quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Empate e Liderança


Jogo entre os primeiros e, também pelo que se viu dentro do campo, entre as melhores equipas da série. Mantemos a dianteira e a melhor defesa, cinco pontos de vantagem para o terceiro classificado (o primeiro que não dá acesso à próxima fase). Bem lançados e dando continuidade à evolução, concluido que está o primeiro terço da primeira fase do campeonato.

Pode não parecer à primeira vista, mas fizemos um bom jogo, perante um adversário organizado e competitivo, recém despromovido e candidato à subida de divisão, com objetivos semelhantes aos nossos. O jogo era, portanto, mais exigente e ideal para ficarmos com uma melhor ideia das fragilidades e pontos fortes. Tivemos dificuldades, conseguimos reagir a algumas delas, conseguimos ficar por cima em alguns momentos do jogo, nunca nos desorganizamos com a melhor iniciativa de jogo do adversário. O empate é o resultado mais justo, tendo em conta o que ambas as equipas produziram e o equilíbrio também nas oportunidades criadas.



Mas acho este jogo bom para analisarmos a equipa por setores. E tenho vontade extra em falar do nosso Boavista. Vamos a isso:
Na defesa, Claudio foi a exibição menos conseguida (também pela exigência do seu opositor direto). Acusou a má entrada e a consecutiva perda de lances no corredor direito, se bem que muitas vezes pouco apoiado pelo ala do seu lado. Mas nem tudo foi mau: soube reagir na segunda metade, equilibrou os duelos individuais e ganhou confiança nas recuperações e saídas para o ataque. Foi o jogador que mais faltas sofreu em todo o desafio. Do lado contrário, já sabiamos que Hugo Costa tem dificuldades em defender, o que para um defesa não é nada positivo. Tem formado uma boa dupla com Julián (cumpriu castigo), também pelo que o argentino ajuda a tapar os espaços pela esquerda. Teve vários erros, um dos quais (erro dividido com Carraça...) quase dava golo. E só não deu porque na baliza esta aquele que quanto a mim poderá ser encarado como a revelação da época: Tiago Pinto. Duas defesas do outro mundo (outra vez!), muita confiança e parece-me muito mais participativo como voz de comando para os colegas da defesa.
Ricardo chegou para ser o boss, Carlos tem-se revelado o parceiro ideal (contra as minhas expetativas iniciais).

No meio campo, não há dúvidas, temos os dois pulmões: Navas e Carraça. Navas tem uma capacidade de desarme impressionante, uma boa leitura de onde deve estar quando a equipa está a defender. Carraça complementa, alia força à capacidade de dar sequência à posse de bola. A dúvida (julgo que também de Petit) será o terceiro elemento e será também um dos pontos em que ainda algo poderá mudar. Cid é um bom jogador, voluntarioso, com critério no passe e boa leitura no posicionamento, útil na consistência e até numa maior versatilidade no meio campo (isso viu-se ontem mas principalmente no último jogo em casa, em que pudemos ver um Navas mais livre de compromisso, mais capaz de poder subir e também ele desequilibrar no último terço, graças à compensação de Cid). Mas é aí que temos então mais dificuldades, na incapacidade do meio campo em criar ele mesmo condições para o último passe e para fluir jogo junto à área adversária. Ontem, mais uma vez, Rui Gomes pouco trouxe de novo, apesar das potencialidades. Samu também já foi utilizado, assim como Luís Neves durante sessenta minutos no primeiro jogo do campeonato. Espero, não sei se bem ou mal, pelo regresso do ex-Gondomar. Acho que encaixaria, veremos o futuro e veremos que mais opções teremos por ali.

No ataque, temos as mais valias das alas, sem dúvida. Zé Manuel, Beirão, Julián e Li, para dois lugares, parecendo os dois últimos levarem vantagem. No eixo, a presença de Fary disfarça a tal dificuldade do meio campo, recuando, oferecendo linhas de passe e distribuindo como nenhum outro o faz. Théo parece ser mesmo a aposta mais séria para os golos, e ontem deu para perceber um pouco o porquê. Não está, parece-me, no melhor das duas capacidades físicas. Quando estiver, poderá ser outro caso sério. Bóbo parece-me o melhor cabeceador, o avançado mais forte que temos nos lances aéreos, não só na área mas também a ganhar bolas para os colegas do ataque.

Continue-se a evolução, individual e coletivamente. Eu confio que chegaremos a bom porto. Vila Flor e o derby da invicta são os próximos desafios, ambos fora de casa. Seis pontos é a meta. Força!

2 comentários:

  1. Excelente análise do plantel.

    Acompanho o seu blog já a algum tempo e sempre com atenção que leio os seus textos.

    Passadas seis jornadas, já começo a ter uma opinião mais bem formada sobre a equipa. Acho que este ano o plantel foi bem formado e mostra soluções para todos os sectores (talvez falte um 10, um desbloqueador no último terço), e mostra ser, sem dúvida, ser a melhor equipe desde que estamos nesta divisão. Há aqui jovens (e outros não tão jovens) com potencial para serem elementos muito úteis quando voltarmos à 1ª Liga.

    Por favor continue com os seus textos, com uma visão inteligente e independente do momento que atravessa o nosso Boavista.

    Francisco Espregueira

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    1. Obrigado, Francisco. Importante é discutir Boavista.

      Cumps

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