheiros de setor, Carraça será um dos indiscutíveis, o mesmo não se podendo dizer do terceiro elemento: Carvalho, Samú, Emin, todos a alguma distância da utilidade e qualidade de Fábio Espinho. Alteração de sistema (para um 442) será outra hipótese, se bem que pouco provável quanto a mim).

Todos ao Bessa. Não há desculpas, nem para não comparecer, nem para deixar de apoiar o Símbolo desde antes do início até depois do final.


Força Edu!

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Todos pelo Edu




O Edu é um vencedor, um lutador, e vai vencer mais esta batalha.

Estaremos sempre com o Edu, sempre a torcer por ele, sempre a ajuda-lo naquilo que nos for possível.
Será sempre orgulhosamente um dos nossos. Com a Força e Garra da Pantera.


Força Edu!

sábado, 29 de outubro de 2016

Empate

Falharam o gordo e a Fortaleza. Aquele golo no final teria sido justíssimo.

Em tudo o resto, bem melhores. Dê-se tempo. Pelo menos a Equipa, de certeza melhorará mais.

Força Boavista!

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

O Plantel


Breve análise ao estado do plantel.

É quase unânime que o desta época é o melhor das últimas três, desde que regressamos. Temos o melhor avançado dos últimos tempos, Schembri. Um virtuoso como nem cheiramos à anos, Iuri. E outro a caminho, Bukia, com Renato à espreita. Um médio português experiente e completo quanto Espinho. Ao nível ofensivo, não podemos esticar muito mais. Digas, Edu, Medic, Idé... talvez Luisinho em janeiro. E o inacreditavelmente imóvel Erivelton.

À medida que vamos recuando no terreno, as coisas podem complicar-se.

Idris tem sido o mais regular, mas não há mais ninguém sequer com características parecidas. Daf só para o ano, Gabriel já cá não está. Carraça em ano de estreia na Primeira, Tengarrinha em tempo de readquirir ritmo, sobram Carvalho e a incógnita russa Emin. Ex juniores Henrique e Samú, que não vai ser fácil afirmarem-se (apesar das boas indicações de ambos) completam as opções.

Na defesa, mais preocupações. Lucas tem estado no melhor e no pior, entre o bom e o horrível. Henrique, de companheiro de líder a líder da defesa, é um dos sobreviventes, apesar dos aparentes problemas físicos que tardam em fazê-lo regressar à boa forma. Mesquita e Talocha, ainda assim, com nota muito positiva. Depois do sismo na baliza, Agayev parece que nos vem dar outra tranquilidade (veremos se mais comparando com Mika). Sobram Sampaio, à procura da afirmação, e Santos , à procura de espaço para distribuir abraços.

Podemos fazer um onze forte, certo. Mais forte que nos últimos tempos. Ao nível das opções estamos limitados, veremos se conseguimos crescer nesse aspeto, resultando até numa maior competitividade dentro do grupo.
No global, o plantel, apesar de ter mais qualidade que os últimos, é também dos mais desequilibrados. Fortes no ataque, razoáveis no meio campo, com problemas na defesa. Veremos agora como vamos crescer, coletiva e individualmente (neste aspeto, curiosidade sobre os que têm sido pouco utilizados).



Força Boavista!

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Erwin Sanchez

Entrevista de Erwin Sanchez à Sporttv:





Ainda para mais sendo um símbolo nosso - e continuará a sê-lo - julgo que o caso merece que meditemos um pouco sobre o que aconteceu. Sobretudo, como aconteceu.

Antes de mais, a postura exemplar de Sanchez. Não é novidade para nós, já o conhecemos há muitos anos, como jogador e treinador, e sempre, mas sempre, nos mereceu o maior carinho e admiração. Acerca do que falou e também do que não falou. Ponto.

O motivo forte da saída - o mais 'oficial' segundo a direção, pelo menos - foram as declarações do treinador acerca do comportamento dos adeptos. Ora, roça o ridículo, claro está. Percebe-se, é um dado, mas não foi esse o motivo, nem sequer qualquer gota de água. Para já, a contestação física dos adeptos era diminuta - apesar do desagrado pelas recentes prestações da Equipa - falando de lenços brancos, cânticos ou assobios para o treinador. Acerca da pressão que Sanchez fala, que segundo ele afeta o rendimento de alguns jogadores, ela existe e é evidente nos jogos em casa (e ele também refere que fora a Equipa se sentia melhor, com o APOIO dos adeptos). Perfeitamente compreensível, mesmo como forma de proteger o próprio grupo. 
A Fortaleza, infelizmente, não tem sido o que já foi em tempos recentes. Facto. E temos, rapidamente, que corrigir isso.

Sanchez fala na entrevista de um episódio aquando da visita do Boavista a Moreira de Cónegos, perto do final da época passada. Um 'zum-zum' qualquer sobre a possibilidade Miguel Leal. E logo aí dá ideia que tudo isto nasceu... torto. A indecisão da direção, temos a certeza agora, foi enorme. Incerteza ou espera, o que quer que tenha sido. Por um lado, o bom trabalho de Sanchez na segunda metade da época, por outro a possibilidade de poder contar com Leal. Sanchez começou debilitado, com menos tempo que o que devia ter e, como diz o próprio, sem as condições ideais (falando do plantel, das saídas, e do resto). Mais uma vez, dá ideia de pouca proteção a um treinador nosso.

