Ala esquerda sul-americana: Clar e Sauer.
Seis jogos, outras tantas derrotas, zero marcados e dez golos sofridos depois, com alguns reforços e saídas pelo meio, momento oportuno para fazermos uma análise mais aprofundada sobre o plantel e atual forma da Equipa.
Preocupa sobretudo - e atenção, do pouco que se viu - a escassa dinâmica coletiva da Equipa, com bola e sem ela, Equipa amorfa (mal fisicamente?), pressionante por escassos períodos de tempo, criatividade e eficácia ofensivas quase nulas. E os números não mentem: sofremos golos em cinco dos setes jogos realizados e só marcamos por uma vez. Estamos na pré-época e será o momento ideal para que tudo que tiver que correr mal, corra, mas a verdade é que já tivemos um jogo oficial e o resultado e exibição foram péssimos.
Pessoalmente, o que mais me preocupa é a incerteza acerca de um dado fulcral no rendimento de uma qualquer equipa: o entendimento entre direção e equipa técnica no que à formação do plantel diz respeito. Só o tempo dissipará dúvidas, mas aqui uma certeza: Lito é mão de ferro e não torce por torcer. Como Simão ou Leal, por exemplo.
Mas vamos ao que interessa mesmo neste momento, o plantel. Por setores:
- na baliza, nada de novo. Bracalli dá segurança, Hélton continua a recuperação, o terceiro guarda redes lá chegará, Alfredo por lá se mantem. Next.
- na defesa, eixo central e laterais são casos diferentes. Neris, Costa, Lucas e Dulanto darão, à partida, garantias para uma época sem sobressaltos nesse setor, faltará acertar a dupla. Três últimos jogos, três duplas diferentes com um ponto em comum: Neris. Dúvida que fica é quem será o seu companheiro de setor. Acerca do peruano, positivas as exibições ante Nice e Casa Pia, mesmo sem deslumbrar. Veremos domingo sobre quem recai a escolha.
Nas laterais, dos maiores problemas do plantel. Já aqui falamos por várias vezes: Edu e Carraça podem ser curtos para a posição, dada a forma do primeiro e a [in]aptidão para a posição do segundo. Do lado contrário, uma certeza e uma incónita: Clar (muito dificilmente não terá sido um enormíssimo erro de casting) e Marlon, de quem ainda nada se viu e toda a fé no nome. Mais que provável - não havendo adaptações - ser dele o lugar já no próximo domingo.
- no meio campo, o outro grande problema. Para a posição 6, ou o mais defensivo da dupla de médios, temos Obiora e Idris. Não sendo uma enorme mais valia, estamos relativamente seguros. Para médio mais ofensivo, temos Espinho e Bueno, talvez com a hipótese Paulinho que poderá fazer a posição. Sobra a posição 8, ou o médio menos defensivo da dupla de médios, para a qual temos Rafael Costa. Só. Por simpatia, temos Akwa também, mas mantenho a minha opinião acerca do jogador: tem qualidades, mas talvez o empréstimo para crescer fosse a melhor opção. Poucas dúvidas restam: é mesmo preciso reforçar a posição. E bem, porque trata-se do meio campo. O brasileiro tem sido competente, verdade, mas, minha opinião, poderemos crescer bastante aqui com uma opção mais sólida. Além disso, é fundamental a concorrência, seja em que posição fôr. Neste caso, nem isso temos.
- ataque: à partida, estamos bem servidos. Mateus, Heri, Sauer e Perdigão são os alas, podendo ainda Cardozo, Yusu e Paulinho fazer a posição. No eixo, Yusupha (estará motivado o rapaz?!) será o mais que provável titular, havendo a concorrência de Bulos acompanhado da sua lesão. Cardozo só mais lá para a frente saberemos se é homem para lutar pelo lugar. Cassiano... esperemos para ver.
Resumindo, em teoria, é o plantel mais forte e equilibrado dos últimos anos (pode-se dizer, desde que subimos), não haja dúvidas. Resta saber se Lito o vai conseguir rentabilizar como todos queremos.
Defesa direito, esquerdo e médio centro serão as posições em que terão que chegar reforços. Para o meio, um reforço forte e seguro é quase obrigatório.
Uma palavra para as transferências.
Foi preciso o engenheiro saír para todos falarmos bem do nosso defesa esquerdo titularíssimo nas últimas três épocas. Nunca dislumbrou, verdade, mas foi sempre profissional, competente e extremamente regular. Resta saber se conseguimos crescer na posição, aumentando a qualidade.
Quase um Euromilhões com o Gonçalo Cardoso. O puto merece e nós esfregamos as mãos: 18 anos e quase 15 jogos a titular na Liga, muito para evoluir, três milhões no bolso. Um pequeno grande alívio, imaginamos nós, na conta-corrente.
Veremos como vamos reagir no mercado depois da venda, ou sequer se o podemos fazer, mas seria positivo - obrigatório, na minha opinião - o investimento na Equipa. Só assim conseguiremos subir degraus.
Nota ainda para o facto de cedo nos precavermos para as saídas. Defesa esquerdo já cá estava, centrais também.
Até domingo. Deixem as brasas em casa, acompanhem-se do cachecol e afinem as gargantas: o Clube precisa de nós, a Equipa merece a nossa confiança na estreia.
Força Boavista!
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