foto do Boavista3.
Uma vitória num torneio de pré-época vale o que vale, no nosso caso tem um sabor especial. Seis anos sem defrontar equipas da primeira liga, fazê-lo em dois dias consecutivos sem perder nenhum dos desafios, é algo que dá moral para os próximos tempos e revela, como já se disse, bom trabalho e um grupo unido e a evoluir. Ainda muito faltará, mais opções serão necessárias, mas o caminho é este, não há dúvidas.
Entramos bem no jogo, à semelhança do confronto com o Setúbal. Como se previa, Petit fez alinhar um onze diferente e no mesmo sistema que tinha utilizado no dia anterior, com oito jogadores que na temporada passada não jogaram nos campeonatos profissionais. Voltamos a demonstrar algumas das virtudes, intensidade, pressão, concentração e organização na hora de fechar os espaços para a nossa baliza. Assim como alguns dos problemas, o excessivo encolhimento na segunda metade, remetidos às imediações da nossa área, apesar da tentativa de espreitar o contra ataque sempre que possível. Falta de soluções no último terço e incapacidade de desestabilizar a defesa contrária, factos que não está alheia a escassez de opções no ataque/meio campo ofensivo. Tão escassas que nos fez alinhar num sistema atípico, com dois médios como jogadores mais avançados, por exemplo.
O espírito de união, organização e a falta de eficácia do opositor ajudaram a que pudessemos viver mais intensamente este regresso aos confrontos com equipas de primeira. Ganhamos no primeiro torneio de um dos que mais regozijaram com a nossa descida... Somos nós!
Iniciamos o jogo com três jogadores da época passada, um deles junior.
Júlian esteve bem, ao nível que nos habituou nos tempos de CNS. Cumpridor na hora de defender, foi ajuda preciosa ao defesa direito do segundo tempo.Tentou ser prático com a bola nos pés e conseguiu-o na maioria dos lances. Fez o remate para a melhor defesa do jogo.
Théo jogou pouco e pouco jogou. Batalhador, pareceu inferiorizado fisicamente depois de algumas entradas dos defesas contrários. Quarenta e cinco minutos de suor, pelo menos isso.
Wei, surpresa agradável de um dos nossos jogadores oriundos da formação. Rápido, safa-se bem no um para um, e tem uma capacidade notável para ganhar bolas de cabeça olhando à sua estatura.
Carraça voltou a ser opção na lateral direita, desta vez toda a segunda parte. É verdade que pouco se aventurou no ataque e pôde contar com a preciosa ajuda do ala, mas não desiludiu e cumpriu na maioria dos lances. Será que vamos ter adaptação... bem sucedida?
Fábio Lopes, conseguiu estar melhor em relação aos últimos jogos, sendo uma das vítimas da saída de Théo na segunda metade.
Fary,que orgulho vê-lo levantar o caneco e festejar connosco. Grande!
Dos reforços:
Monllor, fez descansar um pouco as hostes depois da intranquilidade demonstrada na Vila das Aves. Seguro entre os postes, fez duas ou três boas defesas a evitar o golo do empate. Fora dos postes pareceu hesitar num ou noutro lance, sem consequências de maior.
Ervões, um dos melhores no jogo de ontem. Assustou um pouco a estampa física, o quatro na camisola e a braçadeira de capitão, mas não, era mesmo o reforço que ajudou a subir o Penafiel. Posiciona-se bem, forte no desarme e jogo aéreo, foi um dos culpados da virgindade da nossa baliza.
Philippe Sampaio, dois dias no nosso país, não sei se tantos treinos, quarenta e cinco minutos em que seria quase impossível pedir algo mais. Vinte anos, pareceu que o perído de experiência tem tudo para acabar em breve e ainda bem.
Dias, à semelhança do central brasileiro só jogou meia partida, talvez pelo facto de ter chegado há poucos dias. Mostrou cultura de lateral sendo, sem dúvida e para já, a primeira opção para a direita.
Correia, um dos bons Andersons que temos. Fecha bem a lateral, é rápido, veremos como poderá ser útil também no ataque, quando a equipa assim o permitir. Além disso (algo que não me lembro de ver no nosso clube) parece que vamos ter cantos da linha lateral...
Idriss, bom jogo do médio ex-Moreirense. Impetuoso, cobre facilmente muito espaço na zona central, útil no jogo aéreo. Fez imensos desarmes, recuou e bem quando foi preciso.
Anderson, mais solto que o colega de posição, tira partido do boa leitura que faz do jogo, eficaz em muitos desarmes, destacou-se também na capacidade de desmarcação quando a equipa ganha a bola e tenta saír a jogar, e contribuindo a que a equipa consiga pressionar alto. Ainda vai melhorar bastante, parece-me.
Ancelmo teve o azar de jogar numa posição que não é a sua, aliado ao facto de ter chegado há muito pouco tempo, talvez as razões para tão pouca produção. Lento e pareceu pesado, veremos nos próximos tempos.
Brito, voltou a estar em bom plano nos vinte minutos em campo. Sozinho, criou a nossa melhor oportunidade, desperdiçada por Cid.
Três semanas para se trabalhar e continuar com as melhorias que já foram notadas. Um mês, no máximo, para colmatar as lacunas que temos.
Força Boavista!