Curioso, coincidência ou não, é que a par desta mudança de paradigma (Leal, como sabemos, não é um homem da casa ou ex-jogador, como os últimos timoneiros), há também a mudança na direção do Clube, no que toca a assuntos desportivos, digamos assim. E, por acaso, já com uma decisão de fundo. Veremos se mais mudanças vão ser visíveis e se alguma coisa se torna mais ou menos agradável.


Na minha opinião, tentando analisar friamente, Sanchez não conseguiu tornar a Equipa suficientemente competitiva, pese embora a seriedade, vontade e, sublinho, as ideias bastante positivas na identidade que ele pretendia para a Equipa. Pouco tempo para isso e poucos argumentos? Talvez. Pouca experiência no futebol europeu, liga portuguesa em particular? Muito talvez. Mas é um facto que, após uma pré-época agradável e uns bons sinais no arranque da temporada, houve alguma estagnação na evolução. Talvez se tenha regredido em alguns aspetos, até mesmo na confiança dentro do plantel.
Junte-se a isto a possibilidade de concretizar o 'plano' mais apetecível pela direção, quiçá mais difícil de o concretizar em maio último, o momento mais oportuno.




Preparem-se. Bem. Temos que regressar em força. Cabeça limpa, pelo menos em nós. Tudo a Leiria.

Força Boavista!


terça-feira, 11 de outubro de 2016

ML



Like a dream. Admito desde já, mesmo não esquecendo como são estas coisas no mundo do futebol, em particular quando se trata de treinadores.

Com um percurso académico notável, e depois de passagens pela formação de vários clubes, foi preparador físico da equipa técnica liderada por José Couceiro, na Turquia. A partir daí, destacou-se no Penafiel (foi repescado dos juniores para os seniores, fazendo um excelente trabalho, sendo eleito treinador do ano de Segunda Liga), continuando o trajeto com duas boas épocas no Moreirense.


Liderança, capacidade de rentabilização dos jogadores, discurso coerente para o exterior, são algumas das virtudes que lhe reconheço. Gosto da mentalidade que incute nas suas equipas: são equipas adultas, daquelas que sabem o que fazem em campo, com prioridade à consistência (como deve ser, sempre), e com noções, para mim, muito agradáveis do jogo e com uma abordagem aos diferentes desafios que me satisfaz imenso.

Posso estar a ferver um pouco visto que, como disse acima, sou admirador da sua maneira de trabalhar e a forma como encara o Futebol. Dentro e fora do campo.
Mas é mesmo assim... fichas todas, all-in. Se falhar, falhamos todos. Apoiar, em todos os momentos, é obrigatório. E relembro: estamos a meio da primeira volta, temos aí desafios difíceis à porta, o plantel não foi elaborado por si. Assim, é preciso tempo. Paciência, confiança e tempo.


Boa sorte, Miguel Leal.



Uma palavra para aquilo que me parece ser o sentinento dos adeptos neste momento: absolutamente consensual esta escolha. Percebe-se porquê. Em maio último foi dos nomes mais falados, parece até que da parte da direção a indecisão foi bastante acentuada (terá partido Sanchez já fragilizado, precisamente porque a opção ML seria prioritária?!).


Outra coisa que terá que estar de regresso, agora que temos (nós, adeptos) uma oportunidade de ouro para 'limpar' a cabeça: a Fortaleza. Isso, meus caros, não pode falhar. Isso, contra tudo e todos, mesmo intra-muros, tem que ser a nossa imagem de marca. Ou continuar a sê-lo.


Força Boavista!

Sanchez



Aquela segunda volta na época passada foi mágica e, claro, um dos culpados foi o nosso Sanchez. "Nosso", como até aqui, como sempre.

Boa sorte, Campeão.



Aproveitando o momento para retomar as postas aqui no blogue. Dois meses out, motivos extra-futebol. Sorry 'bout that.

domingo, 14 de agosto de 2016

Tiro de Partida




Pré-época um pouco atípica no que toca ao acompanhamento dos desafios de preparação, por isso algum desconhecimento - e especial curiosidade - sobre o que pode saír da estreia nesta Liga. Bons sinais no torneio de Paços, apresentação agradável (não esquecer o tenro adversário que tivemos pela frente, pouco deu para aferir da Equipa), alguns jogos à porta fechada e a repetitiva tentativa de saber algo mais sobre a Equipa e seus desafios, no nosso site/facebook e no dos nossos adversários também que os tempos a isso obrigam.

