segunda-feira, 22 de setembro de 2014
Orgulho Axadrezado
Grandes Panteras! Enormes! Do início ao fim, fé inabalável, grande confiança na equipa. Seis anos de injustiça ali chapadinhos, em cada cântico, em cada grito de incentivo. Inesquecível esta presença e atitude no estádio do vizinho. Tem que ser sempre assim, por todos nós adeptos. O Clube precisa, a Equipa merece.
Gostei de novo da forma como Petit monta a equipa e afina a estratégia (e a equipa ganhando entrosamento...). Jogamos, como previsto e aconselhável, com especial atenção ao momento defensivo, tentando não encostar muito atrás, povoando o meio campo com as linhas bem juntas. Ao quarteto defensivo juntaram-se três médios centro e dois alas, deixando Zé Manuel (que boas indicações tinha dado na semana passada, com funções idênticas) sozinho como homem mais adiantado. Não concordei com a passagem de Carlos Santos para a esquerda (ao invés de Afonso, por exemplo), não tanto pela subida de Correia mas sim porque o português é demasiado posicional e lento para a posição de lateral. Se recuássemos em demasia, Santos faria de terceiro central enquanto Correia fecharia a lateral, mas o recuo em excesso seria sempre a evitar. Não correu muito mal, até porque Petit (ou porque teve receio do amarelo ou porque viu o erro a tempo) corrigiu bem (o Brito já aquecia quando o Maicon é expulso...).
Concentração e rigor tático, foi o que tivemos em grande dose e, em certa parte, nos permitiu fazer o jogo que fizemos. Raramente entramos em sufoco ou nos desorientamos, apesar da enorme percentagem de posse de bola do adversário (grande parte dela em lateralizações, onde até estávamos confortáveis). Raramente perdemos consistência, nunca nos desunimos, os jogadores estiveram sempre atentos não só ao adversário mas também ao posicionamento dos colegas, o que nos permitiu fazer dobras e fechar espaços com boa eficácia.
Faltou-nos algum discernimento no momento após o roubo de bola, para conseguir passar uma primeira fase e conseguir aproveitar os espaços nas costas do adversário, mas, de facto, a manta podia ainda ser curta.
O resultado é justíssimo por aquilo que fizemos, procuramos ser felizes, trabalhamos e bem para isso.
Acho que é mesmo desta: o meio campo ganha forma, com Tengarrinha, Anderson e Beckeles (ontem tivemos Cid - esteve bem na função e enquanto teve forças - para povoar como era exigido, nos jogos em que tivermos maior iniciativa, será um avançado). O português atuou na linha do que tem feito: sempre concentrado e muito eficaz, não tremeu com o amarelo ainda na primeira parte. Para proteger aquela zona central à frente dos centrais, é o ideal. Anderson voltou a estar bem, tal como na semana passada. De novo a mostrar intensidade e a conseguir algumas boas saídas para o ataque (o passe para o Zé Manuel, na nossa melhor oportunidade, é muito bom). E acreditem, ainda se vai soltar mais; bem puxadinho pelo Petit, temos médio. Beckeles foi importante na função que tem desempenhado bem, a médio direito, com especial atenção ao maior perigo do adversário. Mesmo quando passou para a zona central.
Na defesa, estou cada vez mais confiante que Philipe vai ser uma das nossas revelações. Dezanove anos, terceiro jogo como profissional, excelente exibição. Os perigos vinham de todo o lado, limpou a sua zona, antecipou-se aos avançados inúmeras vezes, ainda teve tempo de ir dar ajudas na esquerda. Esquerda que tem dono e senhor, o Correria. Vai acima e vem abaixo, também me parece mais confiante (e demais até, naquela perda de bola no meio campo aos 15 min que quase dava golo... meu Deus! é evitar esses erros).
Mika: continua o bom trabalho, Alfredo. Está confiante, seguro entre os postes, eficaz fora deles. É claramente o nosso redes titular.
Bom jogo de Zé Manuel. Trabalhou imenso, tentou e bem a desmarcação inúmeras vezes, guardar a bola e soltar bem para os colegas.
Ó Wei, punhas os chineses a comprar o PortoCanal só para ver os teus jogos. Era no peito e fuzilar lá para dentro. Diretos ao Céu!
Falando do árbitro (é um jogo contra um estarola, 96% da discussão pública é acerca da arbitragem e convém estarmos preparados...). Maicon expõe-se ao vermelho direto, como é óbvio. A entrada é despropositada, sem a mínima intenção de jogar a bola. Pé alto e de sola, é vermelho a caminho, aqui e em qualquer parte do mundo. Na segunda parte, fomos um pouco vítima do 'atrevimento' do árbitro nesse lance. Há umas quantas faltas não assinaladas sobre Zé Manuel (principalmente, e naquela proteção de bola que ele tantas vezes tenta), uma entrada durinha de Casemiro não sancionada, logo nos primeiros minutos, uma falta de Jackson transformada em amarelo ao Lucas e uma falta do mesmo jogador (pé em riste em tentativa de pontapé de bicicleta na área) que só não deu golo porque Herrera rematou para o DolceVita. Enfim, uma série de situações muito mais difíceis de compreender quando comparadas com o lance da expulsão. Nada de influência no resultado e ainda bem.
É um empate que aparentemente estaria fora dos planos, mas que sabe a muito mais que um ponto, por razões óbvias. Não só pela moral, mas também porque a equipa continua a dar sinais de evolução. Vamos ter calma e esperar que assim continue, temos todos os motivos para acreditar que sim. Vem aí um jogo fundamental para o campeonato, depois da estreia na Taça da Liga (4ªfeira, 16h), em que espero que possamos ver alguns jogadores que não têm sido primeiras opções (Leo? Quincy? Yoro a tempo inteiro? Lima/Ancelmo?)
Força Boavista!
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Somos grandes!
ResponderEliminarUm clube com tantos jogadores novos e que lhes transmite num curtissímo espaço de tempo a sua cultura de trabalho e humildade nem sequer é um clube. É uma instituição. E com identidade própria.
Quando pudermos ter outra força ofensiva, vamos mostrá-la. Estou confiante disso. A equipa evoluiu e vai evoluir. Este ano fora do Bessa vamos ser o David e eles, sejam quem forem, irão ser o Golias. Não importa. E em todos os jogos vamos meter todas as cartadas que temos na mesa, quer eles critiquem ou não.
E para quem critica o estilo de jogo Boavista isto: o futebol é muito mais que tacticas e estilo... é cultura. A nossa é, e sempre foi, a de cerrar os dentes, seja contra quem for. As deles eles saberão dizer... Duvido que, se na Champions, o porto jogando contra um dos de top Europeu, não jogasse de maneira semelhante à que o Boavista jogou no dragão. E festejariam de maneira igual o pontinho.
Um abraço.
Francisco Espregueira
PS: já o disse e volto a dizer: gosto muito de ler a sua opinião em relação ao que se vai passando na vida do nosso clube.
Plenamente de acordo. Cultura de trabalho e humildade... na mouche :)
EliminarE obrigado. Abraço
Excelente crónica. Devia escrever mais vezes! :)
ResponderEliminar:) Obrigado, caro anónimo.
EliminarCumps