quarta-feira, 6 de maio de 2015

Boavista de Primeira



O que sabíamos há algumas semanas - e confiávamos à meses - confirmado agora pelos números. Três jornadas - as primeiras - menos de um mês (27 dias para ser exato) foi o tempo que estivemos abaixo da linha de água. Brutal, tendo em conta as condicionantes e aquilo que o mundo futebolístico nos vaticinava. 
Na tabela, dependemos de nós para subir um lugar, podendo a classificação final oscilar entre o 9º e o 16º lugar.


Este desafio com o Moreirense espelha um pouco a época que fizemos: evolução contínua, atitude e competência dentro das quatro linhas, apoio incondicional fora delas.
Dizia na antevisão à partida que seria bom mantermos a eficácia defensiva que temos mostrado nos últimos tempos, acrescentando melhorias no setor ofensivo. Foi isso mesmo, um género de upgrade em relação ao último desafio, mesmo sem mudanças no onze. Frente a um adversário de valor, que se apresentou no Bessa para discutir o resultado e os três pontos, soubemos ser afoitos no ataque, adaptamo-nos bem aos momentos do jogo, conseguimos ser eficazes na circulação de bola e seguros sem ela.


Algumas notas:

Fruto da evolução - de forma mais evidente desde o meio da primeira volta - melhoramos na consistência, o que nos permite apresentar um meio campo mais vocacionado para a posse de bola e, noutros casos, conseguir esticar o jogo como nos convém. Dois fatores que mais contribuem para esse facto: a evolução de Idris e a inclusão de Aaron no eixo defensivo.

- Confirma-se que o gabonês é um bom reforço e pode ser importante para o futuro. Continua prático, varrendo a zona sem contemplações, usando e abusando do poder físico, forte no jogo aéreo e na antecipação. É-nos útil não só no centro da defesa, mas também permitindo ao meio campo outro posicionamento e outras preocupações que não a proteção ao eixo central em exclusivo. Melhora jogo para jogo, e talvez tenhamos aqui um bom reforço para a próxima temporada, num setor que foi o que mais dores de cabeça nos deu ao longo da temporada.

- Idriss. Manteve, ao longo da época, a aptidão para o desarme, fazendo da estatura e poderio físico a sua principal arma. Foi-nos particularmente útil nesse aspeto, como a equipa precisava. Tem dificuldades com a bola nos pés, pagamos caro alguns erros individuais, mas também aí foi melhorando, sobretudo nesta segunda volta. Domingo teve o prémio merecido (e que já ameaçava), a ajudar até a algum reconhecimento que nunca lhe foi dado pela maioria dos adeptos. 

- Lembro-me de no jogo da primeira volta, em Moreira, ter referido que as bolas paradas, por si só, ganham pontos, havendo jogos que se decidem consoante a eficácia nesse tipo de lance. Curioso que nos dois embates com os Moreiras foram marcados cinco golos, sendo quatro deles de bola parada.
Fomos inconstantes ao longo da época neste aspeto, melhorando num ou noutro desafio (Guimarães e Belenenses no Bessa, Penafiel fora, por exemplo), mas, na maioria das vezes, estivemos mal. Quase sempre pela bola mal batida, nos cantos e livres. Domingo fomos implacáveis.
Defensivamente, melhoramos nestes lances desde o início da segunda volta, em que mudamos a forma de os defender. Sem dúvida para melhor, apesar do golo sofrido no domingo.

- Momento Farygol. Bota lágrima nisso. Eterno. Não há palavras. 

- Claro que é óbvio. Depois do trabalho feito esta temporada, não há motivos para mudar. Também Petit precisou de evoluir, mas foi aqui - na aposta nesta equipa técnica - que começamos a ganhar a época.


Próximos tempos falaremos da temporada que está a acabar, histórica na vida do Clube. E da nossa, Adeptos.


Abraço a todos os Boavisteiros! Estamos de parabéns.

Próximo objetivo: invadir Arouca.


Força Boavista!

4 comentários:

  1. Como de costume, o meu caro faz uma excelente crónica. De todo o texto, o que mais gostei de ler foi a alusão ao nosso Farygol. De facto, ele é um símbolo do Clube. Mereceu a ovação que lhe dedicamos. Viva Boavista!

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    1. O nosso Fary é um exemplo. Mereceu a ovação e merece o golo na primeira. Vamos lá ver se é hoje :)

      Abraço e obrigado pela visita

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  2. Já há algum tempo que não comento aqui o blog... acompanhando sempre, como não poderia deixar de ser. Visão actual, independente e muito bem formada de quem acompanha de perto o nosso Boavista. Parabéns mais uma vez!

    Num post anterior comentei que os jogadores evoluem em contextos favoráveis e competitivos. Creio que foi isso que aconteceu. Com os que vieram da equipa do ano passado (Carlos Santos, Afonso, Zé Manuel) e com outros que vieram de competições naturalmente diferentes à 1ª Liga Portuguesa e que foram, ao longo da época, progredindo. Aconteceu também, a meu ver, com o Petit. Também ele cresceu... Melhor capacidade na abordagem aos jogos e melhor leitura no decorrer destes.

    Próxima época espero evolução. Sei que lutar por Europas é difícil... não é tempo disso, para já... mas sou Boavisteiro, porra! Difícil é não olhar para lugares mais cimeiros! Vamos ver quem fica quem sai... incógnita para já. Gostava de contar com boa parte destes jogadores e adicionar alguma qualidade extra em todos os sectores. Tanto na 2ª Liga como na 1ª há excelentes jogadores... já os que vêm de fora, tenho mais dificuldade em acreditar que se podem afirmar. Devíamos apostar no mercado interno! Em termos de afirmação dos jogadores, podemos sempre ter mais certezas.

    Estão todos de parabéns! Adeptos incluídos! Nunca me esquecerei da deslocação ao dragao... Mítico!

    Abraço

    Francisco Espregueira

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    1. Plenamente de acordo.

      Vamos lá ver como conseguiremos reforçar a equipa e que base vamos segurar para a próxima época. Também estou curioso nesse aspeto.

      Essa deslocação aos nossos vizinhos foi inesquecível. Aquela mística que não se consegue explicar...

      Abraço e obrigado

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