Rápida análise do momento, a poucas horas da nossa estreia:


Plantel

Diferente, mais à imagem de Sanchez, quer nas contratações quer em algumas das perdas ou dispensas. À partida, não poderemos dizer que é um plantel mais forte que o que acabou 15/16. Não o é. Perdemos alguns jogadores 'base' da época passada (Vinicius, Ribeiro e Afonso à cabeça), conseguimos colmatar algumas dessas posições, tivemos maiores dificuldades para o fazer noutros casos. Corremos - de novo - maior risco, pois alguns desses jogadores fazem estreia na Primeira Liga, no futebol português ou em ligas profissionais. Como tem sido habitual, é preciso tempo, o que aumenta as dificuldades.


Equipa

Tentando antecipar um pouco o jogo de logo, especial curiosidade para perceber quem está à frente de quem na linha defensiva. Reforçamos os 4 lugares da defesa, à partida em equilíbrio de valor com os que já faziam parte do plantel. Na baliza, veremos se Mika continua a tradição de não iniciar a temporada (desconhecemos a sua aptidão, já que esteve lesionado). Agradaram as prestações de Mickael Meira (22 anos, estreia na Primeira), Ba foi titular em alguns dos jogos de preparação. Minha aposta recaíria no jovem reforço português.
No quarteto à frente, a única certeza é que Henrique é o novo Vinicius. Deu para ver que começou em forma e super motivado para ser o novo líder da defesa, e qualidade e experiência para isso tem ele. Sobre o companheiro de setor, dúvidas que se limitam a dois jogadores, Sampaio e Tagliapietra (numa das posições mais 'em risco'). Nas laterais, o tal equilíbrio de valor, Talocha/Correia e Machado/Mesquita; a maior experiência do brasileiro poderá valer-lhe a titularidade, para já; na direita, dois jogadores de caraterísticas idênticas, para confirmar se vai ser aposta na continuidade ou se vamos ter novidade.

Meio campo talvez o setor que mais agrada, em teoria. Apesar das perdas importantes - Tahar e Rúben - há dados que nos permitem ser um pouco mais otimistas. Espinho é uma certeza, difícil imaginar um substituto melhor para o agora jogador caxineiro (como ele curte a praia!). É diferente, menos tecnicista, menor poder de drible, mas talvez até um médio mais completo. Tem tudo para ser o herdeiro da batuta, mais à frente perto do avançado ou recuado para a posição de médio centro. Uma das curiosidades maiores acerca da Equipa. A acompanha-lo, uma quase-certeza, Idris (que todos lhe conhecemos as caraterísticas...) e uma enorme dúvida, o terceiro médio (influenciado também pela posição que Fábio poderá ocupar, se como médio/segundo avançado ou médio/+ dois avançados). Carraça surpreendeu pela positiva nesta pré-época (e parece aposta forte do Erwin; já agora, não esquecer Henrique, ex junior em muito bom plano), temos o Capitão Tengarrinha que dispensa apresentações (reapareceu e jogou como se não tivesse tido lesão de meio ano) e a incógnita russa, o Emin.
Incluindo os alas na equação do meio campo (até porque são claramente mais médios que extremos, com e sem bola, reforçando a ideia do 442), temos Carvalho e Renato como prováveis titulares. O português apareceu em boa forma, ambos tem condições para continuar a crescer no jogo da equipa. Não acredito que Digas ameace o lugar de médio direito, não direi o mesmo em relação a Bukia. Acredito que Sanchez aposte inicialmente no brasileiro, mantendo a consistência e tendo em conta que o adversário é um 'europeu' e não podemos entrar com a corda toda, como aconteceu algumass vezes no início da 'era' Sanchez.
Samú poderá espreitar um lugar, se bem que dificilmente como titular.

No ataque, houve reforços, perdas e dispensas, algumas delas com um 'finalmente' bem grande outras nem por isso. Schembri, pelo que já mostrou, é muito provável que seja titular, um jogador à imagem do que o nosso treinador pretende para o ataque, mobilidade, sentido prático e, claro, qualidade e experiência. Para confirmar, mas admito bastante expetativa no maltês. A fazer parte da dupla, incógnita. Pelo que já referi atrás (Espinho poderá ser o mais perto da referência ofensiva, funcionando um pouco como segundo avançado quando não temos a bola), ou se vamos ter algo mais... arriscado e ofensivo. Também difícil imaginar quem: Idé poderá precisar de tempo (e poderá ser um jogador com caraterísticas para algo mais específico no ataque), Erivelton duvida-se que já esteja 'apto', Medic que seja já aposta inicial. Outra hipótese será encaixar Bukia no centro do ataque/meio campo ofensivo, foi testado aí na pré-época (em que também demonstrou estar em boa forma - tal como no ano passado) e poderá ser uma boa forma de poder contar com ele no onze sem mexer muito com a pretendida consistência do meio campo.
Surpreendente a dispensa do Luisinho, é impossível passar ao lado. Tecnicamente é um dos jogadores mais evoluídos que temos, dos que mais desequilibra no último terço. O problema (que já se tinha visto na época passada, em que foi aposta irregular), são as características quase 'exclusivas' de extremo, que não encaixam no sistema pretendido. Renato, como médio, é mais completo, falando de Carvalho (que podemos dizer, ocupa a sua posição) percebemos que Luisinho é o oposto daquilo que Sanchez pretende. O que é diferente de assumirmos que acrescenta qualidade e soluções ao plantel. É uma perda pelo lado desportivo, por outro lado talvez alguma desmotivação precipitada do jogador esteja na origem deste desfecho inesperado.


