segunda-feira, 27 de agosto de 2018

O Assalto


Jogão. Dois exércitos bem alinhados, armas em punho para esgrimir argumentos à medida de cada um, prontos para a 'batalha', leal e ordeira pela conquista e defesa do castelo. Bonito, pah! O Futebol fora estarolada, como eles não sabem nem querem saber, tem uma enorme beleza. Mas depois há o cunho, o cheiro a grandismo, a perseguição, a relembrar que o velho sistema ainda aí está: os verdadeiros ladrões mais oportunos e armados que uma equipa swat que, neste caso, decidiram roubar os 'assaltantes' do Castelo. À descarada, como habitual.

Numa só imagem, as figuras do jogo: a Equipa, os Adeptos, Edinho e Ruim Costa.


Apenas uma alteração no onze: André Claro no lugar de Mateus e dúvidas desfeitas: mesma dupla de centrais, Carraça e Falcone a manterem os lugares.
Entrou melhor a equipa da casa, tendo nós imensas dificuldades para suster a boa circulação do adversário e conseguirmos saír em ataque organizado. Após os quinze minutos, e através da profundidade de Claro e principalmente de Rochinha (quase sempre bem lançados por D.Simão), conseguimos esticar e dividir o jogo e a posse de bola, também as oportunidades. Ameaçamos por duas vezes, fomos eficazes à terceira.
Segunda metade com a mesma toada, ainda assim a segunda grande situação de golo foi nossa, através de um remate de David Simão. A partir daí, tivemos ainda mais dificuldades, não só por força do adversário, mas sobretudo pela expulsão de um dos médios centro. O que até aí estava controlado (obrigávamos e bem o Feirense a abrir o jogo pelas laterais, facilitando o trabalho da defesa), passou a ser um problema, pese embora a boa entrada de Rafael Costa. De uma situação de equilíbrio na posse de bola (53/47) passamos para uma situação bem mais difícil (70/30). Passou então a ser pela zona central (e também nas bolas paradas) que o Feirense nos criou maiores problemas. Valeu-nos Hélton em algumas situações e o acerto dos centrais noutras.

Em suma, num desafio de grau de dificuldade elevado, dadas as duas equipas adversárias, conseguimos ser eficazes o suficiente para arrancarmos um difícil ponto. Não fomos brilhantes - longe disso - mas tivemos uma imensa alma, uma enormíssima atitude e soubemos ser uma equipa aguerrida e sempre concentrada nos vários momentos do jogo.

Individualmente.

Helton - como já foi dito anteriormente, seria a posição mais difícil de colmatar dada a saída de Vagner. O nosso guarda redes foi eficaz a saír dos postes, brilhante entre eles. A defesa ao remate de Vitor Bruno (o único lance em que fomos beneficiados - foi assinalado pontapé de baliza) é do outro mundo.

Centrais - eficazes a limpar os lances aéreos, com mais dificuldades na bola rasteira, foram resolvendo bem os problemas. Neris poderia ter feito maior oposição no lance do golo do Feirense, ainda assim uma exibição positiva da dupla, a dar sinais de alguma evolução. Na saída de bola, simplificaram.

Carraça - condicionado desde muito cedo, manteve a calma que lhe era exigida para não colocar ainda mais em perigo a Equipa. Sofreu, deixou escapar o adversário uma ou outra vez, mas acabou por ter uma prestação positiva. Ainda assim, alguma curiosidade para o próximo desafio: continuará no fio da navalha para segurar o seu lugar. Acabou, e bem, a Capitão.

Dupla de médios - Simão o habitual, pareceu-me ainda mais intenso na disputa de bola, tendo um papel fundamental do ponto de vista defensivo quando o companheiro de setor foi expulso. Correu, tapou buracos, e ainda foi tendo tempo para organizar o que pôde. Idris eficaz na função principal, enorme intensidade na zona central e a conseguir alguns desarmes importantes, dando a possibilidade à Equipa de poder contra atacar. A expulsão pareceu pré-concebida, falaremos disso mais à frente.

Rochinha - a par de Helton o nosso melhor jogador. Meio golo é dele (o outro é do autor do passe, a meias com Falcone), teve algumas investidas perto da área adversária: umas vezes criando perigo, outras travado em falta. Melhorou imenso no aspeto defensivo, mais concentrado e disponível para tapar o espaço central, quando a bola no lado oposto, assim como a ajudar o lateral com a bola no seu lado. Muito positivo.

