terça-feira, 14 de agosto de 2018
Plantel
Vamos aos bitaites sobre o desafio de Portimão, aproveitando para fazer um panorama geral do plantel para esta nova época.
Baliza - nota prévia: de todos que saíram, é na baliza que se adivinhavam maiores dificuldades para colmatar a perda de Vagner. O motivo é simples: o brasileiro tem qualidade para outro patamar que não o nosso atual, sendo quase impossível conseguirmos alguém do seu nível.
Sinceramente, esperava ver Bracalli a titular depois dos jogos na Madeira e o de apresentação. Hélton não esteve mal nesses jogos, é certo, mas demonstrou pouca confiança, dificuldade a jogar com os pés, um estilo pouco ortodoxo. Talvez aspetos naturais para quem se estreia em ligas europeias aos 27 anos.
Em Portimão, justificou a aposta de Jorge Simão nele. Interagiu com os defesas, foi prático a jogar com os pés, seguro nas poucas vezes que foi solicitado, no jogo aéreo esteve muito bem. Veremos os próximos jogos mas, para já, e contando que temos um jogador tão experiente como Bracalli no banco, não há motivos para alarme. Assis será o terceiro guarda redes.
Defesa - talvez o setor com menor número de opções e onde poderemos ter mais dificuldades para acertarmos as agulhas. Perdemos os dois centrais com mais minutos, dispensamos outro, assim como dois laterais não-titulares. Reforçamo-nos com duas incógnitas (a fazerem a estreia na Europa) e acrescentamos Samú às opções. Conclusão: arriscado.
Ponto forte da dupla que apresentamos em Portimão: jogo aéreo, quer dentro de área quer a limpar lançamentos longos. Denotaram alguma insegurança (sobretudo na fase inicial, natural sendo uma estreia absoluta) e problemas no posicionamento, principalmente no contra ataque do adversário.
Ao contrário da maioria (e das estatísticas) gostei muito mais do Neris do que Raphael Silva. Contando com a obrigatória evolução, poderemos ter aqui um bom central. Problemas de ambos na saída de bola e, sabendo que tal é importante na ideia de jogo de Jorge Simão, será um aspeto em que ambos terão que crescer bastante.
Talocha ao nível que nos habitou: certinho a defender, ainda a dar uma perninha no corredor central, uma ou outra boa incursão pela lateral esquerda. Muitas dúvidas, muitas mesmo, sobre a aptidão de Samú como lateral esquerdo. Do lado oposto, apesar de ter cumprido bem a sua missão, voltei a não gostar muito da prestação do Carraça. 'Voltei', porque já não tinha ficado agradado com a exibição na Madeira. Acho que pode fazer melhor, desde que consiga dar continuidade à sua evolução nesta sua nova posição. Veremos se Edu tem condição física para concorrer pelo lugar.
Esperemos que nada corra mal, mas uma ida ao mercado para fortalecer uma das laterais (sobretudo a esquerda) não me parece de todo descabida.
Meio Campo - os três titulares da época passada continuam por cá, substituímos as opções.
Má entrada do Capitão no desafio de ontem, corrigiu na segunda parte, acabando em bom plano e fundamental nos três pontos. Foi o Idris que conhecemos: eficaz no desarme, a reagir forte e rápido à perda, conseguindo impedir, por si só, uma mão cheia de contra ataques do adversário. Com bola é dono e senhor de todos os problemas deste mundo, mas também aí tem simplificado o seu jogo, o que só ajuda. Do pouco que vimos de Obiora (em princípio, o jogador que foi contratado para concorrer com Idris), descansem os haters mais ansiosos: ou melhora, ou mostra muito mais que nos poucos minutos ante o Getafe, ou então esqueçam. Teremos Idris e, não esqueçamos, Sparagna, que também poderá fazer a posição.
Do outro elemento do meio campo, eu vejo-o como um reforço, sobretudo porque quase que o tinha dado como perdido. David Simão é classe pura. Organiza, acalma, distribui, inventa espaços e ainda coloca toda aquela intensidade na luta pela bola. Foi assim ontem. Pensa e executa o que outros não vêem.
Espinho com maior disponibilidade, também com uma atuação positiva, como habitual. Pela amostra, ganhamos uma boa opção para o meio campo com o Rafael Costa. Parece-me ser no miolo, mormente na posição do Fábio, que poderemos tirar o máximo dele, mais até que numa ala. O passe para o segundo golo é soberbo.
Tenho dúvidas relativamente a Gabriel. Jovem com valor, sem dúvida, capacidade de passe longo muito boa, forte e tecnicamente bom, mas passar de uma equipa b para a Primeira Liga poderá não ser fácil. Esperemos pelas próximas aparições, mas comparando com Gorrins e Maks, ainda ficamos a ganhar, isso é certo.
Ataque - a vantagem de ter Rui Pedro e Ruiz uma época inteira é que dificilmente ficaríamos pior. Preocupante a saída daquele que para mim era o elemento mais regular do ataque, Renato, assim como a possivel lesão grave de Yusupha. Ganhamos outras opções válidas, aguardemos uns dias para percebermos se há ou não intenção (e possibilidade...) de fortalecer o ataque. Quanto a mim, seria o ideal mais uma opção para uma das alas.
Falcone é um Bryan Ruiz com mais dez anos de experiência em cima. Melhor, ok, bem melhor, mas igualmente curto. Parece-me muito pouco provável que alguns de nós possam emborcar um gole que seja à pala do argentino. Sabe jogar de costas para a baliza, usar o físico, ontem foi particularmente útil em segurar a bola e permitir que a equipa suba no terreno, mas dificilmente será o homem golo que precisamos. Julgo que como opção vinda do banco poderá ser bem mais útil, sendo provável que, mais tarde ou mais cedo, possa perder o lugar para Rafa Lopes, jogador tecnicamente mais evoluído e mais de encontro ao que Jorge Simão pretende para o eixo do ataque. Talvez. Veremos isso mais tarde. E ainda há o Yusu.
Mateus é, e foi ontem de novo, o Mateus que conhecemos: pode nem estar inspirado, mas mantém aquela intensidade e responsabilidade na hora de defender. Tenho opinião idêntica à de Falcone neste aspeto: poderá ser muito mais útil vindo do banco e conseguindo mexer com o jogo.
Rochinha também com uma boa exibição em Portimão. No último terço consegue desequilibrar graças ao poder de drible, no contra ataque é peixe na água, nem tanto nos momentos de ataque organizado (denota dificuldades na capacidade de decisão), e nos momentos sem bola, responsável por fechar a sua lateral (algo que o Renato fazia de forma exemplar) daí não ser fácil adaptar-se a 100% a uma posição específica. Já foi médio, ala, extremo e até ponta de lança; será por ali no ataque o seu lugar, caso consiga manter a titularidade, algo que não será fácil.
André Claro surpreendeu-me pela negativa nos dois primeiros desafios, confesso. Entrou bem ontem, mostrou bons pormenores, velocidade e selou a vitória com um excelente golo. Admito que estou curioso para perceber o real valor do André.
Relativamente e Matheus Índio e Yusupha, é esperar para ver. Como disse acima, acho que seria importante mais uma opção para o ataque.
Fundamental, e aí estou 200% confiante, mantermos aquelas garras que mostramos ontem nas bancadas. Apoiar a Equipa sempre, sermos um só como temos sido, perdermos, ganharmos e sofrermos todos juntos, a lutar por um objetivo: crescermos.
Força Boavista!
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