Atitude

Agradou a liderança, seriedade e intensidade que demostramos no torneio de Paços. Os capitães à cabeça, os já repetentes a acompanha-los e a indicarem o caminho aos mais novos. E tem que ser, obrigatoriamente, esse o ponto de partida, aquilo que nos fez ressuscitar em tempos recentes, aquele que tem que continuar a ser o ingrediente principal: ir à guerra com todas as nossas armas, lutar batalha a batalha. E sempre, mas sempre, conncosco a acompanhar fora das quatro linhas. Fora, mas imensamente perto. Com eles e por eles, todos juntos.

Parece cliché, mas o Inferno do Bessa tem que regressar. Sim, regressar. Não podemos falhar, e desengane-se quem pense que isto vai ser mais fácil, que vamos crescer muito de um momento para o outro. Não vamos. Vamos sofrer e teremos que ser unidos para, de novo, levar a nossa avante.

Todos ao Bessa, todos seja onde for. Isto vai começar, e vamos fazê-lo em força.



Força Boavista!

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Siga Para Estágio


Depois da febre e tempos de sonho que todos nós vivemos nos últimos dias e voltando à realidade, pouco diferente da de há umas semanas atrás: as dificuldades em manter os jogadores desportivamente mais importantes na última época confirmaram-se, dos reforços pouco se poderá falar porque são desconhecidos, a nossa pujança no mercado é quase nula.

Mesmo sem vermos a equipa nem reforços, são evidentes os motivos para muita preocupação. Os objetivos levaram um ligeiro 'upgrade' e as correspondentes melhorias na Equipa ainda não aconteceram. Pior, dos mais influentes foram mais os que saíram.


Confirmam-se as dificuldades para equilibrar e fortalecer o plantel, todos seguem para estágio ao contrário do inicialmente planeado, mesmo os juniores recém promovidos e jogadores em observação.
Quem não segue é Alex junior (defesa ala esquerdo que esteve emprestado ao Vila Real onde fez 20 jogos) e, algo surpreendentemente, Hackman (11 jogos como titular na última época), um dos jovens no qual se poderia depositar maiores esperanças na sua afirmação.
Seguramente que isto só pode melhorar.


Por alto, o que temos neste momento:

Mika, Mickael e Ba.
Na baliza, pior não poderíamos ficar. Mickael é a novidade.

Mesquita e Edu, Henrique, Sampaio e Santos (Pimenta também não faz parte dos centrais), Correia e Talocha.
Defesa, Vinicius é a baixa (presente em 32 jogos no campeonato...), não temos ninguém como o agora jogador do Apoel, apesar de termos quem jogasse bem com ele ao lado. Não chega. Hackman é outra baixa.

Idris, Gabriel, Tengarrinha, Daf, Anderson, Carraça e Samú
Meio campo mais dois que saíram, veremos quem poderá chegar. Tahar e Rúben são baixas a sério, dos reforços teremos que esperar para ver Daf e dois dos mais promissores e ainda esperar que chegue mais alguém.

Luisinho, Renato, Bukia, Medic, Shembri, Abner, Digas, Ivan e Edu.
Parece muita gente no ataque, mas o destaque até são as saídas, pequena limpeza com a saída dos nigerianos (e alguns 'médio ofensivos'), veremos como serão os reforços Shembri e Medic. Nas alas as perdas foram mínimas, mais uma vez alguma fé em Luisinho, Bukia e Renato, que é o que temos, goste Sanchez ou não. E na nossa cantera, Edu e Ivan.


terça-feira, 5 de julho de 2016

Martinez e Afins

Martinez e Uchebo a darem com a língua nos dentes. Independentemente do seu valor como futebolistas, a imagem que sai para o exterior é péssima, ainda para mais neste momento da vida do Clube, em que a retoma da credibilidade, a vários níveis, é a prioridade.

Por um lado é bom para muitos de nós ganharmos consciência e percebermos que as dificuldades continuam a ser mais que muitas.

Ainda surpreendidos pela 'traição' do Rúben? Pelas inevitáveis saídas a zero de Afonso e Zé? Pois...

Ainda a propósito do Ribeiro, notória a vontade do jogador, espero que tenhamos isso bem presente. Apresentação do jogador, de camisola e presidente vilacondenses, a confirmar que "a prioridade sempre foi o Boavista". Boa Rúben, bela entrada nos caxineiros.

Todos sabemos como está, para já, o nosso plantel. Sabemos quem estava e quem já não está. Só não sabemos como vai ser,  o que por um lado pode até ser positivo. Waiting.

