Acabou, depois deste arrastão final de quase um mês, momento em que alcançamos o objetivo prioritário, a manutenção. E acho mesmo que fica por aí o que de mais positivo se conseguiu fazer esta época: alcançamos (relembrando que somos, novamente, um dos Clubes com orçamento mais baixo do campeonato) a manutenção e em tempo útil, ou seja, sem andarmos as últimas jornadas ligados às máquinas. Indiscutível mérito da estrutura nesse aspeto.
Vamos, primeiro, aos números.
Segunda metade da tabela, 12º lugar, a pior classificação das últimas 4 épocas, 6 pontos acima da linha de água e a 16 da Europa. Acabamos com o quarto pior ataque e sexta melhor defesa. Curiosamente, contra o que vem sendo hábito, acabamos com melhor prestação fora de casa do que no Bessa: 20 pontos como visitante, menos um nos jogos em casa (pós-Covid, tivemos 3 derrotas/2 vitórias, mais ou menos a mesma média...).
Números duros tendo em conta o nosso ADN e a nossa Ambição. Muito embora as imensas dificuldades que todos sabemos existirem, nunca se escondeu que o objetivo maior seria crescer de forma sustentada, isto é, ir superando as prestações da Equipa época após época. Perante os factos, é inegável que demos um passo atrás ou, quanto muito, para o lado.
Os argumentos.
Opinião geral, e aqui no Blogue também fizemos referência a isso no início da época, que este seria talvez o melhor plantel desde o Regresso. E era (apesar de tal não ser algo extraordinariamente difícil).
Individualmente, tivemos jogadores com mais qualidade, houve um decréscimo de "melões" (tipo Clar...) e uma maior dose de experiência no que toca a Primeira Liga. Mas havia também outro dado evidente: o desequilíbrio do plantel. Havia posições deficitárias (à cabeça, as laterais) e, pior, zonas com limitadas opções sendo algumas delas enormes incógnitas, e neste aspeto salta à vista o meio campo deficitário. A agravar a situação, tivemos duas baixas nesse setor (uma no início da temporada, outra já no decorrer), que não mereceram a devida reposição. Pode parecer pouco mas, ainda para mais numa zona tão importante, parece óbvio que teve enorme influência na prestação global da Equipa.
A juntar a estes dados, houve claramente jogadores dos quais se esperava bem mais do que aquilo que acabaram por render, com Heri, Stoij e Yusu à cabeça, jogadores do ataque. Nos próximos dias analisaremos mais ao pormenor a prestação dos jogadores.
A liderança.
Por muito que nos chateie falar do anterior treinador, é inegável que a época fica marcada pela mudança de líderes. Jamais saberemos o que aconteceria (e como) se não houvesse a decisão de despedir Vidigal, mas podemos agora, com os números, analisar o que ganhamos com isso (ver segundo parágrafo...).
Lito foi, desde que regressamos, o treinador com melhor média de pontos, mantendo esse registo no início desta temporada, invicto nos primeiros 9 desafios e em lugares [quase] Europeus. A saída surge depois de 4 derrotas nos últimos 5 desafios (ou 14...), tendo pelo meio eliminações pouco dignas, como habitual nestes anos, das Taças. Deixa-nos no 8ºlugar, a três pontos da Europa e sete acima dos lugares de descida.
Fica a dúvida acerca da influência que teve a sua personalidade na decisão, no possível mau ambiente no balneário e, acima de tudo, na mais que evidente insatisfação de alguns adeptos. Dúvida maior, aquele que foi, aparentemente, o motivo pela sua saída: a pobre qualidade exibicional e o futebol excessivamente defensivo. Mas aqui surge a contradição maior: o que realmente se pretendia quando avançamos com Lito para a nova temporada? Qual a prioridade, resultados, exibições ou ambas? Se eram resultados, dificilmente estaríamos em crise aquando da sua saída; se era tipo de jogo (vulgo, "à Boavista"), então porque quisemos dar continuidade ao seu trabalho no início da época? A estrutura profissional não conhecia a ideia base e as suas caraterísticas? Ficam as dúvidas.
Quase pior que despedir Lito, eram as limitadas opções no mercado para o substituir. Optamos pela mais consensual e, talvez, delas a mais correta, Daniel Ramos. Convenhamos, a missão era espinhosa: jogar melhor e pontuar ainda mais. As prestações dos primeiros jogos contrariam a tese de que o plantel estaria ansioso por uma liderança diferente. A qualidade exibicional pouco se alterou, a inconsistência de resultados ganhou nova dimensão. Apesar de tudo, e principalmente naquela primeira fase pós-Covid, as prestações foram bastante positivas até ao alcançar dos objetivos.
Este modo "piloto automático", desagradável para todos, desde Daniel Ramos até jogadores, passando por nós Adeptos, é de fácil compreensão, dado o contexto e indefinição atual em que vivemos.
