sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Vamos a Eles: dragão



Regresso do dérbi mediático, seis anos e meio depois.
Para a maioria de nós, não tenho dúvidas: é um dos jogos mais apaixonantes que podemos assistir no nosso campeonato. É derbi, é a nossa cidade, é o nosso orgulho, é Futebol. Sabemos que na maioria das vezes não pontuamos, nem marcamos sequer. Mas é essa a beleza. Já lá vencemos, perdemos, fomos goleados, ganhamos no '92, conquistamos e levantamos troféus. E sempre, mas sempre, com o desequilíbrio de forças sendo uma realidade. 

O costume nestes jogos: entramos como não favoritos, é óbvio. Este ano o desequilíbrio de argumentos não é exceção e pode assustar se olharmos ao que menos interessa, aos números. A acreditar nos valores (julgo que são aproximados), teremos sensivelmente um orçamento 60 vezes inferior. É verdade. Sessenta. Quase tão desequilibrado como as comparticipações do Município no início do século. E o valor teórico do plantel (muito em voga nos dias de hoje, mais que há meia dúzia de anos atrás) será 20 vezes menor.

Posto isto, admito, com a racionalidade que apaixona qualquer adepto, qualquer resultado que não a vitória será negativo. Quero lá saber dos milhões gastos, dos níveis competitivos de cada um, da força social, da moral ou nível técnico dos intervenientes. É derbi, é clássico, é estarola, é para ganhar.
A perder, temos pouco. E temos ainda essa vantagem: a normalidade a nosso favor.


No campo, veremos como Petit organiza a equipa. Ao quarteto defensivo (agora já nem arrisco tentar adivinhar a dupla de centrais, ok?; Sampaio e outro?), é provável que se juntem os três médios do último desafio: Tenga e Anderson no meio, Beck pela direita (terá mesmo que ser, até para tentar minimizar o perigo que vem dali). Dúvida se haverá espaço para um quarto médio de combate (Idriss, Cid?, libertando um pouco o brasileiro) ou se, ao invés, juntar-se-à o ala esquerdo (Brito?, com especial atenção ao lateral direito oposto) ou os avançados (Zé Manuel à semelhança do último jogo e Bobô, para pressionar a primeira saída?).
Eu confio, seja qual for a equipa.

Do lado contrário, mesmo sem medo, há que ter consciência: são, realmente, muito fortes e partem para este jogo com uma moral e confiança que há algum tempo não cheiravam (mas atenção à patética pouca paciência que os assiste...). Ainda assim, e por incrível que possa parecer, não acho descabido encararmos a luta no meio campo com uma visão de equilíbrio (de conte-los, pelo menos). Sim, é possível. No primeiro terço, espaço frontal onde geralmente apresentamos dificuldades, é preciso muita concentração (mesmo com a consciência que o perigo pode vir de todo o lado), muita lucidez na ocupação de espaços e tentar equilibrar nos duelos individuais (talvez o mais difícil).

É um pouco contra natura (vá-se lá saber o porquê), mas seria ótimo termos uma presença idêntica à do primeiro jogo do campeonato ou mesmo à de Vila do Conde.
Outra coisa: sei que se lembram dos dois golos irregulares em Braga, na dualidade de critérios, no golo invalidado no Bessa, mas aperceberam-se do frenesim que provocou um fora de jogo mal assinalado em Guimarães? Meu Deus. Outra dimensão, realmente.


Força Boavista!

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