Força Boavista!

terça-feira, 7 de junho de 2016

Panteradas #2




- Edu e Talocha são reforços para as laterais, ambos portugueses e oriundos de escalões inferiores, segundo e terceiro respetivamente. Nada contra, é só acreditar no nosso departamento de prospeção (uhuu!) e confirmarem o seu valor, como todos nestas situações.
A ideia que fica é que a aposta é forte em Mesquita e Correia. Igualmente nenhuma objeção, já estão cá há uns tempos, já evoluíram e conhecem bem o que a casa gasta.
A estes junta-se Digas, extremo/avançado também proveniente do terceiro escalão. Em teoria, e por aquilo que nos foi possível ver, para o lugar do Zé. 
Micka, mais jovem, mais alto, e esperemos que nos traga mais alguma coisa. É a primeira experiência neste patamar, mas sendo guarda-redes... esperemos ansiosamente pela pré-época.

- Acerca das outras renovações mais aguardadas, nada. A não ser que parecem cada vez menos prováveis.
Reforços-reforços, esperemos pelos próximos tempos. Estamos no início de junho e parece que com algumas coisas por resolver para podermos... operar. Calmex.


- Tenho uma visão muito simples acerca das renovações. O Clube, caso queira, apresenta proposta para novo contrato, sendo ou não aceite pelo jogador. Ou vice-versa. A partir daqui é entre eles, discutido e decidido por cada um, seja jogador ou presidente, direção ou empresa de gestão de carreiras. É lá entre eles.

A propósito do Afonso e do ligeiro azedume que ficou no ar, um pouco graças à entrevista do jogador.
Recuando um pouco: foi-nos dito que o assunto "renovações" só seria abordado no final da época ou, possivelmente, quando soubessemos o nosso destino desportivo. Faz todo o sentido, quer na perspetiva do Clube quer na do próprio jogador (assinando só depois de saber se iria competir na Primeira ou Segunda!). E, durante estes meses de indefinição, nada saíu acerca de novos contratos, nem mesmo daqueles que já sabíamos que acabariam o vínculo no final da temporada.
Nada saíu mas, pelos vistos, pelo menos no caso do lateral esquerdo, houve abordagem em fevereiro, bem antes de sabermos a classificação final. E facilmente se constata qual foi o principal entrave à renovação, para lá, claro, da vertente financeira. "Quero voar mais alto". A proposta até poderia surgir em fevereiro de 2015, certo? "Não me deram o devido valor", só se for o Rui Jorge que demorou um pouco a fazê-lo. Aqui, acompanhou-nos do terceiro escalão, sempre acarinhado pelos adeptos, sempre prioridade na titularidade na lateral esquerda, graças à sua qualidade (ok, ok, depois de Petit deixar a teimosia pelo Julián...).

A respeito do Zé, todos estranhamos um pouco, não é verdade? A manter-se no clube pelo qual assinou, pelo menos jogará com as quinas na manga. A juntar aos valores mensais, 'tamos conversados Zé.



- A renovação do Carlos já havíamos discutido aqui. Será pelo seu peso no balneário (ops, não, não é piada), pela influência que terá junto dos mais novos no Clube, ele que já leva quatro anos de Xadrez ao peito e quase 90 jogos. Fez 4 esta época e todos eles um pouco... negros, não esquecer.
A picada do "manteve a palavra" vale o que vale. Olha-se para o Carlos e percebe-se que é um homem de honra, sério, e que poderá não ter um décimo dos pretendentes de um jovem, recém internacional e promissor esquerdino, ou de qualquer outro central, veterano, com provas dadas e com quase a totalidade dos jogos efetuados. Mas claro, palavra é palavra, ninguém tem dúvidas.


- OJogo adianta que Ancelmo rescindiu, sensivelmente um ano depois de ter sido dispensado pelo Clube (na altura, juntamente com Lucas Rocha e Julián). Desta vez vamos lá dar um tempo para confirmar.

- Sinais positivos acerca nova filosofia na vertente comunicação (pelo menos) do Clube. Novos parceiros, passatempos, entrevistas, essas coisas. Pelo menos mexemo-nos, o que é bom.
Quanto às outras coisas 'de peso', que se vai fazendo por falar aqui e ali (jornais, entenda-se), vamos dar tempo ao tempo. E torcer para que tudo esteja a ser bem feito.

- Um ponto bastante negativo: ao contrário das nossas meninas, os rapazes sub-19 não conseguiram a manutenção. É péssimo para um Clube como o nosso, em que a aposta na formação, tendo em vista a Equipa principal, deve ser uma prioridade. Muita coisa correu mal, organização, condições e, sobretudo, resultados. Deve estar aí uma das prioridades para a próxima temporada, a subida dos nossos juniores ao principal escalão e com capacidade para produzirmos jogadores.
Um que pode servir de exemplo: Samú foi observado pelo Barcelona (conhecerão eles o Abner?), é obrigatório manter esta capacidade de descobrir e fazer evoluir novos jogadores.


Força Boavista!


domingo, 5 de junho de 2016

As Panteras


Na Primeira! Orgulho Axadrezado.

Grande trabalho que deve deixar todos os Boavisteiros orgulhosos do nosso Futebol Feminino. Não só nas seniores, como também nos restantes escalões. Só com muita paixão ao quadrado se consegue isto.


Parabéns Boavista!



terça-feira, 24 de maio de 2016

O Plantel



Final da época, alguns bitaites sobre o plantel.