Aceitam-se, claro, opiniões diferentes. Está aberta a discussão sobre o que correu bem e mal e o que poderia ter sido melhor.
Força Boavista!
Vamos, primeiro, aos números.
Segunda metade da tabela, 12º lugar, a pior classificação das últimas 4 épocas, 6 pontos acima da linha de água e a 16 da Europa. Acabamos com o quarto pior ataque e sexta melhor defesa. Curiosamente, contra o que vem sendo hábito, acabamos com melhor prestação fora de casa do que no Bessa: 20 pontos como visitante, menos um nos jogos em casa (pós-Covid, tivemos 3 derrotas/2 vitórias, mais ou menos a mesma média...).
Números duros tendo em conta o nosso ADN e a nossa Ambição. Muito embora as imensas dificuldades que todos sabemos existirem, nunca se escondeu que o objetivo maior seria crescer de forma sustentada, isto é, ir superando as prestações da Equipa época após época. Perante os factos, é inegável que demos um passo atrás ou, quanto muito, para o lado.
Os argumentos.
Opinião geral, e aqui no Blogue também fizemos referência a isso no início da época, que este seria talvez o melhor plantel desde o Regresso. E era (apesar de tal não ser algo extraordinariamente difícil).
Individualmente, tivemos jogadores com mais qualidade, houve um decréscimo de "melões" (tipo Clar...) e uma maior dose de experiência no que toca a Primeira Liga. Mas havia também outro dado evidente: o desequilíbrio do plantel. Havia posições deficitárias (à cabeça, as laterais) e, pior, zonas com limitadas opções sendo algumas delas enormes incógnitas, e neste aspeto salta à vista o meio campo deficitário. A agravar a situação, tivemos duas baixas nesse setor (uma no início da temporada, outra já no decorrer), que não mereceram a devida reposição. Pode parecer pouco mas, ainda para mais numa zona tão importante, parece óbvio que teve enorme influência na prestação global da Equipa.
A juntar a estes dados, houve claramente jogadores dos quais se esperava bem mais do que aquilo que acabaram por render, com Heri, Stoij e Yusu à cabeça, jogadores do ataque. Nos próximos dias analisaremos mais ao pormenor a prestação dos jogadores.
A liderança.
Por muito que nos chateie falar do anterior treinador, é inegável que a época fica marcada pela mudança de líderes. Jamais saberemos o que aconteceria (e como) se não houvesse a decisão de despedir Vidigal, mas podemos agora, com os números, analisar o que ganhamos com isso (ver segundo parágrafo...).
Lito foi, desde que regressamos, o treinador com melhor média de pontos, mantendo esse registo no início desta temporada, invicto nos primeiros 9 desafios e em lugares [quase] Europeus. A saída surge depois de 4 derrotas nos últimos 5 desafios (ou 14...), tendo pelo meio eliminações pouco dignas, como habitual nestes anos, das Taças. Deixa-nos no 8ºlugar, a três pontos da Europa e sete acima dos lugares de descida.
Fica a dúvida acerca da influência que teve a sua personalidade na decisão, no possível mau ambiente no balneário e, acima de tudo, na mais que evidente insatisfação de alguns adeptos. Dúvida maior, aquele que foi, aparentemente, o motivo pela sua saída: a pobre qualidade exibicional e o futebol excessivamente defensivo. Mas aqui surge a contradição maior: o que realmente se pretendia quando avançamos com Lito para a nova temporada? Qual a prioridade, resultados, exibições ou ambas? Se eram resultados, dificilmente estaríamos em crise aquando da sua saída; se era tipo de jogo (vulgo, "à Boavista"), então porque quisemos dar continuidade ao seu trabalho no início da época? A estrutura profissional não conhecia a ideia base e as suas caraterísticas? Ficam as dúvidas.
Quase pior que despedir Lito, eram as limitadas opções no mercado para o substituir. Optamos pela mais consensual e, talvez, delas a mais correta, Daniel Ramos. Convenhamos, a missão era espinhosa: jogar melhor e pontuar ainda mais. As prestações dos primeiros jogos contrariam a tese de que o plantel estaria ansioso por uma liderança diferente. A qualidade exibicional pouco se alterou, a inconsistência de resultados ganhou nova dimensão. Apesar de tudo, e principalmente naquela primeira fase pós-Covid, as prestações foram bastante positivas até ao alcançar dos objetivos.
Este modo "piloto automático", desagradável para todos, desde Daniel Ramos até jogadores, passando por nós Adeptos, é de fácil compreensão, dado o contexto e indefinição atual em que vivemos.
Aceitam-se, claro, opiniões diferentes. Está aberta a discussão sobre o que correu bem e mal e o que poderia ter sido melhor.
Força Boavista!
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