segunda-feira, 20 de abril de 2015
Derrota em Alvalade
Como se dizia no último post, seria importante "deixar boa imagem e discutir o resultado", algo que, mesmo com a derrota no bucho, foi conseguido. Não esquecendo que defrontamos uma equipa com o acesso [quase] garantido à Champions na próxima época, continuando nós a evoluir e subindo a montanha desde o terceiro escalão.
Na classificação, o maior dano foi o afastamento do 12º classificado, agora a 5 pontos; abaixo de nós, vimos Arouca e Gil aproximarem-se, este último na linha de água a 9 pontos (+1 do confronto direto).
Admito que torci um pouco o nariz quando vi o onze alinhado por Petit: desfeita a dupla de cobertura habitual com a saída de Reuben (dado o adversário, não esperava), entrada de Cech e Lima, Léo a acompanhar Zé como jogadores mais ofensivos, nada de Dias+Beck nem... avançado centro. E confesso que temi o pior quando vi aquele golo ainda antes dos vinte segundos.
A verdade é que logo nos momentos seguintes se percebeu que sabíamos ao que íamos, que iríamos dar luta ao adversário e dispostos a defender sim, mas também a espreitar as saídas para o ataque de forma menos direta e mais apoiada que o habitual.
E foi esta a toada da primeira parte. Bem posicionados sem bola (com Idris a poder recuar para juntos dos centrais quando necessário, e Tengarrinha em bom plano, atrás da linha de quatro médios, a servirem de primeira pressão), concentrados e a fechar bem os espaços para a nossa baliza, quase impedimos lances de perigo perto da área. A par desse acerto, fomos objetivos e conseguimos algumas boas saídas para o ataque, ora aproveitando as desmarcações de Léo e Zé, ora tirando partido da maior proximidade dos nossos jogadores. Mais remates (e mais perigosos) e menos faltas cometidas ao intervalo. E com os onze.
Com a alteração no adversário (dada a expulsão), fomo-nos mantendo confortáveis no jogo e a melhorar, se bem que menos afoitos nas saídas. Linha defensiva um pouco mais subida, Idris e Tengarrinha mais pressionantes, mais espaço para lançar os contra ataques, defensivamente apenas permitindo uma entrada perigosa na grande área. À semelhança dos últimos desafios, sofremos o golo num momento em que estavamos a controlar e a crescer para o jogo (já com Brito em campo). Voltamos a reagir bem, mesmo obrigados (dada a superioridade numérica...) a pegar na bola e a atacar o adversário de frente (já com Uchebo e sem Lima), conseguimos criar alguns lances perigosos e uma grande oportunidade não finalizada por Uchebo.
Algumas notas:
- Estreia de mais uma dupla de centrais. Aaron voltou a estar bem, bons desarmes e forte no jogo aéreo, continua a evoluir na equipa. Já o brasileiro mantém os sinais de intranquilidade e falta de confiança, a que tem demonstrado desde que perdeu a titularidade. Tem culpas nos dois golos: algum azar à mistura no primeiro (mesmo após o desvio de Idris, tem que limpar aquela bola), a dormir no segundo e a colocar Slimani em jogo. Nem tudo foi mau: alguns bons lances de antecipação e, sem dúvida, a fazer esquecer o problema de lentidão que tantas vezes nos deparamos no nosso eixo defensivo. E isso, em muitos momentos, é positivo.
- Boa primeira parte do regressado Diego Lima. O problema é mesmo esse: primeira parte. Desapareceu do jogo quando este lhe reservou as melhores condições para ele poder contribuir. Enquanto durou sacou faltas, apareceu para rematar (mesmo mal nesse aspeto), ajudou a equipa a esticar-se.
- Afonso. O nosso primeiro sinal de perigo veio do seu pé esquerdo, o que mostra também a maior propensão que vai tendo a subir no corredor. Não se ficou por aí, foi tapando um e outro perigo que lhe surgia pela frente. No golo decisivo, viu-se 'obrigado' a dar espaço para o cruzamento, visto estar em situação de dois para um (Brito a fechar demasiado dentro, o que quase não tinha acontecido até aí). Mesmo com Correia a regressar, de temer o pior daquela lesão. Esperemos que recupere e rápido.
- Bom jogo do Zé, o nosso avançado mais perigoso. Iniciou e finalizou a jogada do golo, esteve bem (melhor que Léo) quando foi preciso defender, incansável a desmarcar-se no ataque. Léo mostrou porque está atrás dos outros avançados e porque precisa mais de evoluir. Tem rapidez e técnica (talvez como nenhum outro), falta-lhe eficácia nas ações, perder menos vezes a bola, jogar simples quando não pode complicar. Mas exibição positiva, sem dúvida: está no golo e na expulsão.
- Enganamos toda a gente nas bolas paradas. Temos gajos altos e fortes, úteis no jogo aéreo; temos bons marcadores, como Tengarrinha ou Cech, mesmo Zé Manuel naquele remate à barra. Mas não conseguimos ser perigosos. Aposto que faz soltar vários "foda-se!" a cada um de nós logo após a cobrança de cantos ou livres perto da área. Foda-se! Nem tu, Cech... Foda-se! Enerva.
- O nosso melhor, Tengarrinha. Incansável, bem a cobrir o espaço central, foi útil no momento defensivo e quando foi preciso pegar na equipa (sem Lima, com meio Cech e a precisarmos de arranjar soluções no último terço) tentou fazê-lo com aquele espírito que lhe reconhecemos, o mesmo que aos 80 minutos faz com que seja o primeiro a pressionar Patrício ou a saír rápido oferendo linha de passe nos contra ataques. Mais um enorme jogo do hoje Capitão.
- Por último, expulsão do Sampaio é ridícula. Pela infantilidade no primeiro amarelo, pela estupidez do segundo. A obstrução com o braço é tão violenta que faz com que o adversário se mantenha normalmente a discutir o lance com outro jogador. A pedido, como que a lembrar que jogavamos em casa de um estarola. Assim como acabar o desafio ao segundo minuto de compensação, após uma assistência a guarda redes e quatro substituições. Não foi por aí, mas há que o dizer dada a evidência.
Resumindo, resultado sabe a pouco e julgo que isso diz tudo acerca da nossa prestação. Mantivemos a atitude e fomos minimamente consistentes, mesmo com alterações em metade do onze. Não conseguimos pontuar, mas mostramos evolução em alguns aspetos e conseguimos deixar uma imagem diferente comparando com jogos em casa dos primeiros classificados.
Para a semana não há desculpas. Temos que estar em grande, como um só. No campo, na bancada, todos juntos para arrumar a questão de uma vez por todas.
Força Boavista!
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Impressionante como, excepto nos livres diretos, raramente alguma coisa acontece nso muitos livres e cantos que temos. A quantidade de bolas para as mãos do guarda redes ou para fora é inadmissível.
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