via CanalBoavista
Ainda para mais sendo um símbolo nosso - e continuará a sê-lo - julgo que o caso merece que meditemos um pouco sobre o que aconteceu. Sobretudo, como aconteceu.
Antes de mais, a postura exemplar de Sanchez. Não é novidade para nós, já o conhecemos há muitos anos, como jogador e treinador, e sempre, mas sempre, nos mereceu o maior carinho e admiração. Acerca do que falou e também do que não falou. Ponto.
O motivo forte da saída - o mais 'oficial' segundo a direção, pelo menos - foram as declarações do treinador acerca do comportamento dos adeptos. Ora, roça o ridículo, claro está. Percebe-se, é um dado, mas não foi esse o motivo, nem sequer qualquer gota de água. Para já, a contestação física dos adeptos era diminuta - apesar do desagrado pelas recentes prestações da Equipa - falando de lenços brancos, cânticos ou assobios para o treinador. Acerca da pressão que Sanchez fala, que segundo ele afeta o rendimento de alguns jogadores, ela existe e é evidente nos jogos em casa (e ele também refere que fora a Equipa se sentia melhor, com o APOIO dos adeptos). Perfeitamente compreensível, mesmo como forma de proteger o próprio grupo.
A Fortaleza, infelizmente, não tem sido o que já foi em tempos recentes. Facto. E temos, rapidamente, que corrigir isso.
Sanchez fala na entrevista de um episódio aquando da visita do Boavista a Moreira de Cónegos, perto do final da época passada. Um 'zum-zum' qualquer sobre a possibilidade Miguel Leal. E logo aí dá ideia que tudo isto nasceu... torto. A indecisão da direção, temos a certeza agora, foi enorme. Incerteza ou espera, o que quer que tenha sido. Por um lado, o bom trabalho de Sanchez na segunda metade da época, por outro a possibilidade de poder contar com Leal. Sanchez começou debilitado, com menos tempo que o que devia ter e, como diz o próprio, sem as condições ideais (falando do plantel, das saídas, e do resto). Mais uma vez, dá ideia de pouca proteção a um treinador nosso.
Curioso, coincidência ou não, é que a par desta mudança de paradigma (Leal, como sabemos, não é um homem da casa ou ex-jogador, como os últimos timoneiros), há também a mudança na direção do Clube, no que toca a assuntos desportivos, digamos assim. E, por acaso, já com uma decisão de fundo. Veremos se mais mudanças vão ser visíveis e se alguma coisa se torna mais ou menos agradável.
Na minha opinião, tentando analisar friamente, Sanchez não conseguiu tornar a Equipa suficientemente competitiva, pese embora a seriedade, vontade e, sublinho, as ideias bastante positivas na identidade que ele pretendia para a Equipa. Pouco tempo para isso e poucos argumentos? Talvez. Pouca experiência no futebol europeu, liga portuguesa em particular? Muito talvez. Mas é um facto que, após uma pré-época agradável e uns bons sinais no arranque da temporada, houve alguma estagnação na evolução. Talvez se tenha regredido em alguns aspetos, até mesmo na confiança dentro do plantel.
Junte-se a isto a possibilidade de concretizar o 'plano' mais apetecível pela direção, quiçá mais difícil de o concretizar em maio último, o momento mais oportuno.
Preparem-se. Bem. Temos que regressar em força. Cabeça limpa, pelo menos em nós. Tudo a Leiria.
Força Boavista!
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