Ainda algum tempo nos espera até percebermos com o que podemos contar e, sobretudo, que argumentos teremos para fortalecer o plantel. Importante não repetir os erros do passado recente (no que toca à preparação da temporada) e, quiçá, acabar em definitivo a limpeza que se iniciou em janeiro último.

Haverá muito mais que as prioridades evidentes, as renovações de Vinicius e Rúben.

Por partes:


Baliza

Gideão mostrou pouca competitividade quando foi chamado ao onze (8), Ba nunca o foi, Mika foi crescendo na forma e confiança ao longo da época. Dispensas dos dois primeiros não surpreendem (se bem que, como terceiro, Ba pode ser opção), assim como uma oportuna venda do português. Não será das maiores prioridades, mas, com ou sem Mika no plantel, um guarda redes forte para lutar à séria pela titularidade seria bastante positivo, numa das posições em que podemos verdadeiramente crescer.


Defesa

32 jogos (só falhou porto e Belenenses no Bessa, lesão e castigo), líder da defesa e com uma impressionante regularidade. Rápido é aquele que chega primeiro à bola, e Vinicius fá-lo na maioria das vezes, apesar de não ser um central veloz. Posicionamento e leitura dos lances muito boa, foi um dos principais jogadores esta época. Primeiro reforço está no plantel.
Melhor que a nossa defesa só do quinto lugar para cima, e Henrique muito contribuiu para isso, formando a melhor dupla com o brasileiro. Arrumou com as lesões e parece de pedra e cal, o que é bom.
Sampaio fez pouco mais de metade dos jogos da época passada mas, ainda assim, pareceu em melhor plano e com maior capacidade para evoluir. É jovem e vai para a terceira época de Xadrez.
Apenas 4 jogos esta época (dos 87  com a camisola Axadrezada...), a continuidade de Santos deverá prender-se sobretudo com o fator 'balneário', ele que é um dos capitães. Capaz de cumprir quando chamado, não parece jogador com muitos argumentos para lutar pela titularidade mantendo-se os três anteriores no plantel. É um dos que acaba contrato, veremos o que vai ser feito.
Hackman, para já, é daqueles úteis 'tapa-buracos'. Fez 12 jogos (8 a titular), sendo que do meio campo para trás fez todas as posições. Jovem, com valor e com muito para evoluir, não surpreenderá qualquer decisão, seja a permanência ou o empréstimo.
Nas laterais, reforços obrigatórios. Correia preocupa, principalmente pela irregularidade e suscetibilidade a lesões, tendo feito nove jogos como titular, não teve hipóteses perante Afonso. Reforço para lutar pela titularidade será quase obrigatório na lateral esquerda mas também na direita. Época de estreia positiva de Mesquita, apesar das dificuldades iniciais e da necessidade de algum tempo de adaptação (e evolução) na Primeira.


Meio Campo

Dois reforços garantidos: Idris e Tengarrinha, dois dos capitães. Já os conhecemos bem, são dos mais úteis do plantel. A estes junta-se Carvalho, que participou em 30 jogos esta época, mais adaptado e com outra 'voltagem' mais adequada ao nosso campeonato. Ancelmo e Martinez terão pouco espaço, Gabriel é uma incógnita, sendo que ainda poderá ser útil como médio defensivo, estilo mais batalhador. Perdeu imenso espaço quando acertamos as agulhas, daí alguma expetativa relativamente ao que poderá acontecer ao nigeriano. Naturalmente, sem mexermos mais será alternativa a Idris.
Dos dois que faltam, era assinar já: Tahar e Rúben. Falar é fácil, vamos lá ver o que pode ser feito.
Samú é nosso, época de afirmação à espreita, já que qualidade não lha falta. Se Luis Enrique não o quiser, claro...


Ataque

O setor com maior necessidade de limpeza. Veremos o espaço que terão Uchebo, Uche, Iriberri e Cangá, mas esperemos que seja nenhum, sinal que estariam para chegar reforços. Alguma expetativa para vermos se renova ou não, Santos e Luisinho serão, à partida, para manter.
Ainda assim, interessante a pouca aposta de Sanchez no extremo português, assim como em Bukia. Dois extremos [quase] puros (diferentes de Renato e, claro, de Carvalho), mas que Sanchez parece não depositar grande confiança. Relembro que foram ambos as revelações da pré-época passada. Luisinho foi perdendo influência, o congolês teve a grave lesão, só regressando em três desafios, precisamente na pior fase da época.
Primordial um homem golo, fora o resto.


Em suma: baliza, laterais, médios (que podem muito bem já estar no plantel) e avançados. De tudo um pouco.

A Quarta...


Faz hoje 24 anos. É sempre bom recordar.




É agradável quando um não-estarola vence um troféu no nosso país, mesmo sendo alguém com tiques de grandismo. Relativamente à discussão que sempre se reacende nestes momentos, há centenas de sites desportivos que ajudam a esclarecer. Para já, é um não assunto para qualquer Boavisteiro, apesar de todos nós devermos reconhecer que, neste momento, há clubes com mais argumentos para fazer frente aos estarolas. O que não se pode apagar nem esquecer é a História. Nem a de há 50 anos, nem a mais recente.