Falcone - de novo: muito esforço, alguma utilidade dada a sua apetência nos duelos aéreos, mas pouco mais. Ajudou a acabar com a malapata dos penaltys.


Relativamente ao árbitro, surreal a sua atuação e, sobretudo, a sua notória intenção em nos prejudicar. Começou cedo a dar sinais, mais precisamente aos 6 minutos: o amarelo ao Carraça é despropositado, não só pela falta mas também pela fase inicial do desafio. O descontrolo (de todos os intervenientes, arrisco a dizer) começou aí. Não seria grave se mantivesse o critério, algo que não aconteceu. Foram mais vinte faltas na primeira parte, nenhuma mereceu outra admoestação. Estaria concerteza à espera do mais pequeno deslize do nosso lateral. A outra falta que, segundo Ruím Costa, mereceu ação disciplinar foi a do nosso Capitão. Segundo a sua sinalética, pela sequência de faltas: foi a sua terceira, tantas quantas a de Vitor Bruno, por exemplo, que conseguiu passar impune ao rasteirar um adversário a um metro da pequena área. Isso mesmo, leram bem.

Não sabemos o que Idris disse ao árbitro, claro, sendo provável que lhe tenha dirigido algum insulto, apesar de ser difícil de acreditar que tenha sido o primeiro a fazê-lo. A forma como o fez, convenhamos, foi extremamente cuidada: não esbracejou, como vimos alguns jogadores do Feirense a fazer; não o fez a centímetros do árbitro, como tantas vezes vemos; não atirou com a raiva na bola, como vimos Vitor Bruno fazer junto à lateral; nem sequer vimos nenhum jogador do Boavista a pedir cartão (algo punível) como fez Crivellaro, esse sim, a menos de um metro do aparelho auditivo do árbitro.

A reação de Idris ao abandonar o relvado pode e deve ser criticada. Mas vamos pedir calma e tranquilidade (mais ainda que a que ele teve) perante tamanha injustiça? Vamos pedir gelo num ambiente tão fervoroso? Já sei que falarei contra a vontade de alguns de nós, mas num momento em que toda a comunicação social e a própria Liga (assim se espera) vai caír em cima do nosso Capitão, rebaixando-o para níveis inaceitáveis quando comparado com outros casos idênticos, não deveremos ser nós a saír em defesa de quem tão bem nos representa e defende? Julgo que sim. Aliás, penso que quando esfriarem um pouco mais as cabeças, a união em prol do grupo, em particular do Idris, deverá ser uma realidade. A reprovável reação a quente foi, afinal, resultado de uma surreal sequência de acontecimentos. E todos sabemos: com a Pantera não se brinca, muito menos se goza.

Mais duas situações que provam o pré-concebido roubo descarado. A falta sobre Rochinha, mantendo o critério que o árbitro teve nas 40 faltas assinaladas (!), tem que ser marcada. Nem será preciso falarmos em VAR, nada disso. Até aí, foram 32 faltas marcadas e façam este exercício curioso: comparem a falta que resulta no amarelo ao Idris com a falta do defesa do Feirense sobre o Rochinha que acaba por resultar no golo do empate. Pois... inacreditável.
A outra situação verdadeiramente surreal, é o amarelo guardado no bolso dos calções, depois de o ter tirado do bolso da camisola (onde eles estão!) para mostrar pela segunda vez a Crivellaro. Não há palavras, não há vergonha na cara.
Também nos bancos o critério foi ridículo. Duas expulsões do nosso lado, quando do outro foram várias as vezes em que os assentos ficaram vazios por vários minutos. Houve até, do banco, quem reagisse contra os nossos adeptos, algo que eu não perdoou a um profissional. Tudo nas barbas do árbitro assistente e do quarto árbitro. Uma expulsão do lado do Feirense sim, do responsável pelos equipamentos, ao ajoelhar-se no relvado depois do golo. Cheiro intenso a uma pretensa compensação...



Não nos vão derrotar. Juntos, somos e seremos mais fortes que aquilo que pensam. Como eles se lembrarão, se assim o quiserem.


Força Boavista!

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