E estaremos na luta. Força Boavista!

sábado, 21 de maio de 2016

To be continued...


João Loureiro, no início do mês, em entrevista ao JN: " Se me perguntar se o Boavista vai lutar pela Europa, não. Mas quero que lute pela permanência até duas jornadas do fim? Não."

Tentativa de desestabilização ou puro mau jornalismo.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Erwin




"De forma racional", faz todo o sentido esta renovação. As melhorias na Equipa fizeram-se sentir, a vários níveis: na atitude, união e espírito de grupo e, acima de tudo, na consistência e qualidade do nosso futebol. 23 pontos na segunda volta não enganam, prova do bom trabalho realizado pela equipa técnica liderada pelo nosso Erwin. Não foram os únicos responsáveis mas, como é óbvio, foram dos principais culpados por esta segunda volta.

"...e sem pressas desnecessárias", conforme nos foi dito no início do mês e o Clube nos vai [bem] habituando. Confesso que estava algo reticente quanto ao acordo para a renovação. Por um lado é bom, sinal que pouco sai cá para fora do que não deve saír. Quando sai, é à séria.

Como falamos ontem, os primeiros tempos de Sanchez assustaram um pouco, mas também por culpa nossa. O pânico e receio que sentíamos, a pressa em vermos as obrigatórias melhorias na equipa fez com que o nível de exigência fosse bastante alto, talvez até injusto para ele. Sanchez precisou de tempo, tal como a Equipa de reforços. Convenhamos, mais a frio, Sanchez demorou um mês a apresentar resultados (depois daqueles difíceis sete jogos - em que errou em vários aspetos - entre Estoril e porto para a Taça), e três meses a colocar a consistência e qualidade exibicional em patamares bastante bons (a partir do jogo com o Marítimo).
Tremendamente difícil olhando ao nosso estado quase caótico e tendo em conta que, necessariamente, Sanchez precisava de um tempo de adaptação, não só ao momento do Clube (e ao plantel!) mas também ao Campeonato Português.

Uma parte já está, veremos o resto, como vai ser essa "disciplina e rigor" e o quanto "maior orçamento" poderemos ter para o almejado "crescimento sustentado". Vamos ver se de renovações importantes ficamos por aqui. Esperemos que não. 

Força Boavista!

Boavista


15 anos. Primeiros Campeões do Milénio.



terça-feira, 17 de maio de 2016

Venha a Próxima



Difícil, muito difícil, como o cenário negro no final da primeira volta fazia prever e, na mesma medida, imensamente saboroso, pelo estado de descrença vivido na altura por, arrisco a dizer, todos nós. De medo até, olhando também aos seis pontos abaixo da linha de água. 

E o primeiro passo é perceber aquilo que não nos pode passar ao lado: globalmente - e conseguindo, com todo o mérito, o objetivo principal - falhamos no essencial, o de fazer uma temporada tranquila e estável, de crescimento e evolução. Muito do que conseguimos fazer pode e deve ser aproveitado no futuro próximo (como por exemplo a Mística, meus amigos, a Mística dentro e fora do campo...), mas todos os tiros nos pés que se deram no planeamento da época, e se foram dando ao longo da primeira parte desta, deverão ser, no mínimo, alvo de reflexão (as alterações de janeiro na SAD fazem crer isso mesmo...). Há episódios... irrepetíveis.
Já sabemos que as condicionantes eram muitas, os argumentos para nos mexermos no mercado continuaram a ser parcos, mas houve a sensação de algum comodismo, um aparente excesso de confiança de que as coisas iriam acabar por correr bem, nem que fosse somente na raça e na luta, tal como no ano zero. E pouco se apoiou quem se devia apoiar, quando começaram a haver sinais que teria que haver mais que um murro na mesa.
Repito, foi mau demais, desde a desorganização até às decisões difíceis de compreender, passando pelas estranhas declarações dos responsáveis máximos do Clube. Ou da SAD.

Chegamos aqui sãos e salvos porque corrigimos, soubemos-nos reerguer e unir. Como nunca. Como poucos. 


Vamos então debitar sobre a segunda metade da época. A da recuperação. A da fantástica recuperação, depois de igualarmos o nosso pior registo de sempre no Campeonato principal
Curioso que é uma derrota, amarga e imensamente custosa, que marca o início da reviravolta, quando já eramos alvo de cerimónias fúnebres da opinião pública desportiva: o jogo da Taça, com o porto. Todos juntos, naqueles 10 segundos de união perto do banco. Todos juntos, naquela fantástica reação depois do penalty falhado pelo nosso miúdo. Todos juntos, em toda aquela crença perante o Vitória de Setúbal.  A partir daí nunca nos desunimos, mesmo perante as dificuldades. Além do orgulho que toca todos nós, isto foi fundamental.

Antes disso, a troca de treinadores, à 11ª jornada, depois da melhor meia-exibição da época, ante os vitorianos. falamos aqui do Petit, no momento da sua saída, sendo que o principal problema, como dito na altura, não começava nem acabava no nosso treinador, como aliás se constatou nos tempos seguintes à sua saída. 
Sanchez, enquanto treinador, chegou como desconhecido. Claro que todos lhe reconhecíamos a Mística, mas os primeiros tempos assustaram. O habitual ar puro que uma equipa costuma respirar aquando da troca de treinador durou três desafios: uma injusta derrota em Arouca, um empate caseiro com o Estoril e uma vitória tangencial para a Taça da Liga frente a uma poupada Académica. A partir daí, olhando aos resultados e exibições, voltaram os momentos de pânico, receio e desconfiança acerca do treinador. Talvez injusto, devo admitir. Má abordagem no Restelo, péssima no Bessa perante o Moreirense, cinco derrotas em outros tantos jogos, três deles contra concorrentes diretos. Compreensíveis dúvidas acerca da capacidade do novo líder, naquele que foi - podemos agora dizer - o tempo de adaptação.

E a recuperação tem duas fases. A primeira, talvez a mais importante, precisamente no início da segunda volta: onze pontos nos primeiros cinco desafios, mais do que em toda a primeira volta. Foi o tempo da reação e união, do grito de revolta do grupo, da raça à Boavista. A par do tempo da obrigatória limpeza e dos fundamentais reforços, não esquecer. 
Espetamos quatro à pior equipa da Liga, fomos vencer ao último classificado (então condenado...), e arrecadamos preciosos pontos com equipas superiores (vitória em Paços e empate caseiro com o Braga), antes de segurarmos a posição frente ao concorrente direto, a Académica. Mais que a qualidade das exibições, houve atitude e sinais inequívocos de que a Equipa seria capaz. E posto isto, o principal: acontecesse o que acontecesse, os Adeptos estariam sempre, mas sempre, com a Equipa.

Seguiram-se duas duras derrotas nas importantes 'finais' no Bessa, por culpa própria mas difíceis de engolir, perante Nacional e Rio Ave. Mas também aí crescemos. Nós Adeptos, jogadores e, sobretudo, Sanchez. A partir deste momento deixou de haver o dedo do treinador, passou a ser um trabalhinho com ambas as mãos. Mostrou, sobretudo, não ser teimoso, moldando e evoluíndo a equipa tendo em conta as opções ao seu dispôr. Voltou, como na época passada, a chamada 'eficácia do ponto'.

Na Madeira frente ao Marítimo, acertamos, em definitivo, as agulhas. A equipa, o onze, a mentalidade
- conseguimos, finalmente, acertar com a defesa (Henrique e Afonso de regresso após paragens, juntando-se ao patrão Vinicius)
- reorganizamos o meio campo, com a inclusão de Tahar, fazendo dupla com Idris. Aymen fêz crescer imenso o nosso jogo. Depois de Rúben, o mais importante reforço. Igualmente intenso na luta pela bola e cumpridor na hora de defender, foi com bola que se diferenciou comparando com as outras opções. Idris não precisou mais de levar bola numa primeira fase de construção, havia Tahar atrás dele. Rúben, Carvalho e Renato não estavam mais desapoiados, havia Tahar perto deles. A Equipa desequilibrou-se muito menos vezez aquando da perda de bola. 
- a par da dupla, Carvalho agarrou em definitivo o lugar. Longe de ser um extremo, foi pelo equilíbrio que deu à equipa que se tornou peça importante. Muito mais médio interior que o do lado oposto (talvez houvesse a intenção de aproveitar a vocação ofensiva de Afonso), mas igualmente forte taticamente e com capacidade de tanto aparecer na frente como ajudar a dupla de meio campo.
- o regresso do goleador, que o foi: Zé. Iriberri não foi matador, Zé Manel aproveitou e tornou-se peça vital com os seus cinco golos. 
- taticamente, fomos crescendo até este jogo. Deixamos experiências e losangos, acertamos na forma de defender e de nos desdobrarmos para o ataque. Sem bola, adotamos o quatro em linha no meio campo (em particular evidência Renato Santos, neste aspeto), deixando uma dupla como homens mais ofensivos. Com bola, mesmo nunca deixando de evidenciar dificuldades no último terço, revelamos notável evolução na circulação de bola, tendo em Rúben o nosso expoente máximo

Quatro a zero na Madeira, sendo que o primeiro golo foi marcado cá, no Sá Carneiro. Não tenho dúvidas, foi aí que começamos a vencer esse jogo e a cimentar a nossa permanência. Impressionante, o exemplo da importância que nós, Adeptos, tivemos nesta recuperação.

A partir daqui, todos sentimos que seríamos capazes e que todo e qualquer ponto seria de ouro (noutro moldes, voltou a 'eficácia do ponto', um pouco à semelhança da época passada).
Excelente exibição perante o estarola vermelho, consistência em Guimarães, Arouca e Moreira, cheque-mate com o Belém, no Bessa.


Próximos dias, muito para falar e acabar com o delay aqui do blogue. E, claro, novidades não devem faltar.

Abraços, parabéns a todos os fantásticos Adeptos. Força Boavista!